Saúde

Hepatite B: sintomas, contágio, anti-HBS, vacina, tem cura?

Publicado em: 18/02/2019Última atualização: 09/06/2022
Publicado em: 18/02/2019Última atualização: 09/06/2022
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A hepatite B é uma doença infecciosa e viral que acomete o fígado e pode trazer diversas complicações para quem recebe o diagnóstico. Contudo, apesar de ser uma condição grave, é possível preveni-la com atitudes bem simples no dia a dia.

Para saber como, além de outras informações, continue acompanhando o artigo!

O que é e o que causa hepatite B?

A hepatite do tipo B (CID-10 B16) é uma infecção viral que acomete o fígado. Nos casos mais leves, a doença costuma ser solucionada com tratamento médico precoce e adequado. Contudo, em crianças e em alguns adultos, ela pode se tornar crônica, o que significa que o vírus não é combatido pelos anticorpos.

Quando a transmissão ocorre, o vírus da Hepatite B (VHB), causador da doença, contamina os hepatócitos (células do fígado), multiplicando-se dentro delas e iniciando o processo de multiplicação. 

O sistema imunológico reage atacando o vírus, ou seja, os hepatócitos infectados. Mas nesse processo diversos hepatócitos saudáveis são destruídos, o que debilita o órgão.

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Tipos de hepatite B

A hepatite B pode se desenvolver de forma aguda, crônica ou fulminante. A seguir, você confere um pouco mais sobre cada uma delas:

Aguda

A forma aguda da doença acontece quando o (a) paciente contrai o vírus VHB em qualquer um dos possíveis meios de contágio.

Nesse caso, a doença afeta os hepatócitos, causando a destruição das células para que o vírus se multiplique. Consequentemente, a capacidade de ação do fígado diminui drasticamente, comprometendo a metabolização de substâncias ingeridas.

Contudo, quando tratada de forma correta e com acompanhamento médico, o fígado se recupera dos danos rapidamente e o (a) paciente se torna imune à contaminação por hepatite do tipo B.

Crônica

A hepatite B crônica é mais comum em crianças, mas também pode afetar adultos. A doença recebe o diagnóstico de crônica quando, depois de 6 meses de infecção, o vírus ainda está ativo no organismo.

O mecanismo de ação da hepatite B crônica é o mesmo da aguda, entretanto, o vírus não é completamente combatido e volta a causar a inflamação das células hepáticas. Ou seja, o (a) paciente não é capaz de se curar sozinho e, como resultado de diversas inflamações subsequentes no órgão, o fígado fica comprometido.

Esse comprometimento do órgão pode levar a cirrose hepática, quadro caracterizado pela formação de tecido cicatricial no fígado e que pode causar câncer e, até mesmo, levar à morte. Nesse estágio, o transplante de fígado pode ser recomendado.

Fulminante

A hepatite fulminante é rara e surge quando a doença se desenvolve rápido demais e compromete drasticamente as células. O vírus VHB é o maior causador desse tipo de hepatite, apesar de, na maioria dos casos, ela acontecer quando o microorganismo age em conjunto com o causador da hepatite D.

Além disso, esse tipo da doença pode causar a morte em pouco tempo, já que as funções hepáticas ficam fortemente comprometidas. Como consequência desse quadro, podem surgir doenças neurológicas como a encefalopatia portossistêmica, que se desenvolve quando substâncias que deveriam ser metabolizadas pelo fígado não são.

Nos casos de hepatite fulminante, a piora dos sintomas é rápida e súbita e a hospitalização é extremamente necessária.

A hepatite B é uma doença causada pelo vírus VHB que acomete o fígado.
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Transmissão

O vírus da hepatite B pode ser transmitido pelo sangue, por meio de seringas, alicates e agulhas não esterilizadas adequadamente, pelo leite materno e da mãe para o bebê durante o parto.

A seguir, você confere um pouco mais sobre a transmissão em cada um desses casos:

Compartilhamento de seringas

O compartilhamento de seringas é uma das formas de disseminação da doença. Se uma pessoa contaminada usa uma seringa e a compartilha com outra pessoa, a transmissão pode ocorrer.

Isso acontece, com maior frequência, no uso de drogas injetáveis, em hospitais que não realizam higienização adequada dos instrumentos ou quando alguém partilha seringas para a aplicação de algum medicamento.

