Saúde

Serotonina: é o hormônio da felicidade? Dicas para aumentar

Publicado em: 13/06/2020Última atualização: 13/08/2021
Publicado em: 13/06/2020Última atualização: 13/08/2021
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Os hormônios são substâncias produzidas pelo sistema endócrino. Existem muitos tipos, com funções distintas e únicas, de forma que todos têm grande importância para o pleno funcionamento do organismo.

Alguns atuam diretamente em nossas funções cognitivas e comportamentais, como a serotonina. Vamos entender melhor qual a importância dessa substância e qual sua função em nosso corpo:

O que é serotonina?

O hormônio serotonina se caracteriza como um neurotransmissor (substância química que faz comunicação entre neurônios), responsável por regular o sono, humor, temperatura corporal, etc. De forma que é essencial para proporcionar sensações de bem-estar e felicidade.

Isso é possível pois o famoso “hormônio da felicidade” é produzido no sistema nervoso e transmite informações ao cérebro, as quais possibilitam sentir essas emoções positivas.

Além disso, vale destacar que essa substância atua também no sistema cardiovascular, musculatura lisa e promove a agregação plaquetária (evita coágulos). Desempenha, ainda, um importante papel no SNC (sistema nervoso central), atuando no sistema límbico.

Esse sistema atua controlando sensações como ansiedade, medo, sono e até percepção à dor.

Nesse sentido, os baixos níveis de serotonina comumente levam a pessoa a apresentar sintomas como maior irritabilidade, insônia e até mesmo problemas gastrointestinais. Em casos mais graves, pode também estar associada à depressão.

Basicamente, o tratamento para quem está com deficiência nos índices de serotonina consiste em mudanças de hábitos. Por exemplo, incluindo alimento ricos em triptofano (substância responsável pela produção da serotonina) na dieta, praticando exercícios, etc. 

Já em casos mais graves, podem ser prescritas medicações como a Fluoxetina ou Citalopram, que atuam como Inibidores Seletivos de Recaptura de Serotonina (ISRS), regulando a funcionalidade do hormônio.

Na sequência, você pode entender melhor outras questões sobre esse neurotransmissor:

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Como a serotonina é produzida no corpo?

A serotonina é um hormônio produzido no cérebro e intestino, a partir da substância triptofano (aminoácido). Porém, de forma geral, a maior parte (80% a 90%) se encontra no trato gastrointestinal. 

Nesse sentido, sua produção depende da ingestão de alimentos ricos em triptofano (presente em alimentos como chocolate, banana, cereais, etc) e carboidratos. Então, o ideal é manter uma dieta balanceada e consumir em pequenas porções, ao longo do dia, os alimentos que contam com a substância.

Além disso, de forma geral, a maior parte da produção de serotonina se dá no período da manhã e na presença de luz solar — que estimula a liberação do hormônio.

Vale destacar, por fim, que a serotonina também pode ser encontrada nas plaquetas do sangue e principalmente no sistema nervoso central (SNC). Assim, a glândula pineal (localizada no cérebro) secreta a serotonina e, com isso, possibilita sua ação no organismo.

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Qual a função do neurotransmissor serotonina?

O neurotransmissor serotonina desempenha funções importantes no sistema nervoso central (SNC), as quais afetam tanto o lado cognitivo quanto comportamental. Dentre suas principais funções, está o controle do humor — inibindo comportamentos agressivos, por exemplo.

Porém, além disso, esse hormônio é responsável por outras funcionalidades importantes, entre elas:

  • Controla o apetite;
  • Regula o sono;
  • Regula a libido (desejo sexual);
  • Regula a temperatura corporal;
  • Ajuda na coagulação sanguínea;
  • Controla a náusea e funcionamento intestinal.

Considerando a variedade de atuação desse neurotransmissor, é possível notar o quanto é importante para o pleno funcionamento do corpo — tanto em sentido de saúde física quanto mental.

Serotonina é o hormônio da felicidade e do prazer?

