O ataque cardíaco (infarto) é a diminuição ou bloqueio total da passagem de sangue para as artérias coronárias, que levam o sangue até o miocárdio (músculo do coração). Quando o sangue não consegue fluir por essas artérias, o músculo sofre pela falta de sangue e ocorre a formação de fibrose (substituição do músculo do coração).
Normalmente, a obstrução total ou parcial acontece devido à formação de coágulo de sangue por uma erosão ou rompimento da placa de gordura que estava presente na artéria coronária.
Segundo dados do Cardiômetro, site da Sociedade Brasileira de Cardiologia voltado para estatísticas relacionadas ao coração, atualmente, são cerca de 1.100 mortes diárias por doenças cardiovasculares, no Brasil, isso corresponde a 46 óbitos por hora. Ou seja, as doenças cardiovasculares matam duas vezes mais que o câncer. Por isso, entenda melhor sobre a situação, o que fazer, como prevenir, entre outras informações importantes.
Não. Por um lado, como explicado acima, o infarto é a obstrução total ou parcial da passagem do sangue nas artérias coronárias. Geralmente, o infarto acomete apenas uma artéria e uma porção dela. Já a parada cardíaca, acontece quando o coração para de bater, bem como de distribuir sangue para o resto do corpo. Por mais que um infarto possa levar a uma parada cardíaca, as duas condições não são a mesma coisa.
O infarto é classificado, normalmente em dois tipos:
Podemos classificar o infarto agudo do miocárdio, conforme a 4ª Definição Universal de 2018, feita pela Sociedade Europeia de Cardiologia, em 5 tipos:
A presença de placas de gordura com mais de 50% de obstrução já é considerada Doença Arterial Coronariana e o infarto também entra neste grupo.
A causa principal do infarto é a erosão ou ruptura da placa de gordura e a consequente formação de coágulo, que pode causar obstrução total ou parcial do fluxo de sangue nas artérias coronárias.
Porém, outras causas menos comuns, já citadas acima como o espasmo coronariano, que é a obstrução temporária da artéria ocasionada devido a contratura da musculatura, pode ocorrer devido ao uso de drogas ilícitas e também em pessoas que fumam.
Além disso, também pode ser causado por situações que diminuam a chegada de sangue ao coração:
Dessa forma, podemos ter o infarto devido à desproporção na oferta de sangue e na demanda, que é conhecido como infarto do tipo II.
Vários são os fatores de risco que podem desencadear um infarto, podendo ser divididos em dois principais grupos: não modificáveis e modificáveis.
Como o nome já sugere, são os fatores que não podem ser modificados, ou seja:
Os homens possuem mais riscos de infartar quando comparados às mulheres, também podem passar por isso com menor idade. Entretanto, após a menopausa o risco de desenvolver é o mesmo, já que a mulher perde a proteção dos hormônios femininos e acaba tendo maior risco de desenvolver doença cardiovascular.
Leia também: Sintomas de infarto: tem diferença entre mulheres e homens? | MS (minutosaudavel.com.br)
A presença de familiar de 1º grau como pai, mãe ou irmãos, com doença cardiovascular, que ocorre antes dos 55 anos no homem e menos de 65 anos na mulher, também aumenta o risco da pessoa possuir doença cardiovascular.
Doenças como artrite ou lúpus podem aumentar o risco do paciente em ter um infarto, devido ao processo inflamatório ocasionado por essas doenças, e maior predisposição à formação de placas de gordura.
Mesmo existindo fatores de risco inalteráveis, grande parte dos fatores de risco pode ser modificada, tratada ou controlada como hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, obesidade, sedentarismo. Portanto, é preciso uma mudança no estilo de vida da pessoa.
Pessoas que fumam possuem maior propensão à formação de placas de gordura nas artérias coronárias, e portanto, desenvolvem o infarto muito mais precocemente do que os não tabagistas. Além disso, fumantes passivos também têm risco de desenvolver não só doenças cardiovasculares, mas também pulmonares.
Quanto mais alto o colesterol LDL, maior o risco de formação de placas de gordura no coração. Por isso, o controle laboratorial é importante na prevenção do infarto.
Nesse sentido, manter a rotina médica e os exames em dia é fundamental!
