Saúde

Câncer de próstata: conheça as causas e os tratamentos

Publicado em: 07/11/2018Última atualização: 12/11/2021
Publicado em: 07/11/2018Última atualização: 12/11/2021
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O envelhecimento traz um série de mudanças no organismo e, com elas, os riscos mais elevados de algumas condições e doenças. Entre os homens acima dos 50 anos, os cuidados com a saúde da próstata merecem destaque.

Dados do IBGE indicam que apenas 25% dos homens nessa faixa de idade mantém uma rotina adequada de exames, que inclui o exame de toque retal.

Seja pela falta de informação ou pelo preconceito em realizá-lo, a negligência em relação aos cuidados com a saúde da próstata faz com que muitos casos de câncer sejam detectados em estágios mais avançados, ocasionando maiores riscos durante o tratamento.

O que é Câncer de Próstata?

A próstata é uma glândula pertencente ao aparelho reprodutor masculino, que se localiza logo abaixo da bexiga e na frente do reto e da uretra. Sua função é produzir um líquido que compõe o sêmen, auxiliando a proteger e a nutrir os espermatozoides. Ou seja, ela não participa da ereção e nem do orgasmo.

A próstata possui inúmeras células que se multiplicam, crescem e morrem naturalmente, dando continuidade ao ciclo do organismo. Porém, quando há alterações nesse processo de reprodução celular por meio de crescimento desordenado, tumores podem se formar.

A grande maioria dos cânceres de próstata se origina a partir das células glandulares, que são responsáveis por produzirem parte do líquido seminal (sêmen), que protege e nutre os espermatozoides.

O câncer é resultado de uma alteração celular anormal, fazendo com que elas se proliferem de modo irregular, invadindo regiões da própria próstata e, em alguns casos, espalhando-se pelo corpo.

Poucos quadros apresentam o desenvolvimento rápido e agressivo da doença, pois na maioria das vezes, o tumor cresce de forma lenta e assintomática. Muitas vezes, os pacientes — incluindo os jovens — morrem por causas diversas e somente após o óbito se descobre o câncer.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) informam que o câncer de próstata é o 2º mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma, e o 4º mais frequente considerando a população em geral (homens e mulheres).

Predominante na faixa acima dos 65 anos, o INCA ainda estima que, para 2018 e 2019, mais de 68 mil casos sejam diagnosticados por ano. Em média, a cada 6 homens, 1 terá câncer de próstata.

O tipo é o 2º maior causador de mortes, perdendo apenas para o câncer de pulmão. Em média, são mais de 13.700 vítimas por ano.

No Brasil, aproximadamente 9 em cada 10 pacientes possui mais de 55 anos, mas quando acomete pacientes abaixo dessa idade pode indicar alterações genéticas hereditárias. Por isso, casos na família são um sinal de alerta.

A Sociedade Brasileira de Urologia indica que os exames de rastreamento para a doença sejam feitos a partir dos 50 anos ou a partir dos 45 em grupos de risco (negros e pessoas com histórico familiar da doença). Quando diagnosticados na fase inicial, as chances de cura são altas — em média, 90% — e os impactos à vida do paciente são bem menores.

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Causas do Câncer de Próstata

O câncer de próstata é resultado da proliferação anormal e desordenada das células a próstata.

Apesar das causas exatas ainda serem desconhecidas, alguns fatores podem favorecer o desenvolvimento da doença, como as mutações no DNA das células. Isso porque o organismo possui uma série de funções determinadas pelos genes do DNA, como a multiplicação e divisão celular. Quando alguma alteração afeta ou desativa a ação desses genes, há possibilidade de cânceres se desenvolverem.

As mutações podem ser hereditárias ou adquiridas, ou seja, podem ou não ser transmitidas aos filhos, respectivamente.

Em geral, as hereditárias, são responsáveis por 5% a 10% dos casos de câncer de próstata e envolvem mutações nos genes:

  • RNASEL (antigo HPC1): mutações nesse gene faz afeta a supressão de células anormais, fazendo com que elas vivam mais do que deveriam;
  • BRCA1 e BRCA2: a mutação nesses genes está relacionado ao câncer de mama em mulheres e a uma pequena quantidade dos cânceres de próstata;
  • Genes de Reparação de Incompatibilidade do DNA (como MSH2 e MLH1): mutações nesse gene provocam uma condição denominada síndrome de Lynch, que aumenta os riscos de câncer de próstata;
  • HOXB13: homens jovens geralmente apresentam alteração no gene HOXB13.

