Saúde

Câncer: causas, sintomas, exames, tratamento, tem cura?

Publicado em: 08/03/2019Última atualização: 25/11/2022
Publicado em: 08/03/2019Última atualização: 25/11/2022
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O câncer é uma das doenças mais prevalentes do século XXI, sendo uma das maiores causas de morte no mundo. Entretanto, ao contrário do que muitos imaginam, o câncer não é uma doença única, mas sim um conjunto de mais de 100 doenças diferentes que operam dentro do corpo de maneira parecida.

Aprenda mais sobre o câncer no texto a seguir!

Índice - neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é o câncer?
  2. Neoplasia, câncer e tumor: qual a diferença?
  3. Tipos de câncer
  4. Câncer terminal
  5. Quais são os estágios do câncer?
  6. Câncer maligno e benigno: qual a diferença?
  7. Causas
  8. Fatores de risco do câncer
  9. Sintomas do câncer
  10. Como é feito o diagnóstico do câncer?
  11. Câncer tem cura?
  12. Qual o tratamento do câncer?
  13. Medicamentos para câncer
  14. Convivendo
  15. Prognóstico
  16. Complicações
  17. Como prevenir?
  18. Perguntas frequentes

O que é o câncer?

Ao contrário do que muitos acreditam, “câncer” não é uma doença. Muito pelo contrário, câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que operam dentro do corpo de maneira similar.

Também chamado de “neoplasia”, o câncer ocorre quando há o crescimento desordenado, anormal e acelerado de células de um determinado tecido ou região do corpo.

Conforme esse crescimento aumenta e as células se acumulam, ocorre a formação de um tumor, que pode ser classificado como maligno ou benigno.

É difícil falar sobre o câncer de modo geral justamente pela quantidade de doenças que esse nome engloba, mas, ainda assim, é possível fornecer alguns dados e estatísticas interessantes.

Atualmente, existem tratamentos capazes de curar cerca de um terço dos tipos da doença, especialmente nos casos de câncer de mama, colo do útero, boca, cólon e mesmo alguns tipos de diagnóstico mais complicado, como o câncer de testículo, a leucemia aguda e os linfomas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer é a segunda maior causa de morte globalmente.

A estimativa é de que 1 em casa 6 mortes ocorre por conta do câncer, sendo que em 2018 essa média representou aproximadamente 9,6 milhões de óbitos.

Ainda segundo a OMS, por volta de um terço das mortes por câncer acontece por conta de 5 fatores comportamentais. São eles:

  • Índice de Massa Corporal (IMC) elevado;
  • Ingestão pobre de frutas e vegetais;
  • Falta de atividade física;
  • Uso de álcool;
  • Consumo de tabaco.

De todos esses comportamentos, o tabaco é considerado o maior fator de risco para o câncer, sendo responsável por aproximadamente 22% de todas as mortes por câncer.

O mais preocupante é que essa doença gera diversos gastos, tanto para o indivíduo, que muitas vezes é obrigado a gastar muito dinheiro no tratamento, quanto para os governos e populações.

Em 2010, o custo da doença para o mundo era de aproximadamente US$ 1.16 trilhões.

Cerca de 30% a 50% dos casos de câncer poderiam ser prevenidos por meio da implementação de estratégias de prevenção e diminuição à exposição aos fatores de risco.

O uso de técnicas de detecção precoce também é uma medida importante para evitar a incidência dessas doenças.

O câncer pode ser encontrado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) sob do código C80.

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Neoplasia, câncer e tumor: qual a diferença?

Apesar de serem usados frequentemente como sinônimos, neoplasia, câncer e tumor têm definições diferentes e bem claras.

O termo “neoplasia” deriva de "neo" = "novo" e "plasia" = "crescimento". Ou seja, “neoplasia” significa “novo crescimento” e descreve o mecanismo de multiplicação celular do câncer.

Tumor”, por outro lado, se refere ao efeito de massa. Dessa forma, tumor serve como sinônimo para qualquer coisa que se acumule e leve ao aumento de um tecido ou determinada região — o que pode acontecer por conta de reações inflamatórias, aumento de fluidos ou, como no caso do câncer, pela proliferação descontrolada de células.

Por fim, “câncer” é o termo utilizado para categorizar uma neoplasia maligna.

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Tipos de câncer

Existem mais de 100 tipos de câncer, já que a doença pode acontecer em qualquer parte do corpo.

Alguns são mais frequentes do que os outros.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, por ano, os casos de câncer são:

  • Câncer de pulmão — 2.09 milhões;
  • Câncer de mama — 2.09 milhões;
  • Câncer colorretal — 1.80 milhões;
  • Câncer de próstata — 1.28 milhões;
  • Câncer de pele (não melanoma) — 1.04 milhões;
  • Câncer de estômago — 1.03 milhões.

Ainda segundo a Organização, os tipos de câncer que mais causam morte são:

  • Câncer de pulmão — 1.76 milhões de mortes por ano;
  • Câncer colorretal — 862 mil mortes por ano;
  • Câncer de estômago — 783 mil mortes por ano;
  • Câncer no fígado — 782 mil mortes por ano;
  • Câncer de mama — 672 mil mortes por ano.

Lembrando que esses são números absolutos. Não é porque o câncer de pulmão mata mais pessoas que ele é o mais perigoso ou difícil de se tratar.

Como há mais de 100 tipos de câncer, fizemos uma lista com os principais, levando em conta a gravidade e a incidência na população. Confira:

Câncer de mama

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no mundo, representando um total de 2,09 milhões de novos casos e 672 mil mortes por ano.

A proporção de homens para mulheres é de 1:100, ou seja, a cada 100 mulheres que desenvolvem a doença, um homem também a manifesta.

Câncer de ovário

O câncer nos ovários pode afetar a produção de óvulos e hormônios sexuais femininos. É mais comum que afete as mulheres acima dos 50 anos e o diagnóstico precoce é difícil, pois as manifestações clínicas só se tornam aparentes nos estágios avançados da doença.

Câncer de próstata

O câncer de próstata é o segundo tumor que mais faz vítimas entre homens, perdendo apenas para o câncer de pulmão.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 68 mil novos casos de câncer de próstata são registrados por ano no Brasil, sendo que as estimativas indicam mais de 13 mil mortes por ano.

Apesar da mortalidade alta, se a detecção for feita precocemente, as chances de controle da doença sobem para até 90%. Por essa razão, é muito importante a realização periódica do exame de toque retal para homens a partir dos 50 anos.

Câncer de pênis

O câncer de pênis é considerado um tumor raro, com incidência maior em homens a partir dos 50 anos.

Segundo o INCA, esse tipo de tumor representa cerca de 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem e  acontece mais frequentemente nas regiões Norte e Nordeste.

Câncer cervical

O câncer cervical geralmente surge como resultado da infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), que é transmitido durante a relação sexual.

Os sintomas podem não aparecer até que o câncer tenha se espalhado ou aumentado, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Nos Estados Unidos, o tipo cervical é o terceiro câncer ginecológico mais comum entre todas as mulheres, sendo mais frequente nas mais jovens.

Câncer no esôfago

Segundo o INCA, o câncer de esôfago é o 6º mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, causando dificuldade ou dor ao engolir, dor atrás do osso no meio do peito, náuseas e vômitos.

Câncer na garganta

O câncer na garganta se desenvolve na laringe, faringe, amígdalas ou qualquer outra parte da garganta.

É considerado raro, mas pode ocorrer especialmente em pessoas fumantes ou que fazem uso excessivo de álcool.

Como ele pode se desenvolver muito rápido, é importante estar atento aos sintomas para evitar que o tumor se torne agressivo.

