Saúde

Infecção urinária (na gravidez, homem): sintomas e remédios

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 02/10/2018Última atualização: 31/05/2021
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 02/10/2018Última atualização: 31/05/2021
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O que é infecção urinária?

Um incômodo na hora de fazer xixi começa a surgir, em seguida vem a dor e a ardência que podem ser acompanhadas da dificuldade em segurar a urina ou uma constante urgência em chegar ao banheiro — mesmo sem ter muito o que ser eliminado.

Esses são sintomas frequentes a uma parte considerável de pessoas, pois a infecção urinária é bastante comum, sobretudo entre mulheres.

Apesar de nossos organismo ser repletos de bactérias necessárias para o correto funcionamento dos sistemas, quando algum microrganismo estranho o invade, uma série de sintomas podem ser desencadeados e causar bastante desconforto, dor, incômodo e complicações.

A Infecção do Trato Urinário (ITU), ou apenas infecção urinária, é um quadro infeccioso causado por bactérias que invadem e acometem qualquer parte do sistema urinário, como rins, bexiga, uretra e/ou ureteres (tubos que ligam os rins à bexiga).

Entre as maiores responsáveis pelo ataque ao organismo está a bactéria Escherichia coli, sendo que aproximadamente 85% dos casos são decorrentes dela.

Diversas condições podem facilitar o desenvolvimento da infecção urinária e a intensidade dos sintomas, como condições anatômicas ou comportamentais.

Às vezes, a pessoa pode apresentar bactérias no trato urinário e ainda assim não manifestar nenhum sintoma ou alteração.

Apesar de bastante comum e de apresentar alta incidência, em geral, pode ter sua frequência reduzida com algumas medidas simples e um acompanhamento efetivo com o médico.

No CID-10, as infecções urinárias são catalogadas sob o código N39.0 - Infecção do trato urinário de localização não especificada.

Índice — nesse artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é infecção urinária?
  2. Tipos
  3. O que causa infecção urinária?
  4. Infecção urinária é contagiosa?
  5. Fatores de risco
  6. Por que a ITU é mais frequente em mulheres?
  7. Infecção urinária na gravidez
  8. Sintomas
  9. Infecção urinária em bebês
  10. Infecção urinária nos homens
  11. Como é feito o diagnóstico?
  12. Exames
  13. Tem cura?
  14. Qual o tratamento?
  15. Medicamentos
  16. Convivendo
  17. Prognóstico
  18. Complicações
  19. Infecção urinária recorrente
  20. Como prevenir?
  21. Cranberry e a infecção urinária
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Tipos

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O tipo de infecção urinária depende da presença ou não de sintomas e da região que as bactérias se instalam.

Alguns dos critérios de classificação da infecção são:

  • Manifestação: o paciente apresenta sintomas (sintomático) ou não (assintomático);
  • Ocorrência: isolada (a infecção é pontual), recorrente (os casos acometem o paciente com frequência) e persistente (o quadro apresenta dificuldades de regressão).

Conheça um pouco sobre cada um dos tipos:

Bacteriúria assintomática

Pessoas que apresentam bactérias na urina, mas não manifestam sintomas ou queixas se classificam na chamada bacteriúria assintomática.

Entre as mulheres saudáveis que ainda não chegaram à menopausa, a Associação Médica Brasileira estima que até 5% apresenta um quadro de infecção assintomática. Já após a menopausa, os números sobem para 15%.

Além da Escherichia coli, a bactéria responsável pela maioria dos casos, os microrganismos Pseudomonas aeruginosa, enterococos, estreptococos do grupo B e Staphylococcus saprophyticus se apresentam com frequência como causadores da infecção.

Em geral, mulheres abaixo dos 60 anos, não gestantes e sem doenças crônicas não são indicadas ao tratamento nos casos assintomáticos, mas cada quadro precisa ser avaliado por um médico.

