Saúde

Meningite (bacteriana, viral): quais os sintomas? Tem cura?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 29/08/2018Última atualização: 28/09/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 29/08/2018Última atualização: 28/09/2023
Desenho de uma mulher sentindo dores de cabeça.A meningite é inflamação nas meninges e pode ter diversas causas.

Meningite (bacteriana, viral): quais os sintomas? Tem cura?

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Nos últimos 20 anos, quase 1 milhão de casos com suspeita de meningite foram relatados, resultando em 100 mil óbitos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa doença é uma preocupação global que pode ser prevenida por meio da vacinação.

Sem tratamento, até 50% dos casos podem resultar em óbito. A importância da vacinação e de ações preventivas se torna ainda mais evidente diante desses números alarmantes.

Através da leitura deste artigo, você terá a oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre a meningite, compreendendo seus diferentes tipos, sintomas, complicações e outros aspectos relevantes dessa condição médica!

  1. O que é meningite?
  2. Meningite bacteriana
  3. Meningite viral
  4. Meningite fúngica
  5. Meningite parasitária
  6. Meningite não infecciosa
  7. Transmissão
  8. Fatores de risco
  9. Sintomas
  10. Como é feito o diagnóstico?
  11. Tem cura?
  12. Qual o tratamento?
  13. Convivendo
  14. Prognóstico
  15. Complicações
  16. Vacina
  17. Prevenção
  18. Perguntas frequentes
  19. Referências 

O que é meningite?

A meningite é uma condição inflamatória que afeta uma ou mais meninges, as três camadas protetoras do cérebro. Essa inflamação pode ser causada por vírus, bactérias, fungos e, raramente, por parasitas.

A doença é contagiosa e pode ser transmitida de diversas maneiras, de pessoa para pessoa. Quando a meningite é causada por bactérias, ela se torna particularmente perigosa e, se não tratada adequadamente, pode levar ao óbito.

As meninges são camadas finas que ficam entre o crânio e o cérebro, além de recobrir a medula espinhal. A pia-máter e a aracnóide são as outras duas camadas menores. A dura-máter envolve tanto o cérebro como a medula espinhal e tem a função de manter o líquido cefalorraquidiano.

O sintoma mais claro da meningite é a rigidez da nuca (apesar de não exclusiva), costuma ser relacionado à versão bacteriana, portanto é sempre uma emergência médica.

É possível prevenir e  reduzir as chances de contágio de alguns tipos de meningite através da vacinação, especialmente em crianças.

A meningite pode ser dividida em dois grupos: as causadas por agentes infecciosos (bacterianas, virais e fúngicas) e as não infecciosas. Vamos conhecer mais sobre cada tipo:

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Meningite bacteriana

A meningite bacteriana é provocada por bactérias. Em certos casos, as bactérias conseguem infectar as meninges, tornando esse tipo extremamente perigoso e requerendo tratamento médico emergencial.

Todas as formas de meningite bacteriana são preocupantes, mas algumas são mais frequentes do que outras, como é o caso da meningocócica.

Para prevenir esse tipo de infecção, existem vacinas que são geralmente direcionadas a grupos de alto risco, como bebês, crianças pequenas, adolescentes e pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos. Essas vacinas têm sido eficazes na redução do número de casos de meningite bacteriana em várias regiões do mundo.

Meningite meningocócica

As meningites bacterianas mais comuns são as meningites meningocócicas. Elas são causadas pelas diversas variações da bactéria Neisseria meningitidis (meningococos), que podem provocar as meningites dos subtipos A, B, C, W e Y. Cada um dos sorogrupos desta bactéria possui suas particularidades.

O SUS, disponibiliza a vacinação contra a meningite meningocócica tipo C dos 3 e 5 meses de idade, já que ela é a versão mais frequente da doença. Portanto, imunizar a população contra ela é o mais eficiente para reduzir o número de casos.

Leia mais: Meningite C: o que é, sintomas, contágio, vacina, tem cura? 

Meningite pneumocócica

Causada pelas variedades de bactérias Streptococcus pneumoniae, as mesmas causadoras da pneumonia. Costuma se manifestar quando em adultos que têm sua imunidade reduzida.

Meningite por influenza

A meningite influenza é causada pela bactéria Haemophilus influenzae em suas diferentes variações (A, B, C, D, E e F). Essa bactéria pode ser responsável por várias outras infecções, como inflamação na epiglote, inflamação das articulações, pneumonia, dor de ouvido e sinusite .