Câncer de pulmão

O câncer de pulmão é o tipo que mais mata no mundo, sendo mais comum em fumantes. Estima-se que quase 90% dos casos de câncer de pulmão aconteçam por conta do fumo.

Ele também pode surgir em pacientes que são expostos à fumaça de cigarro constantemente ou a substâncias químicas consideradas cancerígenas, como o arsênio (utilizado em conservantes, inseticidas e herbicidas), carbono (utilizado como solvente) ou chumbo (utilizado em baterias), por exemplo.

A expectativa de vida após a descoberta da doença varia de 7 meses a 5 anos, dependendo de vários fatores, como o estado geral de saúde, o tipo de câncer pulmonar e o início do tratamento.

Ainda assim, mesmo quando a doença é descoberta em estágios iniciais, as chances de cura não são muito grandes, pois a possibilidade do tumor voltar é grande, acontecendo em cerca da metade dos casos.

Câncer de pele não melanoma

O câncer de pele não melanoma é tipo de câncer mais frequente no Brasil, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.

Em geral, ele apresenta altos percentuais de cura se for detectado e tratado de maneira precoce.

Dentre os tumores de pele, é o mais frequente e de menor mortalidade, contudo, caso não seja tratado corretamente, pode deixar cicatrizes bastante expressivas.

É muito mais comum em pessoas com mais de 40 anos e, em crianças e pessoas negras, ocorre mais raramente, com exceção daqueles que já são portadores de doenças cutâneas, como infecções, nódulos, abcessos, etc.

Câncer de pele melanoma

O câncer de pele melanoma ocorre quando as células produtoras de pigmentos que dão cor à pele, os melanócitos, se tornam cancerígenas, isto é, quando começam a se multiplicar de maneira incontrolável.

Os sintomas variam desde o surgimento de nódulos anormais até mudanças em pintas existentes, podendo ocorrer em qualquer parte do corpo.

Câncer de estômago

O câncer de estômago também pode receber o nome de "câncer gástrico" e, de acordo com o INCA, são diagnosticados mais de 20 mil novos casos por ano, no Brasil.

Dentre as principais causas podemos citar a infecção pela bactérias H. pylori, o consumo de alimentos mal conservados ou conservados em sal.

Câncer colorretal

O câncer colorretal acomete o intestino grosso, que é subdivido entre cólon e reto.

A maioria dos casos tem origem em pólipos, que são pequenas elevações na parede do cólon e do reto que crescem muito lentamente, podendo levar vários anos até se tornarem malignos.

Isso permite que esses pólipos sejam identificados e retirados antes de se transformarem em tumores malignos através da colonoscopia.

Câncer no fígado

O câncer de fígado pode ser silencioso. Ainda que possa ser diagnosticado de maneira precoce, seus sinais e sintomas, muitas vezes, só aparecem em estágios mais avançados da doença.

Dentre eles, incluem-se a perda de peso, falta de apetite, náuseas, vômitos, dor abdominal e aumento do fígado.

A condição ainda pode ter complicações como hipercalcemia (excesso de cálcio no sangue), hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue) e ginecomastia (inchaço do tecido mamário masculino).

Câncer no cérebro

O tumor cerebral se origina em células do Sistema Nervoso Central (SNC). As causas do tumor no cérebro ainda não desconhecidas, entretanto, a hereditariedade é um dos principais fatores de risco, incluindo a exposição a materiais cancerígenos.

É um tumor muito sério e de difícil tratamento por conta da localidade, que exige métodos terapêuticos minuciosos e cirurgias de precisão.

Câncer de boca

O câncer de boca afeta os lábios e o interior da boca, atingindo as gengivas, bochechas, céu da boca, língua (especialmente nas bordas) e a região embaixo da língua.

Ele é mais frequente em pessoas brancas e geralmente mais comum no lábio inferior.

Câncer de pâncreas

O câncer de pâncreas normalmente afeta o lado direito do órgão e tem difícil detecção, além de um comportamento agressivo, o que faz com que tenha uma alta taxa de mortalidade.

No Brasil, cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados são câncer de pâncreas. Ele é mais comum a partir dos 60 anos e a incidência é maior em pessoas do sexo masculino.

Câncer terminal

O câncer terminal é aquele que, infelizmente, já não pode mais ser tratado.

Normalmente, esse estágio acontece quando o câncer entra em metástase, que é quando o tumor se espalhou para outro órgão e outras partes do corpo.

Isso ocorre quando algum grupo de células cancerígenas se desprende do tumor primário e se dissemina pelo corpo, sendo levado para um outro local, onde forma um novo tumor.

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Quais são os estágios do câncer?

O estágio da doença é determinado no momento do diagnóstico de acordo com a disseminação do câncer (quando se espalha pelo corpo) e a gravidade. Para isso, existem, de modo geral, duas maneiras de classificar os estágios do câncer, pelo sistema tradicional ou pelo sistema TNM. Entenda:

Sistema tradicional

Tradicionalmente, o câncer é divido em números de 0 a IV. Esses números dizem respeito à facilidade de remover o tumor em cirurgias:

Estágio 0

Também conhecido como carcinoma in situ, o câncer, quando no estágio 0, diz respeito a tumores que ainda não invadiram outros tecidos, estando restritos somente à área de origem.

Nesse estágio, as chances de cura são altas, normalmente sendo necessário somente remover o tumor cirurgicamente.

Estágio I

No estágio I, o tumor normalmente é pequeno e não cresceu muito em direção aos tecidos adjacentes. Nessa ocasião, pode ser chamado de câncer de estágio inicial.

Estágio II

Normalmente, quando um tumor se encontra no estágio II significa que ele está maior do que no estágio 1, mas ainda não se espalhou para os tecidos adjacentes.

Em alguns casos, dizer que o câncer está em estágio II é o mesmo que dizer que as células cancerígenas já se espalharam para os gânglios linfáticos (órgãos produtores de anticorpos) mais próximos do tumor. Isso, porém, depende bastante do tipo de câncer.

Estágio III

Diz-se que um câncer se encontra em estágio III quando ele já tem um tamanho considerável e já começou a se espalhar para os tecidos adjacentes, além da certeza da presença de células cancerosas nos gânglios linfáticos.

Estágio IV

Quando um câncer se encontra no estágio IV, isso significa que ele o tumor já se espalhou para outros órgãos e outras partes do corpo. Pode ser chamado também de câncer em estágio avançado ou metástase.

Sistema TNM

O sistema TNM é mais utilizado por médicos para saber o estágio de diferentes tipos de câncer e é atualizado a cada 6 ou 8 anos para incluir os avanços científicos.

Nesse sistema, cada tipo de câncer recebe uma letra ou número. Entenda:

  • Letra T: descreve um tumor primário;
  • Letra N: descreve um linfonodo — um tipo de câncer que se espalhou para os linfonodos próximos;
  • Letra M: classifica uma metástase, isto é, o câncer que já se espalhou para outros órgãos.

Quando um tumor é categorizado como T, significa que ele é um tumor primário, que não se espalhou para os tecidos adjacentes.

A partir disso, ele é categorizado em outros aspectos e recebe uma letra ou número. Entenda:

  • TX: um tumor classificado como TX é aquele que não pode ser avaliado;
  • T0: um tumor classificado como T0 é aquele que não pode ser encontrado;
  • Tis: Um tumor classificado como Tis, também chamado também de câncer in situ ou pré-câncer, é aquele em que as células cancerígenas se encontram apenas na camada mais superficial do tecido, sem invadir tecidos mais profundos.

Após essa classificação, ele pode receber uma numeração, como T1, T2, T3 ou T4. Esses números descrevem o tamanho do tumor e a sua disseminação nos tecidos próximos.