As alterações adquiridas são aquelas que ocorrem durante a vida do paciente, geralmente ocorrendo na divisão celular. O processo de divisão é natural, fazendo com que a célula se transforme em 2 e copie o seu DNA para cada uma. Porém, se houver erros durante essa duplicação, o DNA permanece defeituoso, facilitando o desenvolvimento do câncer de próstata.

Ainda que não haja um consenso no caso adquirido, os fatores que podem estar relacionados são:

  • Aumento de hormônios masculinos (testosterona);
  • Aumento do hormônio IGF-1 (fator de crescimento da insulina);
  • Inflamação da próstata;
  • Exposição à radiação ou substâncias cancerígenas.
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Fatores de risco

Acredita-se que alguns fatores de risco facilitam ou promovem o desenvolvimento do câncer de próstata. Confira a seguir quais são:

Idade

A idade do paciente é considerada como um fator principal de risco, ou seja, quanto mais velho, maior o risco. O câncer de próstata é raro em homens com menos de 45 anos e mais comum em quem tem mais de 50 anos.

Além da maior incidência nessa faixa etária, a saúde do paciente fica mais fragilizada, sendo que os riscos à vida são mais elevados.

Genética

Estatísticas comprovam que a genética é um fator de risco para o câncer de próstata. A doença é mais comum em homens negros e naqueles que possuem histórico familiar da doença.

Se o paciente se enquadrar em algum dos critérios abaixo, considera-se a doença hereditária e há aproximadamente 50% de chances de se manifestar:

  • 3 ou mais parentes de primeiro grau são afetados;
  • 2 parentes de primeiro grau diagnosticados antes dos 55 anos;
  • Acontecimento em 3 gerações consecutivas (avô, pai e filho).

Alimentação

Vários estudos indicam que determinadas dietas e alimentos podem possuir um efeito preventivo para câncer de próstata, enquanto outros podem estar associados aos maiores índices de manifestação da doença.

Entre os alimentos que podem auxiliar na proteção do organismo contra o câncer de próstata de diversas outras doenças estão as vitaminas A, D e E, além do mineral selênio, encontrados sobretudo em:

  • Soja;
  • Vegetais, frutas e legumes;
  • Cereais integrais;
  • Grãos integrais.

Entre as substâncias que podem favorecer o desenvolvimento do câncer de próstata estão o hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e aminas heterocíclicas, geradas principalmente no preparo de carnes vermelhas, e o cálcio consumido em excesso.

Obesidade

Outro estudo apresentou comprovações bem claras de que homens com obesidade tendem a ter maiores chances de desenvolver câncer de próstata. Além disso, o risco de metástase (câncer espalhado para além do órgão afetado) e morte também são maiores entre pacientes com obesidade.

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)

Homens que já tiveram gonorreia e tricomoníase podem ter maior chance de desenvolver câncer de próstata, de acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Michigan (EUA). Estima-se que as DSTs possam promover ou influenciar o desenvolvimento da doença.

Agente Laranja

O Agente Laranja é uma mistura de dois herbicidas utilizado como desfolhante pelo exército dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Veteranos expostos a esse agente apresentaram maior de risco de desenvolvimento de câncer de próstata, cerca de 48%, além de câncer de laringe, de faringe e doença de Hodgkin.

Abuso de álcool e outras drogas

O tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o uso de outras drogas estão relacionados aos maiores riscos de cânceres diversos, incluindo o de próstata.

Tipos

A maioria dos casos de câncer de próstata são desenvolvidos, originalmente, nas glândulas produtoras de sêmen. A esse tipo de câncer, dá-se o nome de adenocarcinoma, que é responsável pela grande maioria dos casos diagnosticados.

O tipo pode se manifestar em graus variados — de baixo, médio ou alto grau. Quanto maior a velocidade de proliferação e mais diferentes do tecido normal as células mutantes forem, mais elevado do grau da doença.

Há outros tipos existentes, ainda, mas bem menos comum. São eles:

  • Sarcoma: tipo mais raro de câncer de próstata, sendo mais comum em homens jovens;
  • Carcinoma de células pequenas: tipo de câncer que surge na camada que reveste o órgão chamada de tecido epitelial;
  • Tumores neuroendócrinos: a ocorrência é rara, mas o tipo é bastante agressivo e tem origem nas células endócrinas e neurais.
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Estágios

Determinar o estágio do câncer é essencial para conduzir o paciente ao tratamento mais adequado, que pode ser por exemplo a radioterapia ou a cirurgia. Chamado de estadiamento, a investigação considera o tamanho, extensão e localização do câncer no organismo.