Há vacina específica contra a variação B da bactéria Haemophilus influenzae no setor privado. Essa vacina tem sido uma ferramenta valiosa na prevenção de infecções graves causadas pela cepa B da bactéria e é especialmente recomendada para grupos de alto risco, como bebês e crianças pequenas.

Meningite tuberculosa

É uma forma rara e grave de meningite causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que é a mesma bactéria responsável pela tuberculose pulmonar . Essa forma de meningite ocorre quando a bactéria consegue se disseminar para as meninges.

A bactéria pode entrar no sistema nervoso central através da corrente sanguínea a partir de uma infecção pulmonar ativa ou latente, e também pode ser transmitida através de outras formas menos comuns.

A meningite tuberculosa é uma condição grave que pode levar a complicações neurológicas sérias e até mesmo ao óbito se não for tratada adequadamente e precocemente. Os sintomas incluem cefaléia intensa, rigidez na nuca, febre , confusão mental, vômitos, convulsões e alterações do estado mental.

O tratamento para a meningite tuberculosa geralmente envolve uma combinação de medicamentos antituberculose administrados por um longo período, além de cuidados de suporte para aliviar os sintomas e prevenir complicações.

Ler mais: Meningite bacteriana: tem cura? Sintomas, transmissão e mais 

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Meningite viral

Diferente da meningite bacteriana, a meningite viral é geralmente menos grave e costuma apresentar um melhor prognóstico. Os vírus responsáveis pela meningite viral podem ser diversos, incluindo enterovírus, herpesvírus, arbovírus (como o vírus do Nilo Ocidental) e outros.

 A transmissão ocorre principalmente através do contato com secreções respiratórias de uma pessoa infectada, como gotículas de saliva ou muco, embora alguns vírus também possam ser transmitidos por meio de picadas de insetos.

Os sintomas da meningite viral são semelhantes aos da meningite bacteriana e podem incluir dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, febre, náuseas, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz) e confusão mental. 

Em casos leves, a pessoa pode se recuperar por conta própria com repouso e cuidados de suporte.  

O tratamento é principalmente direcionado para o alívio dos sintomas, uma vez que não há medicamentos específicos para combater os vírus causadores da meningite viral. O diagnóstico é realizado por meio da análise do líquido cefalorraquidiano, obtido através de uma punção lombar.

A prevenção da meningite viral envolve medidas gerais de higiene, como lavar as mãos regularmente, evitar o contato próximo com pessoas doentes e manter o ambiente limpo. Além disso, a imunização contra alguns vírus que podem causar meningite, como a vacina contra o vírus da caxumba, pode ajudar a reduzir o risco de infecção.

Ler maisMeningite Viral: causas, sintomas, tratamento, transmissão 

Meningite fúngica

A meningite fúngica é incomum, já que comumente depende de contaminar pessoas com sistema imunológico enfraquecido.

O principal  fungo que pode causar meningite é o Cryptococcus neoformans, junto com outros fungos oportunistas. Esses fungos podem entrar no sistema nervoso central através da corrente sanguínea a partir de infecções em outras partes do corpo ou, em alguns casos, por inalação de esporos presentes no ambiente.

Os sintomas da meningite fúngica são semelhantes aos de outras formas de meningite, como dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço e entre outros. Medicamentos imunossupressores e a contaminação por HIV podem enfraquecer o sistema imunológico, facilitando a inflamação das meninges por infecção por fungos.

Leia mais: AIDS e HIV: entenda o tratamento antirretroviral e efeitos 

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Meningite parasitária

A parasitária é a inflamação menos comum de meningite. Existem vários parasitas que podem causar meningite parasitária, sendo os mais comuns o Plasmodium falciparum, responsável pela malária cerebral, e os parasitas da família Trypanosoma, que causam a doença do sono (tripanossomíase africana). 

Além disso, outras infecções parasitárias raras também podem levar à inflamação das meninges.

A transmissão desses parasitas geralmente ocorre através de picadas de insetos vetores específicos, como mosquitos no caso da malária cerebral e a mosca tsé-tsé na tripanossomíase africana. Os parasitas podem entrar na corrente sanguínea e, eventualmente, chegar ao sistema nervoso central, onde infectam as meninges.

O tratamento para a meningite parasitária varia dependendo do parasita envolvido. Geralmente, são utilizados medicamentos antiparasitários específicos para eliminar o parasita do organismo.

