Saúde

AVC Isquêmico e Hemorrágico: o que é, causas e sequelas

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 29/06/2017Última atualização: 04/01/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 04/01/2023
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O Acidente Vascular Cerebral é uma condição com início agudo e persiste por pelo menos 24 horas, sendo resultado de um distúrbio da circulação do sangue ou oxigênio no cérebro, ou de uma hemorragia que, consequentemente, compromete as funções cerebrais.

Essa doença é uma urgência médica, pois necessita de tratamento imediato, ou seja, quanto antes diagnosticado o que está acontecendo, menos danos o paciente sofrerá. No Brasil, o AVC é a principal causa de morte, correspondendo cerca de 130 mil vítimas da doença.

Para saber mais sobre o AVC, tipos, fatores de risco e tratamento, continue acompanhando o artigo!

Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. Tipos de AVC
  2. Fatores de risco
  3. Sintomas
  4. Diagnóstico
  5. Tratamento
  6. Medicamentos normalmente utilizados para tratar o AVC
  7. Complicações e Sequelas
  8. Recuperação e Reabilitação
  9. Prevenção

Tipos de AVC

O acidente vascular cerebral é separado em dois tipos, e cada um deles é classificado pelos sintomas. Sendo eles:

AVC Isquêmico (AVCi)

O AVC Isquêmico é o mais comum e acomete cerca de 80% dos pacientes com a condição. Sua origem se dá a partir da obstrução de um vaso sanguíneo ou pela presença de um coágulo sanguíneo em que é conduzido na circulação de uma parte até outra.

Com essa obstrução, o cérebro não recebe os nutrientes necessários para a boa atividade cerebral, como o oxigênio, ocasionando uma desordem das funções cerebrais.

Além disso, o AVC Isquêmico poderá ser categorizado como Ataque Isquêmico Transitório (AIT) quando os sintomas persistem por alguns minutos ou em até 24 horas, sem deixar sequelas para o(a) paciente. Se acaso o AIT não for revertido, a condição é diagnosticada como Acidente Vascular Isquêmico.

AVC Hemorrágico (AVCh)

O AVC hemorrágico acontece a partir do rompimento de um vaso sanguíneo ou quando a pressão é aumentada, causando a ruptura, ou seja, essa condição está estreitamente relacionada com a hipertensão arterial.

Quando hipertensão é ignorada ou não tratada corretamente, há a ruptura do vaso sanguíneo e, em seguida, hemorragia. Além disso, o sangramento poderá ser no cérebro ou entre o cérebro e a estrutura que o protege.

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Fatores de risco

Algumas doenças e hábitos podem causar alterações no organismo que consequentemente provocar o AVC. Confira algumas delas abaixo:

Hipertensão Arterial

hipertensão arterial é uma das causas do AVC, porém, quando se há controle eficaz dessa condição, pode auxiliar na prevenção. O risco é elevado quatro vezes em relação a indivíduos que não têm essa condição.

Isso se dá porque o coração trabalha além do normal, tornando-se insuficiente e falho na circulação sanguínea e, consequentemente, o cérebro é afetado. 

Portanto, a base de tratamento se pauta na redução de peso quando necessário, redução ou restrição do consumo de álcool, sal (sódio) e tabaco.

Além disso, é recomendada a prática de exercícios físicos, de meditação, relaxamento e mudança nos hábitos alimentares.

Dislipidemia

Essa condição é caracterizada pela alteração nos níveis de lipídios no sangue, impactando diretamente no colesterol. Sendo uma das principais causas do AVC agudo, devido ao entupimento vascular.

Diabetes Mellitus

Essa condição tem uma relação bem próxima com o AVC, pois provoca alterações microvasculares e macrovasculares, podendo ocorrer em todos os tipos de diabetes.

Com relação à prevalência, as mulheres com diabetes têm maior risco de desenvolverem AVC do que homens. Além disso, há o risco de que a pessoa tenha outro acidente vascular cerebral, desenvolva demência e chance de mortalidade triplicada. 