  • O estadiamento clínico: baseado nos resultados dos exames físicos, testes laboratoriais, biópsia da próstata, testes de imagem e exames de sangue;
  • O estadiamento patológico: realizado quando o paciente é submetido à cirurgia e utiliza os exames do estadiamento patológico juntamente ao que é observado durante o procedimento cirúrgico.

Existem diferentes formas de fazer a mensuração, ou estadiamento, do câncer. O mais comum segue o sistema TMN:

Sistema TNM

Denominado de sistema TNM, a classificação é utilizada pela American Joint Comittee on Cancer (AJCC) e pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) para compreender e mensurar os avanços de diferentes tipos de câncer.

O sistema classifica, inicialmente, o câncer de acordo com:

  • T: tumor primário;
  • N: quando o câncer se espalhou para os linfonodos próximos;
  • M: quando o câncer se espalhou pelo organismo (metástase).

Cada um desses estágios usa as mesmas categorias para a classificação do câncer:

Categorias T

A categoria T abrange 4 tipos de subcategorias que descrevem a extensão do tumor na próstata:

Quando o médico consegue sentir o tumor ou vê-lo através de um ultrassom transretal.

  • T1a: o câncer é descoberto acidentalmente durante a ressecção transretal da próstata feita para a Hiperplasia Benigna Prostática (um aumento da próstata não-canceroso) e não está presente em mais do que 5% de tecido analisado;
  • T1b: o câncer também é descoberto através da ressecção transretal da próstata, porém está presente em mais de 5% do tecido coletado;
  • T1c: o câncer é encontrado em uma biópsia de agulha feita por conta do aumento do PSA.

Quando o médico consegue sentir o câncer com um exame digital retal ou o vê através de um ultrassom trans-retal, porém constatando que ele ainda está junto à próstata.

  • T2a: o câncer está localizado em metade ou menos da metade da próstata;
  • T2b: o câncer está em mais da metade de um dos lados da próstata;
  • T2c: o câncer está em ambas as partes da próstata.

Quando o câncer já se estendeu para fora da próstata, atingindo, provavelmente, as vesículas seminais

  • T3a: o câncer se estendeu para fora da próstata, mas não atingiu as vesículas seminais;
  • T3b: o câncer atingiu as vesículas seminais.

Quando o câncer atingiu tecidos de outros órgãos, como a esfíncter uretral, o reto, a bexiga e/ou a parede da pelve, utiliza-se a sigla T4.

Categorias N

As categorias N descrevem se o câncer já atingiu regiões próximas dos gânglios linfáticos.

  • NX: A região próxima dos gânglios linfáticos não foi avaliada;
  • N0: O câncer não se espalhou para a região próxima aos gânglios linfáticos;
  • N1: O câncer se espalhou para um ou mais gânglios linfáticos próximos.

Categorias M

Essas categorias descrevem se o câncer já atingiu partes mais distantes do corpo do paciente.

  • M0: O câncer não se espalhou para além dos gânglios linfáticos.
  • M1: O câncer se espalhou para além dos gânglios linfáticos.

A categoria M1 pode ainda ser subdividida em:

  • M1a: o câncer se espalhou para fora da bacia;
  • M1b: o câncer se espalhou para os ossos;
  • M1c: o câncer se espalhou para outros órgãos, como pulmões, fígado e/ou cérebro.

Categorias de risco D’Amico

Ainda que os sistema TNM seja amplamente utilizado, em alguns casos, as categorias de risco D'Amico podem ser utilizadas para medir os riscos do tumor localizado (quando não invadiu outros órgãos ou tecidos) se espalhar para além da próstata.

Esse sistema utiliza o exame de toque retal e resultados de outros exames, como o PSA (antígeno prostático específico) e do escore de Gleason (aparência do tumor, avaliada por exames microscópicos) para determinar em qual dos 3 grupos de risco o paciente se encontra: baixo, intermediário e alto.

Sintomas

Em grande parte dos casos, o estágio inicial do câncer de próstata não manifesta sintomas. Essa característica assintomática faz com que grande parte dos homens descubra a doença após exames de rotina ou quando a doença está em estágio avançado.