Cistite (infecção na bexiga)

Quando as bactérias infectam a bexiga, o quadro é denominado cistite. Os sintomas mais associados são a urgência em fazer xixi, pouca quantidade de urina a cada ida ao banheiro, ardência, dor e queimação na região da vagina, além de raramente manifestar febre e presença de sangue.

A cistite pode ser separada ainda em complicada ou não complicada, que se referem às condições do paciente.

Quando há disfunções no funcionamento ou na estrutura do sistema urinário, doenças que favorecem a ITU ou caso a paciente esteja grávida, a infecção é considerada complicada.

Pacientes imunodeprimidos, com doenças crônicas (como diabetes), que estejam utilizando sonda vesical ou com sintomas há mais de 7 dias também podem ser considerados casos de cistite complicada.

Já para a cistite não complicada o paciente deve preencher os requisitos: ser sexualmente ativo, não grávida, sem doença crônica ou agravante, sintomas se manifestando a menos de 7 dias e sem disfunções do trato urinário.

Pielonefrite (infecção no rim)

A pielonefrite ocorre quando as bactérias invasoras acometem os rins e ureteres. Normalmente, os microrganismos se instalam primeiramente no trato inferior urinário, ou seja, na uretra e na bexiga.

Sem tratamento ou se houver algum fator que favoreça a migração das bactérias, elas podem chegar à parte superior, composta pelos ureteres e rins.

Os casos podem ser agudos ou crônicos. Geralmente, o tipo agudo se manifesta de forma repentina e compromete a função dos rins, mas tende a responder bem ao tratamento. Porém, sem as medidas corretas, a pielonefrite pode progredir para uma condição crônica.

Nesses casos, os rins têm uma perda gradual da função, que pode ser causada por outras doenças (como o diabetes tipo 2 e a hipertensão arterial) ou pelos casos não tratados ou recorrentes de pielonefrite aguda.

A condição geralmente provoca dores mais intensas que se irradiam para a região lombar, além de febre, ardor e a presença de sangue na urina.

O tipo agudo assintomático pode ocorrer em até 7% das gestantes e o sintomático ocorre em aproximadamente 2%, sendo mais comum no último trimestre de gestação.

Além dos sintomas comuns da condição (febre, dor lombar intensa, náuseas e vômitos), a gestante pode sofrer do aumento de contrações uterinas, aumentando os riscos de parto prematuro. Em alguns casos mais graves, a condição representa riscos à vida do bebê e da mãe também.

Uretrite (infecção na uretra)

Quando os agentes infecciosos acometem a uretra, chama-se síndrome uretral, uretrite não gonocócica ou apenas uretrite.

O tubo da uretra é responsável pela condução da urina da bexiga para o exterior do organismo.

Podem se manifestar dor no abdômen, queimação ao urinar, febre, secreção (corrimento) e incômodo ao urinar.

O que causa infecção urinária?

As infecções urinárias ocorrem pela invasão de microrganismos no trato urinário, sobretudo pelo Escherichia coli, responsável por até 85% dos quadros. Fatores de baixa imunidade, má higiene, disfunções do sistema urinário são alguns aspectos que facilitam a entrada de bactérias no corpo.

Os microrganismos podem acometer a uretra, a bexiga e até os rins, manifestando sintomas como dor e ardência.

Algumas situações, hábitos e condições do paciente propiciam a infecção, promovendo a entrada das bactérias na uretra ou fazendo com que elas se instalem mais facilmente. Entre eles:

Pouca ingestão de água

A água participa de diversas funções fundamentais do organismo, auxiliando no funcionamento do intestino, na hidratação da pele e transportando nutrientes, por exemplo.

Quando o líquido ingerido está quase sendo eliminado como urina, ele ainda desempenha um papel importante no organismo, auxiliando na limpeza do canal da uretra e impedindo que bactérias invadam o organismo.

Por isso, quanto mais líquidos você beber, mais urina irá produzir e, consequentemente, será maior o número de idas ao banheiro.

Segurar a urina

Urinar ajuda a limpar as paredes da uretra, eliminando agentes que podem causar infecções e reduzir toxinas no organismo. Por isso, não adianta beber bastante água e não respeitar as vontades da bexiga.

