A gonorreia é uma doença ou infecção sexualmente transmissível bastante comum. A bactéria causadora afeta o trato urogenital de homens e mulheres, mas a manifestação é bem diferente entre cada sexo. Nas mulheres, por exemplo, o quadro é assintomático na maioria das ocorrências.
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
A gonorreia é uma das Doenças ou Infecções Sexualmente Transmissíveis (DST/IST) mais comuns entre os homens e as mulheres. É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que também é conhecida como Gonococo.
Uma das formas mais fáceis de se contrair a infecção é a partir das relações sexuais sem o uso de preservativos, seja pela penetração ou através do sexo oral.
A bactéria costuma se desenvolver em diversos locais do corpo, dentre eles, o reto, o aparelho urogenital, a traqueia e os olhos.
Uma vez que ela se encontra presente no organismo, é possível que o paciente apresente alguns sintomas característicos do problema.
Mesmo com um parceiro fixo, é importante se manter informado sobre a doença e nunca deixar de fazer os exames de rotina.
A gonorreia pode ser encontrada na CID 10 (Classificação Internacional de Doenças) pelo código A54 e na CID 11 através do código 1A7Z.
A gonorreia é causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae, também conhecida pelo nome Gonococo. Essa bactéria se prolifera principalmente nos ambientes quentes e úmidos.
Por isso, seu crescimento é mais fácil especialmente no reto, no aparelho urogenital, na traqueia e nos olhos.
É quando afeta esses sistemas que começa a causar sintomas.
Ao contrário do que muitos imaginam, a gonorreia não é transmitida apenas através da ejaculação. Na verdade, ela pode ser transmitida por relação oral, vaginal ou anal sem o uso de preservativo.
Mesmo em contato com a bactéria, existem chances de não se desenvolver a gonorreia. Mas os riscos são altos, pois variam de 50% a 70% de se infectado.
Quando o casal tem mais de uma relação desprotegida, os riscos de se contrair a infecção aumentam para mais de 90% dependendo da exposição do órgão sexual à bactéria.
Caso a camisinha rasgue, é muito importante que os testes sejam feitos o mais rápido possível e, se necessário, o tratamento seja realizado.
Existe também a possibilidade de transmissão vertical, isto é, da mulher grávida para o bebê, e, muito raramente, é possível contrair a gonorreia através do contato com superfícies contaminadas.
Existem alguns fatores que aumentam o risco de contrair gonorreia. O principal deles é não usar a camisinha durante relação sexual, entretanto, fatores como idade, exclusão social e abuso de drogas também estão relacionados a um maior risco de infecção.
Isso porque pessoas mais jovens e que sofrem de exclusão social (como os grupos LGBT+), podem ter menos acesso à informação e aos métodos contraceptivos, o que os deixa mais sujeitos a ser infectados pela bactéria.
Da mesma forma, pessoas que abusam de substâncias, como álcool e outras drogas, têm a sua capacidade de julgamento alterada durante o efeito da substância e são mais propensas a se expor a situações de risco.
Muitas pessoas não apresentam qualquer tipo de sintoma quando contraem a gonorreia.
Isso representa um enorme problema, tanto para o indivíduo, que pode não receber o tratamento adequado e ter o seu quadro agravado, quanto para a saúde pública, uma vez que, não apresentando os sintomas, a pessoa pode fazer sexo desprotegido e propagar a doença.
Por essa razão, os exames de rotina são muito importantes, especialmente quando houve sexo desprotegido.
Com relação aos sintomas em si, eles variam de acordo com o sexo do paciente, ou seja, são uns nas mulheres e outros nos homens. Entenda a diferença:
Aproximadamente, apenas 50% das mulheres afetadas pela doença costumam apresentar sintomas. Quando a gonorreia atinge o público feminino, é comum que ela ataque o colo do útero, que costuma acontecer de maneira silenciosa.
Apesar disso, é possível que a doença provoque escapes de sangue, que acontecem poucos dias após o contato com a bactéria.
O aparecimento do corrimento vaginal pode ajudar no diagnóstico clínico, já que muitas vezes o problema costuma ser confundido com casos de cistite, quando bactérias infectam o trato urinário. Este sintoma é um diferencial na hora de identificar essa DST.
Com isso, podemos dizer que os principais sintomas da gonorreia na mulher são:
Os sintomas da gonorreia costumam surgir no homem após 5 ou 30 dias da infecção. No caso dos homens, é mais comum que aproximadamente 90% dos pacientes apresentem sintomas. São eles:
Não raro, pode acontecer a infecção do epidídimo (um pequeno ducto acima dos testículos que armazena os espermatozoides), o que causa uma forte sensação de dor e inchaço na bolsa escrotal.