Quanto maior o número de T, maior é o tumor.

Quando um tumor é classificado como N, isso significa que ele se espalhou para os linfonodos mais próximos. Entenda:

  • NX: tumores classificados como NX são aqueles que não podem ser avaliados;
  • N0: tumores classificados como N0 são aqueles em que os linfonodos mais próximos ainda não foram atingidos pelo câncer.
  • N1, N2 ou N3: os tumores classificados como N1, N2 ou N3 são aqueles em que é possível descrever o tamanho, a localização e o número de linfonodos com câncer. Quanto mais o número, mais o câncer se espalhou.

A categoria M, por outro lado, descreve a metástase, que é quando o câncer se espalhou para outros locais e órgãos mais distantes. Entenda:

  • M0: é classificado como M0 aquele câncer em que nenhuma disseminação foi encontrada;
  • M1: é classificado como M1 o câncer que já se espalhou para tecidos e órgãos mais distantes.

Câncer maligno e benigno: qual a diferença?

A diferença entre o câncer maligno e benigno se dá pela aparência e estrutura das células cancerígenas.

No câncer benigno, as células são bem semelhantes às outras do local onde se originaram (se o tumor se desenvolveu no estômago, as células cancerígenas são parecidas com as células normais do estômago) e não possuem a capacidade de gerar metástases.

O câncer maligno, por outro lado, é agressivo, diferenciado das células do local de origem e possui a capacidade de infiltrar outros órgãos.

Nesses casos, a cirurgia para remoção do tumor é mais urgente.

Causas: o que leva uma pessoa a ter câncer?

Não se sabe exatamente qual a causa de todos os tipos de câncer. Sabe-se a razão para alguns deles acontecerem, como o câncer cervical, que muitas vezes é causado por conta da infecção pelo HPV.

Mesmo assim, podemos dizer que a causa comum de todos os cânceres é a ocorrência de uma mutação no material genético de uma ou mais células, fazendo com que elas se dividam de maneira incontrolada.

O problema todo acontece por conta dos fatores de crescimento.

Toda célula dentro do corpo humano possui receptores de fatores de crescimento na sua superfície. Quando esses fatores se ligam aos seus respectivos receptores, eles sinalizam para a célula que está na hora de crescer e se dividir.

No momento em que os receptores são ativados, outras moléculas dentro das células começam a agir, se conectando aos receptores e os desativando, justamente num esquema de controle.

Esse controle possibilita que a célula não cresça e se multiplique de maneira desordenada. É uma maneira do corpo humano regular o crescimento celular.

O câncer começa a acontecer quando ocorrem mutações nas partes do DNA que controlam o funcionamento desse sistema de crescimento e divisão celular.

Isso  faz com que os receptores que estimulam o crescimento fiquem ativos o tempo todo ou que não sejam desativados.

Dessa forma, as células afetadas começam a crescer e se dividir descontroladamente, dando origem aos tumores.

Fatores de risco do câncer

Embora ainda não se saiba exatamente a causa de todos os tipos de câncer, existem diversos fatores de risco conhecidos que aumentam as chances de se desenvolver o câncer. Entenda:

Tabagismo

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de morte evitável.

Além do câncer, o tabagismo é responsável pelo desenvolvimento de aproximadamente mais 50 doenças e se estima que por volta de 4,9 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência do cigarro.

Isso tudo porque o produto contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, das quais pelo menos 70 são cancerígenas.

O pior é que o tabagismo não faz mal somente ao fumante, já que a fumaça é tóxica e prejudica até mesmo quem se encontra em posição de fumante passivo, tendo o risco de câncer de pulmão, infarto e doenças respiratórias aumentadas.

Obesidade

A obesidade é considerada o segundo principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer, perdendo apenas para o tabagismo.

Isso porque ela aumenta o número de inflamações e a quantidade de insulina no organismo, o que estimula a multiplicação celular e, consequentemente, o surgimento de tumores.

Além disso, o excesso de gordura no organismo pode alterar a produção de hormônios, o que, por sua vez aumenta o risco de câncer.

Carnes processadas

Presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela e peito de peru são carnes processadas e podem aumentar a chance de desenvolver câncer.

Isso inclui qualquer tipo de carne que tenha sido transformada por salga, cura, fermentação, defumação e outros processos para realçar o sabor ou melhorar a preservação.

Costumam ser utilizadas em sanduíches, salgados, pizzas e outras preparações rápidas.

Elas são consideradas cancerígenas, pois as substâncias presentes na fumaça do processo de defumação, os conservantes e o sal podem provocar o surgimento de tumores no estômago e intestino.

Portanto, na hora do lanche, opte por queijos brancos, saladas e pastas preparadas com grãos ou vegetais.

Infecções

Alguns tipos de vírus e bactérias podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de câncer. Dentre os principais, podemos destacar:

  • Papiloma vírus humano (HPV) — pode causar câncer de colo do útero, pênis, vagina, ânus e boca;
  • Vírus da hepatite B e C — pode causar câncer de fígado;
  • Vìrus Epstein-Barr — pode causar linfoma de Burkitt;
  • Helicobacter pylori — Pode causar câncer gástrico.

É possível prevenir a infecção de pelo menos dois desses agentes. A vacina contra a hepatite B e a vacina contra o HPV podem ser tomadas, ajudando a prevenir não somente essas infecções, mas o câncer que elas podem causar.

Leia mais: Cerca de 5,6 milhões de brasileiras não consultam o ginecologista

Radiação

A radiação, ao contrário de transformar alguém em um super-herói, como dizem as histórias em quadrinho, é uma causa conhecida do câncer.

Dois tipos de radiação são associadas a um risco maior para o desenvolvimento da doença: a radiação ultravioleta, que vem do sol, sendo considerada a principal causa do câncer de pele não melanoma, e as radiações ionizantes, que incluem raios-x, a tomografia computadorizada, fluoroscopia e exames de medicina nuclear.

As radiações ionizantes são relacionadas à leucemia, câncer de tireoide e câncer de mama, mas também podem estar associadas ao mieloma múltiplo e aos cânceres de pulmão, estômago, colorretal, esôfago, bexiga e ovário.

Sintomas do câncer

Como cada tipo de câncer atinge uma parte do organismo, cada um causa sintomas diferentes. Seguindo a lista com tipos de câncer mais frequentes, confira os sintomas:

Câncer de mama

Os principais sintomas do câncer de mama podem variar bastante em cada paciente, sendo que algumas delas podem não apresentar nenhum desses sinais.

Mesmo assim, é recomendável que as mulheres conheçam bem as suas mamas, para que percebam alterações e alertem o médico a tempo.

A melhor época do mês para as mulheres que ainda menstruam avaliarem as próprias mamas e procurar alterações é alguns dias após a menstruação, quando elas estão menos inchadas.

Para as mulheres que já passaram a menopausa, o autoexame pode ser feito em qualquer época do mês.

Dentre os principais sinais e sintomas que podem aparecer, destacam-se:

  • Surgimento de um nódulo único e endurecido;
  • Irritação de uma parte da mama;
  • Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo);
  • Edema (inchaço) da pele;
  • Eritema (vermelhidão) na pele;
  • Sensação de massa ou nódulo em uma das mamas;
  • Sensação de nódulo aumentado na axila;
  • Espessamento ou retração da pele ou do mamilo;
  • Secreção com sangue ou serosa pelos mamilos;
  • Inchaço do braço;
  • Dor na mama ou mamilo.

Embora em grande parte dos casos a vermelhidão, inchaço na pele e mesmo o aumento dos gânglios axilares sejam por conta de inflamações ou infecções, é importante informar o médico caso qualquer um desses sintomas surja.

