Saúde

O que é HIV e AIDS: qual a diferença? Sintomas e tratamento

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 15/10/2018Última atualização: 05/01/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 15/10/2018Última atualização: 05/01/2023
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Freddie Mercury, Cazuza, Renato Russo, Magic Johnson, Gia Carangi, Caio Fernando Abreu e Michel Foucault. Todos esses nomes têm algo em comum: são de personalidades que foram infectadas pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, o HIV (sigla em inglês).

O que começou sendo considerado por muitos como um “câncer gay”, através do ativismo e desenvolvimento em pesquisa, passou a não assustar tanto, já que todo esse esforço coletivo levou ao desenvolvimento de tratamentos eficazes.

Apesar de todos esses avanços, ainda é preciso ter muito cuidado com o vírus HIV, pois ser infectado por ele pode trazer mudanças drásticas para a vida de uma pessoa. Saiba mais sobre o HIV no texto a seguir!

Índice — Neste artigo, você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é HIV?
  2. HIV e Aids: qual a diferença?
  3. Tipos
  4. Causas: como o vírus ataca o organismo?
  5. Transmissão
  6. Fatores de risco
  7. Alta incidência de HIV em jovens e idosos
  8. Sintomas do HIV
  9. Sintomas da Aids
  10. Diagnóstico: como saber se tenho HIV?
  11. Janela imunológica: quanto tempo devo esperar para fazer os testes?
  12. Tem cura?
  13. Qual o tratamento?
  14. Medicamentos
  15. Profilaxia: o que é PrEP e PEP?
  16. Programa Nacional de Combate à Aids
  17. Convivendo
  18. Prognóstico
  19. Complicações
  20. Como prevenir o HIV?
  21. Perguntas frequentes

O que é HIV?

O HIV é um vírus ou, mais especificamente, um retrovírus que infecta as células de defesa do organismo. Se não for tratada, pode fazer com que o paciente manifeste a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a aids.

A doença é considerada uma IST, ou Infecção Sexualmente Transmissível, pois uma de suas vias de transmissão se dá através da relação sexual desprotegida com pessoas infectadas. Contudo, a doença também possui outras formas de transmissão, como transfusão de sangue ou o compartilhamento de agulhas e alicates de unha.

Ainda não há cura para a infecção por HIV, mas o tratamento ajuda o paciente a levar uma vida normal e, até mesmo, a ter uma expectativa de vida próxima à de pessoas que não foram contaminadas.

A doença só foi descoberta em 1981 e os cientistas especulam que ela tenha surgido primeiramente nos chimpanzés e depois começou a infectar os seres humanos.

Segundo a Dra. Mônica Gomes, o vírus do HIV é derivado do vírus da imunodeficiência símia, também conhecido como SIV, que acomete principalmente os chimpanzés. “Existem algumas evidências históricas de momentos em que determinadas populações africanas passavam por períodos de guerra civil e, com isso, iam morar nas florestas. Para sobreviver, matavam os macacos para comer a sua carne. Nesse momento, acabavam entrando em contato com sangue infectado”, explica. “Esse contato do sangue do ser humano com o sangue do macaco promoveu uma possibilidade de evolução e adaptação do SIV no ser humano.”

A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) pode ser encontrada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) através do código B24.

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HIV e Aids: qual a diferença?

Muitas pessoas se confundem e acreditam que o HIV e a aids são a mesma coisa. Contudo, dizemos que um paciente é soropositivo quando ele foi infectado pelo HIV.

A aids, por outro lado, acontece quando a pessoa infectada pelo HIV tem o seu sistema imunológico comprometido pela ação do vírus, ou seja, quando a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida se manifesta.

Quando o vírus HIV entra em ação, o sistema imunológico é acometido e não luta contra os invasores causadores de doenças de maneira eficaz.

Dessa forma, o paciente fica mais suscetível mesmo às infecções mais simples e suas complicações. Isso faz com que, para um paciente com aids, uma pneumonia

 possa se transformar em uma infecção grave que o faça correr risco de morte.

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Tipos

De maneira geral, existem 2 tipos de HIV, o HIV-1 e o HIV-2. O HIV-1 é o mais comum no mundo e foi descoberto pela comunidade científica antes. O HIV-2, por outro lado, é menos patogênico e sua presença se limita à parte da África Ocidental.

A diferença dos dois está no fato de que o HIV-2 produz uma quantidade de partículas virais menor do que o HIV-1, mas, de maneira geral, ambos têm praticamente a mesma ação no organismo.

É por essa razão que pessoas que já tem HIV devem usar preservativo mesmo com pessoas que também têm. Primeiramente porque não dá para saber qual dos tipos de vírus está afetando o seu parceiro e, principalmente, porque as pessoas podem ser infectadas pelos 2 tipos do vírus. Nesses casos, a infecção tem potencial de se tornar ainda mais grave do que já é.

Causa: como o vírus HIV ataca o organismo?

A infecção pelo HIV acontece quando há contato com o vírus, ou seja, quando a pessoa tem relação sexual desprotegida com alguém contaminado ou quando compartilha seringas, por exemplo.

A principal causa da aids, por outro lado, é a ação do HIV no organismo. Sendo mais específico, o HIV pertence à família dos retrovírus, um tipo de vírus que não usa o DNA como seu material genético, mas o RNA. Para entender a ação do vírus, entretanto, precisamos relembrar alguns conceitos sobre biologia celular.

O DNA nada mais é do que a molécula que compõe o nosso código genético. Ele é formado por uma dupla fita de bases nitrogenadas que, dentro do núcleo das células, sofrem um processo chamado de transcriptase, que transforma o DNA em RNA.

Por outro lado, o RNA é como se fosse o mensageiro do DNA. Ele é uma espécie de “cópia” de uma parte do DNA e serve para levar informações para o citoplasma e para outras organelas celulares (que são partes da estrutura das células).

Por sua vez, as organelas celulares vão usar essa informação trazida pelo RNA para produzir nutrientes e compostos essenciais para o funcionamento do organismo.