Meningite não infecciosa

De maneira mais incomum, é possível que haja inflamação das meninges sem infecção. Quando acontece, a inflamação tem relação com medicamentos (como anti-inflamatórios não esteroides ou antibióticos), além de poder ser causada por metástase de câncer, ou seja, quando células de um câncer alcançam as meninges.

Diversos distúrbios podem causar a doença e, em alguns casos, ela é crônica ou subaguda, o que significa que a condição não melhora ou volta com frequência em decorrência de suas causas.

Transmissão

Apenas as meningites bacteriana e viral podem ser transmitidas de pessoa para pessoa, contagiando através de gotículas de saliva, espalhadas pela fala, tosse, beijos ou espirros.

Não é necessário que o portador da bactéria ou do vírus tenha meningite, especialmente porque vários dos agentes causadores da doença costumam estar na raiz de outras condições.

Em alguns casos, traumas podem levar bactérias que um paciente já possui para o cérebro, causando uma meningite.

Outro jeito de uma infecção que está em qualquer lugar do corpo chegar às meninges é através da bacteremia, que acontece quando as bactérias alcançam a corrente sanguínea, se espalhando para diversas partes do corpo.

As meningites fúngicas e parasitárias são mais incomuns. Sua transmissão não acontece de humano para humano, mas sim através de esporos e uso de material infectado com esporos (no caso dos fungos) e através da alimentação (no caso dos parasitas).

No parto

É possível que uma mãe transmita as bactérias causadoras da meningite para o filho durante o nascimento, já que bactérias como os Estreptococos que vivem no canal vaginal podem causar a doença.

Estas bactérias costumam ser inofensivas, mas podem causar problemas se entram em contato com a boca ou os olhos do bebê.

Para prevenir este tipo de contágio, é importante estar com o pré-natal em dia. Algumas semanas antes do parto é feito um exame para verificar se estas bactérias estão presentes. Caso estejam, a mãe recebe um antibiótico antes do parto para impedir a contaminação do bebê.

Leia mais: Pré-natal: importância, quando iniciar e como é feito o acompanhamento? 

Fatores de risco

Apesar de qualquer um poder contrair a meningite, existem alguns fatores que aumentam os riscos da inflamação acontecer. São eles:

Idade

A meningite é consideravelmente mais perigosa em crianças do que em adultos. A idade também influencia quais bactérias causam a doença.

Principalmente no caso da meningite viral, crianças são muito mais vulneráveis do que adultos, especialmente as recém-nascidas. Isso acontece porque o sistema imunológico das crianças ainda não está bem desenvolvido.

Traumas na cabeça

Um dos jeitos que bactérias podem encontrar o caminho para as meninges é através de traumas na cabeça. Uma pancada pode ser o suficiente para fazer com que bactérias localizadas no nariz ou na garganta encontrem caminho para a região do cérebro ou do sangue, que eventualmente pode acabar nas meninges.

Essa rota de entrada é conhecida como "via hematogênica", pois as bactérias podem entrar na corrente sanguínea por meio dos ferimentos causados pelo trauma na cabeça e, em seguida, se espalhar para outras partes do corpo, incluindo as meningites.

Sistema imunológico enfraquecido

Pessoas com sistema imunológico comprometido podem ser mais facilmente acometidas pela meningite. Portadores do HIV ou pessoas fazendo tratamento com imunossupressores estão neste grupo de risco.

É este grupo também que mais facilmente pode contrair a meningite fúngica, já que o sistema imunológico enfraquecido pode deixar fungos alcançarem a meninge.

Doenças autoimunes

Portadores de doenças autoimunes como a lúpus ou artrite reumatoide podem desenvolver uma meningite não infecciosa. A condição pode causar uma inflamação das meninges, levando à meningite.

O tratamento está associado a doenças autoimunes, geralmente envolve o uso de medicamentos imunossupressores para controlar a resposta inflamatória do sistema imunológico. A terapia visa reduzir a inflamação e prevenir danos adicionais.

Leia mais:Doenças autoimunes: quais órgãos podem afetar? Têm cura? 

Sintomas

Desenho de uma mulher se consultando com um médico.
Os sintomas mais claros da doença são mais comuns na meningite bacteriana, mas não é possível diferenciar os tipos de meningite apenas pelos sintomas.