Relação sexual sem proteção

A relação sexual sem proteção é um dos principais meios de transmissão. O vírus pode ser encontrado nos fluidos íntimos femininos e no esperma, portanto, não usar preservativo com alguém infectado pode resultar na contaminação pelo VHB.

Por isso, a condição é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST) e 100 vezes mais transmissível do que o vírus HIV.

Reutilização de agulhas de tatuagem

Agulhas de tatuagens devem ser bem esterilizadas e, da mesma forma que as seringas, elas não devem ser reutilizadas e compartilhadas, pois diversas doenças transmitidas pelo sangue podem ser contraídas dessa forma.

Sintomas de hepatite B

A incubação da hepatite B pode durar até 6 meses. Isso significa que apenas após esse período os sintomas irão se manifestar. Em casos mais leves, o sistema imunológico pode eliminar o vírus sem que qualquer sinal da doença seja percebido.

Em crianças pequenas, a condição também costuma ser assintomática, mas existe a grande possibilidade de ela se tornar crônica e desencadear cirrose anos depois caso não seja tratada.

Os sintomas mais característicos de hepatite B são:

  • Dor abdominal;
  • Urina escura;
  • Fezes claras;
  • Dor articular;
  • Perda de apetite;
  • Vômito;
  • Fraqueza.

Se você possui algum dos sintomas listados acima, procure ajuda médica imediatamente! Quanto mais cedo for diagnosticada, maiores as chances de cura do (a) paciente.

Olhos, pele e unhas amareladas são forte indício de hepatite B.

Leia também: Hepatite Aguda Grave: o que é, sintomas e tratamento

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Diagnóstico

O diagnóstico da hepatite B é realizado por meio de exames de sangue. Além de analisar as amostras colhidas no exame de sangue, é possível realizar o teste rápido de hepatite B no consultório. A seguir, você confere um pouco mais sobre como ambos são feitos e analisados:

Teste rápido para hepatite B

O teste rápido para hepatite B pode ser aplicado no próprio consultório e detecta o HBsAg, antígeno produzido pelo corpo para enfrentar o vírus HBV. Se o antígeno é detectado no sangue, significa que a infecção está ativa.

Uma pequena amostra de sangue do dedo é retirada para ser analisada, sendo que os três resultados possíveis são positivo, negativo e inconclusivo.

Caso o resultado seja negativo, é confirmado que o (a) paciente não contraiu o vírus. Entretanto, se o resultado for inconclusivo ou positivo, é necessário realizar o exame de sangue para o diagnóstico, já que mesmo nos casos positivos, pode haver um falso positivo.

Exame de sangue

No exame de sangue, o objetivo é identificar os antígenos HBsAg, que indicam infecção ativa e resultado positivo. Ele é mais preciso do que o teste rápido e é capaz de detectar o vírus no sangue. 

Além disso, por meio desse tipo exame, é possível encontrar outras células imunológicas que podem dar mais detalhes sobre a situação atual do (a) paciente.

Por exemplo, enquanto os antígenos HBsAg indicam que a infecção está ativa (aguda), os anti-HBs indicam que a pessoa está imune, seja por vacina, seja por já ter contraído a doença no passado.

A presença do antígeno Anti-HBs IGM, por sua vez, indica uma infecção recente. Caso o exame dê negativo para todos os antígenos, significa que não houve contato do (a) paciente com o vírus.

No geral, valores menores do que 10mUI/mL indicam não reagente. Já concentrações maiores do que 100mUI/mL indicam reagente ou que a pessoa está imune ou curada da doença. Vale lembrar que os valores de referência podem variar, por isso, verifique com seu (a) médico (a).

O exame de sangue é uma das formas de detectar a doença.

Qual o tratamento da hepatite B?

O tratamento conta com a administração de antivirais, medicamentos que impedem que o microrganismo infecte e se multiplique em células saudáveis. Algumas das opções que podem ser receitadas por um (a) médico (a) são:

Atenção! NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Hepatite B tem cura?

Sim! A hepatite B aguda costuma ser curada rapidamente quando o tratamento médico adequado é iniciado a tempo pelo (a) médico (a). 

Entretanto, nos casos em que a doença se torna crônica ou fulminante, o tratamento se torna mais complexo, pois o sistema imunológico do (a) paciente está debilitado e não é mais capaz de combater o vírus. Nesse caso, portanto, não há cura e o vírus permanecerá ativo para o resto da vida. 

