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Colonoscopia (exame): o que é, para que serve e riscos. Dói?

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 03/09/2020
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 03/09/2020
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O que é Colonoscopia?

A colonoscopia é um exame que consiste na visualização do interior do intestino grosso e da parte final do intestino delgado, em imagens coloridas que podem ser gravadas. Feito através de um endoscópio inserido pelo ânus, ajuda a verificar a existência de lesões nas paredes intestinais.

Esse procedimento torna possível a prevenção do câncer intestinal, pois é capaz de remover pólipos e estancar pequenos sangramentos nas paredes do cólon. Também pode ser usado para remover amostras de lesões suspeitas que são enviadas para análise (biópsia).

O exame é realizado através de um endoscópio chamado colonoscópio. O aparelho passa pelo reto e pelo intestino grosso, até chegar na porção distal do íleo, ou seja, a parte final do intestino delgado. Esse colonoscópio possui uma câmera na ponta, que mostra o interior do órgão em uma TV, onde o médico pode examinar o estado das paredes intestinais.

Em geral, o exame é realizado sob sedação e anestesia local. Assim, assegura-se de que o paciente não sinta desconfortos durante o processo, além de torná-lo mais colaborativo. Trata-se de um procedimento seguro que não necessita internamento, na maioria dos casos.

O médico especializado nesse exame é chamado colonoscopista. Outros profissionais habilitados para realizá-lo são endoscopistas e coloproctologistas. O gastroenterologista é o médico responsável pelo laudo.

O que é colonoscopia virtual?

Uma variação do exame é a colonoscopia virtual, geralmente realizada quando há dificuldades pelo meio tradicional. Essa versão consiste na utilização da tomografia computadorizada para obter imagens do interior do cólon. Trata-se de uma maneira menos invasiva de realização do exame, pois o tubo introduzido no ânus não trafega por todo o intestino, ficando reservado à porção final do mesmo, onde injeta ar para separar as alças intestinais e garantir melhor visualização. Assim, o procedimento apresenta limitações, como a dificuldade para identificar pólipos pequenos e a impossibilidade de extração de tecidos suspeitos para biópsia.

Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Colonoscopia?
  2. Para que serve a colonoscopia?
  3. Preparação para o exame
  4. É preciso parar com medicamentos antes da colonoscopia?
  5. Como é realizado o exame?
  6. Gestante pode fazer colonoscopia?
  7. Colonoscopia dói?
  8. Resultados
  9. O que pode afetar os resultados?
  10. Depois do exame
  11. Contraindicações
  12. Complicações e riscos
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Para que serve a colonoscopia?

O exame endoscópico do cólon é usado, frequentemente, para a prevenção de câncer intestinal em pessoas maiores de 50 anos. Nesse caso, recomenda-se realizar uma colonoscopia a cada 10 anos ou, caso haja histórico familiar de câncer, em um intervalo de 3 a 5 anos.

Em pessoas mais jovens, o exame pode ser requisitado em caso de:

  • Dores abdominais de causa desconhecida;
  • Sangramento intestinal;
  • Diarreia ou constipação crônica;
  • Exame de sangue oculto nas fezes com resultado positivo;
  • Investigação de anemia ferropriva;
  • Suspeita de câncer de cólon;
  • Confirmação de resultados anormais em exames não invasivos, como radiografias, tomografias e ultrassonografias;
  • Acompanhamento de pacientes que tiveram pólipos removidos previamente.

Na presença de pólipos, o colonoscópio é capaz de removê-los total ou parcialmente. Ele também pode retirar amostras para fazer a biópsia de lesões suspeitas.

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Preparação para o exame

A preparação para a colonoscopia pode ser bem desagradável para alguns pacientes, uma vez que consiste em uma dieta especial e no uso de medicamentos laxativos.

Para que o colonoscopista seja capaz de visualizar a mucosa intestinal sem interferências, é preciso fazer uma limpeza do cólon. Sendo assim, o médico deve entregar um kit com instruções de como fazer isso. Em geral, esse processo é feito em casa e não apresenta perigo.

O paciente deve entrar em uma dieta líquida, pobre em fibras e gorduras, durante cerca de 1 a 3 dias antes da realização do exame. Nesse período, deve-se tomar medicamentos laxativos para acelerar o esvaziamento do cólon. É possível que o médico receite um laxante mais forte para ser tomado especialmente no último dia antes do exame.

A diarreia causada pelos medicamentos pode ser desagradável para o paciente, mas precisa acontecer para assegurar que não haja restos de fezes no intestino durante a colonoscopia. O ideal é que o paciente reserve esses dias anteriores ao exame em casa, pois precisará ir ao banheiro com frequência.

O consumo de líquidos é indispensável durante esses dias, uma vez que a diarreia causa desidratação. O paciente pode tomar sucos de frutas coados (exceto sucos com coloração avermelhada, como suco de uva ou morango), chás e café puro, mas o mais importante é a água. Não se deve tomar leite, refrigerantes, bebidas alcoólicas e quaisquer líquidos com coloração avermelhada.

O médico responsável pode passar outras instruções para casos específicos.