A serotonina é conhecida como o hormônio da felicidade. Considerando que está diretamente ligada com a regulação do humor, dentre outras funções.

Porém, o hormônio conhecido por proporcionar sensações de prazer é a dopamina. Isso porque atua no chamado “sistema de recompensa”. 

Ao realizar determinadas atividades (desde as mais simples, como beber quando se está com sede), o cérebro recebe estímulos e ocorre a liberação de dopamina — proporcionando uma sensação de prazer ou recompensa pela ação.

Porém, não seria errado considerar que os níveis altos de serotonina também podem fazer com a pessoa tenha maiores sensações de prazer, devido a maior sensação de bem-estar.

Nesse sentido, vale destacar que muitas vezes esses dois hormônios atuam de forma conjunta.

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O que significa serotonina alta?

Quando a serotonina se encontra em níveis acima do normal, configura um quadro de síndrome serotoninérgica. Nesse caso, é comum que a pessoa apresente atividade nervosa excessiva, levando a sintomas como:

  • Agitação;
  • Confusão mental;
  • Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial;
  • Dilatação da pupila;
  • Dores de cabeça;
  • Suor excessivo.

Uma das principais causas está relacionada ao uso conjunto de substâncias ativadoras desse hormônio. Por exemplo, ao ingerir drogas estimulantes enquanto faz uso de determinados medicamentos (como os antidepressivos).

Entretanto, vale destacar que se trata de uma condição rara, dificilmente ocorre mesmo a partir do uso de várias medicações que aumentam os níveis de serotonina.

O que causa a falta de serotonina no cérebro?

Uma das principais causas da ausência de serotonina no cérebro está relacionada à falta de bons hábitos: alimentação correta, momentos de lazer, prática de exercícios físicos, etc. Já que esse hormônio nos possibilita ter a sensação de felicidade e bem-estar, estabelecer hábitos que estimulem isso é bem importante.

Nesse sentido, a alimentação é um fator que pode ser determinante. Isso, considerando que é a forma mais fácil de absorver triptofano (substância responsável pela produção de serotonina).

Então, aposte em alimentos como carnes e lácteos. Evite uma dieta rica em açúcar e farinhas processadas, que dificultam o funcionamento intestinal e consequentemente a absorção do triptofano.

Outra questão que pode interferir nos níveis da serotonina no organismo, são altos níveis de estresse, que consequentemente aumentam os índices do hormônio cortisol.

Por fim, o problema também pode estar relacionado com a transmissão do hormônio. De forma que mesmo em níveis normais, não consegue realizar sua ação plena — sendo necessária intervenção medicamentosa.

Baixa serotonina é depressão?

Não necessariamente a baixa serotonina é sinal de depressão ou vice-versa. Porém, os baixos níveis desse hormônio estão sim, muitas vezes, associados a casos de ansiedade ou depressão.

Por isso, muitas medicações utilizadas para tratar essas condições, atuam aumentando a serotonina e regulando seu funcionamento. Considerando que, em muitos casos, o problema não está na falta dessa substância e sim em sua transmissão.

Nesse sentido, muitos medicamentos antidepressivos fazem com que o(a) paciente sinta melhora no humor e diminuição da ansiedade, através da recaptação do hormônio (reabsorção do neurotransmissor para que seja utilizado novamente). Assim, o remédio aumenta a quantidade da serotonina nos espaços entre os neurônios e permite que ela realize seu efeito.

Mas vale reforçar que mesmo que a relação da depressão com a baixa serotonina seja muito comum, nem toda pessoa deprimida tem problemas com esse hormônio.

Da mesma forma que é possível que a pessoa apresente deficiência nos níveis da substância, mas sem estar em um quadro de depressão.

Quais os sintomas da falta de serotonina?

Quando a serotonina se encontra em baixas concentrações, a pessoa tende a sentir o impacto nas áreas em que ela atua (humor, sono, apetite, etc). Sendo assim, dentre os principais sintomas da falta desse hormônio estão fatores como a irritação, ansiedade e insônia.