Câncer de ovário

Estima-se que por volta de 75% das mulheres diagnosticadas com câncer de ovários só descobrem a doença em estágios avançados, por isso, é importante estar atenta aos sintomas, para garantir o diagnóstico precoce.

Dentre os principais sintomas, podemos destacar:

  • Dores frequentes nas costas;
  • Dor no abdome e bacia;
  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Cansaço frequente;
  • Sensação de gases;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Vômitos;
  • Estômago inchado;
  • Crescimento excessivo de pelos ou queda de cabelo;
  • Prisão de ventre.

Leia mais: Excesso de gases pode ser sinal de alguma doença?

Câncer de próstata

Os sintomas do câncer de próstata são pouco específicos e podem ser confundidos com qualquer outro problema na mesma região do corpo.

Dentre os principais sintomas, podemos citar:

  • Dificuldade para começar a urinar;
  • Jato de urina muito fraco;
  • Vontade frequente de urinar, mesmo de noite;
  • Sensação de bexiga cheia, mesmo depois de já ter urinado;
  • Presença de gotas de urina na cueca;
  • Impotência ou dificuldade para manter a ereção;
  • Dor ao ejacular ou urinar;
  • Presença de sangue no sêmen;
  • Dor na região dos testículos ou perto do ânus.

Câncer de pênis

O câncer de pênis pode causar sintomas bem característicos, como o surgimento de nódulos ou feridas que demoram muito tempo para desaparecer. Dentre os sintomas mais comuns, podemos destacar:

  • Aparecimento de feridas avermelhadas que não cicatrizam;
  • Nódulo no pênis, na glande ou no prepúcio;
  • Pele do pênis mais espessa ou com alterações de cor;
  • Corrimento com mau cheiro que sai pela uretra;
  • Sangramento pelo pênis;
  • Inchaço da extremidade do pênis;
  • Dor e inchaço na região da virilha.

Câncer cervical

Identificar o câncer cervical não é fácil, pois os sintomas são, geralmente, os mesmos de diversas outras doenças, o que dificulta o diagnóstico. Dentre os principais, podemos citar:

  • Verrugas genitais;
  • Corrimento incomum;
  • Dor ou sangramento fora do período menstrual;
  • Problemas urinários;
  • Perda de peso repentina;
  • Dores recorrentes nas pernas e nas costas.

Câncer no esôfago

Infelizmente, a maioria dos cânceres no esôfago não causa tantos sintomas até que tenha atingido um estágio avançado. Por isso, fique atento a sintomas como:

  • Dificuldade de deglutição (engolir);
  • Dor no peito;
  • Perda de peso;
  • Rouquidão;
  • Tosse persistente;
  • Vômitos;
  • Soluços;
  • Dor óssea;
  • Hemorragia.

Câncer na garganta

O câncer na garganta causa sintomas que podem incluir:

  • Surgimento de feridas que não cicatrizam na garganta;
  • Tosse persistente;
  • Dor e dificuldade para engolir;
  • Dor de ouvido;
  • Dificuldade para respirar;
  • Perda de peso;
  • Nódulo ou massa no pescoço.

Câncer no pulmão

Os primeiros sinais e sintomas de câncer de pulmão são:

  • Tosse;
  • Dor no peito;
  • Rouquidão;
  • Perda de apetite;
  • Falta de ar;
  • Fadiga;
  • Tosse com expectoração mucosa;
  • Tosse com expectoração de sangue;
  • Infecções.

Quando a doença se dissemina para outros órgãos, pode causar sintomas como:

  • Dor óssea;
  • Alterações no sistema nervoso;
  • Icterícia (pigmentação amarelada da pele e da parte branca do olho).

Câncer de pele não melanoma

Os principais sinais e sintomas relacionados ao câncer de pele não melanoma é o surgimento de lesão de pele em áreas de exposição solar (antebraços, colo, face) e lesões em geral, que se iniciam como um pequeno nódulo.

Com o passar do tempo, elas podem aumentar de tamanho e apresentar sangramento.

Leia mais: Como usar o protetor solar todos os dias e em qualquer situação

Câncer de pele melanoma

Alterações na pele normalmente são o primeiro sinal de alerta para o melanoma, entretanto, o diagnóstico só pode ser feito por um médico.

Dessa forma, o melanoma pode surgir de diferentes maneiras em qualquer parte do corpo, inclusive aquelas que não são tão expostas ao sol.

Dentre os principais sinais e sintomas podemos destacar:

  • Surgimento de uma nova mancha, de forma irregular, marrom escura, com áreas mais escuras ou pretas;
  • Sinais de nascença simples que mudam de cor (escurecem), tamanho (crescem), textura (tornam-se endurecidos) ou que descascam ou sangram;
  • Surgimento de lesão com borda irregular com área ou pontos vermelhos, brancos, azuis, cinzas ou preto-azulados;
  • Surgimento de uma nova protuberância brilhante e firme em qualquer parte do corpo;
  • Manchas escuras sob as unhas de mãos ou pés, nas palmas das mãos, plantas dos pés ou nas membranas mucosas.

Câncer no estômago

Dentre os sinais e sintomas mais comuns do câncer de estômago, se encontram:

  • Falta de apetite;
  • Perda de peso;
  • Dor abdominal;
  • Desconforto no abdome, normalmente acima do umbigo;
  • Azia ou indigestão;
  • Náuseas;
  • Vômitos, com ou sem sangue;
  • Inchaço ou acúmulo de líquido no abdômen;
  • Anemia.

Câncer colorretal

Dentre os principais sintomas causados pelo câncer colorretal, podemos destacar:

  • Mudanças no hábito intestinal (constipação ou diarreia sem motivo aparente);
  • Anemia;
  • Fraqueza;
  • Cólica abdominal;
  • Perda de peso;
  • Sangramento pelo reto;
  • Sensação de evacuação incompleta.

Câncer no fígado

Dentre os principais sintomas de câncer no fígado, podemos apontar:

  • Dor na barriga, especialmente no lado direito;
  • Inchaço na barriga;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Perda de apetite;
  • Cansaço excessivo;
  • Pele e olhos amarelados;
  • Enjoos constantes.

Câncer no cérebro

É bastante difícil definir quais os sintomas característicos de um câncer no cérebro, pois ele pode afetar várias áreas diferentes desse órgão, causando sintomas diversos. Entretanto, podemos destacar:

  • Dor de cabeça, náuseas e vômitos persistentes;
  • Alterações visuais e auditivas;
  • Convulsões;
  • Agitação motora;
  • Fraqueza ou rigidez muscular;
  • Perda de sensibilidade em qualquer parte do corpo;
  • Falta de coordenação;
  • Dificuldade para falar ou entender o que é dito;
  • Esquecimento das palavras;
  • Problemas com leitura e escrita de modo inexplicável;
  • Movimentos involuntários;
  • Déficit motor dos membros.

Câncer de boca

Dentre os principais sintomas do câncer de boca, podemos destacar:

  • O surgimento de lesões na cavidade oral ou nos lábios, que tendem a não cicatrizar por mais 15 dias;
  • Surgimento de manchas e placas avermelhadas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, céu da boca ou bochecha;
  • Surgimento de caroços, também chamados de nódulos, no pescoço;
  • Rouquidão prolongada.

Em casos mais avançados, os seguintes sintomas podem aparecer:

  • Dificuldade para mastigar e engolir;
  • Dificuldade para falar;
  • Sensação de que há algo preso na garganta.

Câncer no pâncreas

Existem alguns sintomas que podem indicar a presença de câncer no pâncreas.

