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Noz da Índia (cápsula): para que serve? Tem reação adversa?

Publicado em: 15/02/2019Última atualização: 15/10/2020
Publicado em: 15/02/2019Última atualização: 15/10/2020
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Facilmente encontrada na internet e com a promessa de emagrecimento imediato, a noz da Índia é uma substância que pode acabar trazendo mais prejuízos do que benefícios para quem escolhe consumi-la.

Proibido no Brasil, o produto pode provocar vômitos, diarreias e em alguns casos taquicardia.

Ficou curioso para saber mais? Então confira o artigo completo!

O que é noz da índia?

Considerada uma árvore exótica, a noz da Índia é natural da Indonésia, Malásia e Índia, e seu nome científico é Aleurites moluccana.

O uso da sua semente vem sendo amplamente debatido por cientistas, uma vez que vários sites alegam ação emagrecedora. Porém, existem diversas referências que indicam sua toxicidade, principalmente no formato in natura.

Cada vez mais produtos naturais estão sendo utilizados para emagrecimento, assim como a noz da Índia, uma semente branca, do tamanho aproximado de uma uva.

Essa substância é facilmente encontrada na internet com a promessa de emagrecimento rápido, porém, o seu consumo pode provocar riscos graves ou até mesmo levar a óbito.

Originalmente, a noz é utilizada como tempero em refeições. O processo de cozimento retira a toxicidade do alimento, que dá sabor às comidas.

Porém, essa substância foi proibida no Brasil com a justificativa de que, após a ingestão de apenas uma semente, podem ocorrer sintomas graves, como: desidratação, taquicardia, taquipneia (aceleração do ritmo respiratório) e aumento da temperatura corporal.

Dessa forma, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu qualquer tipo de produto contendo Aleurites moluccana devido ao alto grau de complicações.

Sendo assim, qualquer produto divulgado na internet não deve ser utilizado e se encontra irregular diante da decisão do órgão brasileiro.

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Para que serve?

A noz da Índia é uma planta que se destaca por dois fatores: medicinal e culinário.

Na Malásia e Indonésia, a noz é comumente utilizada para fazer molhos e condimentos, uma vez que após o cozimento, o produto perde suas propriedades tóxicas.

Já aqui no Brasil, essa substância se popularizou pela promessa de emagrecimento.

Porém, é preciso reafirmar que ainda não existe respaldo científico que comprove que essa planta é segura para consumo diário com fins de emagrecimento.

Leia mais: Dicas para mudar os hábitos e emagrecer com saúde

Medicina

Essa planta é muitas vezes utilizada em tratamentos médicos, como: gonorreia, dor de cabeça, asma, conjuntivite, inflamações, febre, úlceras, entre outras.

Além disso, um estudo realizado na Bélgica comprovou que os extratos da planta exercem funções antivirais (especialmente contra o vírus HIV) e antibacteriano (especialmente staphylococcus).

Culinária

A noz da Índia é muito difundida na cultura asiática. Seu uso é feito na forma de condimento para engrossar caldos e molhos, no caril malásia (prato típico da região asiática), no macarrão frito siamês e até no preparo de porco.

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Propriedades

Algumas das principais propriedades da noz da índia são as vitaminas, esterois, proteínas, fibras e gorduras que são considerados benéficas para a saúde.

Além disso, a noz da índia é conhecida por conter minerais, como: potássio, ferro, zinco, selênio, magnésio, fósforo e cálcio (substância dominante).

Algumas pesquisas alegam que a noz da índia é formada por aproximadamente 50% de gordura insaturada, ou seja, capaz de reduzir os níveis de LDL, além de prevenir coágulos sanguíneos responsáveis por ataques cardíacos e derrames.

Vitamina B9

Também chamada de ácido fólico, a vitamina B9 atua na maturação das hemácias, que são as células vermelhas do sangue.

Sua carência está relacionada à anemia, má digestão, problemas de pele e gota.

Esterois

Auxiliam na prevenção de doenças cardiovasculares, além de reduzir o colesterol. Podem ser encontrados em alimentos de origem vegetal, como amêndoas, nozes, sementes, feijões, verduras, frutas e legumes.

Flavonoides

Chamados de compostos bioativos, os flavonoides possuem efeito antioxidante. Podem ser encontrados em vegetais e produtos de origem animal. Ainda não existem estudos científicos que comprovem os benefícios dessas substâncias.

Proteínas

As proteínas são formadas por aminoácidos que podem ser divididos em 2 grupos: essenciais e não essenciais.

Na primeira classe estão os aminoácidos que nosso organismo não produz e precisa retirar dos alimentos. Já os não essenciais são produzidos pelo organismo.

Juntos, formam as proteínas, que participam de inúmeras funções no organismo.