Porém, há ainda outros sintomas que podem aparecer quando a serotonina está baixa:

  • Fadiga e cansaço;
  • Mau funcionamento do intestino;
  • Enxaqueca;
  • Alterações no desejo sexual;
  • Distúrbios de memória e concentração;
  • Instabilidade emocional de forma geral.

Lembrando que, não necessariamente, a falta de serotonina vai provocar esses sintomas. Há pessoas que não apresentam nenhum sinal do problema.

Como diagnosticar: existe exame?

De maneira geral, para saber os índices de serotonina do corpo e realizar um diagnóstico, o(a) médico(a) faz a solicitação de um exame de sangue.

Com isso, será possível analisar se os níveis se encontram dentro dos parâmetros considerados como adequados — variando entre 101 a 283 nanogramas por mililitro de sangue (ng/mL).

Porém, é importante ter em mente que a serotonina não é constante. De forma que seus índices podem sofrer alterações ao longo do dia, apresentando picos e quedas.

Assim, pode ser interessante manter o acompanhamento médico de forma regular, a fim de observar a constância ou possíveis alterações dessa substância no organismo. Considerando que não só a queda pode causar problemas, como também índices exacerbados.

Vale destacar que muitos(as) especialistas indicam que há pouca relevância clínica com relação a dosagem de serotonina no sangue. De forma que o importante é a sinapse neuronal do hormônio — ou seja, a forma com que é transmitido ao organismo.

Por isso, comumente o exame para medir serotonina é mais utilizado para pesquisas ou outros diagnósticos específicos — como de tumores carcinoides.

Tratamento: como aumentar a serotonina?

Basicamente, o tratamento para aumentar a serotonina é feito de duas formas: mudanças de hábitos e/ou uso de medicação (tais como antidepressivos, suplementos vitamínicos, etc). O que varia conforme cada caso.

Conforme mencionado, algumas vezes a falta de serotonina no organismo leva a problemas sérios como a depressão. Nesses casos, sendo necessária a intervenção medicamentosa para que a pessoa tenha uma melhora mais rápida e possa ter qualidade de vida.

Entretanto, em casos de sintomas esporádicos ou leves, o(a) médico(a) responsável pode recomendar apenas uma mudança de hábitos na rotina — como incluir mais momentos de lazer no dia a dia, melhorar a alimentação, etc.

Independente do tratamento indicado, é imprescindível seguir as recomendações médicas para um resultado satisfatório.

https://minutosaudavel.com.br/saude-mental/

Qual o melhor remédio para aumentar a serotonina? 

Dentre os remédios mais recomendados por profissionais para aumentar esse hormônio, certamente os principais são os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRs). Esses, atuam inibindo a reabsorção desse hormônio no cérebro — de forma que, com o uso contínuo, sua concentração aumenta e tem a ação normalizada.

Nesse sentido, podem ser indicados inicialmente suplementos vitamínicos — considerando que as vitaminas do complexo B, por exemplo, são grandes aliadas na produção da serotonina.

Além disso, não raras vezes podem ser recomendados medicamentos como:

Lembrando que essas medicações são de uso controlado e só devem ser utilizadas com recomendação e orientação profissional.

Como aumentar serotonina de forma natural?

A serotonina regula diferentes funções do nosso corpo (humor, sono, apetite, etc), as quais podem sofrer interferência externa. Ou seja, nossos hábitos podem impactar os índices desse hormônio. Nesse sentido, confira algumas formas de aumentar naturalmente a serotonina no organismo:

Alimentos

No geral, os alimentos ricos em triptofano (aminoácido que aumenta a produção de serotonina no sistema nervoso central) são os melhores para quem deseja aumentar os índices do “hormônio da felicidade”. Confira alguns:

  • Chocolate preto;
  • Carne branca;
  • Banana;
  • Abacaxi;
  • Tomate;
  • Leite e seus derivados;
  • Castanha do Pará.