Para explicar através de um exemplo palpável, vamos usar como exemplo uma célula da vesícula biliar. Uma célula individual da vesícula biliar, assim como todas as células do corpo humano, possui, dentro do núcleo, o DNA, que contém o código genético de todo o organismo. Ela, entretanto, é especializada em produzir a bile, então a maioria do DNA não vai ser utilizado no seu funcionamento mecânico.

Para produzir a bile, somente uma parte específica do DNA dessa célula se transforma em RNA (processo de transcriptase). Essa pequena fita de RNA é transportada até uma organela celular que vai traduzi-la e iniciar o processo de formação da bile.

O que acontece com os retrovírus, e por consequência com o HIV, é que eles invertem o processo da transcriptase e fazem o RNA fazer o caminho inverso, ou seja, ir do citoplasma da célula para o núcleo. Esse processo é chamado de transcriptase reversa.

Na transcriptase reversa, o RNA do vírus entra na célula e é traduzido para DNA, fazendo com que a própria célula comece a produzir RNA viral, ou seja, reproduzindo o vírus.

O problema está no tipo de célula que é atacada e sofre desse processo. No caso do HIV, as células de preferência do retrovírus são os linfócitos T, um tipo de leucócito, ou glóbulos brancos, que são as células do nosso sistema imunológico.

Os linfócitos, por outro lado, são os “mensageiros” do sistema imune. Eles desempenham o papel de identificar microorganismos invasores e avisar o resto do sistema imune que o corpo está passando por uma infecção.

O vírus HIV ataca mais especificamente os linfócitos T CD4, conhecidos como auxiliadores do sistema imune, que têm como função coordenar os mecanismos de defesa do organismo contra bactérias, vírus e fungos.

Ao atacar esses linfócitos, o HIV faz com que o corpo fique sujeito a infecções e suas complicações, mesmo as simples, como uma gripe. Isso, entretanto, só acontece quando existe uma carga viral muito alta no organismo.

Com o diagnóstico e o uso de medicamentos, é possível impedir que a infecção pelo vírus HIV se desenvolva e se transforme em aids.

Ou seja, a causa do HIV é o contato com o vírus, enquanto a causa da aids é o enfraquecimento do sistema imune.

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Transmissão: mitos e verdades

O vírus do HIV é transmitido através de relação sexual desprotegida com uma pessoa infectada, do compartilhamento de seringas e agulhas, e da transfusão de sangue. Existem muitos mitos e verdades sobre a transmissão do HIV e vamos desmistificá-los aqui. Confira:

HIV passa pela saliva?

Não! Não existe quantidade de vírus suficiente na saliva de uma pessoa para que ocorra a transmissão através do beijo ou troca de saliva. Mesmo se a pessoa estiver com um corte na boca, a chance de transmissão através dessa via é muito baixa para ser sequer considerada.

É preciso haver penetração para a transmissão do HIV?

Não! A liberação de fluidos e secreções que ocorrem ainda durante as preliminares pode transmitir o vírus de uma pessoa para a outra.

O vírus do HIV atravessa o látex do preservativo?

Não! O látex impede a troca de secreções e fluidos, impedindo a transmissão do vírus. Se usado corretamente, o preservativo impede com altíssimo grau de sucesso a transmissão do vírus.

Saiba mais: Preservativo (camisinha): masculino, feminino e como usar

Quem tem HIV precisa usar preservativo se o parceiro também tiver o vírus?

Sim! Mesmo se o parceiro também tiver infecção por HIV, é necessário usar preservativo em todo contato íntimo, pois existem diferentes subtipos de HIV. A verdade é que não dá para saber exatamente qual subtipo do vírus o seu parceiro tem.

Então, ao fazer relação com alguém que também está infectado sem proteção, você corre o risco de ser infectado por mais de um subtipo do vírus, e isso dificulta o tratamento.

Sexo oral transmite HIV?

Sim! Durante o sexo oral, ocorrem trocas de fluidos que podem estar contaminados, causando a transmissão. Por isso, use a camisinha até mesmo nessa ocasião.

Compartilhar brinquedos sexuais é outra forma de transmissão. Caso você queira muito dividir com o seu parceiro, use uma preservativo individual cada vez que o brinquedo for compartilhado de uma pessoa para outra.

HIV só passa através do sexo anal?

Não! A transmissão do HIV, como vimos anteriormente, acontece pela troca de fluidos e secreções, então mesmo o sexo vaginal e oral podem transmitir a infecção.

É possível contrair o vírus do HIV em estúdios de tatuagem?

Sim! Todos os instrumentos de um estúdio de tatuagem devem ser completamente esterilizados e, dependendo do local e de seus donos, pode ser que isso não aconteça ou que não seja realizado da maneira correta.

É muito importante que, ao fazer uma tatuagem, você escolha um estúdio de confiança e conhecido por suas práticas de higiene e que utilize materiais descartáveis.

Fatores de risco

O HIV não possui uma preferência por quem infectar. Portanto,qualquer um que seja sexualmente ativo está sujeito a ser infectado. Entenda mais:

Não usar camisinha

Qualquer pessoa que mantenha relações sexuais sem proteção com outra pessoa infectada corre o risco de ser infectado pelo HIV.

Mas pode acontecer de não haver contágio? Teoricamente sim. É possível que o parceiro infectado esteja com uma carga viral muito baixa, entretanto, essa é uma situação de risco muito alto. Por isso, use preservativo sempre. Não vale a pena correr o risco de ser infectado.

Compartilhamento de seringas e agulhas

Uma das formas de se transmitir o HIV é através do compartilhamento de seringas. A infecção por essa via acontece especialmente em dependentes químicos de drogas como a cocaína e heroína, que podem fazer uso de agulhas em seu consumo.

Também é possível que esse tipo de transmissão ocorra em hospitais que reutilizam materiais ou estúdios de tatuagem que não higienizam seus equipamentos da maneira apropriada.