A mãe pode transmitir hepatite B para o bebê?

Sim! A transmissão vertical (de mãe para filho) pode ocorrer tanto antes, durante e depois do parto, além de ser possível por meio da amamentação. Contudo, é possível evitar essa contaminação.

A primeira dose da vacina contra hepatite B após o parto, somada à aplicação de imunoglobulina humana anti-hepatite B nas primeiras horas de vida da criança costuma evitar a contaminação vertical na grande maioria dos casos.

É essencial que esses cuidados sejam tomados caso a mãe tenha hepatite B, pois muitos dos casos de transmissão vertical evoluem para hepatite crônica.

Prognóstico

Na maior parte dos casos, o prognóstico da hepatite B é bom e o (a) paciente sobrevive sem maiores complicações. Entretanto, no quadro crônico, o que acontece em uma parcela considerável dos casos é que o tratamento pode ser necessário por toda a vida.

No caso da hepatite B fulminante, danos renais a prejuízos neurológicos e, até mesmo, morte são possíveis. Portanto, é importante que o atendimento médico seja realizado o mais rápido possível, independente da gravidade.

Complicações

Quando não tratada de forma adequada, com acompanhamento médico, a hepatite B pode causar outras complicações de saúde. Entre elas estão:

  • Hepatite B crônica (permanente);
  • Cirrose;
  • Câncer de fígado;
  • Danos cerebrais;
  • Morte.

Como prevenir hepatite B?

Existem diversas maneiras simples de prevenir a doença em nosso dia a dia. Confira algumas abaixo:

Vacine-se

A vacina é o método mais eficaz de prevenir a hepatite B. Mesmo que, de alguma forma, você tenha sido contaminado (a), seu organismo saberá como agir contra o vírus HBV. Portanto, mantenha sua carteirinha de vacinação em dia!

Use camisinha

O único método contraceptivo que evita a transmissão de infecções e doenças sexualmente transmissíveis (IST e DST) é o preservativo! Lembre-se sempre de usar tanto com seu (a) parceiro (a) fixo, quanto com um (a) novo (a) parceiro (a) sempre.

Não compartilhe seringas, alicates e agulhas 

Compartilhar seringas, agulhas e alicates é uma das formas de transmissão da hepatite B. Portanto, antes de ir a um estúdio de tatuagem, piercing ou salão de beleza, por exemplo, confira se o estabelecimento faz a esterilização adequada dos objetos.

Vacina para hepatite B

A vacina para a hepatite B é a principal e mais eficaz maneira de prevenir a doença. Ela é divida em três doses e a primeira pode ser dada logo no primeiro dia de vida para proteger a criança.

A vacina para a doença utiliza o vírus HBV inativado para que o sistema imunológico reconheça o microorganismo e saiba como combater o invasor no caso de uma infecção.

Você consegue garantir as doses necessárias pelo SUS (Sistema Único de Saúde) de forma gratuita e pela rede privada, em clínicas e hospitais.

A melhor forma de prevenir a doença é se vacinando!

Perguntas frequentes

Posso beber álcool com hepatite?

Não! Por ser metabolizado no fígado, órgão acometido seriamente pela doença, o álcool o debilita ainda mais. Além disso, dependendo de seu estado, a ingestão pode causar intoxicação.

Posso contrair hepatite B no ar?

Não! A única forma de contrair a condição é por meio de sangue, esperma e fluidos vaginais, além do leite materno. Gotículas de saliva, espirros e toque não são capazes de transmitir o VHB.

Mulheres com hepatite B podem amamentar?

Apenas se o bebê estiver vacinado, receber imunoglobulina nas primeiras horas de vida e se um protocolo de segurança estipulado por um (a) médico (a) infectologista seja seguido! 

Peguei hepatite B. Estou imune às hepatites A e C?

Não! A hepatite é causada por vírus diferentes e, por isso, ter imunidade a um tipo não significa ter imunidade a outro.


A hepatite B é uma doença grave que merece atenção e atendimento médico para que os impactos na pessoa infectada e em sua qualidade de vida não sejam comprometidos de curto a longo prazo.

Portanto, caso suspeite de algo ou tenha tido contato sexual desprotegido com uma pessoa diagnosticada, procure ajuda médica o quanto antes!

Para mais informações sobre doenças e como preveni- las, continue acompanhando o site e o blog do Minuto Saudável!


Referências

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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