Caso o paciente seja sintomático já nos estágio iniciais ou quando está na fase avançada da doença, podem se manifestar:

  • Micção mais frequente;
  • Levantar mais vezes à noite para urinar;
  • Dificuldade em começar a urinar;
  • Gotejamento ou jatos sucessivos de urina;
  • Dificuldade em continuar a urinar uma vez que começou;
  • Sangue na urina ou no esperma;
  • Micção dolorosa;
  • Ejaculação dolorosa (menos comum);
  • Dor nos testículos;
  • Dor ao ejacular;
  • Dificuldades em atingir ou manter uma ereção.

Em casos avançados de câncer, os seguintes sintomas são possíveis:

  • Dor nos ossos, principalmente na coluna vertebral, pélvis ou costelas;
  • Infecção generalizada;
  • Insuficiência renal.

Mas é importante ressaltar que muitas vezes os sintomas podem ser provocados por outras condições clínicas que não o próprio câncer. Ou seja, às vezes o paciente apresenta uma elevação da frequência urinária decorrente do crescimento benigno da próstata (hiperplasia prostática benigna).

Diagnóstico

O câncer de próstata pode ser diagnosticado através de diversos exames, incluindo os de detecção precoce (toque retal e dosagem de PSA). Conheça os exames diagnósticos na lista abaixo:

Exame de toque retal

O exame é indolor e bastante rápido, sendo realizado no consultório médico. Nele, o médico insere o dedo no ânus do paciente, com o uso de luvas e lubrificante, em busca de alterações, anormalidades ou indícios de câncer.

Antígeno protático específico (PSA)

antígeno prostático específico (PSA) é um dos primeiros e principais exames para detectar o câncer de próstata. Em geral, homens saudáveis têm níveis de PSA abaixo de 4ng/mL (nanogramas por mililitro). Quando os valores estão acima dessa média, o paciente é encaminhado a outros exames confirmatórios.

Em geral, pacientes que não apresentam confirmação da doença mas possuem resultados entre 4ng/mL e 10ng/mL têm 25% de chances de desenvolver câncer, enquanto valores acima de 10ng/mL indicam mais de 50% de riscos para a doença.

TRIMprob (Sonda de Ressonância do Tecido Interferômetro)

Exame não invasivo, o TRIMprob é realizado em consultório e dura em torno de 10 minutos. Nele, ondas eletromagnéticas são emitidas, capazes de indicar alguma alteração na próstata. Normalmente, esse exame é indicado para quem já fez o toque retal e a dosagem de PSA.

Biópsia

A biópsia remove uma pequena amostra de tecido da próstata, para que seja encaminhada às análises. Através da parede do reto, o profissional insere uma agulha em direção à próstata. Em boa parte dos casos, ela é auxiliada por por uma ultrassonografia transretal, que é um exame de imagem sem a utilização de radiação ionizante.

Nesse caso, é empregada a técnica de ondas sonoras de alta frequência (acima do limite audível ao ser humano. O ultrassom é empregado para auxiliar na no posicionamento das agulhas durante a biópsia, além de medir a tamanho da glândula prostática.

Cintilografia óssea

Esse exame é feito apenas quando há suspeita de que o câncer se espalhou para os ossos e consiste na aplicação de uma pequena quantidade de composto radioativo no paciente. Essa substância se acumula em áreas dos ossos que podem estar com anormalidades causadas pela metástase, artrite ou outras doenças dos ossos.

O exame é rápido e em pouco tempo a substância é eliminada através da urina.

Tomografia computadorizada

Enquanto a máquina gira em torno do paciente, diversas imagens de raios-x são feitas, produzindo imagens detalhadas de uma parte do organismo em uma tela de computador.

Após as primeiras imagens, um contraste radioativo é injetado no paciente para que novas imagens possam ser feitas, dessa vez com um maior contraste das estruturas do corpo.

Ressonância magnética

A ressonância magnética se utiliza de ondas de rádio e ímãs fortes ao invés de raios-x e consegue constatar se o câncer já atingiu as vesículas seminais e a bexiga. O exame é, em geral, empregado como diagnóstico complementar e deve ser realizado junto aos outros exames.

Radioimunocintilografia

Assim como a cintilografia óssea, a radioimunocintilografia usa pequenas quantidades de material radioativo para verificar se o câncer está ou não limitado à próstata.

Biópsia de gânglio linfático

Exame realizado para verificar se o câncer atingiu os gânglios linfáticos. O exame é, em geral, empregado quando o paciente precisa fazer radioterapia e ainda não se sabe exatamente quais linfonodos estão afetados pelo câncer.

A biópsia é realizada por meio da inserção de agulhas finas ou uma pequena incisão no abdômen (laparoscopia), para que seja removida uma pequena amostra de tecido.