Portanto, busque sempre ter certeza da qualidade da higiene dos lugares em que você pode se expor a essas situações de risco.

Transfusão de sangue

Pode acontecer de o doador de sangue estar infectado com o vírus e transmitir a doença através da transfusão. Esse tipo de transmissão, entretanto, é muito raro tendo em vista os cuidados tomados pelas equipes médicas dos bancos de sangue.

Transmissão vertical

Caso a mulher grávida esteja infectada pelo vírus HIV, pode acontecer a transmissão de mãe para filho, também chamada de transmissão vertical. Essa situação pode ser evitada se a futura mamãe buscar orientação médica e tomar as devidas medidas de precaução e tratamento.

Falta de diálogo

Uma das principais razões para os índices de HIV continuarem altos é a desinformação, que, em grande parte, tem como sua causa principal a falta de diálogo. O sexo ainda é um enorme tabu para a maior parte dos brasileiros, o que faz com que o diálogo sobre o assunto seja difícil.

Ainda vivemos em um país que, em sua maioria, enxerga a relação sexual como um tabu muito grande, que não conversa com seus filhos sobre os perigos do sexo sem proteção e que se nega a educar os adolescentes sobre a sexualidade, assunto com o qual vão conviver, inevitavelmente, especialmente naquela fase da idade.

Com isso, tanto os pais como os filhos têm vergonha de tocar no assunto, acham constrangedor e acabam preferindo se calar ao invés de conversar sobre, o que acaba representando um grande fator de risco para a transmissão da doença.

Não à toa, o número de casos de infecção por HIV em jovens entre 15 e 19 anos triplicou, saltando de 2,4 para 6,9 casos a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Ministério da Saúde.

Ter sido diagnosticado com outra IST

Estatisticamente, pessoas que já tiveram outras IST têm mais risco de ser infectadas pelo HIV.

Não somente porque, teoricamente, tendem a se expor mais a situações de risco, mas também porque muitas ISTs causam inflamações na genitália, o que facilita, por exemplo, o surgimento de feridas que podem servir de entrada para o HIV.

Uma doença acaba facilitando a entrada de outra, portanto, pacientes que já tiveram tricomoníasecandidíase (que não é considerada uma IST, mas que causa inflamação das genitálias) ou HPV, por exemplo, podem ser considerados um grupo de risco para o HIV.

Exclusão social

Um fator que colabora para o risco aumentado de contrair HIV é a exclusão social. Pessoas que não têm acesso à educação, vítimas de LGBTfobia, obrigadas a se prostituir e também por fatores incontroláveis como raça e cor, acabam tendo menos acesso aos métodos de prevenção, o que as deixa mais suscetíveis à infecção pelo HIV.

Com isso, pode-se dizer que parte da população de risco são:

  • Homens que têm relações sexuais com outros homens;
  • Transgênero;
  • Profissionais do sexo.

Alta incidência de HIV em jovens e idosos

Apesar dos avanços proporcionados pelo ativismo e pesquisa, que permitiram a invenção de um tratamento para infecção de HIV, cuidados com a prevenção com relação a esse vírus não podem ser ignorados.

Segundo dados do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das ISTs, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, há uma diminuição nas taxas de detecção do HIV em todas as faixas etárias, com exceção dos jovens entre 15 a 19 anos e em pessoas maiores de 60 anos.

“O que é comum às duas populações é que, apesar do conhecimento de que a infecção está aí há bastante tempo, os métodos de prevenção são pouco utilizados”, explica a Dra. Mônica Gomes. “Na população mais jovem, a gente vê que a adesão ao preservativo é baixa por conta de um otimismo com relação ao tratamento. O tratamento melhorou de fato, entretanto, isso faz com que se tenha menos receio de ser infectado.”

Quanto ao aumento nas populações mais velhas, Dra. Mônica explica que “existem problemas culturais na faixa etária mais velha. Nessa faixa, se tem menos hábito de usar preservativo, até porque, quando era mais jovem, essa geração não tinha nem o conceito de preservativo.”

Mesmo não parecendo tão perigosa quanto antigamente, a infecção por HIV tem grandes consequências na vida das pessoas, que têm de mudar radicalmente a sua rotina justamente para evitar as complicações dessa infecção, que continuam sendo as mesmas de 30 anos atrás.

Sintomas do HIV

Os sintomas do HIV costumam aparecer por volta de 10 dias depois da infecção, porém, nesse período, o vírus ainda não é identificável no organismo, pois não houve tempo o suficiente para que o corpo produzisse anticorpos anti-HIV.

De modo geral, leva-se por volta de 30 a 60 dias para que o organismo comece a produzir esses anticorpos, que são identificáveis por meio de exames.

No começo da infecção, os sintomas são muito parecidos com os de uma gripe comum, incluindo manifestações como febre e mal-estar. Por essa razão, a grande maioria dos casos passa despercebida, já que o paciente acha que está com um simples resfriado.

Primeiros sintomas do HIV

Além da febre e do mal-estar, os principais sintomas desses primeiros momentos de infecção costumam ser:

  • Diarreia prolongada;
  • Emagrecimento;
  • Fraqueza;
  • Problemas no pulmão;
  • Dificuldades no desenvolvimento em crianças infectadas.

Menos frequente (10% dos casos), pode acontecer do paciente apresentar também:

  • Aumento do fígado;
  • Aumento do baço;
  • Surgimento de úlceras orais, anais ou genitais;
  • Quadros de diarreia e vômitos, que podem levar ao emagrecimento de até 5kg.

Quando a pessoa é portadora do vírus HIV, pode ser que os sintomas não sejam muitos mais graves do que esses. O grande indicativo da manifestação da infecção, porém, é quando os sintomas começam a ficar mais parecidos com os da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, a aids.

Essa demora no aparecimento dos sintomas acontece por conta do período de incubação do vírus, que, após infectar o organismo, fica em estado de latência.

Nessa fase, como explica a infectologista, Dra. Mônica Gomes, “existe uma luta entre a imunidade e o vírus e, após um período de 6 a 10 semanas, o sistema imune, preservado inicialmente, consegue controlar a replicação do vírus”.