A inflamação é uma resposta do corpo, não é causada diretamente pelo agente infeccioso. É por isso que os sintomas são os mesmos em qualquer tipo de meningite, com variações apenas na intensidade, que também muda de pessoa para pessoa.

Portanto, ao perceber estes sintomas e desconfiar de meningite, é importante levar o paciente o mais rápido possível para o hospital.

Os sintomas são os seguintes:

  • Dor de cabeça forte;
  • Febre;
  • Rigidez da nuca;
  • Coração acelerado (taquicardia);
  • Sensibilidade à luz (fotofobia);
  • Letargia;
  • Náuseas ;
  • Vômito;
  • Dor na nuca;
  • Sonolência e problemas para dormir;
  • Falta de apetite.

Em adição a isso, crianças e bebês também podem apresentar:

  • Moleira inchada;
  • Choro constante;
  • Irritabilidade e apatia;
  • Sonolência;
  • Problemas respiratórios.

Quando a bactéria infecta outros lugares, como a garganta ou ouvido (causando infecção de garganta ou otite), os sintomas destas condições também podem aparecer.

A meningite viral é consideravelmente menos grave do que a bacteriana e seus sintomas podem ser confundidos com uma doença infecciosa mais comum, como uma virose.

Leia mais: O que pode ser dor constante na nuca?

Como é feito o diagnóstico?

Existem algumas maneiras de se diagnosticar a meningite. Quando os sintomas levantam suspeita, alguns exames podem ser feitos para diferenciar doenças que podem causar sintomas parecidos ou encontrar os agentes causadores de meningite.

Os médicos indicados para auxiliar o tratamento da meningite são o neurologista e o infectologista. Normalmente, começam com uma entrevista detalhada para obter informações sobre os sintomas, histórico médico e quaisquer fatores de risco. 

Ele também realizará um exame físico para avaliar os sinais clínicos, como rigidez no pescoço, febre, alterações do estado mental e outros sintomas associados à meningite.

Os exames solicitados podem incluir:

Exame de sangue

O exame de sangue no caso de suspeita de meningite busca, principalmente, descartar outros diagnósticos. Ele também pode diferenciar uma meningite bacteriana de uma viral, além de permitir encontrar outras infecções que possam estar no corpo do paciente, além da meningite.

Exames de imagem

Exames de imagem como ressonância magnética e tomografias computadorizadas podem encontrar anomalias no cérebro ou outras regiões do corpo, descartando ou confirmando a possibilidade de uma meningite.

Punção lombar e análise do líquido cefalorraquidiano

A punção lombar, também conhecida como "líquor" ou "liquor", é um procedimento médico realizado para coletar uma amostra do líquido cefalorraquidiano (LCR) que circula no espaço subaracnoideo em torno do cérebro e da medula espinhal. 

Esse procedimento é frequentemente utilizado para diagnosticar e avaliar diversas condições neurológicas, incluindo a meningite.

Para realizar o procedimento, o paciente geralmente é posicionado de lado, com os joelhos dobrados em direção ao peito e o pescoço flexionado, para facilitar a abertura dos espaços entre as vértebras lombares.

O médico administra uma anestesia local na região lombar para minimizar o desconforto e a dor durante o procedimento. A anestesia é aplicada na pele e nos tecidos ao redor da coluna vertebral.

Cuidadosamente, é inserida uma agulha fina e longa entre duas vértebras lombares (normalmente entre a terceira e quarta ou entre a quarta e quinta vértebras). A agulha é inserida na medula espinhal, mas não penetra no tecido nervoso.

A agulha é conectada a um tubo que permite a coleta do líquor. O líquor flui naturalmente devido à pressão no sistema nervoso central, e uma pequena quantidade de líquor é coletada em tubos estéreis.

Depois da retirada da agulha, o paciente é instruído a permanecer deitado e em repouso após o procedimento para minimizar o risco de complicações, como dores de cabeça. Em alguns casos, após a punção lombar, pode ser administrado um curativo no local da punção.

A amostra de líquor coletada é enviada para análise laboratorial, onde será avaliada a presença de células sanguíneas, proteínas, glicose e a existência de agentes infecciosos, como bactérias, vírus ou fungos. A análise do líquor é fundamental para o diagnóstico da meningite.

Leia mais: Punção lombar: para que serve, como é feita e cuidados 

Qual o tratamento?

O tratamento da meningite depende do tipo e da gravidade da doença. O objetivo principal do tratamento é controlar a infecção, reduzir a inflamação das meninges e aliviar os sintomas, além de prevenir complicações graves.