Fibras alimentares

Devido às fibras, a noz da índia auxilia no processo de digestão e evacuação, reduzindo as chances de câncer gastrointestinal. Além disso, age eliminando o excesso de colesterol do organismo, principalmente ácidos graxos (gordura) nocivos para o corpo.

Leia mais: Por que comer legumes e verduras?

Gorduras boas

Uma característica interessante relacionada à noz da Índia é o seu alto teor de gorduras poli-insaturadas, mais conhecida como ômega 3. O nutriente possui propriedades anti-inflamatórias.

Minerais

São substâncias que o nosso organismo não consegue produzir e, por isso, precisamos adquirir através de alimentos.

Eles auxiliam nos processos metabólicos, na condução dos impulsos nervosos, na manutenção da atividade celular, entre outras coisas.

Quais os benefícios?

Esse alimento promete prevenir a ansiedade, eliminar a celulite, reduzir a fome e a vontade de comer doces, prolongar a sensação de saciedade, melhorar a qualidade dos cabelos e pele, além de combater hemorroidas. Porém, nenhuma dessas características possui respaldo científico para comprovação.

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Noz da Índia para emagrecer

Criou-se um mito envolvendo a noz da Índia como ideal para o emagrecimento rápido devido às suas propriedades laxativas.

Porém, a diarreia intensa pode levar a desidratação severa, comprometendo rins, batimentos cardíacos, e ocasionando perda de íons, sódio e potássio, elementos que são essenciais para o equilíbrio do organismo.

Ao perder líquido, o organismo apresenta a falsa sensação de emagrecimento. Porém, o corpo está eliminando substâncias que auxiliam no seu bem-estar e na sua saúde.

Lembrando que não existe comprovação científica que afirme a eficácia da noz da Índia na perda de peso.

Leia mais: O que dificulta o emagrecimento? 7 dicas para emagrecer com saúde

Como dá para comprar?

Segundo a Anvisa, fica proibido o consumo em qualquer forma de apresentação, além da divulgação de medicamentos e alimentos que contenham a substância.

Alguns suplementos alimentares possuem noz da Índia em sua composição e podem ser encontrados na internet.

Porém, vale reforçar que "os produtos denominados ou constituídos de 'Noz da Índia' têm sido comercializados e divulgados irregularmente. Nunca houve registros na Anvisa desse insumo", afirma a Agência Nacional.

Dessa forma, a substância é contraindicada para uso.

Mas, em outros países, ela pode ser comercializada como:

Cápsulas

Comercializada em lojas de produtos naturais e suplementos alimentares, a noz da Índia também pode ser encontrada na forma de cápsulas.

A média de preços varia conforme a quantidade, dosagem e fabricante. Além disso, sua quantidade de ingestão diária vai variar de acordo com a concentração das cápsulas.

Não existe no Brasil nenhum produto registrado contendo Aleurites moluccana (noz da Índia). Sendo assim, qualquer produto que esteja divulgado na internet relacionado à essa substância está irregular e não deve ser utilizado.

Gotas

Promete eliminar a gordura localizada, acelerar o metabolismo, combater a celulite, reduzir os níveis de colesterol, regular o intestino, entre outras indicações. Em geral, utiliza-se 2 vezes ao dia, 30 gotas em um copo de água.

Lembrando que, no Brasil, nenhum produto registrado contém Aleurites moluccanus (noz da Índia). Sendo assim, não recomendamos a utilização de qualquer produto contendo essa substância.

Semente

Existe ainda a terceira opção de consumo, que é feita com a noz in natura. Porém, os especialistas alertam o perigo em consumi-la na forma natural, uma vez que a substância é tóxica e pode causar efeitos colaterais indesejáveis.

Como tomar

No Brasil, o consumo e o comércio dessa substância é proibido. Porém, algumas pessoas fazem uso in natura, podendo ocasionar todos os sintomas mencionados anteriormente.

Já na Ásia, a maneira indicada para a utilização é como tempero em comidas típicas. A noz da índia é uma substância que quando fervida, perde suas características tóxicas e, por isso, em quantidades pequenas, continua liberada em alguns lugares.

É comum que as pessoas acrescentem 1/8 da semente em um pouco de água fervida, deixando essa mistura em infusão antes de ingerir, com a justificativa de que as substâncias tóxicas são eliminadas.

Ainda que existam pessoas que recomendem e/ou façam uso da noz da Índia, não aconselhamos ninguém a fazer o uso dessa substância.

Faz mal?

Sim. O consumo da noz da Índia, tanto na versão em chá como em semente, pode gerar efeitos colaterais sérios e seu uso é proibido pela Anvisa.

As reações decorrentes do uso são diversas, podendo variar de leves a extremamente graves. Os sintomas podem ser percebidos entre 20 a 40 minutos após a ingestão da noz.

Leia mais: Termogênico (natural, suplemento): o que é, alimentos, chá, feminino

Quais os efeitos colaterais da noz da Índia?