Essa luta com o vírus na fase inicial não afeta tanto o funcionamento do organismo, pois “ele fica numa quantidade muito pequena. Ao longo do tempo, o vírus vai criando mutações para vencer a resposta imunológica e vai matando as células de defesa até que o paciente fique doente. Esse processo tende a durar, em média, 8 anos”.

Sintomas da Aids

No caso da aids, os sintomas se dividem em duas fases, a fase sintomática inicial e a infecção aguda. Entenda:

Primeiros sintomas da Aids

No começo, quando o vírus ainda não afetou de forma grave o organismo, os sintomas costumam ser bem característicos e facilmente identificáveis, o que faz com que os médicos tenham relativa facilidade na hora de levantar uma suspeita. São eles:

  • Aparecimento de candidíase oral;
  • Sensação constante de cansaço (fadiga);
  • Aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e pescoço;
  • Diarreia;
  • Febre;
  • Fraqueza orgânica;
  • Transpiração noturna;
  • Perda de peso superior a 10%.

Entretanto, é sempre válido lembrar que os sintomas podem não ser os mesmos para todos os pacientes e não é somente quando todos esses estão presentes que se pode levantar uma suspeita de aids.

Sempre consulte seu(a) médico(a) antes de assumir qualquer suposição. Ele é o profissional mais qualificado para tal tarefa e vai pedir todos os exames necessários para um diagnóstico confirmatório.

Sintomas da infecção aguda da aids

A infecção aguda é quando o vírus já se espalhou bastante pelo organismo, prejudicando o funcionamento do sistema imunológico. Por essa razão, os sintomas se tornam ainda mais característicos. São eles:

  • Dores de cabeça constantes;
  • Estado de prostração: quando o paciente se encontra extremamente abatido, física e mentalmente;
  • Feridas na boca, esôfago e órgãos genitais;
  • Falta de apetite;
  • Ínguas e manchas de pele que surgem e desaparecem após alguns dias;
  • Perda excessiva de peso (maior que 10%);
  • Náuseas e vômitos;
  • Sensibilidade aumentada à luz;
  • Alteração dos gânglios linfáticos;
  • Faringite;
  • Dores musculares e nas articulações.

Vale lembrar que os sintomas das fases anteriores podem também se fazer presentes nessa e que nem sempre todos esses sintomas vão atingir um paciente.

Diagnóstico: como saber se tenho HIV?

O diagnóstico da infecção do HIV normalmente se faz por meio de exames de sangue e outros testes que costumam ser pedidos pelo clínico geral ou pelo infectologista. 

Também é muito comum que o HIV seja diagnosticado na hora que o paciente vai doar sangue. Até o momento, ele não sabe que tem a infecção, mas como o banco de sangue, por questões de segurança, sempre testa uma amostra antes de repassar para um paciente com necessidade, o HIV acaba sendo diagnosticado e o resultado é repassado ao doador.

Confira os principais métodos de diagnóstico do HIV:

Teste ELISA

O teste ELISA, ou Ensaio de Imunoabsorção Enzimática, serve para identificar anticorpos específicos em uma amostra de sangue, sendo usado para o diagnóstico de diversas doenças, não só infecções, como as autoimunes e alergias.

Quando anticorpos anti-HIV são detectados no sangue, é necessário fazer a realização de outro exame adicional, o chamado teste confirmatório. Os principais são os Western Blot, o Teste de Imunofluorescência Indireta (no caso do HIV-1) e o Imunoblot.

Esses testes de confirmação são necessários porque os exames podem dar falso-positivo, sobretudo se o paciente for portador de doenças como artrite reumatoidedoenças autoimunes e alguns tipos de câncer.

Teste Western Blot

O teste de Western Blot é feito com uma coleta de sangue normal, sendo considerado um teste confirmatório, ou seja, só é indicado nos casos em que o teste ELISA deu positivo para HIV. Nesse teste, mais específico, os exames laboratoriais buscam encontrar fragmentos do HIV.

Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1

Este teste, como o próprio nome já diz, é específico para o HIV tipo 1 e funciona através da detecção de anticorpos anti-HIV. Para o exame, uma amostra do sangue do paciente é adicionada a uma placa de microscópio, em que é realizada a leitura em microscópio de imunofluorescência.

Imunoblot

Outro teste confirmatório, o Imunoblot possui a vantagem de ser mais específico que os demais, apesar de ser menos sensível (ou seja, os casos de resultado falso-negativo são menores, mas o exame tem mais chances de dar falso-positivo). Entretanto, é mais caro do que os demais e é majoritariamente utilizado para confirmar a infecção de HIV-1.

Teste rápido

A grande diferença do teste rápido para os demais é que o resultado do exame sai no mesmo dia, cerca de 30 minutos ou 2 horas depois da coleta.

A vantagem desse método é que o paciente pode saber o resultado já no momento da consulta médica, o que aumenta a rapidez na hora de receber aconselhamento pré e pós-teste.

O teste é oferecido pelo SUS, gratuitamente, ou pode ser comprado em farmácias. Sua realização é simples e necessita apenas de uma pequena gota de sangue.

Fluido oral

Esse é o tipo de teste mais recente e utiliza amostras de fluidos retirados da boca, especialmente da gengiva e da mucosa da bochecha. O resultado sai dentro de 30 minutos, sendo que é possível realizá-lo em qualquer lugar de maneira prática e fácil.

Ainda assim, esse teste serve apenas como triagem, o que significa que, se der positivo, o paciente ainda terá a necessidade de fazer um teste confirmatório.

Janela imunológica: quanto tempo devo esperar para fazer os testes?

Após se expor a uma situação de risco, o ideal é que o paciente faça algum dos testes para HIV o mais rápido possível e que os repita depois de 30 dias.

Na maior parte dos casos, mesmo com um resultado negativo, o médico ainda vai pedir que você realize o teste novamente depois de 90 dias. Esse método é adotado porque existe um fator chamado janela imunológica.