Alguns podem ser parecidos com sintomas causados por outras doenças, como hepatite, por isso, converse com seu médico. Confira os principais:

  • Pele e os olhos com aparência amarelada;
  • Urina escura;
  • Fezes mais esbranquiçadas ou com a presença de gordura;
  • Coceira na pele;
  • Dor abdominal forte, que normalmente irradia para as costas;
  • Dificuldade de digestão persistente;
  • Falta de apetite que ocasiona em perda de peso;
  • Náuseas e vômitos frequentes;
  • Formação de coágulos de sangue ou sangramentos;
  • Diabetes.

O câncer no pâncreas pode afetar também células responsáveis pela produção de hormônios.

Isso pode gerar sintomas como excesso de acidez no estômago com posterior desenvolvimento de úlceras, alterações bruscas nos níveis de açúcar no sangue, aumento do fígado ou diarreia intensa.

Como é feito o diagnóstico do câncer?

Diagnosticar o câncer pode ser uma tarefa difícil, mas através do relato do paciente e de exames clínicos específicos, é possível chegar a uma conclusão.

Leia mais: Observar lesões não é suficiente para diagnosticar câncer de pele

Veja a seguir os principais exames para o diagnóstico de câncer:

Biópsia do tumor

Uma biópsia nada mais é do que a coleta de amostras de qualquer local do corpo para posterior análise em laboratório.

Dependendo de onde está localizada a suspeita de tumor, técnicas diferentes de extração podem ser utilizadas.

Alguns tipos chegam a remover o órgão inteiro, enquanto outras podem retirar amostras do tumor através de uma agulha fina.

Dentre os principais tipos de biópsia, podemos destacar:

Biópsia por agulha

A biópsia por agulha pode ser feita com uma agulha fina (essa técnica também é chamada de aspiração com agulha fina) ou por uma agulha um pouco mais grossa (chamada de core biopsy).

Em geral, podem ser realizadas com anestesia local e de forma ambulatorial (sem internamento).

Biópsia Excisional e Incisional

Numa biópsia excisional, um cirurgião realiza um corte na pele para remover todo o tumor, enquanto na incisional, um corte é feito para que se retire apenas um fragmento dele.

Todo o procedimento é feito com o paciente sob anestesia local ou regional.

Caso o tumor se encontre alojado no interior do tórax ou do abdome, a anestesia é geral.

Biópsia Endoscópica

Na biópsia endoscópica, um endoscópio (um tubo flexível com uma câmera na ponta) é inserido para que se retirem amostras para o diagnóstico.

Diferentes tipos de endoscópio são utilizados para que se possa observar cada parte do corpo.

Pois um endoscópio utilizado para observar o interior do nariz, por exemplo, é diferente do endoscópio utilizado para o trato digestivo.

Laparoscopia

A laparoscopia é uma cirurgia em que se realizam pequenos furos (de 3 a 6) por onde serão inseridos uma microcâmera, com uma fonte de luz para observar o interior do organismo, e instrumentos de remoção.

Dessa maneira é possível identificar a localidade do tumor e retirá-lo.

Laparotomia

A laparotomia ocorre por uma incisão no abdome. Ela é indicada quando a área suspeita não pode ser avaliada através de exames menos invasivos.

Durante a laparotomia, também pode ser coletada uma amostra de tecido e o cirurgião pode observar diretamente o tamanho e localização do tumor, além de observar tecidos próximos.

Esse procedimento só é realizado sob anestesia geral.

Biópsias da pele

Existem diversos tipos de biópsia da pele e ela vai depender do tipo de tumor. Melanomas, por exemplo, precisam de exames mais precisos e podem exigir que se remova camadas mais profundas de pele.

Nesse tipo de exame, uma pequena porção da pele ou da mucosa é retirada para análise posterior com a ajuda de navalhas, raspagem ou de um bisturi.

Biópsia de Linfonodo Sentinela

A biópsia de linfonodo sentinela é um procedimento em que o médico injeta uma pequena quantidade de material radioativo e outra pequena quantidade de corante azul.

Após aproximadamente uma hora, um cirurgião, através de uma pequena incisão, consegue retirar o material injetado e analisar se há ou não a presença de células cancerosas.

Esse tipo de exame se tornou mais comum para descobrir se o câncer se espalhou para os gânglios linfáticos próximos, ou seja, se foi para outro estágio.

Para essa função, o exame funciona em especial com o melanoma e o câncer de mama.

Exames de sangue

Existem alguns exames de sangue que podem ser solicitados pelo médico para o diagnóstico de câncer. Eles buscam por marcadores tumorais, que são substâncias produzidas pelas células cancerígenas ou pelo próprio tumor.

A coleta é a mesma para todos os tipos, o que muda de um para outro são os testes feitos em laboratório com as amostras coletadas. Confira os principais:

AFP

O exame AFP busca detectar a presença da alfa fetoproteína (AFP), que indica a presença de tumores no estômago, intestino, ovários ou a presença de metástases no fígado.

MCA

O exame MCA busca pelo antígeno mucoide associado ao carcinoma (MCA), que pode indicar a ocorrência de câncer de mama.

BTA

Antígeno tumoral da bexiga (BTA), que indica a presença de câncer na bexiga, pode ser detectado pelo exame BTA.

PSA

O PSA busca pelo antígeno prostático (PSA), uma proteína produzida para a próstata, mas que em casos de câncer de próstata tem sua concentração no sangue aumentada.

CA 125

O CA 125 é um marcador utilizado para acompanhar o desenvolvimento de câncer no ovário.

Calcitonina

Esse exame busca pela presença de calcitonina, um hormônio produzido pela tireoide (glândula localizada no pescoço) que pode estar aumentada em pessoas com câncer da tireocide, mas também em pessoas com câncer de mama ou de pulmão.

Tireoglobulina

A presença de tireoglobulina elevada no sangue pode indicar a presença de câncer de tireoide.

CEA

A presença do antígeno carcinoembrionário (CEA) pode indicar a presença de diferentes tipos de câncer, dentre eles o de intestino.

Hemograma completo

O hemograma completo é um exame de sangue que, além de ajudar a detectar tipos de câncer como a leucemia, também pode detectar infecções, inflamações e problemas no sistema imune.

O exame analisa os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas, fornecendo diversas informações sobre as células do sangue.

Biópsia da medula óssea

A biópsia da medula óssea é feita para estudar as características das células da medula óssea, um tecido mole que se encontra no interior dos ossos e que é responsável pela fabricação das células sanguíneas.

O exame ajuda o médico a fazer diagnósticos e acompanhar a evolução de doenças como o linfoma, mielodisplasias ou mieloma múltiplo, bem como para identificar infecções e a presença de metástase.

No geral, o procedimento é feito com anestesia local, mas em alguns casos é necessária a sedação. A extração é normalmente feita com uma agulha grossa, especialmente desenvolvida para chegar até a parte interna dos ossos.

Os ossos escolhidos normalmente são os da bacia, num local chamado crista ilíaca, mas pode ser realizado também na tíbia (osso da perna), geralmente em crianças.

Radiografia

As radiografias usam os raios X para gerar imagens da parte interna do corpo. Na oncologia, o tipo de radiografia mais utilizada é a do tórax.

Dessa forma, é possível examinar os pulmões e diagnosticar metástases pulmonares, além de outros problemas, como pneumonias, tuberculose e derrames pleurais (acúmulo de líquido), além de avaliar a forma do coração e outras estruturas do tórax.

Também é possível fazer radiografia do abdômen e avaliar a saúde das alças do intestino (os locais onde o intestino se dobra), bem como detectar tumores nessas regiões.