Quando a pressão arterial está acima do normal, a carga de trabalho do coração é aumentada, o que faz com que o músculo cardíaco engrosse e se torne mais rígido. Assim, a hipertensão não controlada aumenta o risco de desenvolver insuficiência cardíaca, de arritmias e desproporção fibra-vaso, ou seja, muito músculo e pouco sangue para nutrir, gerando dor no peito.
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Pessoas que são inativas fisicamente possuem chances maiores de terem um infarto. Por outro lado, a prática de atividade física regularmente ajuda no controle do colesterol alto, diabetes e obesidade, além de auxiliar no controle da pressão arterial sanguínea.
A obesidade aumenta o risco do desenvolvimento de hipertensão arterial, diabetes, geralmente associado ao colesterol elevado devido à má alimentação. Além disso, pode ocasionar arritmia, como a fibrilação atrial. Muitos obesos possuem apneia do sono, doença que também aumenta o risco de doenças cardiovasculares e também de arritmia.
Em sua fase inicial, o diabetes não provoca sintomas, porém causa a lesão dos vasos sanguíneos, não só do coração. Por isso, a falta do controle adequado leva ao risco de infarto, AVC, doença renal crônica (sendo um dos principais fatores de risco para hemodiálise).
O estresse também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, por isso, o controle do humor e dos sentimentos é muito importante para a saúde do coração.
O álcool não está ligado diretamente ao infarto, mas está relacionado à hipertensão, sendo um fator de risco.
Uma alimentação saudável é a chave para a prevenção de grande parte das doenças, inclusive as cardiovasculares. O que você ingere e a quantidade que consome pode afetar diretamente em fatores de risco modificáveis, como colesterol alto, hipertensão, diabetes e excesso de peso.
Por isso, busque acompanhamento com nutricionista para o desenvolvimento de um plano alimentar compatível com seu dia a dia, seus gostos e necessidades.
Ao usar drogas ilícitas, como a cocaína, podem ocorrer espasmos nas artérias coronárias e, consequentemente, infarto.Além de diversos outros riscos para a saúde.
Os sintomas clássicos do infarto são:
Porém, o infarto pode levar também a sintomas atípicos (principalmente em mulheres):
Atenção! Por não serem sintomas clássicos, é possível confundir os sintomas com outras doenças como refluxo ou gastrite. Portanto, é necessário que, na presença de alguma suspeita, você vá direto ao pronto-socorro.
Em caso de suspeitas de que você (ou alguém próximo) esteja tendo um infarto, a primeira coisa a se fazer é procurar atendimento em pronto-socorro, o quanto antes. Em casos de dificuldade de transporte ou dor intensa, pode ser acionado serviço de emergência para o deslocamento até um centro de referência.
Ligue 192!
Quando não identificado e tratado precocemente, o infarto traz maiores chances de complicações como arritmias e até novo infarto.
Alguns exames são necessários para o diagnóstico do infarto e podem ser solicitados na hospitalização. Entre eles:
Exame que identifica a atividade elétrica do coração. Nele é possível identificar o infarto e a localização em que ocorreu, além de sugerir a artéria “culpada”.
Além disso, pode identificar as arritmias que podem surgir em decorrência do infarto. Mas atenção, ter o eletrocardiograma normal, não é garantia de que não tenha ocorrido o infarto e por isso são necessários exames de sangue também.
Por meio de exames de sangue, é possível dosar as enzimas cardíacas que indicam se ocorreu dano ao músculo cardíaco. Por meio delas, é possível identificar a gravidade do infarto e também o prognóstico. Isso quer dizer que quanto mais alto os níveis das enzimas, pior o prognóstico, ou seja, maior a chance de óbito que pode ocorrer no internamento ou mesmo após a alta hospitalar.
Por sua vez, a ecocardiografia ajuda a avaliar a estrutura do coração, verificar se houve alteração no funcionamento cardíaco e também a queda da força de ejeção do sangue. Ainda é possível identificar complicações como alterações das estruturas das válvulas, da integridade da parede do miocárdio, entre outras.
Já o cateterismo se faz necessário para identificar e tratar a artéria que foi culpada pelo infarto, ou seja, que teve a suboclusão ou oclusão total da passagem do sangue.