A janela imunológica nada mais é do que o tempo necessário para o teste ficar positivo para o HIV. Ou seja, é o tempo contado a partir da exposição ao vírus até o momento em que ele fica “visível” aos exames.

Considerando todos os exames disponíveis e os mais utilizados hoje para a detecção do HIV, o tempo da janela imunológica pode variar de 15 até 90 dias. Portanto, é melhor realizar os testes e depois repeti-los dentro do período recomendado pelo seu médico.

Tem cura?

Não. Infelizmente, a infecção pelo HIV ainda não tem cura, pois o vírus não pode ser eliminado do corpo.

Os cientistas tentam há anos encontrar alguma forma de curar o HIV ou então de desenvolver uma vacina, mas quase todas as tentativas, não obtiveram resultados satisfatórios.

Entretanto, apesar de não ter cura, o HIV tem tratamento e, através dele, o paciente consegue viver uma vida sem grandes complicações. Estima-se, inclusive, que com o tratamento correto, a expectativa de vida de pacientes soropositivos seja quase a mesma de pessoas que não sofreram infecção.

O caso do Paciente de Berlim

Timothy Ray Brown, ou Paciente de Berlim, como ficou conhecido mundialmente, foi diagnosticado com HIV em 1995. Desde então, fez o tratamento com o uso de antirretrovirais e conseguia controlar bem a sua carga viral (quantidade de vírus circulando no organismo).

Estadunidense, Timothy havia se mudado para a Berlim, na Alemanha, quando, em 2006, foi diagnosticado com outro problema que agravava ainda mais o seu quadro: a leucemia, um tipo de câncer que ocorre na formação das células do sangue, dificultando a capacidade do organismo de combater infecções.

Após passar por uma série de tratamentos sem sucesso, em 2007, os médicos decidiram tentar fazer um transplante de medula óssea como última opção. Timothy teve sorte e conseguiu receber um segundo transplante de medula óssea depois de o primeiro não ter funcionado efetivamente.

O tratamento foi um sucesso: Timothy conseguiu se curar da leucemia. Contudo, uma nova surpresa veio nos exames posteriores, quando os médicos verificaram o vírus do HIV não era mais detectado no sangue mesmo sem fazer o uso do coquetel de medicamentos.

Depois de muito especular, os especialistas chegaram à conclusão: o paciente que doou a medula óssea para Timothy sofria de uma mutação que impedia que o vírus HIV entrasse nas células e se propagasse. Em outras palavras, o doador era imune ao HIV e, depois de receber o transplante de medula, Timothy também se tornou. 

Agora, como o vírus não conseguia se propagar, foi eliminado do organismo. Com isso, Timothy se tornou o primeiro e único paciente a ser curado do HIV até agora. Contudo, esse tratamento não pode ser utilizado na maioria dos pacientes, porque um transplante de medula óssea envolve um risco de morte bastante elevado.

Qual o tratamento?

Como dito anteriormente, não foi descoberta nenhuma cura para o HIV, mas o tratamento é possível através do uso de antirretrovirais, um tipo de medicamento que foi desenvolvido na década de 1980 e que ajuda a impedir a multiplicação do vírus.

Tais medicamentos não têm o objetivo de matar o vírus, mas de evitar o comprometimento do sistema imune causado pela infecção. Através do uso correto, a qualidade de vida do paciente melhora, elevando, inclusive, a expectativa de vida para níveis normais.

O Brasil, diferente de muitos outros países, distribui os medicamentos de maneira gratuita para todos os que precisam pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, desde 1996. Em 2022, porém, o SUS passou por dificuldades para manter o programa em decorrência de cortes orçamentários.

Conhecido popularmente como “coquetel anti-aids”, estima-se que aproximadamente 694 mil pessoas fazem uso desses medicamentos. Via de regra, o tratamento é feito através de 3 medicamentos, entretanto, existe um consenso no Brasil feito pelo Ministério da Saúde, que combina os medicamentos.

Por isso, existe 1 único comprimido composto por lamivudinatenofovirefavirenz. Cada um desses medicamentos possui uma ação no organismo e, quando esse tratamento não é eficaz, é essencial que a terapia seja feita de maneira individual, considerando o quadro do paciente.

Ainda são utilizados outros medicamentos que visam prevenir doenças oportunistas, mas, de modo geral, assim que o paciente apresenta uma melhora dos sintomas e que sua carga viral se encontra diminuída, eles são suspensos.

Medicamentos

Os principais medicamentos utilizados no tratamento e controle do HIV são:

Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa

Os inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, como o próprio nome já diz, buscam impedir que o vírus realize alterações na célula, mais especificamente o processo de transcriptase reversa, que é essencial para a propagação do vírus no organismo. Os principais medicamentos são:

Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa

Esses medicamentos também visam atrapalhar o processo de transcriptase reversa. São eles:

Inibidores de Protease

Esses medicamentos atuam diretamente sobre a enzima protease, sempre buscando bloquear a sua ação e impedir a produção de novas cópias do vírus. São eles:

Inibidores de fusão

Esses medicamentos funcionam mais ou menos como o que aconteceu com o paciente de Berlim, impedindo que o vírus sequer entre nas células. O principal medicamento utilizado com esse objetivo é a Enfuvirtida.

Inibidores da integrase

O principal objetivo dessa classe de medicamentos é impedir a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano, inibindo, assim, a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. O principal medicamento dessa classe é o Raltegravir.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. 

As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.

Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Profilaxia: o que é PrEP e PEP?

O PrEP e a PEP são medicamentos utilizados para impedir a contaminação pelo vírus HIV depois da exposição a uma situação de risco. É muito importante ressaltar que a PEP e a PrEP não substituem a camisinha. Entenda a diferença:

Profilaxia Pós-Exposição (PEP)

A PEP deve ser utilizada depois que a pessoa não infectada teve um possível contato com o vírus. Trata-se de um medicamento antirretroviral que tem como o principal objetivo impedir que a pessoa seja infectada. Costuma-se utilizar em situações como:

  • Violência sexual;
  • Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha);
  • Acidentes com instrumentos de trabalho possivelmente infectados, como agulhas ou seringas.