Ecografia

A ecografia é um exame indolor que se utiliza de ondas sonoras para gerar imagens de órgãos e outras estruturas de dentro do corpo.

No exame, o profissional distribui um pouco de gel no local que será analisado e posiciona o transdutor (aparelho da ecografia) em cima do gel.

Em seguida, o aparelho é deslizado sobre a pele para gerar imagens de dentro do corpo, que serão visualizadas em um computador e analisadas posteriormente pelo médico.

Tomografia computadorizada

A tomografia computadorizada também se utiliza de raios X para gerar imagens do corpo, podendo ser dos ossos, de órgãos ou tecidos.

O exame é indolor e qualquer pessoa pode realizá-lo, apesar disso, as grávidas devem dar preferência a outros exames.

Além do câncer, a tomografia computadorizada por detectar a ocorrência de hemorragias, hidrocefalia, apendicite, malformação renal, fraturas, infecções e diversas outras condições.

Ressonância magnética

A ressonância magnética é capaz de mostrar com definição as estruturas internas dos órgãos, sendo um dos melhores exames para diagnosticar aneurismas, tumores, alterações nas articulações e outras lesões nos órgãos internos.

O exame se utiliza de uma grande máquina que cria um campo magnético capaz de gerar a agitação das moléculas do corpo, que são captadas e transferidas pelo computador e geram imagens.

A duração média é de 15 a 30 minutos, mas pode demorar mais dependendo da extensão das áreas analisadas. É preciso tomar precauções durante o exame, pois o grande imã pode puxar metais para si e causar acidentes.

Câncer tem cura?

Depende. Não é possível afirmar categoricamente se o câncer tem ou não cura, pois “câncer” é uma definição geral para mais de 100 doenças diferentes.

Algumas dessas doenças possuem cura, enquanto outras ainda não são tão bem entendidas pela ciência. A verdade, no fim das contas, é que tudo depende do tipo, do estágio da doença e do estado de saúde geral do paciente.

Apesar disso, mesmo nas situações em que o câncer é incurável, existem tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida do paciente.

Existe uma grande variedade de teorias que afirmam já existir uma cura para o câncer que é escondida da população geral pela indústria farmacêutica para que se gere lucro através do tratamento convencional.

Essas teorias, entretanto, não são verdadeiras, assim como afirmar que o “câncer tem cura” não faz sentido se você não especificar de qual tipo da doença.

Saiba mais: Minuto Investiga: já inventaram a cura do câncer?

Qual o tratamento do câncer?

O tratamento do câncer vai depender muito do tipo da doença, da área afetada e do estágio em que se encontra. Dentre as principais formas de tratamento, podemos destacar:

Cirurgia

O tratamento mais tradicional contra o câncer, a cirurgia oncológica, também é um dos mais antigos.

Ela tem como objetivo final remover o tumor de forma total ou parcial, a depender do tipo de câncer, a localidade, o tamanho do tumor e o estágio em que se encontra.

Quando o câncer é detectado precocemente, a finalidade da cirurgia normalmente é curativa. Contudo, ela pode ter outros objetivos também.

Dentre eles, podemos destacar as funções de diagnóstico, paliativas, reconstrutoras e preventivas.

A cirurgia diagnóstica é necessária para a maior parte dos tipos de câncer para que se faça uma avaliação precisa da doença. Dessa forma, é possível saber exatamente quais células de quais tecidos estão defeituosas, bem como determinar se o tumor é maligno ou não.

Com objetivo de aliviar os sintomas, a cirurgia paliativa pode servir, dentre outras coisas, para:

  • Aliviar a dor;
  • Parar algum tipo de sangramento causado pelo tumor:
  • Inserir tubos de alimentação, em casos de pacientes que sofrem muita dor ou têm dificuldade de engolir;
  • Prevenir a quebra de ossos, pois o tratamento do câncer pode afetar a saúde deles.

A cirurgia de reconstrução, por sua vez, normalmente é realizada após a operação em um câncer primário e tem o objetivo de restaurar a aparência ou as funções do corpo.

Já a cirurgia de prevenção é realizada para reduzir o risco de desenvolvimento de câncer, como exemplo, a remoção de pólipos (crescimento anormal de um tecido) pré-cancerosos no cólon.

Podemos dizer, então, que a cirurgia oncológica busca tratar diretamente a doença enquanto as outras são formas de ajudar no tratamento e possibilitar melhor qualidade de vida ao paciente.

Quimioterapia

A quimioterapia se utiliza de medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais.

Por se tratar de um tratamento sistêmico (ou seja, capaz de afetar todo o corpo), ele não atinge somente as células cancerosas, mas também as células saudáveis.

De maneira geral, a quimioterapia é administrada por via venosa, apesar de ser possível administrar alguns quimioterápicos via oral.

Dependendo do objetivo, a quimioterapia pode ser:

  • Curativa (quando busca obter o controle completo do tumor);
  • Adjuvante (quando é realizada após a cirurgia, para diminuir as chances de recidiva);
  • Neoadjuvante (quando usada para reduzir o tamanho do tumor para aumentar as chances de sucesso do tratamento cirúrgico);
  • Paliativa (quando não tem finalidade curativa, mas é utilizada para melhorar a qualidade de sobrevida do paciente).

Radioterapia

A radioterapia se utiliza da radiação para destruir ou interromper o crescimento das células cancerígenas.

Segundo a American Society of Radiation Oncology (ASTRO), 2 em cada 3 pacientes diagnosticados com câncer são tratados com radioterapia.

Esse tipo de radiação não pode ser vista a olho nu, pois, cientificamente falando, trata-se de ondas ou partículas menores do que um átomo. Dentre as mais utilizadas, podemos destacar:

  • Raios X;
  • Raios gama;
  • Elétrons;

Durante a aplicação, o paciente normalmente não sente nada, entretanto, podem ocorrer efeitos colaterais. Eles acontecem porque a radiação pode danificar células saudáveis do corpo.

Apesar disso, essas células geralmente podem se reparar, o que não acontece com as células cancerígenas, que são destruídas permanentemente.

Cada tipo de radioterapia possui uma indicação específica dependendo do tipo de tumor e do estágio da doença. Por isso, a radioterapia pode ser usada como tratamento principal ou complementar.

Hormonioterapia

Muitos tumores, como o câncer de mama, de útero e de próstata, precisam da ação direta dos hormônios para que cresçam.

Para impedir a ação hormonal nas células cancerígenas, entra a hormonioterapia.

É uma técnica de manipulação hormonal feita através de medicamentos que conseguem bloquear os próprios hormônios do paciente, impedindo que eles estimulem o crescimento dos tumores.

Terapia alvo

Dentro das células do corpo humano existem diversas moléculas que possuem a função de estimular e manter a multiplicação celular.

Elas são muito importantes para o funcionamento do corpo, garantindo que as células sejam substituídas e que o organismo opere de forma ordenada. No caso do câncer, essas moléculas normalmente estão funcionando de maneira descontrolada e caótica.

Buscando reverter esse efeito, é empregado a terapia-alvo, que age combatendo essas moléculas específicas nas células tumorais, reduzindo a sua atividade.

Dessa forma, é possível fazer com que as células tumorais diminuam o seu índice de multiplicação ou que parem de se multiplicar totalmente.

Esse tratamento é feito a partir de medicamentos e cada tipo de terapia-alvo funciona de maneira diferente, sendo que todas têm efeito sobre a maneira como a célula cancerígena cresce, se divide, repara-se e como interage com outras células.

Medicina personalizada

A medicina personalizada entende que o tratamento do câncer deve ser personalizado para cada paciente de maneira exclusiva.

Nela, a equipe médica leva em conta todo o histórico médico, dados clínicos, genéticos e ambientais de cada paciente para decidir o rumo dos tratamentos.