É essencial que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível após o diagnóstico, isso garante que pessoas com meningite bacteriana, a mais perigosa, sejam tratadas o mais rápido possível para reduzir o risco de complicações graves, como danos permanentes ao cérebro, convulsões, coma ou até mesmo óbito. 

As opções de tratamento são as seguintes:

Meningite bacteriana

O tratamento da meningite bacteriana envolve o uso de antibióticos específicos para combater a bactéria responsável pela infecção. A escolha dos antibióticos depende do tipo de bactéria identificado no líquor e pode ser ajustada com base nos resultados dos testes de sensibilidade.

Pessoas afetadas geralmente precisam de tratamento de suporte para controlar a febre, a dor e outros sintomas associados. Em casos graves, pode ser necessário cuidado em unidade de terapia intensiva (UTI) para monitoramento e tratamento mais intensivo.

Por ser extremamente perigosa, a doença precisa de tratamento rápido para evitar sequelas e morte do paciente. Os antibióticos agem eliminando as bactérias, o que causa a redução na inflamação.

Leia mais: O que são antibióticos, tipos e principais exemplos 

Meningite viral

A meningite viral, em grande parte dos casos, não precisa de tratamento já que é frequente que se cure espontaneamente. O médico pode recomendar repouso, ingestão de líquidos e medicamentos para alívio da dor e da febre, quando necessário.

Quando o tratamento é feito, costuma ser sintomático (voltado apenas para os sintomas), com medicamentos para reduzir as dores e desconfortos até que o corpo lide com o vírus. Em casos específicos pode ser utilizado um medicamento antiviral para acelerar o tratamento e garantir seu sucesso.

Meningite fúngica

O tratamento da meningite fúngica geralmente envolve o uso de medicamentos antifúngicos específicos, dependendo do tipo de fungo identificado. Acontece da terapia ser prolongada e pode requerer semanas ou meses para eliminar completamente o fungo.

Leia mais: Antifúngico: para que serve? Qual o mecanismo de ação? 

Meningite não infecciosa

O tratamento da meningite não infecciosa é extremamente variado porque depende completamente do agente causador.

Se for um medicamento, deve-se retirá-lo do tratamento do paciente. Se for um tumor, os tratamentos quimioterápico e cirúrgico podem ser a solução. Caso haja uma doença autoimune, o controle da condição é necessário.

Tratar uma meningite não infecciosa é uma questão de conhecimento da causa, que deve ser acompanhada de acordo com os conhecimentos médicos.

Meningite tem cura?

Sim, a meningite tem cura, mas o tratamento deve ser feito rápido. Nem sempre é fácil distinguir a meningite bacteriana da viral ou dos outros tipos, que também não devem ser ignorados. Acontece da doença se resolver sozinha ou de realizar tratamentos para controlar os sintomas.

A morte por meningite pode acontecer de maneira rápida, além de outras sequelas, portanto é importantíssimo levar o paciente com suspeita da enfermidade para o hospital o mais rápido possível.

Convivendo

Enquanto trata a meningite, é importante seguir os conselhos médicos. Em vários casos, o internamento pode ser necessário.

Algumas medidas podem ser tomadas para evitar a contaminação de outras pessoas.

Use máscara

A meningite não é transmitida pelo ar, mas sim pelas gotículas de saliva e muco que podem sair da boca e nariz de alguém doente enquanto esta pessoa fala, tosse, espirra ou beija. O uso da máscara evita que as bactérias cheguem aos outros e protege a todos.

Hidrate-se

Hidratar-se é muito importante em qualquer condição que possa causar vômito, além de ajudar o sistema imunológico.

Hábitos de higiene

Manter objetos e mãos limpas é uma maneira de evitar que a doença se espalhe. Apesar de a maior parte dos agentes causadores da meningite não sobreviver fora do corpo por muito tempo, a higiene pode garantir que este risco seja ainda mais reduzido.

Prognóstico

O prognóstico de cada um dos tipos de meningite é diferente devido às diferentes causas das condições.

A meningite bacteriana, se não tratada, é extremamente perigosa, porém é possível tratá-la com grande eficiência. Quanto mais o paciente demorar para iniciar o tratamento, maiores os riscos de sequelas e de morte, portanto, é de extrema importância que se vá ao médico o mais cedo possível.