Biópsia cirúrgica

Durante a cirurgia de retirada da próstata, o médico retira um dos gânglios e o analisa em um microscópio. Dependendo do que seja encontrado, ele decide se mais tecido precisará ser retirado ou não.

O Câncer de Próstata tem cura?

Sim, mas a cura está diretamente relacionada ao estágio do diagnóstico. Por isso, quanto antes for detectada a doença e o tratamento começar, maiores as taxas de cura.

Em fases iniciais, o câncer de próstata tem até 90% de chances de ser completamente eliminado. É válido ressaltar que, mesmo o câncer sendo diagnosticado de forma precoce, é importante manter o acompanhamento do mesmo com o seu médico.

Tratamento

O tratamento mais adequado deve ser avaliado pelo médico, considerando as particularidades do paciente e da manifestação da doença. Para o tipo localizado, podem ser consideradas a cirurgia, a radioterapia e, às vezes, apenas a observação vigilante (acompanhamento constante do quadro).

Quando a doença está avançada, mas ainda localizada (não se espalhou pelo organismo), a radioterapia e a cirurgia com tratamento hormonal podem ser consideradas. Já em casos de doença metastática (o câncer acometeu outras partes do organismo), a terapia hormonal é a principal escolha.

Para começar, é importante saber qual é a classificação do câncer dentro do Escore de Gleason pontuação dada a um câncer de próstata de acordo com a sua aparência microscópica. Quanto mais baixo é o escore, melhor será o prognóstico do paciente:

  • Escore entre 2 e 4: significa que há cerca de 25% de chance do câncer se disseminar para fora da próstata em um período de 10 anos.
  • Escore entre 5 e 7: significa que há cerca de 50% de chance do câncer se disseminar para fora da próstata em um período de 10 anos.
  • Escore entre 8 e 10: significa que há cerca de 75% de chance do câncer se disseminar para fora da próstata em um período de 10 anos.

Tendo estabelecido o Escore de Gleason do paciente em questão, é chegada a hora da escolha do tratamento. Confira abaixo quais são as opções (lembrando que cada paciente pode precisar de um tipo de tratamento específico):

Tratamento não-imediato (observação vigilante)

Quando o tumor não compromete a qualidade da rotina ou não é capaz de afetar a duração de vida do paciente, pode-se optar pelo tratamento de observação continuada. Em média, entre 15% e 56% dos casos diagnosticados se enquadram nessa categoria, em que menos de 1% dos pacientes apresenta riscos de morte.

O paciente deve manter a rotina de consultas e exames, para que o quadro seja acompanhado devidamente. São solicitados exames frequentes de PSA, toque retal e ultrassonografia a cada 3 ou 6 meses. Se o médico avaliar alterações ou agravamento da doença, o tratamento é imediatamente iniciado.

Radioterapia

A radioterapia se utiliza de diversos feixes altamente potentes de radiação, que possuem a função de fazer com que as células cancerígenas sejam mortas durante o processo de tratamento. Podem ser empregadas duas abordagens:

  • Radiação externa: nesse tipo de radioterapia, o paciente recebe diretamente raios potentes de radiação e dura apenas alguns minutos. Entretanto, é preciso realizá-lo diversas vezes na semana;
  • Radiação interna ou braquiterapia: a braquiterapia consiste na introdução de sementes radioativas diretamente na próstata, que podem ser de do tipo temporária (com altas doses de radiação) ou permanentes (com baixas doses de radiação). Em geral, apresentam menos efeitos colaterais do que a radiação externa.

Cada vez mais, as técnicas terapêuticas têm oportunizado melhores resultados e menos efeitos colaterais, mas ainda assim é importante salientar os riscos de haver inflamações no reto e na bexiga, que podem acometer até 15% dos pacientes. Ainda podem se manifestar:

  • Dor na hora de urinar;
  • Micção frequente e/ou urgente;
  • Dor ao passar as fezes;
  • Disfunção erétil;
  • Diarreia;
  • Perda de pelos pubianos;
  • Cansaço;
  • Cistite.

Terapia hormonal (hormonioterapia)

A terapia hormonal, também denominada terapia de privação de andrógeno ou terapia de supressão androgênica, consiste na injeção de hormônios que param a produção de andrógenos, principalmente testosterona e a diidrotestosterona (DHT).