Através da análise dessas informações, a equipe médica consegue bolar um plano individual de tratamento, identificando estratégias de prevenção, rastreamento e condução terapêutica que podem ser mais eficazes do que o tratamento convencional.

Imunoterapia

Todos temos o potencial para desenvolver o câncer.

Na verdade, se não fosse a ação do nosso sistema imune, muito provavelmente, essa doença nos atingiria com muito mais frequência e talvez muito mais cedo na vida.

Isso porque erros na hora da replicação celular acontecem o tempo todo. Podemos dizer que surgem células com potencial de se tornarem tumores com certa frequência no organismo.

Essas células, entretanto, só não se tornam tumores por conta da ação do sistema imunológico, que é bem eficiente na tarefa de identificá-las e inativá-las.

Contudo, pode acontecer do sistema imune "deixar passar" uma célula dessas e é nesses casos que o câncer de fato se desenvolve.

Foi analisando esse sistema que se desenvolveu a imunoterapia. Ela tem como principal objetivo utilizar o próprio sistema imune do paciente para combater o câncer, usando, para isso, anticorpos produzidos pelo corpo do paciente ou feitos em laboratório.

Dessa forma, a imunoterapia consegue estimular as células de defesa do organismo, permitindo que elas identifiquem as células tumorais como um agente agressor e as destruam.

Transplante de medula óssea

A medula óssea é um tipo de tecido que fica no interior dos ossos.

Nela, são produzidos os componentes do sangue, como as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas (que participam do processo de coagulação).

Alguns pacientes podem precisar do transplante de medula óssea, especialmente aqueles que possuem cânceres que afetam as células do sangue, como a leucemia.

Nesse sentido, o transplante pode ser feito com a medula do próprio paciente ou de um doador.

Por isso, antes de ser feito, é preciso realizar testes de compatibilidade, onde as amostras de sangue do receptor e do doador são analisadas para que se certifique que a compatibilidade é total.

A partir disso, através de diversas punções ocorre a aspiração da medula.

O paciente passa por um tratamento que destrói a própria medula e, por fim, recebe a nova em um procedimento similar a transfusão de sangue.

Uma vez que a nova medula começa a circular na corrente sanguínea, ela também se aloja nos ossos, onde se desenvolve.

Medicamentos para câncer

O câncer normalmente não é tratável com o uso de um único medicamento. Cirurgia, quimioterapia e radioterapia normalmente são utilizadas em conjunto com outros medicamentos para garantir o tratamento.

Leia mais: ANVISA libera novo medicamento para tratamento de câncer

Dentre os medicamentos mais utilizados para o tratamento do câncer, podemos destacar:

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Convivendo

Conviver com o câncer pode ser uma tarefa difícil, especialmente porque, apesar de muitos tipos possuírem cura, a doença ainda sofre com um tabu social. Por isso, separamos algumas dicas para conviver melhor com a doença. Confira:

Informe-se

Aprender sobre a doença e como tratá-la é uma maneira de buscar algum senso de controle sobre o que está acontecendo. Portanto, pesquise, aprenda e pergunte tudo que puder aos médicos que estão te auxiliando nessa jornada.

Alimente-se corretamente

Uma alimentação correta e balanceada faz bem para todo mundo, especialmente para os pacientes com câncer.

Através de práticas alimentares mais saudáveis, é possível obter a quantidade correta de vitaminas e minerais para que o sistema imunológico funcione direito.

Leia mais: Trocar proteínas animais por vegetais reduz riscos de doenças

Expresse seus sentimentos

Para muitas pessoas, é difícil falar como se sente, mas esse pequeno ato pode tornar as coisas menos difíceis. Muitos acham que expressar tristeza, medo ou raiva é um sinal de fraqueza, mas isso não é verdade.

Na verdade, é bem o contrário. É muito difícil expressar emoções fortes como essa. Escondê-las é mais fácil, mas pode tornar a tarefa de enfrentar a doença mais difícil. Portanto, converse com os outros e conte a eles como se sente.

Se for necessário, busque grupos de ajuda. Lá você vai encontrar pessoas que estão passando por situações parecidas e isso ajuda muito, pois nesses lugares é mais fácil se sentir compreendido.

Muitas pessoas podem desenvolver quadros depressivos por conta da doença. Se você sente que está assim, não tenha vergonha de buscar por ajuda de um familiar e de um profissional da área.

Valorize-se

Lembre-se de sempre tirar um tempo para fazer algo que você gosta todos os dias.

Cozinhe a sua refeição favorita, passe tempo com um amigo ou ente querido, veja um filme, medite, ouça sua música favorita ou faça qualquer coisa que te faça se sentir bem.

Leia mais: Qualidade de Vida: no que ela pode me ajudar?

Dessa forma, você contribui para diminuir os níveis de estresse, o que pode ter um efeito positivo sobre o seu sistema imune.

Exercite-se

Se o seu médico concordar que você está apto, se exercite. Os exercícios podem ser chatos na sua execução, mas fazem muito bem para a saúde física e mental.

A atividade física melhora a qualidade de vida de qualquer um, mas, para os pacientes com câncer, em especial, ela melhora o funcionamento do corpo, diminui a sensação de fadiga causada pela quimio, ajuda a diminuir a ansiedade e pode aumentar a autoestima.

Isso sem falar nos benefícios ao corpo, regulando as taxas de gordura, diminuindo a perda de massa muscular e auxiliando no funcionamento do coração.

Além disso, adotar a prática durante e depois do tratamento pode diminuir o risco de recidiva.

Entretanto, há ressalvas. Não adianta fazer todas as atividades físicas de uma vez só e por conta própria.

É importante buscar acompanhamento e, principalmente se você nunca praticou atividades físicas, começar com exercícios leves e de pouca duração.

Prognóstico

O prognóstico de um caso de câncer vai depender muito do tipo e do estágio em que a doença se encontra.

Existem cânceres mais brandos e de tratamento mais fácil, como o câncer de pele, entretanto, outros, como o de pulmão e o cerebral têm menor chance de tratamento e cura.

Ainda assim, mesmo cânceres mais brandos, quando diagnosticados tardiamente, podem não ter cura.

Dentre os cânceres que tem a maior chance de cura, podemos destacar:

  • Câncer de mama;
  • Câncer de próstata;
  • Câncer testicular;
  • Câncer de tireoide;
  • Melanoma;
  • Câncer do colo do útero.

Complicações

Existem diversas complicações que um tumor pode causar, tendo em vista que os mais de 100 tipos de câncer podem causar complicações bem diferentes entre si.

Entretanto, dentre as principais complicações podemos destacar:

Metástase

A metástase acontece quando o câncer se espalha para outras partes do organismo. Normalmente, quando isso acontece, as chances de tratamento diminuem e há a possibilidade não haver mais cura.

Depressão

Tanto por conta da dificuldade de lidar com o diagnóstico quanto pelos efeitos colaterais da doença e de seu tratamento, pode ser que o paciente se sinta desmotivado ou mais "pra baixo".

É preciso ficar atento a esses sinais, pois eles podem ser indícios de depressão. Portanto, fique atento aos seguintes sintomas:

  • Insônia ou outros distúrbios do sono;
  • Falta ou excesso de apetite;
  • Variações no peso;
  • Fadiga extrema;
  • Sentimentos de irritabilidade, agitação, inutilidade, culpa, desespero ou desamparo;
  • Pensamentos de autoagressão;
  • Pensamentos suicidas;
  • Preocupação com a morte;
  • Dificuldade de concentração;
  • Crises de choro;
  • Sentir-se mais "devagar";
  • Perda de interesse em atividades que antes apreciava.

