O diabetes é uma doença metabólica classificada em tipo 1 e tipo 2. O de tipo 1 refere-se a um quadro autoimune, pois as células dos pâncreas (responsáveis pela produção de insulina para regular o açúcar no sangue) são combatidas pelo próprio mecanismo de defesa do corpo. Em geral, é diagnosticada na infância e tratada por meio de injeções de insulina diariamente.
Já o segundo tipo é desenvolvido ao longo dos anos e atinge, especialmente, pessoas acima dos 40 anos. Nesse caso, fatores genéticos juntamente com péssimos hábitos de vida (má alimentação, sedentarismo, sobrepeso, etc) ocasionam o aumento do índice glicêmico além do que o organismo consegue suportar.
Nesse caso, além do tratamento medicamentoso com antidiabeticos (e em quadros mais severos, também com injeções de insulina), é orientado ao paciente fazer modificações na rotina para auxiliar no controle glicêmico, principalmente em relação à dieta.
Portanto, neste texto você irá saber o que uma pessoa com diabetes tipo 2 pode comer e quais são as opções incluídas no cardápio do (a) paciente.
Índice – Neste artigo você vai encontrar:
É recomendado que pessoas com diabetes tipo 2 reduzam o consumo de alimentos ricos em carboidratos refinados como biscoitos, bolachas, bolos, doces, refrigerantes e também produtos feitos com farinha branca, pois eles são digeridos rapidamente pelo organismo, e por consequência, aumentam o índice glicêmico.
Conforme o manual de nutrição para pessoas com diabetes, elaborado por profissionais do departamento de Nutrição e Metabologia da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), é possível melhorar a alimentação por meio de:
De acordo com o Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), não é preciso que um paciente com diabetes tipo 2 siga alguma dieta especial, mas é importante que haja uma mudança na rotina alimentar, aumentando a variedade de alimentos e consumindo a quantidade adequada de cada alimento.
Dessa forma, trata-se de um processo de reeducação alimentar, ou seja, o paciente deve compreender o impacto que a alimentação tem no controle da doença e decidir comprometer-se com uma dieta mais saudável, que ajude na manutenção da sua saúde, e por consequência, melhore a qualidade de vida.
Para isso, precisamos desmistificar alguns mitos como:
Para montar uma dieta para pessoas com diabetes tipo 2, é preciso considerar alguns aspectos como:
Embora o diagnóstico da condição clínica seja a mesma, pessoas com diabetes tipo 2 nem sempre terão que seguir uma dieta idêntica.
Isso porque o plano alimentar deve levar em conta as necessidades nutricionais de cada paciente baseadas na idade, sexo, peso, altura, rotina de atividade física, entre outras questões. Se a paciente estiver grávida ou amamentando, isso também vai interferir na elaboração das refeições diárias.
Além disso, fatores culturais, estilo de vida e o orçamento são aspectos relevantes na hora de definir o que deve ser consumido no dia a dia.
Portanto, não existe uma dieta padrão para todas as pessoas com diabetes tipo 2. Os alimentos incluídos, assim como consumo diário, é individualizado.
Uma dúvida muito comum em relação ao planejamento da dieta é sobre alimentos que não são fontes de carboidratos simples (açúcar), como carnes, peixes, ovos e queijos. Será que eles podem ser incluídos sem problemas na dieta? Bom, a resposta é não!
De acordo com o manual, as proteínas presentes nestes alimentos também são capazes de elevar o índice glicêmico e sobrecarregar os rins, sendo necessário cautela no consumo.
Além disso, são ricos em gorduras saturadas e colesterol, que contribuem para o surgimento de doenças cardíacas a longo prazo. Portanto, a quantidade ideal deve ser estabelecida por um(a) nutricionista da mesma forma como os carboidratos simples são.
O cardápio de pessoas com diabetes tipo 2 tem refeições além das que comumente são feitas no dia (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar), já que é indicado uma alimentação fracionada contendo de 5 a 6 refeições diárias.
Vale ressaltar que não é indicado comer mais do que uma porção de frutas por refeição, sendo no máximo 3 porções por dia.
Além disso, o consumo de alimentos diet (redução total de algum ingrediente específico) ou light (teor reduzido de sódio, açúcares, gorduras ou colesterol) exige moderação pois ainda há calorias e gorduras presentes. Bebidas alcoólicas devem ser evitadas.
Confira a seguir uma sugestão de cardápio que o Governo de São Paulo disponibilizou para pessoas com diabetes tipo 2:
Segundo o manual de nutrição desenvolvido pelo Departamento de Nutrição e Metabologia da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), pessoas com diabetes tipo 2 podem consumir todos os tipos de frutas, pois não há restrição em relação a uma fruta específica, mas sim, à quantidade ingerida.
Desse modo, é importante não passar dos limites, já que mesmo se tratando de alimentos nutritivos, elas possuem açúcar e são capazes de aumentar o índice glicêmico do(a) paciente.
Outra orientação é consumir a fruta e evitar o suco. Isso porque com o processo, a fruta perde grande parte dos nutrientes e fibras presentes nela, o que acelera o processo de absorção do açúcar (carboidrato), provocando um pico de açúcar no organismo.