Por outro lado, raramente os pacientes se queixam de inchaço ou desconforto nos testículos, corrimento anal ou inchaço na uretra.
Quando afeta os recém-nascidos, a gonorreia causa sintomas similares aos de uma conjuntivite, ou seja, olhos vermelhos acompanhados de pálpebras inchadas.
Normalmente, os sintomas costumam aparecer 4 dias após o parto e, se não for tratada, pode levar à cegueira ou causar uma manifestação mais grave dos sintomas, que é caracterizada por infecção na corrente sanguínea (sepse) e meningite.
A gonorreia não afeta somente os genitais. Na verdade, ela pode afetar o ânus, os olhos, a garganta e as articulações. Entenda os sintomas para cada um desses casos:
No caso da gonorreia afetar os olhos, o paciente pode apresentar:
Quando atinge o ânus, a gonorreia pode causar sintomas, como:
É possível que gonorreia afete também a garganta. Quando isso acontece, os sintomas são:
Por fim, pode ser que a gonorreia cause uma infecção nas articulações, levando aos seguintes sintomas:
Para grande parte das doenças, os exames são solicitados quando há indícios ou suspeitas. Normalmente, isso ocorre quando há sintomas. Porém, muitos casos de gonorreia, predominantemente em mulheres, são assintomáticos.
Nesse caso, costuma haver demora no diagnóstico e subnotificações da infecção. Por isso, há um trabalho intenso com profissionais de saúde, sobretudo ginecologistas, para manter um rotina de exames de detecção precoce.
A avaliação física (em homens e mulheres), a prestação de informações, a conscientização sobre a doença e o conhecimento sobre as especificidades da gonorreia e outras DST/IST é essencial para uma ação efetiva.
Primeiramente, o médico vai fazer um exame físico, como os de rotina, para levantar a suspeita. Nele, ele vai observar os sintomas e analisar o seu histórico para ver se há ou não a necessidade de pedir exames.
Isso porque o diagnóstico da gonorreia só é confirmado quando os gonococos são detectados no corpo via exame microscópico, que utiliza a técnica de coloração de Gram, cultura ou NAAT de fluidos genitais, sangue ou fluidos das articulações.
O médico que normalmente pede esses exames é o urologista ou o ginecologista. Entenda um pouco mais sobre cada um deles:
Esse exame é feito através da análise de amostras da secreção uretral. Para coletar a amostra, o técnico fará uso do swab, um pequeno “cotonete” usado para coleta de materiais, introduzindo-o na uretra (no caso dos homens) ou no canal endocervical (no caso das mulheres).
É um exame um pouco invasivo e sem dor, apesar de ser comum que ele gere algum incômodo aos pacientes.
Depois de coletadas as amostras, com a ajuda de um microscópio, os laboratórios vão verificar a presença ou ausência de gonococos, assim atestando ou descartando um diagnóstico de gonorreia.
A cultura busca fazer com que os gonococos se multipliquem em um ambiente controlado, atestando o diagnóstico de gonorreia através da análise das secreções uretrais.
NAAT, ou Testes de Amplificação de Ácido Nucleico buscam detectar, simultaneamente, gonorreia e infecções por clamídia, diferenciando-os em testes subsequentes específicos.
O processo de coleta é igual ao de coloração de Gram, em que o swab é introduzido na uretra ou no canal endocervical.
Existem alguns preparos que devem ser tomados pelos homens e pelas mulheres antes da realização do exame. Confira:
É importante que os homens não tenham relações sexuais por no mínimo 3 dias antes do exame. Também é indicado que fiquem sem urinar por pelo menos 1 hora antes do exame.
As mulheres, por outro lado, não podem estar menstruadas, não podem ter usado qualquer tipo de ducha ou creme vaginal por, no mínimo, 1 semana antes do exame e, assim como os homens, também não podem ter relações sexuais por, no mínimo, 3 dias.
Sim! A gonorreia tem cura e ela se dá normalmente através de antibióticos específicos, que são usados por via oral ou injetável e que são indicados de acordo com avaliação individual.
Com o tratamento adequado e seguido à risca pelo paciente, a bactéria é geralmente eliminada dentro de alguns dias ou semanas.
Contudo, se o paciente não se tratar corretamente, isto é, não tomar os antibióticos pelo tempo estipulado pelo médico e não levar o tratamento a sério, fazendo o uso de bebidas alcoólicas, por exemplo, ele corre o risco de desenvolver a supergonorreia (versão da doença resistente aos antibióticos).