Como os andrógenos estimulam o crescimento das células cancerígenas, quando a terapia inibe a ação hormonal, os tumores podem diminuir ou crescer mais lentamente. Mas é importante ressaltar que somente a hormonioterapia não é capaz de curar o câncer.

Em geral, terapia pode ser indicada para pacientes que não podem realizar cirurgia ou radioterapia, se a doença retornou mesmo após o tratamento, antes da radioterapia (reduzindo o câncer para que o tratamento seja menos agressivo) e, também, como complemento à radioterapia em andamento.

As opções de terapia hormonal incluem intervenções medicamentosas e cirúrgicas, como:

Redutores dos níveis de andrógenos

Podem ser empregados medicamentos chamados de agonistas do receptor do hormônio liberador do hormônio luteinizante. Eles são injetados ou implantados sob a pele do paciente, geralmente em períodos mensais ou anuais. Os mais comuns são Leuprorrelina, o Gosserrelina, o Triptorrelina e o Histrelina.

Também há modos cirúrgicos, chamados de Orquiectomia Bilateral (Castração Cirúrgica), que consiste na remoção dos testículos, pois são eles os responsáveis pela produção e secreção da maioria dos hormônios andrógenos.

Antagonistas de LHRH

Os medicamento antagonistas da LHRH são aplicados através de injeções mensais ou anuais e atuam diminuindo rapidamente os níveis de testosterona no organismo; Há, ainda, medicamentos orais (comprimidos) que atuam bloqueando a produção hormonal somente dos testículos através da inibição de uma enzima chamada CYP-17.

Bloqueadores das funções do andrógenos

Chamados de antiandrógenos, esses medicamentos agem bloqueando ou inibindo os os receptores celulares de hormônios masculinos, fazendo com que os efeitos biológicos hormonais parem. Os antiandrógenos são ingeridos em forma oral (comprimidos) diariamente, podendo incluir medicamentos como Bicalutamida, Flutamida e nilutamida.

Há ainda o Enzalutamida, um medicamento mais novo, capaz de inibir a ação do andrógeno receptor, impedindo a duplicação de células cancerosas. Em alguns quadros, o medicamento pode agir diminuindo os níveis do PSA e aumentando a sobrevida do paciente.

Outros medicamentos supressores de andrógenos

Podem ser empregadas terapias à base de estrogênios (hormônios femininos). No entanto, apesar de ainda ser utilizada, essa terapia geralmente ocasiona efeitos colaterais intensos e, por isso, tem sido gradualmente substituída.

Cetoconazol é usado mais frequentemente para tratar infecções por fungos, mas sua ação é capaz de bloquear também alguns hormônios, como os andrógenos. Em alguns casos, o uso concomitante de corticoides pode ser recomendado, sob prescrição médica, como forma de diminuir os efeitos colaterais, entre eles:

  • Disfunção erétil;
  • Ondas de calor;
  • Perda de massa óssea;
  • Libido reduzida;
  • Inchaço das mamas;
  • Ganho de peso.

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Prostatectomia radical

Chamado também de proctectomia total, o procedimento consiste na remoção da próstata, das vesículas seminais e, em alguns casos, também dos linfonodos regionais. Sob efeito de anestesia geral, o procedimento pode ser feito por via aberta, laparoscópica ou por robótica.

Em geral, o resultado das 3 é bastante semelhante e os riscos no pós operatório também, sendo que a principal diferença é no tempo de recuperação e na melhor precisão, menos sangramento e melhor visualização do profissional durante a cirurgia.

  • Cirurgia robótica: um cirurgião, através de um console, realizada através de um robô. Cerca de 95% das cirurgias de câncer de próstata realizadas nos EUA são feitas dessa maneira, trazendo resultados bem eficientes e tornando o procedimento menos invasivo.
  • Incisão feita no abdômen: comparada aos outros tipos de cirurgia, essa feita através da incisão no abdômen gera menos risco de danos aos nervos, que pode causar problemas no controle da bexiga e ereções.
  • Incisão entre o ânus e o escroto: a cirurgia perineal, como é chamada, permite um tempo de recuperação menor do paciente.
  • Prostatectomia laparoscópica: com o auxílio de uma câmera, através de pequenas incisões feitas no abdômen, o cirurgião realiza a cirurgia. Esse tipo de laparoscopia pode causar alguns danos colaterais, como incontinência urinária e disfunção erétil. Em raros casos, a cirurgia pode ser fatal.

Congelamento do tecido da próstata (criocirurgia)

Também chamado de criocirurgia ou crioablação, o congelamento do tecido da próstata consiste na inserção de pequenas agulhas na próstata para conduzir um gás gelado capaz de congelar e destruir o tecido da próstata.