Existem alguns alimentos que são benéficos para a dieta de alguns pacientes em virtude de determinados nutrientes que são capazes de ajudar no controle glicêmico. No entanto, isso não significa que deve-se consumir somente esses alimentos diariamente.
Primeiro, porque não é garantido que esses itens vão ajudar todos os pacientes com diabetes tipo 2 (cada organismo reage de modo diferente). Segundo, a rotina alimentar saudável tem como princípio a variedade. Por isso, caso tenha dúvidas, consulte seu(a) o(a) nutricionista antes de iniciar qualquer modificação na dieta.
A seguir, confira quais são os alimentos considerados vantajosos para pessoas com diabetes tipo 2:
Por ser um peixe de águas profundas, o salmão é fonte de boas gorduras, em especial o ômega 3, que tem ação anti inflamatória e consequentemente, tem efeito na redução do processo de resistência à insulina.
Ademais, o nutriente ajuda no controle do colesterol ruim e dos triglicerídeos, que são responsáveis pelo entupimento das artérias e surgimento de doenças cardiovasculares.
Além de ser um grão sem glúten, a aveia (em flocos ou farelo) tem um componente muito especial para quem tem diabetes tipo 2: a beta-glucana.
Trata-se de uma fibra solúvel que atua no processo digestivo, contribuindo para a diminuição dos níveis de colesterol. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), fibras solúveis como a beta-glucana são importantes para a melhora do perfil lipídico e estabilidade da glicemia no organismo.
Há diversos tipos de feijão que podem ser incluídos na dieta, e todos de maneira geral são ricos em fibras, vitaminas e sais minerais importantes para a manutenção da saúde.
Quando se trata do diabetes, o consumo de feijão deve ser moderado, já que é classificado como um carboidrato. No entanto, as fibras solúveis do alimento favorecem a absorção lenta do açúcar.
Oleaginosa com poucas calorias e baixo teor glicêmico, as amêndoas são uma boa opção para a alimentação de pessoas com diabetes tipo 2.
Também é fonte de nutrientes essenciais como fibras, proteínas, gorduras boas, vitamina E e vitamina B. Ademais, contém sais minerais importantes, manganês, fósforo, magnésio e cobre.
Vale destacar que segundo pesquisas, a deficiência de magnésio influencia diretamente na secreção de insulina, assim como resistência ao hormônio no organismo, levando ao aumento da glicose no sangue. Por isso, consumir alimentos que contêm esse nutriente colabora para o controle do diabetes.
Estudos realizados mostraram que o vinagre de maçã tem efeito similar ao medicamento para diabéticos (metformina) no organismo. Dessa forma, o ingrediente consegue estimular a sensibilidade à insulina, e também ajuda a retardar a absorção da glicose.
Alguns pesquisadores atribuem esses benefícios ao ácido acético, substância encontrada no vinagre de maçã que é capaz de fazer a glicose ser liberada lentamente no organismo.
Segundo estudos, a couve é um bom alimento para a dieta de quem tem diabetes por ser fonte de sulforafano, composto antioxidante que contribui para redução de danos causados pelo excesso de açúcar na corrente sanguínea.
Além da couve, também é possível encontrar o sulforafano em alimentos como brócolis e repolho.
De acordo com a publicação no site da Associação Brasileira de Nutrição, hipóteses levantadas em pesquisas sobre o chá verde apontam que a planta Camellia sinensis proporciona a diminuição do estresse oxidativo e a inflamação no organismo.
Essa ação aumenta a taxa de óxido nítrico (NO), uma substância vasodilatadora importante cuja presença é menor em quem apresenta o quadro diabético. Esse benefício ajuda a reduzir as chances de doenças cardiovasculares.
Além de ser um aliado no controle do colesterol alto, o azeite de oliva também colabora para regular o diabetes em virtude das propriedades antiinflamatórias (ácido oleico, polifenois, principalmente o tirosoe) e antioxidantes.
Isso contribui tanto para a proteção das células saudáveis que produzem insulina quanto para melhorar a captação do hormônio pelo organismo.
A ingestão de canela também auxilia no controle do diabetes, já que a especiaria atua tanto no controle glicêmico em jejum quanto na melhora da disponibilidade de insulina que quebra as moléculas de açúcar no sangue.
Essa descoberta é recente e se deu após pesquisas da UFC (Universidade Federal do Ceará), em parceria com estudiosos de outras instituições.
A semente de linhaça é rica em ômega 3, 6 e também de vitaminas (A, B1, B6, B12 e E) e minerais (como selênio, cálcio, magnésio, ferro e zinco). A presença de magnésio auxilia na produção de insulina, evitando picos de glicose no sangue.
Além disso, tem alta taxa de fibras colaborando para que a absorção das moléculas de açúcar não aconteça rapidamente.
Vale lembrar que esses e outros alimentos não substituem o uso de medicamentos e consultas regulares com um(a) médico(a).
A rotina alimentar ajuda na prevenção de diversas doenças. Por isso, escolher melhor o que se coloca no prato deve ser uma atitude diária para a manutenção da saúde e bem-estar a longo prazo.
Para te auxiliar nesse objetivo, o Minuto Saudável disponibiliza diversos artigos sobre alimentação e dicas fitness!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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