Para que esse medicamento funcione, o tratamento deve ser feito logo após a possível exposição ao vírus, dentro de um período máximo de 72 horas (3 dias) e deve ser tomado por 28 dias.

Profilaxia Pré-Exposição (PrEP)

A PrEP, por outro lado, é uma classe de medicamentos que é tomada antes da exposição ao vírus HIV e tem como objetivo reduzir a probabilidade de infecção. Contudo, só deve ser utilizada por pacientes que podem ter alto risco de contaminação pelo HIV.

Esse medicamento não é para qualquer pessoa e não serve para emergências.Tem prioridade para o uso desse medicamento homens gays, homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans, trabalhadores(as) dos sexo e casais em que uma pessoa está infectada e a outra não, ou seja, as chamadas “populações-chave”.

Saiba mais: AIDS e HIV: entenda o tratamento antirretroviral e efeitos

Programa Nacional de Combate à Aids

O primeiro caso de aids ocorreu no Brasil em 1980, em São Paulo, mas só foi classificado como tal em 1982. Em 1985, foi instituído o GAPA (Grupo de Apoio e Prevenção à Aids) no país, a primeira ONG da América Latina a combater a então chamada “síndrome da imunodeficiência” (terminologia que caiu em desuso).

Em 1986, foi criado o Programa Nacional de DST e AIDS e, em 1987, começou-se a oferecer o tratamento com AZT, um medicamento para câncer que reduzia a multiplicação do vírus HIV.

Em 1991, começou o processo de aquisição e distribuição gratuita dos antirretrovirais, que viria a ser eleito pela ONU como a melhor política pública do mundo no combate à aids por conta da sua incidência global.

Ao longo dos anos, os programas nacionais de combate à aids sofreram alterações e aumentaram sua abrangência, sendo que hoje os pacientes soropositivos contam com direito a tratamentos e assistência especializados.

Como posso ter acesso aos serviços?

Desde 1996, o Brasil distribui os medicamentos para o tratamento da infecção por HIV gratuitamente em todo território nacional. Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 694 mil pessoas recebem os remédios, sendo que há uma estimativa de que mais ou menos 920 mil pessoas estão infectadas.

Os métodos para o recebimento dos medicamentos antirretrovirais, conduto, variam de acordo com a região do país e da cidade em que você mora. Para mais informações, ligue na Secretaria de Saúde do seu município ou se informe nos postos de saúde e hospitais da sua cidade.

O recebimento dos medicamentos é um direito de todo paciente soropositivo e é importante tanto para sua saúde, como para o combate ao vírus.

Convivendo

Conviver com o HIV pode parecer uma tarefa difícil e de fato é. Entretanto, é importante lembrar que o diagnóstico do HIV não é uma sentença de morte.

Receber o diagnóstico e não se abalar com isso é uma tarefa hercúlea, quase impossível, mas nessas horas o importante é tentar manter a calma e procurar auxílio emocional naqueles que você sente confiança, sejam amigos ou familiares.

Ao contrário do que muitos imaginam, a diferença na expectativa de vida entre pacientes infectados pelo HIV e não infectados não é tão grande. Na realidade, com o tratamento adequado e com a adoção de algumas mudanças de vida, tudo vai ficar bem.

Entenda melhor o passo a passo para conviver melhor com esse diagnóstico que pode parecer tão assustador:

Tire um tempo para si

A notícia de que se é soropositivo é bastante impactante. Por isso, é importante que você tire um tempo para absorver a informação e processá-las corretamente.

Nesse tempo, o contato com amigos e familiares é muito importante, pois, independente do que acontecer, essas são pessoas que vão estar do seu lado, te ajudando no tratamento e no dia a dia.

Tente lidar melhor com os sentimentos

Especialmente quando se contrai o HIV por meio de relação sexual desprotegida ou do compartilhamento de agulhas contaminadas durante o uso de drogas, sentimentos de arrependimento e culpa podem ser muito fortes.

É importante que você se esforce para não deixar que eles te abalem emocionalmente. É uma tarefa difícil, mas você pode, novamente, pedir ajuda para seus amigos e familiares nessas horas.

Ou então, caso esteja muito difícil lidar com todas essas emoções, você pode procurar auxílio de psicólogos ou psiquiatras, ou então se dirigir a grupos de apoio, onde existem pessoas que estão passando (ou já passaram) pela mesma situação.

Informe seu médico

Se você contraiu o HIV, algumas mudanças vão precisar ser feitas em sua vida. Uma delas, talvez a mais importante, é melhorar o seu acompanhamento médico.

Muitas vezes, durante a vida, deixamos de dar à nossa saúde toda a atenção necessária. No momento em que se é diagnosticado com HIV, esse comportamento deve mudar.

Isso porque é muito importante que você impeça a progressão da infecção, diminuindo suas chances de desenvolver a aids. Para isso, a atenção e os cuidados médicos são essenciais.

Faça todos os testes

É imprescindível que você faça todos os exames e testes que seu médico pedir. Dessa forma vocês vão encontrar a melhor forma de conduzir o tratamento e impedir a progressão da doença.

Tome a medicação

As instruções médicas devem ser seguidas na ponta do lápis, especialmente se os sintomas se apresentarem de maneira grave. E lembre-se: nunca pare de tomar a medicação por conta própria.

Efeitos colaterais

Infelizmente, as medicações para conter a progressão do HIV no organismo podem trazer alguns efeitos colaterais desagradáveis. Por isso, converse bastante com o seu médico e se prepare, pois muito provavelmente eles virão.

Enquanto alguns pacientes apresentam efeitos colaterais mais incômodos, outros são mais brandos. Vai depender de cada caso. Também é muito importante que você relate ao seu médico tudo que você sentiu com o uso dos medicamentos, pois, quem sabe, a medicação escolhida não tenha sido a mais adequada.