O tratamento da gonorreia é realizado através da prescrição de antibióticos específicos, indicados de acordo com o quadro de cada paciente.
Eles podem ser ingeridos através da via oral ou então por injeção. Dentro de alguns dias ou semanas a bactéria costuma ser eliminada, desde que o paciente siga à risca as recomendações médicas.
No caso da gonorreia ser diagnosticada em recém-nascidos, os médicos normalmente já estão cientes dessa situação antes do parto e aplicam um remédio nos olhos do bebê logo após o nascimento.
Pode ser que a gonorreia afete os olhos do bebê, o que pode danificar sua retina durante a fase de construção na forma de uma conjuntivite. Se não for tratada corretamente, essa infecção pode até mesmo levar à cegueira.
Quando a doença persiste, pode ser necessário o uso de antibióticos.
Caso você tenha sido diagnosticado com gonorreia, não deixe de fazer os exames para a identificação de outras infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia, sífilis, hepatite B e HIV. Cada uma delas apresenta sintomas e complicações próprias, sendo necessário tratar cada uma individualmente.
Como existem taxas grandes de infecção de gonorreia associada à clamídia, tanto as normas do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), quanto países da Europa e o Canadá recomendam que o tratamento seja feito com dois medicamentos diferentes, cada um com seu mecanismo de ação, visando sempre tratar as duas infecções.
Ainda em 1999, o protocolo de tratamento orientava ao uso de uma gama de antibióticos, por exemplo, Ofloxacino, cefixima, Cloridrato de Ciprofloxacino, ceftriaxona, Tianfenicol. Em 2006, houve uma reformulação do protocolo, que alterou a orientação e, em 2015, uma nova reformulação.
Os medicamentos comumente utilizados para o tratamento da gonorreia são:
O tratamento para gonorreia já passou por várias modificações de indicação. Hoje, o protocolo terapêutico adotado pelo Ministério da Saúde, em conjunto com estudos em todo o mundo, orienta a utilização de uma única dose de Ceftriaxona 250mg e Azitromicina 1g.
O tratamento duplo é indicado devido à alta possibilidade de coinfecção pela clamídia. Assim, a abrangência da terapia é maior.
De acordo com as orientações do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas atualizado, em 2016, o tratamento consiste em:
Infecção por clamídia: Azitromicina 500mg, 2 comprimidos, VO, dose única OU Doxiciclina 100mg, VO, 2x/dia, por 7 dias (exceto gestantes).
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
A supergonorreia é o nome dado para um variedade da bactéria que causa a gonorreia resistente ao uso de antibióticos. Suspeita-se que a sua origem tem a ver com o surgimento de outras superbactérias.
As superbactérias, que são caracterizadas por serem mais resistentes aos medicamentos, surgem quando os pacientes não fazem o tratamento indicado pelo médico corretamente.
Se o organismo sofre uma infecção bacteriana, esses microorganismos se espalham por todo o corpo e se reproduzem à uma velocidade muito rápida. Ao tomar os antibióticos, buscamos matar essas bactérias.
O problema ocorre no momento em que os antibióticos não são tomados da maneira correta, ou seja, quando o paciente não segue a recomendação médica e para de tomar o medicamento assim que os sintomas mais incômodos somem, por exemplo. Então milhares de bactérias que morreriam se o tratamento fosse continuado até o final ficam vivas e se reproduzem.
Isso faz com que a doença fique mais difícil de ser tratada e o efeito é cumulativo.
Caso o paciente, mais uma vez, não tome os medicamentos da maneira certa, ele vai deixar vivas só as bactérias mais resistentes ao medicamento ministrado, que dessa vez é mais forte.
Isso pode ser descrito como uma espécie de “seleção artificial” acidental. Fazendo um paralelo com a teoria de Darwin, o ambiente (nosso corpo e a ação dos antibióticos) acaba selecionando (deixando vivos) somente aqueles que estão mais adaptados (as bactérias resistentes aos antibióticos, chamadas de superbactérias).
Como as superbactérias se reproduzem muito rapidamente, a infecção progride de modo acelerado, fazendo com que o tratamento convencional não seja mais possível, o que pode levar o paciente a complicações graves da doença com mais facilidade.
Não. O metronidazol é um medicamento usado para tratar infecções como tricomoníase, vaginites, giardíase, amebíase. Além disso, infecções causadas por agentes como Bacteroides fragilis e outras, também são combatidas de modo eficaz. Porém, o medicamentos não faz parte dos que servem para tratar gonorreia.