O tratamento para um caso de infarto consiste basicamente na identificação da causa, angioplastia ou cirurgia cardíaca e uso de medicamentos. Entenda melhor:
O Ácido Acetilsalicílico (AAS) vai atuar reduzindo a progressão do infarto. Comumente, atuará junto com algum medicamento inibidor da P2Y12.
Medicamentos que dissolvem o coágulo de sangue que está bloqueando a passagem de sangue nas artérias coronárias. Essa medicação só é utilizada nos casos de infarto com Supra, e onde não há a possibilidade de realização de cateterismo cardíaco em até 90 minutos. Além disso, só pode ser utilizado se o infarto ocorreu há poucas horas.
São administrados a fim de evitar que ocorra novo infarto ou ainda na redução do tamanho do coágulo que encontra-se obstruindo total ou parcialmente as artérias coronárias, como a heparina.
Os betabloqueadores ajudam a diminuir a frequência cardíaca, a fim de reduzir o trabalho do músculo cardíaco. Essa medicação associada aos Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA), Antagonista do Receptor de Angiotensina e Neprilisina (ARNI) e Bloqueadores do Receptor da Angiotensina II (BRA), atuam prevenindo a evolução para a insuficiência cardíaca pós-infarto.
Essas classes, citadas no tópico anterior, podem ser utilizadas para reduzir a pressão arterial e o estresse sobre o coração (IECA e BRA), por outro lado, medicamentos ARNI atuam na insuficiência cardíaca. São exemplos dessas categorias:
Por fim, as estatinas são utilizadas para diminuir o nível de LDL (“mau colesterol”) e pelos seus efeitos pleiotrópicos. Em outras palavras, atuam na redução da inflamação dos vasos sanguíneos e também na estabilização das placas de gordura.
Há inúmeros estudos científicos demonstrando a eficácia dessa classe de medicação inclusive reduzindo morte cardiovascular e reincidência de infarto.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um (a) médico (a). Somente ele (a) poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Após o infarto, é necessário que haja um período de recuperação por parte do (a) paciente. Durante essa fase, diversos profissionais irão ajudá-lo (a) na recuperação física e mental, que consiste basicamente em:
Em outras palavras, podemos destacar alguns pontos importantes nessa etapa:
O processo de reabilitação pós-infarto é importante na recuperação e aprimoramento da capacidade funcional. Em suma, se trata de exercícios supervisionados com fins terapêuticos, realizados por fisioterapeuta ou educador (a) físico especializados na área.
Após o episódio de infarto, é necessário utilizar as medicações prescritas adequadamente, e nunca interromper qualquer uma delas sem a supervisão médica. O sucesso do tratamento e a prevenção somente serão possíveis com um tratamento levado a sério e feito de maneira correta.
Após um infarto, sentimentos como medo, raiva e depressão poderão vir a assolar o paciente, principalmente nos primeiros meses. Portanto, para que isso seja controlado e não avance para um nível ainda maior, converse o seu (sua) médico (a), amigos (as) e familiares.
Se preferir, faça parte de grupos de reabilitação cardíaca, pois eles podem ser eficazes na hora de te ajudar a lidar com tudo o que aconteceu.
Uma das principais formas de conseguir uma boa saúde e prevenir doenças, incluindo outro caso de infarto, é cuidar da alimentação! Portanto,
O retorno para a rotina é variável de pessoa para pessoa, já que a intensidade de trabalho que cada profissão exige é diferente uma da outra. Somente o (a) médico (a) pode esclarecer melhor quando é hora do (a) paciente retornar ao trabalho.
Segundo a British Heart Foundation, o (a) paciente que sofreu infarto pode voltar à sua vida sexual, assim que receber alta nos casos leves. Nos infartos mais extensos, converse com seu (sua) médico (a).
Caso você tenha um infarto e dirija com frequência, é preciso informar o ocorrido para o Departamento de Trânsito (Detran). Grande parte dos pacientes voltam a dirigir em cerca de duas semanas. Porém, se o caso foi muito intenso, muito provavelmente você ficará afastado da atividade por até quatro semanas.
A melhor forma de prevenir o infarto é controlar ou reduzir os fatores de risco modificáveis, assim como adotar um estilo de vida mais saudável e manter a rotina de saúde em dia.
É sempre importante ficar atento se você possui algum fator de risco diretamente ligado ao infarto, pois, sabendo disso, as chances de prevenção são maiores.
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Esp. Janaina Baréa
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