Esses são apenas alguns exemplos. Caso você deseje uma lista mais completa de alimentos que podem ajudar na sensação de bem-estar, pode buscar auxílio de um(a) nutricionista. Assim, o(a) profissional poderá indicar aqueles que possuem maior índice de triptofano.

Praticar exercícios

Não é novidade que os exercícios físicos são muito benéficos à saúde e que podem alterar as concentrações hormonais de nosso corpo — inclusive da serotonina.

De forma geral, a prática de atividades físicas é uma das maneiras mais saudáveis de aumentar a produção de serotonina no organismo. Por isso, quando incluímos esse hábito em nossa rotina, é normal que tenhamos maior sensação de bem-estar, disposição e felicidade.

Tomar sol

Já ouviu falar sobre pessoas que sofrem de um tipo de depressão sazonal, que as acomete durante os períodos mais frios do ano? Isso pode ocorrer devido a falta de vitamina D.

Essa vitamina é um importante nutriente para a produção de serotonina. Por isso, tomar sol pode ajudar muito a equilibrar os índices desse hormônio tão importante para nosso bem-estar.

Porém, é preciso tomar cuidado. A exposição solar em excesso ou de maneira errada pode ser bastante prejudicial. Então, opte sempre por fazer isso nos horários considerados como seguros: antes das 10h e depois das 16h.

Caso você more em algum lugar que geralmente tem o tempo mais fechado ou não consegue tomar sol devido a outras questões, busque auxílio de um(a) médico(a). Dessa forma, ele(a) poderá indicar uma suplementação de vitamina D, se for o caso.

Tenha momentos de lazer

Como vimos, a serotonina é responsável (dentre outras coisas) pela regulação de nosso humor. Nada melhor para isso do que valorizar momentos de lazer e garantir que façam parte da rotina.

Muitas pessoas abdicam de pequenos momentos diários de lazer, como parar um tempo para assistir algo que goste, ficar com a família, relaxar, etc. Porém, isso pode ser muito prejudicial para o pleno funcionamento do corpo.

https://minutosaudavel.com.br/tecnicas-de-relaxamento/

Isso porque quando nossa mente não está bem, isso tende a refletir em nosso corpo. Por isso, é essencial que os níveis de serotonina estejam bons, a fim de proporcionar sensação de bem-estar e permitir boas noites de sono, um bom apetite, etc.

Por isso, não deixe de incluir os momentos de lazer em seu dia a dia, mesmo que em pequenas doses. Certamente não vai demorar muito para que perceba os reflexos disso em sua vida — principalmente se feito em conjunto com os outros hábitos mencionados.

Diferenças entre serotonina, dopamina e noradrenalina

A serotonina, dopamina e a noradrenalina têm alguns fatores comuns, mas o principal é que todas são neurotransmissores que de alguma forma interferem nas sensações de bem-estar, prazer e felicidade.

Porém, apesar disso, não são o mesmo hormônio e apresentam características únicas, de forma que cada um tem a sua importância. Veja quais são suas outras funções, além da regulação do humor:

  • Serotonina — regula o sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade e funções intelectuais;
  • Dopamina — é conhecida como o neurotransmissor do prazer (proporciona sensação de recompensa), mas também atua nos níveis de atenção, funções motoras, aprendizado, etc;
  • Noradrenalina — está diretamente ligada ao estado de alerta do corpo e sua principal ação é a manutenção da pressão arterial.

De maneira geral, esses neurotransmissores podem atuar de maneira conjunta (principalmente a serotonina e dopamina). Porém, a forma com que são sintetizados no organismo e suas funções específicas individuais é o que os difere.


A serotonina é uma substância que atua diretamente em nossa sensação de bem-estar e felicidade. Porém, lembre-se que cultivar bons hábitos pode ser a principal forma de mantê-la em seus níveis normais e possibilitar uma boa qualidade de vida.

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Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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