Tanto a clamídia quanto a gonorreia são doenças ou infecções sexualmente transmissíveis causadas por bactérias. Ambas podem manifestar sintomas bastante semelhantes, no entanto, cada uma é causada por agentes diferentes.
Faz parte do protocolo de tratamento usar medicamentos para tratar ambos os quadros, logo que as chances de dupla infecção (por gonorreia e por clamídia) são altas.
Conviver com a gonorreia não costuma trazer grandes alterações no dia a dia, nem causar dor, à exceção de casos em que ela tenha se espalhado e trazido complicações mais graves.
Além do uso dos medicamentos e o acompanhamento médico, é fundamental que a pessoa infectada converse com o parceiro ou parceira, relatando sobre a infecção. Se houver um relacionamento fixo, é necessário que a outra pessoa também seja medicada.
Quanto ao sexo, é recomendado que a pessoa infectada não tenha relações sexuais durante o tratamento estipulado pelo médico ou médica, pois existe o risco de contaminação do próprio preservativo.
Depois do tratamento ser realizado, ainda é necessário que as relações sexuais sejam feitas sempre com o uso de camisinha por pelo menos 6 meses, pois as inflamações e machucados causados pela doença podem demorar para obter total cicatrização, o que eleva os riscos de contrair outras infecções, como a candidíase.
Leia mais: Remédio para tratar candidíase peniana
O prognóstico da gonorreia costuma ser bom. Com exceção dos casos de supergonorreia, o tratamento médico adequado consegue eliminar a bactéria do corpo humano com certa tranquilidade.
Contudo, se o paciente não fizer o tratamento corretamente, complicações tão graves quanto uma infecção pela supergonorreia podem acontecer.
Se não tratada, além de poder provocar um quadro de supergonorreia, a infecção pode trazer complicações graves, como:
A meningite é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o nosso sistema nervoso central, no cérebro. Causa sintomas como febre alta, dor de cabeça, pescoço rígido, náuseas, vômitos, confusão mental e convulsões.
A osteomielite é uma infecção óssea que costuma afetar ossos longos como os das pernas e dos braços. Pode causar sintomas como dor, vermelhidão, inchaço e abscessos.
Trata-se de uma inflamação nas estruturas internas do coração. Causa sintomas como cansaço, palidez, tosse persistente, sopro no coração, dor nos músculos e articulações, sangue na urina, perda de apetite e outros.
Se não tratada corretamente, pode ter complicações como infarto, insuficiência cardíaca, infecção em outras partes do corpo, como cérebro, rins e fígado, além de embolia pulmonar, AVC e glomerulonefrite (inflamação na região dos rins).
A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser causada por infecções bacterianas ou virais. Pode manifestar sintomas como febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, falta de apetite, fraqueza, tosse constante e dor nos músculos e nas articulações.
A epididimite é a inflamação do epidídimo, um canal entre o testículo e o canal deferente (canal que conduz espermatozoides). Causa sintomas como inchaço no saco escrotal e dor. Se não for tratada corretamente, a doença pode evoluir e causar infertilidade.
Trata-se de uma infecção no líquido e nos tecidos de uma articulação. Causa sintomas como dor na região articular, inchaço, vermelhidão, além de febre alta e sinais de cansaço e mal-estar.
A gonorreia pode trazer problemas na gravidez como o parto prematuro e infecção do recém-nascido. Além disso, pode causar gravidez ectópica, que é quando acontece fora do útero.
Normalmente, o óvulo se aloja nas tubas uterinas, fazendo com que a gravidez não possa ser continuada, pois traz riscos muito grandes para a mulher.
A DIP é uma infecção que acontece na vagina e que progride até afetar o útero, também se espalhando para as trompas e os ovários, tomando conta da área pélvica e possivelmente do abdômen.
Pode causar sintomas como febre alta, dor no ventre, sangramento vaginal fora da relação sexual, corrimento amarelo ou esverdeado com mau cheiro e dor durante o sexo.
Ao se espalhar pelo aparelho reprodutor, pode provocar sérios danos a essa área, aumentando os riscos de gravidez ectópica, problemas durante a gravidez e até mesmo evoluir para quadros que causam infertilidade.
Leia mais: Corrimento amarelo: o que pode ser?
A gonorreia, assim como qualquer outra DST, aumenta os riscos de contaminação por outras doenças, como HIV, sífilis e todas as outras. Isso acontece porque, via de regra, as DSTs causam inflamações e feridas nos órgãos genitais, o que deixa o paciente muito mais exposto e suscetível a outras infecções.
