Os psicofármacos são um grupo de medicamentos que surgiram a partir da década de 40 e que trouxeram perspectiva e uma série de mudanças no tratamento de transtornos mentais. O emprego dos medicamentos do grupo diminui a necessidade de internamento hospitalar e melhora a qualidade de vida dos (as) pacientes.
Este artigo serve como um guia para sanar as principais dúvidas a respeito desse tipo de medicamento, para que servem, quais são, como agem e contraindicações.
Índice - Neste artigo, você vai encontrar:
Os psicofármacos, também conhecidos como psicotrópicos, psicoterapêuticos ou psicoativos, são um grupo de medicamentos empregados no tratamento de condições que afetam a saúde mental, como transtorno de ansiedade, depressão, insônia e transtornos psicóticos (por exemplo, psicoses e esquizofrenia).
Esses medicamentos são receitados de acordo com o diagnóstico, as características de cada paciente, riscos e benefícios e, na maioria dos casos, são prescritos no tratamento em conjunto com a psicoterapia.
O medicamento psicotrópico age diretamente no sistema nervoso central e provoca mudanças de humor, comportamento e cognição. Além disso, o mecanismo de ação varia de acordo com o tipo de medicamento, enquanto alguns equilibram os neurotransmissores: serotonina, dopamina, noradrenalina, GABA (ácido gama-aminobutírico) e acetilcolina, outros dão sensação de relaxamento ao organismo.
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Fazem parte do grupo dos psicofármacos os ansiolíticos, antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor. A seguir, descubra mais sobre cada um deles:
Indicados para o tratamento do transtorno de ansiedade, os ansiolíticos agem na parte do sistema nervoso responsável pela ansiedade e o sinal de alerta. Entre os medicamentos mais utilizados estão os que pertencem a classe dos Benzodiazepínicos (BZD), como diazepam, lorazepam, oxazepam, midazolam e triazolam.
Empregados no tratamento da depressão moderada ou grave, os antidepressivos atuam no sistema nervoso equilibrando os neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina. Entre os medicamentos utilizados estão os da classe de tricíclicos (ADT), como a amitriptilina, e os da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como a fluoxetina e o escitalopram.
Antipsicóticos, também conhecidos como neurolépticos, são prescritos para o tratamento da esquizofrenia, mania aguda, transtorno bipolar, depressão psicótica, síndrome de Tourette e demência. Entre os medicamentos desse tipo estão a clozapina, haloperidol e clorpromazina.
Basicamente, os estabilizadores de humor são divididos em duas categorias: os sais de lítio (utilizados para o transtorno bipolar) e os anticonvulsivantes (indicados no tratamento da epilepsia, transtorno bipolar, fobia social e mania aguda).
Além disso, atuam no sistema nervoso reduzindo as crises epilépticas. Os medicamentos mais utilizados são a carbamazepina, fenitoína, fenobarbital e primidona.
Desde que possuam receituário específico, médicos de todas as especialidades podem prescrever esse tipo de medicamento. Entretanto, vale ressaltar que os (as) psiquiatras são os (as) profissionais mais adequados (as) para receitar e acompanhar o tratamento com psicofármacos.
É importante ressaltar que o psicofármaco não deve ser utilizado sem a orientação e acompanhamento médico.
As contraindicações variam de acordo com o tipo de psicofármaco. Confira mais a respeito delas a seguir:
O uso dos ansiolíticos benzodiazepínicos é contraindicado para pacientes com:
Além disso, algumas doenças como a pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e a renal crônica exigem cuidados especiais em relação a alguns componentes e dosagens. Portanto, converse sempre com seu (sua) médico (a).
Os antidepressivos tricíclicos são contraindicados a pacientes com hipersensibilidade aos componentes e portadores das seguintes condições:
Pessoas com hiperplasia de próstata ou constipação intestinal grave também precisam ter um cuidado maior com essa classe medicamentosa.
Já os inibidores seletivos da recaptação de serotonina são contraindicados para pacientes com hipersensibilidade a componentes desses medicamentos e não podem fazer o uso concomitante com medicamentos da classe dos Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO), pois causam síndrome serotoninérgica. Caso seja necessário utilizar um inibidor seletivo da recaptação da serotonina, é preciso um intervalo mínimo de 14 dias sem IMAO.
Além disso, o médico vai analisar o risco-benefício em pacientes com transtornos convulsivos, alterações na coagulação (discrasias sanguíneas) e outras condições.
O antiepiléptico ácido valpróico é contraindicado para pessoas com insuficiência hepática, hepatite e hipersensibilidade a quaisquer dos componentes do medicamento. Além disso, não deve ser usado durante a gravidez.
Já o antiepiléptico carbamazepina é contraindicado nos casos de porfiria hepática, bloqueio átrio-ventricular, hipersensibilidade aos componentes do medicamento e problemas na medula óssea.
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Caso você tenha sido prescrito um medicamento psicofármaco, siga corretamente as orientações da receita médica.
A automedicação é perigosa e pode resultar em enormes problemas e prejuízos à saúde. No caso de dúvidas, entre em contato com um (a) profissional da saúde.
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Dra. Francielle Mathias
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