Alguns efeitos colaterais comuns do tratamento do HIV são:

  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Diarreia;
  • Alterações cardíacas;
  • Pesadelos;
  • Perda de memória;
  • Falta de ar;
  • Erupções cutâneas.

Tome medidas de segurança

Ser soropositivo não significa que você nunca mais vai poder abraçar ou beijar uma pessoa, afinal, uma boa notícia é que não se transmite o vírus pelo beijo!

Entretanto, na hora das relações sexuais, é muito importante usar preservativo sempre, mesmo que o seu parceiro também seja soropositivo e mesmo se a sua carga viral esteja controlada.

Conte sobre o seu diagnóstico para todos os parceiros sexuais que você tem ou teve

É muito importante que as pessoas com quem você se relacionou saibam do seu diagnóstico. Como o vírus pode demorar anos até se manifestar de verdade, pode ser que, sem querer, você tenha passado o vírus para frente.

Dessa forma, as pessoas com quem você já se relacionou também vão poder fazer o teste e saber se carregam ou não o vírus. Dessa forma, você vai estar combatendo a doença ativamente!

Mantenha uma dieta saudável

Agora, mais do que nunca, é importante manter o organismo em dia, pois uma boa alimentação auxilia a manter a imunidade adequada. Sem contar que a dieta saudável é boa para todo mundo, até para os pacientes que não têm HIV.

Esteja atento aos calendários de vacinação

Nem todas as vacinas podem ser tomadas por pacientes soropositivos, entretanto, é importante buscar se prevenir do máximo de doenças possíveis. Contudo, não tome nenhuma vacina sem conversar com seu médico antes!

Prognóstico

Com o avançar da medicina, desde a descoberta da doença até hoje, o prognóstico para pacientes infectados com HIV se tornou significativamente mais otimista.

Através do uso correto dos medicamentos, o paciente fica habilitado a viver normalmente, sendo que sua expectativa de vida pode chegar muito próxima ou se igualar à de pessoas que não foram infectadas pelo vírus.

Complicações

A principal complicação de uma infecção por HIV é a aids, que acontece quando o paciente teve seu sistema imune muito danificado pelo vírus HIV e fica sujeito à ação de doenças oportunistas.

Dentre as principais doenças que podem atingir um paciente imunocomprometido pelo vírus HIV estão as doenças oportunistas e alguns tipos de câncer. Entenda:

Tuberculose

tuberculose é a doença mais comumente associada à infecção pelo vírus HIV e é uma das principais causas de morte nesses pacientes.

Ela acontece por conta da ação de uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis e afeta principalmente os pulmões, mas também pode comprometer outros órgãos do corpo, como os ossos, os rins e as meninges (membranas que envolvem o cérebro).

Salmonella

Causada pela bactéria que dá nome à doença, a salmonella pode ser adquirida através da ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais, sendo comum quando pacientes comem ovos mal cozidos ou quando não se higieniza a mão corretamente antes de cozinhar. 

Os sintomas são semelhantes aos de uma gastroenterite e incluem vômitos, diarreia forte e febre acima de 38 ºC.

Citomegalovírus

A infecção pelo citomegalovírus normalmente não apresenta sintomas, entretanto, ela é extremamente preocupante quando acontece em mulheres grávidas e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes que estão fazendo o tratamento para câncer e pessoas soropositivas para o HIV.

Trata-se de um microrganismo da família do vírus da herpes e a infecção tem como principais sintomas febredor de garganta, fadiga, perda de apetite, hepatite e glândulas inchadas.

Se não tratada corretamente, pode trazer complicações como problemas intestinais (diarreia e dor abdominal), inflamação dos tecidos do pulmão, encefalite e outras complicações do sistema nervoso central.

Candidíase

A pessoa com aids fica muito mais propensa a desenvolver a candidíase, uma doença oportunista que normalmente aparece quando o sistema imune se encontra comprometido.

É causada por bactérias do gênero Candida e, especialmente se ela não for tratada corretamente, a candidíase pode se tornar sistêmica, levando a uma infinidade de sintomas, tais como:

  • Mau hálito;
  • Surgimento de placas esbranquiçadas na boca, língua e parte interna das bochechas;
  • Erupções em diferentes partes do corpo;
  • Corrimento vaginal branco;
  • Coceira intensa na região íntima;
  • Dor e ardência durante relações sexuais ou ao urinar;
  • Inchaço e vermelhidão na região íntima;
  • Cansaço constante;
  • Falta de energia;
  • Mudanças de humor;
  • Acne e problemas de pele;
  • Dores abdominais, musculares e de cabeça;
  • Intestino preso;
  • Irritabilidade.

Meningite criptocócica

Trata-se de uma infecção do Sistema Nervoso Central (SNC) causada por fungos encontrados no solo, sendo que também está relacionada a pássaros e fezes de morcego. Se a meningite criptocócica não for tratada, pode ser fatal. 

Entre seus sintomas estão a diminuição do apetite, emagrecimento, dor de cabeça, náuseas e vômitos.

Toxoplasmose

toxoplasmose é causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii. Cerca de 80% a 90% das pessoas infectadas não apresentam sintomas, entretanto, pacientes acometidos pela aids, consequentemente, vão apresentá-los.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, mal-estar, dores musculares e dor de garganta. Em pacientes imunocomprometidos, como é o caso dos com aids, pode causar encefalite grave, pneumotine (infecção nos pulmões), miocardite (inflamação cardíaca) e coriorretinite (inflamação ocular).

Criptosporidíase

Trata-se de uma infecção causada por um parasita unicelular do gênero Cryptosporidium. Esse parasita costuma se fixar no intestino, causando crises de diarreia em pacientes imunocomprometidos.

Entretanto, quando o paciente se encontra com o sistema imune comprometido, como é o caso das pessoas com Aids, a diarreia é intensa e prolongada, sendo acompanhada de náuseas, vômitos, redução de peso, febre e, se não tratada corretamente, pode levar à morte.