Se não for tratada corretamente, a gonorreia pode evoluir para quadros severos de inflamação, o que aumenta a possibilidade de danos irreversíveis que, muitas vezes, levam à infertilidade.
A principal forma de se prevenir da gonorreia é através da utilização de preservativos durante o sexo (vaginal, oral e anal).
Mesmo em um relacionamento fixo, é importante manter os exames de rotina em dia para que a identificação eventual da bactéria ocorra, pois a infecção pode ser assintomática. Manter uma rotina de exames ajuda a cuidar da saúde como um todo.
Também é necessário que ações sejam tomadas no intuito de informar a população sobre os perigos das ISTs, uma vez que se estima que, somente no Brasil, existam mais de 1,5 milhões de pessoas infectadas com essa IST.
Caso o seu parceiro ou parceira tenha sido diagnosticado(a) com gonorreia é muito importante que você faça os testes e, ao ser constatado que você não está infectado(a), que evite o contato sexual até que a outra pessoa seja curada.
Em geral, é indicado que as pessoas façam testes de detecção rotineiramente. Alguns grupos são de risco e, por isso, devem manter mais atenção à triagem. Por exemplo, pessoas sexualmente ativas, com parceiros ou parceiras múltiplos(as) ou que já tiveram histórico de DST/IST.
As gestantes são avaliadas no começo e final da gravidez, como parte dos cuidados de pré-natal.
Depende. É muito difícil que uma pessoa seja contaminada pela gonorreia se mantiver relações sexuais com o uso de preservativos. Entretanto, apesar de ser bem raro, pode acontecer do parceiro estar infectado e contaminar a camisinha na hora da colocação.
Sim! A gonorreia se transmite principalmente através do contato sexual, entretanto, ela pode ser transmitida através do contato com superfícies contaminadas também.
Apesar de a alimentação ter um papel importante na manutenção do organismo, ela não interfere diretamente na cura da gonorreia. Assim, não há alimentos, exercícios, ervas ou outras terapias que possam acelerar a cura ou substituam os antibióticos.
No entanto, uma opção que pode ser viável é aliar a boa alimentação, rica em nutrientes e produtos naturais, para que o bem-estar seja favorecido. Isso porque a dieta tem um peso importante também na saúde mental.
O uso correto do antibiótico é fundamental para que não haja riscos decorrentes do tratamento, como a resistência das bactérias aos medicamentos. Em geral, há preferência por antibióticos de dose única. Entre os mais usados, está a azitromicina. Porém, a escolha e o tempo de uso devem ser orientados por profissionais de saúde.
Não. A gonorreia é transmitida principalmente (mas não exclusivamente) pelo contato sexual, mas não acontece, como no caso do HIV, através de sangue contaminado.
O tempo depende muito da gravidade dos sintomas, mas pode-se levar de 7 a 14 dias. Contudo, a recomendação é que não se pratique sexo durante o tratamento mesmo com o uso de preservativo.
Ainda assim, também é necessário que a camisinha seja utilizada em todas as relações por pelo menos 6 meses após a cura, pois as inflamações podem não ter cicatrizado completamente, deixando o paciente mais suscetível a outras ISTs.
Depende. Em média, depois de 2 ou 3 dias de tratamento não há mais infecção, mas o melhor a se fazer é esperar o tratamento terminar.
Depois do tratamento finalizado, que dura de 7 a 14 dias, a bactéria é eliminada completamente do corpo, então a transmissão não ocorre mais. Contudo, como dito anteriormente, é necessário continuar a usar a camisinha, pois outras infecções, como a candidíase, podem ocorrer.
Sim! Após curada, se você fizer sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, pode ocorrer contaminação mais uma vez.
A gonorreia pode ser um tabu, mas não precisa ser. Caso você tenha sido infectado, busque tratamento e converse com seus parceiros, sugerindo que eles façam os exames. Dessa maneira, você não estará tratando somente da sua infecção, mas estará impedindo que ela se alastre para outras pessoas.
Mais textos sobre outras DSTs/ISTs você encontra aqui, no Minuto Saudável!
Dr. Paulo Caproni (CRM/PR 27.679 | CRM/SC 25.853 | CRM/SP 144.063), graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Residência Médica em Medicina Preventiva e Social pela USP-SP (PROAHSA). MBA em Gestão Hospitalar e de Sistemas de Saúde (CEAHS) pela FGV-SP.
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT-IST) 2019, Ministério da Saúde.
Dr. Paulo Caproni
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.