Apesar de ser menos invasiva do que a cirurgia, ainda não se conhece plenamente os feitos a longo prazo do procedimento de criocirurgia. Além disso, pacientes que já foram submetidos à radioterapia podem não ser tão beneficiados pela técnica.

Após o procedimento, são necessárias cerca de 3 semanas para que o paciente se recupere, sendo possível que o paciente apresente sangue na urina, dores locais e inchaço no pênis, sobretudo nos 2 primeiros dias.

Outros riscos envolvem:

  • Disfunção erétil;
  • Incontinência intestinal;
  • Incontinência urinária.

Quimioterapia

A quimioterapia consiste no uso de medicamentos capazes de destruir as células cancerígenas, sendo administrados por via intravenosa ou oral. É uma opção de tratamento para pacientes que já estão com o câncer no estágio de metástase, ou seja, o câncer se espalhou para outros lugares do organismo além da próstata.

Entre os medicamentos empregados, podem estar o Docetaxel, Cabazitaxel, Mitoxantrona e Estramustina, que agem, de modo geral, retardando o agravamento da doença, reduzindo os sintomas e melhorando a expectativa de vida do paciente.

Os principais efeitos colaterais da quimioterapia são:

  • Infecções;
  • Cansaço;
  • Perda de cabelo;
  • Feridas na boca;
  • Perda de apetite;
  • Náuseas e vômitos.

Vacinas

Ainda que as vacinas sejam conhecidas como formas de prevenção, para os cânceres, elas agem como tratamento. Em geral, a terapia apresenta menos efeitos colaterais e atuam estimulando o sistema imune do paciente, possibilitando que ocorram combates mais efetivos às células danificadas.

Em geral, elas são feitas de modo individual, em que células do próprio paciente são utilizadas na elaboração da vacina. O campo terapêutico é bastante recente e estudos ainda avaliam a sua eficácia.

Complicações

Quando a doença não é diagnosticada ou tratada corretamente, os maiores riscos envolvem a formação de metástases (disseminação das células cancerígenas para outras partes do corpo), dores ósseas, perda de peso e quadros anêmicos. Entenda:

Metástase

Quando as células cancerosas invadem os vasos linfáticos ou a corrente sanguínea, todo o organismo fica suscetível. Geralmente ocorre quando o diagnóstico é tardio ou o tratamento não está surtindo efeitos.

Em geral, são os ossos os mais ameaçados, sendo que as células se instalam, crescem e formam as chamadas metástases ósseas.

Incontinência urinária

Tanto o próprio câncer quanto os tratamentos podem causar incontinência urinária no paciente, por exemplo a radioterapia. Em alguns casos, a incontinência pode ser tratada e solucionada em poucos meses.

Além disso, a cirurgia de remoção da próstata pode provocar graus de dificuldade em controlar a bexiga, causando vazamentos de urina parciais ou totais.

Disfunção erétil

Da mesma forma que acontece com a incontinência, os tratamentos para câncer de próstata podem acarretar em disfunção erétil, ou seja, a incapacidade de conseguir uma ereção ou manter uma.

Complicações relacionadas à cirurgia

Assim como em todo procedimento cirúrgico, a remoção da próstata pode trazer riscos ao paciente. Em geral, os mais frequentes incluem o infarto, o derrame e a trombose nas pernas, a embolia pulmonar e infecções no local.

Após a cirurgia, a incontinência urinária pode acometer até 5% dos paciente, mas tende a ser gradualmente amenizada até a completa recuperação.

Riscos à vida

No Brasil, o câncer de próstata é, atualmente, a 2ª maior causa de morte por causa de câncer entre os homens, sendo o 1º lugar ocupado pelo câncer de pulmão. Em média, são 13 mil mortes anualmente.

Considerando a esfera mundial, a doença é o 5º tipo de câncer que mais mata, fazendo cerca de 300 mil mortes por ano.

Convivendo com o câncer

Nem sempre encarar o fato de possuir um câncer é fácil, por isso alguns cuidados durante e após o tratamento são necessários.

Alimente-se bem

A alimentação adequada é fundamental durante toda a vida, mas especialmente quando o organismo está submetido a tratamentos médicos. Entre alguns dos sintomas, pode haver redução do apetite ou dificuldade em se alimentar. No entanto, manter a boa nutrição do organismo faz com que as respostas ao tratamento sejam mais efetivas e o corpo sofra menos impactos das terapias.