Existe uma ideia coletiva de que a noz da Índia, por ser natural, não tem propriedades prejudiciais. Porém, é preciso atentar-se de que a informação é falsa e seu consumo pode causar efeitos colaterais, como alergias, dor abdominal e diarreia, sobretudo se for consumida incorretamente ou em quantidades altas.

Por isso, é importante relembrar os possíveis efeitos colaterais dessa substância.

Desidratação intensa

O uso da noz da Índia pode provocar náuseas, vômitos, diarreia e secura das mucosas.

Todos esses sintomas associados podem levar a distúrbios hidroeletrolíticos, ou seja, desidratação acentuada. Esse fato pode contribuir para o comprometimento dos rins (lesões renais) e alteração das funções cardíacas.

Irritação e alergia

Ao mastigar o caroço da semente, que possui saponinas (toxalbumina) e forbol, ambas substâncias tóxicas, podem ocorrer lesões nos lábios e na boca.

Além disso, o consumo da substância pode provocar alergias de pele, provocando coceira, vermelhidão, erupções e descamações da derme.

Quadros neurológicos

A utilização da noz da Índia pode causar danos aos nervos sensoriais, provocando cãibras nos músculos neurais, parestesia (ausência de estímulo), sensação de formigamento, cefaleia e hiporreflexia (diminuição dos reflexos do corpo).

Leia mais: Parestesia: o que é?

Intoxicação hepática

Devido à sua ação laxativa, o consumo da noz da Índia pode gerar distúrbios eletrolíticos (desequilíbrio de minerais), o que afeta o funcionamento dos rins.

Assim, há riscos de se desenvolver uma hepatite (inflamação do rim devido à eliminação de sais minerais importantes) e em alguns casos mais graves até mesmo cirrose.

Contraindicações

Como mencionado anteriormente, a noz da Índia não é recomendada. Porém, o seu uso fica ainda mais restrito e perigoso para gestantes, lactantes e pessoas com histórico de problemas renais, hepáticos e cardíacos.

Além disso, crianças, idosos e pessoas que estejam fazendo o uso de medicamentos contínuos também não devem fazer o uso da noz da Índia independente da finalidade.

Diferenças entre a noz da Índia verdadeira e falsa

Algumas comercializações da noz da Índia acabam sendo equivocadas, uma vez que existe uma semente que se assemelha muito a ela, conhecida como Chapéu de Napoleão.

A Noz da Índia (aleurites moluccana) tem propriedades laxativas e é popularmente conhecida pela promessa de emagrecimento rápido. Há lugares no mundo que a utilizam como tempero.

Já o "Chapéu de Napoleão" (Thevetia peruviana), comercializada erroneamente como noz da índia, tem todas as suas partes tóxicas, da raiz às folhas.

Isso porque, possui grandes concentrações de glicosídeos cardiotônicos (composto que atua diretamente no miocárdio), podendo causar parada cardíaca, ou até levar à morte.

Outros sintomas relacionados ao consumo dessa planta são: náuseas, vômito e dores musculares.

Mas o aspecto físico pode servir para diferenciá-las. Isso porque, a semente do chapéu de napoleão costuma ser um pouco maior e sua casca é lisa. Já a Noz da Índia pode ser reconhecida pela casca peludinha.

Perguntas frequentes

Noz da Índia pode matar?

Segundo uma pesquisa da Universidade de Vila Velha (ES), devido às toxinas presentes na substância, podem ocorrer complicações e, em casos mais graves, o óbito.

Já foram registrados relatos de mortes e intoxicações graves devido à noz da Índia em São Paulo, Goiás e Vitória.

Noz da Índia causa inchaço?

Não existe nenhuma comprovação relacionando o uso da noz da Índia com inchaço. Porém, é possível perceber lesões renais consequentes dos distúrbios hidroeletrolíticos.

Ainda, é preciso reafirmar que não existe respaldo científico que comprove a eficácia dessa planta para consumo diário com fins de emagrecimento.

Leia mais: Drenagem linfática: benefícios, preço, no pós-operatório, emagrece?

Noz da Índia corta o efeito do anticoncepcional?

É possível. A noz da índia muitas vezes acaba desregulando o ciclo menstrual da mulher, antecipando, atrasando ou simplesmente alterando o ciclo menstrual.

Leia mais: Interação medicamentosa: o que corta o efeito do anticoncepcional?

Apesar de não haver estudos específicos sob os efeitos e interação com a pílula, há riscos associados.


A noz da Índia contém substâncias tóxicas e os efeitos colaterais podem ser perigosos para quem arrisca utilizar o produto. Para ter uma vida saudável e o peso ideal, procure ter uma alimentação balanceada e praticar exercícios físicos.

Compartilhe esse artigo para que mais pessoas saibam sobre os riscos da noz da Índia e para que fiquem atentos a produtos como esse!

Continue acompanhando nossos artigos sobre alimentação e bem-estar!

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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