Caso você sinta que a sua tristeza está além da conta, que é excessiva, não tenha vergonha de pedir ajuda profissional e conversar com um psiquiatra.

Se for mesmo depressão, é possível tratá-la através do uso de medicamentos específicos e terapia.

Dor

Tanto o câncer quanto o tratamento podem causar dor nos pacientes. Nesses casos, o uso de medicamentos e outras abordagens podem aliviar os sintomas.

Perda de peso

É comum que as pessoas com câncer apresentem certa perda de peso. Ela normalmente está associada à fadiga, fraqueza, perda de energia e incapacidade de realização de tarefas cotidianas.

A verdade é que tanto a doença em si, quanto seu tratamento (quimio, radio, hormonioterapia ou terapia alvo) podem ter efeitos colaterais, como náuseas, vômitos, constipação, feridas na boca, alterações no metabolismo, perda de paladar, entre outros.

Com exceção das alterações no metabolismo (que podem fazer com que o corpo consuma mais ou menos energia do que o usual), esses sintomas podem fazer com que o paciente pare de comer.

Nesses casos, é importante que a ingestão de alimentos seja aumentada, sempre em refeições leves antes dos tratamentos, para evitar sintomas como náuseas e vômitos.

Se for necessário, é possível também conversar com o médico sobre a possibilidade de receber os alimentos diretamente no estômago.

Recidiva

Pacientes que foram curados do câncer têm uma chance maior de recorrência do tumor. Alguns tipos de câncer são mais propensos a se repetir do que outros. Pergunte ao seu médico o que você pode fazer para reduzir os riscos de recidiva.

Como prevenir?

Existem diversas precauções que você pode tomar para prevenir o aparecimento de tumores. Dentre elas podemos citar:

Controle o peso

Um estudo feito pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) identificou ao menos 8 tipos de câncer que estão relacionados ao excesso de peso e à obesidade.

São eles o câncer de estômago, fígado, vesícula, pâncreas, ovário, tireoide, meningioma (tipo de tumor cerebral) e mieloma múltiplo (câncer que afeta células da medula óssea).

Além disso, outros estudos apontam que, além desses, o câncer de cólon e reto, mama (na pós-menopausa), próstata, esôfago, rim e corpo do útero também estão relacionados ao sobrepeso e obesidade.

Não fume

O tabagismo é a principal causa evitável de câncer no mundo. Aproximadamente 90% dos casos de câncer de pulmão têm o cigarro como principal responsável, sendo que os outros 10% são consequência do fumo passivo.

Além do câncer de pulmão, o tabagismo pode causar câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo do útero e leucemia.

Tudo isso por conta da presença de mais de 4 mil substâncias tóxicas, sendo que, ao menos, 400 delas são altamente cancerígenas.

Não abuse do álcool

O álcool em excesso aumenta a chance de desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de intestino, esôfago e fígado, além de potencializar os efeitos do tabaco.

Além disso, segundo a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, apenas 18 gramas (duas doses) de álcool por dia já é suficiente para aumentar significativamente os riscos de se desenvolver câncer de mama.

Use camisinha

Alguns vírus e bactérias, em especial o HPV, são responsáveis pelo desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como o de colo do útero, vulva, pênis e garganta. Portanto, pratique o sexo seguro, com camisinha.

Evite carnes processadas

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou carnes processadas, como a mortadela, o presunto e o bacon, como cancerígenas. Portanto, tente manter distância desses alimentos.

Cuide da sua dieta

O açúcar, quando consumido em excesso, faz o corpo liberar muita insulina para metabolizá-lo. A insulina aumenta a produção de substâncias pró-inflamatórias que podem aumentar a chance de câncer.

Isso não significa que você deve parar de consumir açúcar, mas simplesmente maneirar.

O mesmo vale para a carne vermelha, que pode estimular a produção de outras substâncias pró-inflamatórias e, com isso, o desenvolvimento de câncer.

Proteja a pele

A exposição frequente aos raios UVA e UVB, gerados pelo sol, pode causar alterações celulares que podem estar relacionadas com o câncer de pele.

Por isso, proteja-se do sol. Dessa forma, não estará evitando somente queimaduras, mas reduzindo os riscos do aparecimento de tumores na pele.

Pratique atividade física

Ser ativo fisicamente é bom para a saúde de modo geral, além de combater o câncer. Os exercícios, em especial os aeróbicos, diminuem a circulação de substâncias pró-inflamatórias e, consequentemente, do câncer.

Mantenha consultas regulares

É muito importante realizar exames anualmente e se manter atento aos sinais que o corpo dá. Dessa forma, você pode identificar a doença em estágios iniciais e, com isso, sua chance de cura é maior.

Perguntas frequentes

Câncer é hereditário?

Não. De modo geral podemos dizer que o câncer não é hereditário. Existem alguns tipos raros que podem ser herdados, como o retinoblastoma, um tipo de câncer no olho que ocorre em crianças.

Contudo, o câncer se desenvolve por diversos fatores genéticos e ambientais. Não é porque seu pai teve câncer no estômago que você necessariamente vai ter, embora as chances possam ser maiores.

Câncer é contagioso?

Não, o câncer não é contagioso ou transmissível. Mesmo aqueles causados por vírus, como o câncer de colo de útero, não podem ser passados de pessoa para pessoa.

O que é neoplasia maligna?

A neoplasia maligna nada mais é do que o câncer que conseguiu se espalhar para outros tecidos e órgãos do corpo, mesmo que distantes do local de origem da doença. Esse processo em que o câncer se espalha também é conhecido como metástase.

Omeprazol causa câncer?

A ideia de que medicamentos inibidores de bomba de próton (IBP), como o Omeprazol, Pantoprazol e Lansoprazol, poderiam causar câncer surgiu a partir de um estudo publicado no periódico científico Gut, em 2017.

Essa pesquisa foi realizada com mais de 60 mil pessoas em Hong Kong e aponta para um aumento de 2,4 vezes no risco de se desenvolver câncer de estômago em quem usa algum medicamento.

Entretanto, apesar desses resultados, não é possível afirmar que os IBPs causem câncer.

Isso porque o desenvolvimento de câncer de estômago só apareceu em 0,25% dos pacientes, além de que outros fatores de risco, como obesidade, tabagismo ou histórico familiar, não terem sido analisados no estudo.

Mas não significa que a pesquisa não tenha sua importância, entretanto, tanto em razão dos resultados como por conta de falhas no seu método, não é possível afirmar que esses medicamentos com certeza causem câncer.

Por outro lado, existem muitos outros estudos que demonstram resultados a favor do omeprazol.

Em todo caso, esse artigo nos serve de alerta para nunca tomar medicamentos sem antes consultar um médico.

Já inventaram a cura do câncer?

Sim e não. Sim, muitos tipos de câncer já possuem cura, enquanto outros não. A grande maioria, para não dizer a totalidade, das teorias que dizem que a cura do câncer já foi inventada é mentirosa. Saiba mais lendo nosso texto investigativo sobre a cura do câncer.

Qual tipo de câncer é o mais perigoso?

Podemos dizer que o tipo de câncer mais perigoso e letal é o câncer de pulmão, sendo responsável por 1,76 milhões de mortes por ano. Isso porque ele geralmente surge acompanhado de outras doenças associadas ao tabagismo, como o enfisema, que diminui a capacidade pulmonar e pode tornar a cirurgia inviável.

Portanto, pare de fumar agora!


Hoje você aprendeu um pouco mais sobre o câncer e sobre as suas consequências. Compartilhe esse texto com quem você acha que também pode aproveitar essas informações!

Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 08/03/2019

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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