Lembre-se sempre de checar as instruções e tirar suas dúvidas com o médico.

O paciente deve também pedir o acompanhamento de um amigo ou familiar no dia do exame, pois o efeito da sedação pode demorar para passar.

É preciso parar com medicamentos antes da colonoscopia?

A maior parte das medicações não apresenta problemas ou obstáculos para o exame e, por isso, não há necessidade de descontinuação. É de extrema importância que o paciente conte ao médico todas as medicações que usa, para que sejam feitos os ajustes necessários.

Medicamentos como insulina podem sofrer reajustes, especialmente por conta da dieta limitada que altera o nível de glicose no sangue. Já os medicamentos a base de ferro devem ser descontinuados, uma vez que podem atrapalhar a visualização.

No que tange drogas que agem na coagulação, há a necessidade de atenção redobrada. Durante o exame, o médico pode fazer a retirada de pólipos e amostras de lesões, o que causa ferimentos que podem sangrar. Medicamentos anticoagulantes, como heparina e varfarina, são contraindicados em pacientes que irão realizar o exame. Já drogas como ácido acetilsalicílico, clopidogrel e anti-inflamatórios não precisam ser parados antes do exame.

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Como é realizado o exame?

O procedimento começa com a sedação do paciente, que é colocado deitado de lado em uma maca. Em geral, essa sedação vem acompanhada de uma anestesia local, para que o paciente não sinta desconforto durante o processo.

Quando o paciente está propriamente sedado, o médico introduz o colonoscópio pelo ânus. O aparelho injeta gás carbônico para insuflar as alças intestinais e abrir passagem. Assim, ele progride lentamente através do reto e do cólon, até alcançar o final do intestino delgado.

Caso o médico encontre pólipos ou lesões suspeitas no caminho, ele pode fazer a retirada dos mesmos, além de coletar material para biópsia, que pode demorar uns dias para entregar um laudo oficial.

Em geral, esse processo dura entre 20 minutos e 1 hora. Já o efeito da sedação pode demorar bastante para passar, de modo que pode haver sonolência durante o resto dia. Assim, quando o exame acabar, o paciente não deve dirigir, trabalhar ou operar máquinas. Por isso, ele só deve ser liberado do hospital ou clínica na presença de um acompanhante.

Colonoscopia dói?

Por ser um exame feito enquanto o paciente está sedado e anestesiado, é incomum que ele sinta alguma dor durante o procedimento. Entretanto, vale lembrar que o colonoscópio libera gás carbônico dentro do intestino, o que pode levar o paciente à cólicas e necessidade de liberar flatos (soltar pum) por algum tempo após o exame.

Gestante pode fazer colonoscopia?

Embora a colonoscopia seja um exame do intestino, ele pode trazer riscos para o feto e, por isso, não é indicada para mulheres grávidas, especialmente no terceiro trimestre.Durante a gravidez avançada, a colonoscopia pode ser dificultada por conta da compressão do cólon causada pelo útero aumentado. As complicações que podem ocorrer durante este exame (como perfuração intestinal, por exemplo) podem levar a traumas uterinos. Além disso, não se tem certeza se os medicamentos usados para limpar o cólon e anestesiar a paciente são seguros para o feto em desenvolvimento.Se você está grávida e precisa fazer um exame para verificar a saúde do cólon, o médico poderá requisitar uma retossigmoidoscopia como alternativa, um exame endoscópico que não é associado a malformações fetais ou indução prematura do parto.

Resultados

Os resultados do exame devem ser avaliados por um gastroenterologista ou coloproctologista, que poderá classificá-lo em normal, anormal ou inconclusivo. Saiba mais abaixo:

Resultado normal (ou negativo)

Quando não é encontrada nenhuma anormalidade nas paredes intestinais, o resultado será considerado normal. Caso você não tenha qualquer outro fator de risco — fora a idade — para desenvolver câncer intestinal, o médico provavelmente pedirá que você repita o exame em 10 anos.

Resultado anormal (ou positivo)

O resultado é considerado anormal quando, no decorrer do exame, foram encontrados pólipos ou lesões suspeitas no interior do cólon, como hemorroidas, úlceras, divertículos ou inflamações.

Embora a maior parte dos pólipos não representem riscos maiores, alguns podem se tornar lesões pré-cancerosas, ou seja, com grandes possibilidades de evoluir para uma neoplasia maligna. Os tecidos recolhidos durante o procedimento são enviados para análise.

Caso o médico encontre poucos pólipos menores que um centímetro de diâmetro, não é necessária a realização de uma nova colonoscopia por cerca de 10 anos. Entretanto, quando o tamanho ultrapassa 1 centímetro e a quantidade se mostra grande, o médico pode pedir que você volte a realizar o exame em 3 ou 5 anos, dependendo dos fatores de risco envolvidos.

Quando há a remoção de um ou mais pólipos cancerígenos, o médico pode pedir um acompanhamento e a repetição do exame em cerca de 3 meses.

Se você tiver pólipos ou tecidos anormais que não foram removidos durante o exame, seu médico pode recomendar que você faça um novo exame com um outro médico que tenha maior experiência na remoção de pólipos grandes.