É indicado que pequenas refeições sejam feitas várias vezes ao dia, para que sintomas como náuseas e/ou vômitos sejam evitados. Em alguns casos, suplementos nutricionais podem ser indicados pelo médico para garantir que a sua nutrição está sendo feita da maneira correta.

Optar por alimentos naturais, ricos em vitaminas e minerais, com pouca industrialização e produtos químicos pode auxiliar o funcionamento do organismo, evitando agravar a debilidade do paciente.

O ideal é sempre consultar um nutricionista e seguir as recomendações do médico.

Exercite-se

Manter uma rotina adequada de atividades físicas auxilia no funcionamento do organismo devido aos diversos benefícios já conhecidos dos exercícios, como:

  • Melhora o condicionamento cardiovascular;
  • Ajuda na perda de peso, quando aliado à uma dieta adequada;
  • Melhora a musculatura;
  • Reduz a fadiga.

Além da ação física, manter uma rotina de atividades auxilia no bem-estar do paciente, promovendo relaxamento, diminuindo os níveis de estresse e ansiedade, além de incentivar a interação.

Se a prática esportiva ou de outras atividades fisicamente intensas não forem agradáveis ou possíveis, o paciente pode optar por aulas ou práticas como:

  • Arteterapia;
  • Terapia de dança ou movimento;
  • Exercícios físicos;
  • Meditação;
  • Musicoterapia;
  • Técnicas de relaxamento;
  • Espiritualidade.

Mantenha seus amigos e familiares por perto

Manter pessoas queridas por perto é um modo de receber apoio, tanto físico quanto emocional, que é fundamental neste momento. É bastante importante ter suporte afetivo, capaz de tornar o tratamento um processo menos desgastante.

Prevenção

O modo mais eficaz de prevenir o câncer de próstata e diversas outras doenças é adotar um vida saudável. As medidas simples auxiliam no funcionamento correto do organismo e trazem mais qualidade de vida.

Cuide da alimentação

Parte fundamental da vida, uma dieta adequada e equilibrada reduz os riscos de diversas doenças, além de auxiliar o bom funcionamento do organismo.

O ideal é reduzir a ingestão de produtos industrializados, gordura, sódio e açúcar. Incluir frutas, verduras, legumes e grãos integrais, sempre com auxílio e orientação de nutricionistas, é fundamental para que haja uma boa variedade alimentar, mantendo a ingestão adequada de nutrientes.

Faça exercícios físicos

Manter uma rotina de atividades físicas regulares auxilia no bom funcionamento do organismo e age como um fator de prevenção.

Os exercícios auxiliam, ainda, na manutenção ou redução de peso, fazendo com que os riscos de câncer de próstata sejam minimizados, logo que a obesidade pode estar relacionado com a doença.

E não precisa escolher esportes muito intensos, pois se estima que manter uma rotina de atividades leves ou moderadas, numa média de 50 minutos, 3 vezes por semana já é o suficiente para resultar em melhorias à saúde.

Não fume e reduza o consumo de álcool

O tabagismo está diretamente relacionado a diversas doenças e alterações no organismo. Tanto a nicotina quanto dezenas de outras substâncias presentes nos cigarros podem trazer sérios danos ao organismo e favorecer o desenvolvimento de cânceres.

Além disso, o consumo excessivo de álcool e outras drogas também está relacionado a riscos à saúde.

Faça consultas regulares

Ir ao médico deve ser um hábito adotado como forma de prevenção e não comente para realizar tratamentos. Manter uma rotina de exames, fazer consultas regulares e cuidar da saúde é a melhor maneira de detectar alterações ou doenças de forma precoce, fazendo com que o tratamento, quando necessário, seja menos agressivo e mais promissor.

Sobretudo homens com histórico na família ou que se enquadram em algum fator de risco, como serem negros ou terem obesidade, devem dar especial atenção aos exames preventivos.

Para isso, é preciso que todo homem acima dos 50 anos faça exames preventivos numa frequência anual. Esses exames consistem em checagem do PSA, através de exame de sangue, e no toque retal. Em casos de qualquer suspeita, uma biópsia do tecido da próstata deverá ser realizado.


Uma das melhores formas de prevenir doenças é por meio da informação e do autocuidado. Mantenha consultas regulares, adote medidas saudáveis e tenha uma rotina leve.

Saiba mais sobre saúde e qualidade de vida no Minuto Saudável!

Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 07/11/2018

Fontes consultadas

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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