Tabagismo

tagabismo aumenta o risco de ter um acidente vascular cerebral. Isso ocorre pelo aumento da produção de radicais livres no organismo, ocasionando a concentração de nicotina. Com base nisso, essa substância pode causar contração dos vasos sanguíneos e dificultando a circulação sanguínea.

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Sintomas

Os sintomas do AVC correspondem as áreas do cérebro que foram acometidas pelo acidente vascular, seja por entupimento ou  hemorragia, sendo eles:

  • Sentir fraqueza de um lado do corpo;
  • Formigamento;
  • Perda completa ou parcial da visão;
  • Fala arrastada ou incompreensível;
  • Dificuldade em engolir;
  • Problemas para coordenar movimentos;
  • Alteração da sensibilidade no tato;
  • Confusão mental;
  • Alteração nos esfincteres, dificultando no controle das fezes; 
  • Alterações comportamentais;
  • Perda da memória;
  • Paralisia facial.

Caso presencie ou apresente esses sintomas, procure ajuda médica imediatamente!

Diagnóstico

O diagnóstico parte da identificação de sinais de que pode ser um AVC, e pode ser identificado a partir de um teste chamado FAST (do inglês: face (rosto), arms (braços), speech (fala) e time (tempo), que identifica 9 em cada 10 casos de AVC. A seguir, você confere um pouco mais sobre o procedimento e como é feito:

  • Rosto: caso o paciente sorria, e um dos lados do rosto poderá estar com aspecto “tombado”;
  • Braços: Se ao levantar os dois braços e um deles insistir em ficar mais baixo ou não se levantar;
  • Fala: falar uma frase simples com estranheza ou fala arrastada;
  • Tempo: se observar qualquer um desses sinais, chame imediatamente uma ambulância e fique no aguardo do atendimento médico. Lembre-se: o tempo, nesse caso, é fundamental.

Após chegar ao hospital, o(a) médico(a) da emergência, que pode ser um clínico(a) geral, um neurologista ou um neurocirurgião(ã), realizará uma bateria de exames a fim de descobrir exatamente o que causou o AVC. A realização desse procedimento é muito importante, pois só assim o tratamento mais eficaz poderá ser indicado em seguida.

Dentre os exames solicitados em caso de suspeita de AVC estão:

Exame clínico

Essa primeira etapa pode ser subdividida em outras três:

  1. O(a) médico(a) fará perguntas sobre os sintomas, quando começaram e o que estava sendo feito quando os sintomas apareceram. Além disso,ealizará verificação dos sintomas e se ainda permanecem;
  2. Será realizado o levantamento de medicamentos que o(a) paciente toma, bem como o histórico familiar de doenças cardíacas, AIT e AVC;
  3. Em seguida, será aferida a pressão arterial e os batimentos cardíacos. 

Exame de sangue

exame de sangue ajuda a identificar o tempo de coagulação do sangue, bem como a taxa de açúcar presente nele e se os produtos químicos críticos ao sangue estão fora de equilíbrio.

Além disso, um exame de sangue detecta a existência de algum tipo de infecção.

Tomografia computadorizada

tomografia computadorizada visa criar uma imagem detalhada do cérebro. Dentre diversos fatores, ela pode mostrar uma hemorragia, um tumor ou, no caso, um AVC.

Ressonância magnética

Na ressonância magnética, o médico consegue verificar se o tecido nervoso foi danificado por algum acidente vascular ou hemorragia cerebral por meio de ondas de rádio e ímãs.

Ultrassom da carótida

Com o ultrassom, as ondas sonoras criam imagens do interior das artérias carótidas localizadas no pescoço. Através dele, é possível verificar se há acúmulo de placas gordurosas e também se o fluxo de sangue está normal ou não.