Inconclusivo

Caso o médico tenha dúvidas sobre a qualidade da visualização, ou quando há resíduos fecais que impossibilitam parte do exame, pode haver a necessidade de repeti-lo em pouco tempo. Quando há, também, algum bloqueio que impede o avanço do colonoscópio, o médico irá recomendar uma colonoscopia virtual.

O que pode afetar os resultados?

Algumas ações normais do cotidiano podem mostrar alterações nas imagens do exame, o que pode confundir o médico e entregar um laudo impreciso. São elas:

  • Fazer um enema de bário menos de uma semana antes da colonoscopia;
  • Não fazer a preparação corretamente antes do exame;
  • Apresentar muitas voltas (torções) no cólon;
  • Cirurgias realizadas no local;
  • Sentir muitas dores durante o exame;
  • Usar suplementos de ferro, que tornam as fezes escuras e dificultam a limpeza intestinal;
  • Comer ou beber alimentos com coloração vermelha ou roxa, como, por exemplo, suco de uva e geleia de morango.

Depois do exame

Após o procedimento, o paciente fica em observação por, em média, 30 minutos. Depois desse tempo, caso não apresente maiores dificuldades, ele é liberado para ir para casa acompanhado de um familiar ou cuidador.

É comum ter cólicas e liberar flatos nas horas que procedem o exame. Para ajudar a liberar os gases, é recomendado que o paciente caminhe, com a ajuda de um acompanhante.

O efeito da sedação pode demorar para passar. Por isso, a pessoa não deve ir para casa desacompanhada, dirigir ou operar máquinas. É importante que o paciente, ao sair do hospital ou clínica, fique em repouso e não faça atividades que exijam muito esforço ou cuidado com o corpo, pois os reflexos podem ficar um pouco alterados pelo resto do dia.

Em geral, o paciente pode voltar a comer normalmente após o exame. Algumas vezes, como no caso de extração de pólipos e outros procedimentos que podem machucar as paredes intestinais, o médico pode passar uma dieta especial até que o intestino esteja recuperado.

Caso o paciente não tenha histórico de câncer intestinal na família, ele precisará voltar a realizar o exame após 10 anos. Já quando há histórico familiar, o recomendado é voltar a cada 3 ou 5 anos.

Contraindicações

A colonoscopia definitivamente não deve ser realizada em caso de:

  • Suspeita de abdome agudo;
  • Suspeita de diverticulite aguda;
  • Suspeita de megacólon tóxico.

Há, também, contraindicações relativas, ou seja, fica a critério do médico decidir por uma colonoscopia ou não. Nesses casos, as vantagens e desvantagens devem ser cuidadosamente consideradas, e o exame deve ser feito cautelosamente. São elas:

  • Infarto recente do miocárdio;
  • Embolia pulmonar recente;
  • Neutropenia significativa;
  • Terceiro trimestre da gravidez;
  • Aneurisma da aorta;
  • Esplenomegalia.

Caso o paciente esteja fazendo tratamento com anticoagulantes, o exame deve ser adiado para outra ocasião.

Complicações e riscos

Uma vez que a colonoscopia é um exame seguro, as complicações surgem muito raramente, porém podem tomar proporções graves. Em um procedimento normal, o risco de qualquer complicação é muito baixo. Já nos procedimentos que envolvem a retirada de pólipos e biópsias, o risco sobe um pouco, porém a taxa de mortalidade continua a ser extremamente baixa (0,007%).

Com a retirada de pólipos e outros tecidos estranhos, pode haver sangramento que não estanca sozinho. Nesses casos, deve-se contatar o médico, que, em geral, é capaz de resolver o problema com facilidade.

Mais raramente, ocorre a perfuração do intestino. O paciente é submetido à cirurgia para solucionar o problema.

Efeitos colaterais dos remédios laxativos ou da sedação são mais comuns. Esses podem ser facilmente contornados com a ajuda de outros medicamentos indicados pelo médico.

Algumas vezes, pode acontecer de o paciente ter uma sedação prolongada, ou seja, permanecer desacordado por mais tempo do que o esperado. Geralmente, o médico consegue resolver isso na própria sala de exame.

Dificilmente pode haver a transmissão de doenças, uma vez que o aparelho costuma ser esterilizado após cada procedimento.

O paciente deve entrar em contato com o médico caso tenha os seguintes sintomas depois do exame:

  • Dor abdominal intensa, não sendo cólicas causadas pelos gases;
  • Distensão do abdômen;
  • Vômitos;
  • Febre;
  • Sangramento persistente ou em grande volume nas fezes.

A colonoscopia é um exame simples que pode ajudar a prevenir o câncer intestinal, assim como captá-lo logo em seu início, aumentando as chances de cura. Esse artigo busca informar o paciente sobre o procedimento, que é seguro e raramente apresenta complicações.

Se você ou algum conhecido sente receio em relação à colonoscopia, compartilhe esse artigo para que mais pessoas possam compreendê-la melhor e até mesmo evitar doenças futuras.

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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