Síndrome de Wasting

Também conhecida como síndrome do definhamento, esse é um fenômeno caracterizado pela perda de pelo menos 10% do peso do paciente. Normalmente, vem acompanhada de diarreia, fraqueza crônica e febre.

Complicações neurológicas

A aids não afeta o cérebro diretamente, mas os pacientes podem experienciar sintomas como ansiedade, dificuldade de caminhar, confusão e outros. Além disso, é possível que os pacientes manifestem um sintoma conhecido como aids-demência, que é caracterizado por mudanças súbitas de comportamento e um funcionamento mental reduzido.

Doenças renais

A aids pode causar inflamação dos pequenos filtros dos rins, também chamados de néfrons, responsáveis por remover o excesso de resíduos do sangue que passa para a urina.

Sarcoma de Kaposi

Sarcoma de Kaposi é um problema raro em pessoas saudáveis, mas que é muito comum em pacientes portadores de HIV. Trata-se de lesões rosas, vermelhas, roxas, marrons ou pretas que se estendem pela pele, boca e que também podem afetar órgãos internos como o trato digestivo e pulmões.

Linfomas

Trata-se de um tipo de câncer que atinge os portadores de HIV e pode ser traduzido como “câncer no sistema linfático”. Existem diversos subtipos de linfoma, mas, de maneira geral, causa sintomas como inchaço nas ínguas, febre constante, suor noturno, cansaço, coceira, mal-estar, perda de apetite, emagrecimento repentino, falta de ar e tosse.

Como prevenir o HIV?

Existem diversas maneiras de prevenir o HIV, desde medidas de cunho individual até ações do governo para reduzir o contágio. Entenda:

Uso de preservativo

Usar preservativo corretamente é o melhor modo de prevenir uma infecção por HIV. Seja o modelo  masculina ou feminino (interna), esse método contraceptivo possui uma margem de segurança superior a 90%.

Diminuir o número de parceiros sexuais

Uma medida eficaz para diminuir o contágio é não ter muitos parceiros sexuais, pois, teoricamente, você evita se expor a mais situações de risco.

Contudo, a infecção por HIV pode acontecer mesmo em pessoas com apenas um parceiro fixo. O cônjuge pode ter contraído o HIV, muitas vezes sendo portador há anos sem saber.

Portanto, mesmo com um parceiro fixo, antes de decidir não usar camisinha, façam os dois o teste. Isso dará segurança para todos os envolvidos na relação.

Fiscalização da Vigilância Sanitária

Trata-se de uma ação governamental. Existem diversas instituições de saúde que não descartam o lixo hospitalar corretamente. Isso faz com que as populações entrem em situação de risco pela exposição a agulhas ou materiais contaminados.

Por essa razão, a ação de fiscalização da vigilância sanitária protege a população não somente do HIV, mas de diversas outras doenças que podem estar relacionadas ao descarte irregular de lixo hospitalar.

Aulas de educação sexual

Voltada para os adolescentes, que estão entrando na puberdade e que estão começando a se relacionar sexualmente, a educação sexual busca informar os jovens sobre o sexo, o que acontece, como acontece, quando fazer e, mais importante, quando não fazer, levando sempre em consideração o respeito às escolhas individuais.

Ao contrário do que muitos imaginam, essa não é somente uma política de educação, mas também de saúde pública. De 2006 até 2015, a taxa de detecção de HIV em pessoas com idade de 15 a 19 anos quase triplicou, saltando 2,4% para 6,9%, segundo dados do Ministério da Saúde.

Por essa razão, é muito importante que os jovens sejam informados sobre os riscos que correm ao ter uma relação sexual desprotegida. É de igual importância que sejam ensinados a como colocar uma camisinha, pois nessa época da vida as chances de se expor a situações de risco são maiores e isso não se deve somente à falta de informação.

O principal problema é que os adolescentes têm maior propensão de fazer más escolhas, pois o seu córtex pré-frontal, área do cérebro responsável pela tomada de decisões, ainda não está completamente desenvolvida, como revelou um estudo da Universidade de Cornell, nos EUA, em 2015. Portanto, a informação reduz as chances de infecção e alastramento da doença.

Perguntas frequentes

O que significa HIV não reagente?

"Não reagente" é um termo utilizado em exames de sangue, de gravidez (BetaHCG) e de ISTs. Quando o resultado de algum desses exames é “HIV não reagente”, isso significa que o paciente não está contaminado pelo vírus HIV.

Mulher com HIV pode engravidar?

Sim! Através do uso dos medicamentos antirretrovirais, a mulher pode engravidar e levar a gravidez sem problemas e sem afetar o bebê.

Se meu parceiro tiver HIV eu posso ter relações sem camisinha para engravidar?

É arriscado, mas, com o uso correto dos medicamentos e com o acompanhamento médico regular, o seu parceiro tiver a sua carga viral reduzida e indetectável, é possível.

Entretanto, se quiser engravidar do seu parceiro soropositivo, é muito importante que vocês dois tomem todas as medidas de segurança necessárias para que a transmissão do vírus não ocorra.

Se meu teste der positivo, significa que tenho aids?

Não. Ser positivo para o HIV não é o mesmo que ter aids. Como vimos anteriormente, a aids é quando a infecção pelo HIV se encontra em estado avançado e o tratamento apropriado pode impedir o desenvolvimento da aids.

Onde eu encontro camisinhas?

Você pode encontrar camisinhas nas farmácias e supermercados, mas também pode recebê-las gratuitamente, tanto a masculina quanto a feminina (interna), em unidades básicas de saúde.


Apesar dos recentes avanços da medicina terem permitido acesso a uma vida de qualidade aos portadores de HIV, a IST ainda é uma questão séria que pode trazer grandes complicações para a vida toda e até mesmo levar à morte.

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Fontes consultadas

Imagem do profissional Paulo Caproni
Este artigo foi escrito por:

Dr. Paulo Caproni

CRM/PR: 27679CompletarLeia mais artigos de Dr. Paulo
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