Angiografia do cérebro

Na angiografia, o médico insere um cateter através de uma pequena incisão (normalmente localizada na virilha) e o move entre as suas artérias principais, bem como na carótida ou artéria vertebral. Com esse procedimento, é possível ver detalhadamente as artérias do cérebro e do pescoço e constatar se há algum tipo de alteração.

Ecocardiograma

Através de ondas sonoras, o médico consegue ver imagens detalhadas do coração. Por conta disso, o eletrocardiograma mostra se há alguma fonte de coágulo no órgão e que possa, eventualmente, ter se deslocado até o cérebro e causado o AVC.

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Tratamento

Para tratar o AVCi, os médicos precisam restaurar rapidamente o fluxo sanguíneo para o cérebro do paciente, que consiste em medidas como:

Tratamento emergencial com medicamentos

Esse procedimento, se feito de maneira rápida, pode não só aumentar a chance de sobrevivência, mas também de reduzir as eventuais complicações. Os médicos podem se utilizar de:

  • Aspirina: reduz a probabilidade de outro AVC ocorrer;
  • Injeção intravenosa de ativador do plasminogênio dos tecidos, que restaura o fluxo sanguíneo através da dissolução do coágulo.

Para diminuir as chances do paciente sofrer com outro AVC, os médicos podem recomendar um procedimento que irá abrir uma artéria, que está estreitada por conta do acúmulo de gorduras. Veja quais são:

Endarterctomia carotídea

Esse procedimento visa a retirada das placas que estão impedindo o sangue a ter o seu fluxo normal nas artérias localizadas no pescoço. É preciso enfatizar que a endarterctomia também possui certos riscos, principalmente em pessoas que tenham doenças cardíacas ou outras condições médicas.

Angioplastia e stents

Através do uso de um balão, as artérias estreitadas são expandidas. Em seguida, um stent — pequeno tubo expansível e em forma de malha — é inserido a fim de apoiar a artéria aberta.

Tratamento

No caso de um AVC Hemorrágico, os médicos trabalham para controlar o sangramento que há no cérebro e também diminuir a pressão exercida sobre o mesmo.

Medidas emergenciais

Poderão ser adotados medicamentos que auxiliem a diminuir a pressão intracraniana, a pressão arterial e também para prevenir vasoespasmo e convulsões.

Cirurgia para reparar os vasos sanguíneos

O procedimento cirúrgico pode ser utilizado para reparar anomalias que estão presentes nos vasos sanguíneos em decorrência de um AVC. O procedimento indicado pode ser um dos seguintes:

  • Clipagem cirúrgica: com o auxílio de uma pequena braçadeira, o médico a coloca na base do aneurisma, para estancar o fluxo de sangue que está indo em direção a ele;
  • Embolização endovascular: por imagens provindas de raios-x, o médico insere pequenas bobinas destacáveis para dentro do aneurisma que bloqueiam o fluxo de sangue e faz com que ele coagule;
  • Remoção cirúrgica do aneurisma: caso o aneurisma esteja em um local acessível do cérebro, o médico pode optar por removê-lo e, assim, evitar que o AVC se agrave.
  • Desvio intracraniano: em alguns casos, o desvio de certos vasos sanguíneos pode ser uma opção para melhorar a circulação do sangue na região do cérebro;
  • Radiocirurgia esterotáxica: por múltiplos feixes de radiação, essa radiocirurgia é um tratamento usado para reparar eventuais má formações vasculares.

Medicamentos normalmente utilizados para tratar o AVC

O uso desses medicamentos normalmente são para evitar futuras complicações. Dentre eles estão:

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.

As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.

Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Complicações e sequelas

Um caso de AVC pode, muitas vezes, trazer algumas complicações temporárias ou permanentes — isso vai depender bastante da intensidade do acidente e de quanto tempo o cérebro ficou sem receber oxigênio.

É válido ressaltar que algumas dessas complicações podem ser revertidas com programas de recuperação e reabilitação.