No caso da meningite viral, é comum que o corpo consiga lidar com ela sem nenhum tratamento, apenas com descanso, cuidado com a alimentação e bebendo água.

Entretanto, é importante ir ao médico se houver sintomas, pois é impossível diferenciar os tipos de meningite apenas pelos sintomas. Ignorar os sinais sem ter certeza de qual tipo da doença se trata pode trazer prejuízos à saúde.

Na meningite fúngica, na grande maioria das vezes, afeta pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos. Não é raro que as condições que causam este enfraquecimento sejam crônicas, portanto a contaminação das meninges também pode voltar com frequência.

Nos casos em que o enfraquecimento do sistema imunológico não é crônico, assim que ele se recupera e a condição é tratada, a doença não costuma voltar. É importante notar, entretanto, que a meningite fúngica pode ser muito perigosa.

Complicações

Quando o tratamento é adiado, a meningite pode trazer consequências graves. Quanto mais tempo ele demora para começar, piores são as sequelas. A infecção e a inflamação podem levar a danos permanentes no sistema nervoso central, o que pode causar diversos problemas físicos, mentais e sensoriais. Entre eles:

  • Distúrbios de linguagem e visuais;
  • Comprometimento da audição;
  • Convulsões;
  • Problemas de concentração e memória.

A consequência mais grave da meningite é a morte. Os danos no cérebro podem ser muitos para que o paciente sobreviva. O tratamento tardio pode não ser o bastante para salvar o indivíduo da morte por meningite, que é mais frequente em bebês e idosos, mas pode se apresentar em adultos saudáveis que demorem a conseguir tratamento.

Vacina contra a meningite

Existe vacina somente para a meningite bacteriana. Contra as meningites A, B, W e Y está disponível em clínicas particulares. Como a meningite C é a mais comum no Brasil, o governo brasileiro disponibiliza a vacina para ela no SUS e faz campanhas para promover seu uso, diferente da vacina para a meningite B, que é uma versão mais rara da doença.

Quem deve se vacinar?

A meningite tipo C é a mais comum e a sua vacina é disponibilizada pelo SUS gratuitamente. Ela é dividida em três doses.

A primeira dose de vacinação contra meningite C deve ser aplicada aos 3 meses de idade. Recomenda-se que a segunda dose seja aplicada aos 5 meses e a terceira (reforço) aos 12 meses de idade.

Recomenda-se vacinar contra a meningite C antes dos 2 anos de idade, mas qualquer um que não tenha sido imunizado pode tomar as vacinas.

Leia mais: Vacina Meningite (B, C, ACWY): dose, preço, reações adversas 

Prevenção

O melhor jeito de prevenir a meningite bacteriana é através da vacinação, mas como nem toda bactéria que causa meningite possui vacina, só isso não basta para garantir a imunidade à doença. Além disso, existem as meningites causadas por outros agentes.

Você pode fazer algumas coisas para garantir que as chances de contágio fiquem menores ainda!

  • Evite lugares aglomerados e fechados;
  • Alimente-se bem;
  • Lave bem as mãos, especialmente depois de sair de lugares públicos como ônibus ou metrô;
  • Evite comer carne mal cozida, a fim de evitar a contaminação por parasitas;
  • Lave bem os alimentos.

Leia mais: 5 doenças que podem ser prevenidas com a higienização das mãos

Perguntas frequentes

Algumas dúvidas podem estar presentes ainda. Vamos ver quais são algumas das perguntas mais frequentes sobre meningite?

Fico imune à meningite depois de ter a doença?

Sim e não. Quando você contrai meningite e se cura, seu corpo se torna imune ao agente patológico que causou a inflamação das meninges, mas outra bactéria ou vírus pode causar a doença, então não é possível ficar completamente imune à meningite, mas sim a causadores individuais.

Onde posso me vacinar?

Você pode vacinar seus filhos contra a meningite C em postos de saúde. Também é possível se vacinar em clínicas especializadas para diversos tipos de meningite como a B, A, W e Y em redes particulares.


Você aprendeu que a meningite é uma doença grave e infecciosa, que exige tratamento médico, especialmente quando é bacteriana.

As meninges devem ser protegidas para que possam proteger o cérebro, então é importante cuidar da própria imunidade e ir ao médico se houver sinais da doença.

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Imagem do profissional Kayo Vinicius Ferreira Forte
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Este artigo foi escrito por:

Kayo Vinicius Ferreira Forte

Formação em Biomedicina. Leia mais artigos de Kayo
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