Entre as sequelas mais recorrentes da condição podemos destacar:

Paralisia ou perda do movimento dos músculos

Um lado do seu corpo pode ficar completamente imóvel após um caso de AVC — normalmente os músculos mais afetados são os do rosto e os dos braços.

Dificuldade em conversar ou engolir

Um AVC pode causar danos aos músculos em torno da boca e garganta, o que acaba dificultando na hora de falar e de engolir o que se ingere.

Além disso, pode haver também dificuldade na linguagem, seja ela falada, lida ou escrita.

Perda de memória ou dificuldade em pensar

Muitas pessoas que sofreram um AVC acabam perdendo parte de suas memórias.  Enquanto outras possuem dificuldade na hora de pensar e raciocinar.

Problemas emocionais

Pessoas que tiveram AVC tem maior dificuldade em controlar as suas emoções e podem desenvolver depressão também.

Síndrome de dor central

Em alguns casos, os pacientes de AVC possuem dor, dormência ou outras sensações estranhas nas partes afetadas pelo acidente.

Além disso, esses pacientes podem tornar-se mais sensíveis às mudanças climáticas, principalmente no frio.

Mudanças na capacidade de comportamento e cuidado próprio

Algumas pessoas vítimas de AVC podem tornar-se mais retraídas e antissociais. Elas talvez precisem de ajuda na preparação de tarefas diárias simples, como beber um copo d’água.

Hidrocefalia

Cerca de 10% das pessoas que tiveram um AVC também irão desenvolver um caso de hidrocefalia, condição que ocorre quando há excesso de líquido cefalorraquidiano nas cavidades do cérebro. Esse líquido é produzido pelo cérebro para proteger a si mesmo e também a medula espinhal.

A hidrocefalia pode ser caracterizada pelos seguintes sintomas:

  • Dor de cabeça;
  • Náusea e vômitos;
  • Perda de equilíbrio.

Trombose Venosa Profunda (TVP)

Estima-se que 5% das pessoas que sofreram com um AVC também irão sofrer com uma trombose em um futuro próximo. Essa condição se deve ao fato de um coágulo de sangue se formar em sua perna e acomete, em sua maioria, as pessoas que perderam os movimentos desse membro.

Dentre os sintomas da trombose estão;

  • Inchaço;
  • Dor;
  • Pele quente;
  • Sensibilidade do músculo;
  • Vermelhidão, principalmente na panturrilha.

Recuperação e Reabilitação

Pessoas que, felizmente, sobreviveram a um AVC, precisam de suporte e tratamentos auxiliares a longo prazo:

  • Fisioterapia: para restaurar o movimento perdido;
  • Terapia ocupacional: para reaprender a executar tarefas diárias, como as que envolvem higiene pessoal;
  • Fonoaudiologia: para melhorar a capacidade de falar e se comunicar;
  • Psicólogo: para ajudar a lidar com os sentimentos de ansiedade ou depressão.

Prevenção

Seguir algumas dicas pode ser de extrema importância para manter a saúde em dia e, assim, evitar que um AVC o acometa:

  • Verificar a existência de uma condição que seja um fator de risco, como diabetes, hipertensão ou colesterol alto;
  • Ser ativo e se exercitar regularmente;
  • Manter uma dieta saudável, rica em verduras e legumes e com pouco sal;
  • Controle do consumo de álcool;
  • Evitar fumar;
  • Aprender a reconhecer os primeiros sintomas do AVC (teste FAST).

O AVC é uma condição grave que exige atendimento emergencial, pois provoca uma hemorragia ou um entupimento vascular.

Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda médica imediatamente! Quanto mais rápido o socorro for prestado, melhores as chances de recuperação.

Para mais conteúdos sobre saúde do cérebro continue acompanhando o site e redes sociais do Minuto Saudável!


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Este artigo foi escrito por:

Esp. Thayna Rose

CRP: CRP/PR 08/28789Bacharel em Psicologia com especialização em Neuropsicologia.Leia mais artigos de Esp. Thayna
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