Quando passamos muito tempo sem ir ao banheiro, esse processo de limpeza não ocorre como deveria e as bactérias têm mais facilidade em migrar para a bexiga ou rins, por exemplo.

Falta de higiene

Sobretudo para as mulheres, que possuem a entrada da vagina bastante próxima ao ânus, a falta de uma higiene correta pode ser determinante para o desenvolvimento de infecções urinárias.

O intestino e a região anal são repletos de microrganismos que, em geral, não causam doenças ou alterações desde que permaneçam no local correto. Ou seja, longe da uretra.

Quando há uma proliferação de bactérias devido, por exemplo, à má higiene, a proximidade com a uretra faz com que o contágio seja rápido e as infecções possam se instalar mais facilmente.

Produtos de higiene íntima feminina

Também é importante manter os cuidados com as situações facilitadoras da infecção. Mesmo que os banhos sejam regulares e haja atenção à higiene, algumas situações comuns podem desencadear a infecção. Por exemplo, o uso de protetores de calcinha ou de produtos de higiene íntima.

Pode parecer que usar sabonetes íntimos melhora a limpeza e protege mais o organismo, mas é importante ressaltar que eles podem afetar o pH íntimo a causar desregulações, sobretudo se forem usados com muita frequência.

Usar sabonetes vaginais, em si, não causa uma infecção urinária, mas pode eliminar as bactérias boas, necessárias para a proteção natural da região.

Sem imunidade, outras bactérias infecciosas têm mais facilidade em invadir o corpo.

No caso dos protetores íntimos, a lógica é semelhante: o uso constante pode impedir que a vulva e vagina respirem adequadamente. Com o abafamento do local, fica mais simples de agentes infecciosos de se proliferarem, sobretudo se houver umidade.

Demorar para trocar absorventes

O ideal é fazer a troca regular de absorventes — sejam íntimos ou não —, mantendo um uso médio máximo de 4 horas. Tanto os absorventes comuns (de uso externo) quanto os internos podem ser ótimas fontes de proliferação de bactérias.

Os coletores menstruais, apesar de serem geralmente menos irritativos, reduzindo o risco de desenvolver colônias de bactérias, devem ser lavados corretamente a cada esvaziamento.

Predisposição para a infecção urinária

Quem tem parentes próximos (mãe, pai ou irmãos) que sofrem com as infecções urinárias deve estar atento ao próprio organismo, pois fatores hereditários podem estar entre as causas da ITU.

A estrutura do canal urinário também pode ser determinante para facilitar as infecções. Em geral, pacientes com ITUs recorrentes podem apresentar alterações funcionais ou estruturais, sendo essa uma das causas.

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Infecção urinária é contagiosa?

Pode ser, ainda que pouco comum, dependendo do agente causador da infecção. Vale lembrar que a infecção urinária bacteriana não é uma doença sexualmente transmissível e não é capaz de contagiar outras pessoas (pelo contato ou pela saliva, por exemplo).

Durante o sexo pode ocorrer a facilitação da infecção por microorganismos, mas vai depender bastante das condições imunológicas de cada pessoa.

Fatores de risco

Alguns fatores elevam as chances das infecções urinárias se instalarem, como:

  • Problemas de imunidade: pacientes com AIDS, em tratamento para quimioterapia ou em uso de medicamentos que reduzam o sistema de defesa são mais suscetíveis às ITUs;
  • Genética: alterações da estrutura do canal urinário podem facilitar a invasão de microrganismos;
  • Disfunções urinárias: problemas que impeçam o correto esvaziamento da bexiga podem provocar maior incidência de infecções;
  • Sexo: mulheres têm uma propensão consideravelmente maior de sofrer com ITU devido à anatomia da canal uretral;
  • Menopausa: com a redução do estrogênio, hormônio feminino, a flora vaginal pode ser afetada e apresentar alterações do tecido da vagina e da uretra. Assim, as bactérias têm mais facilidade em invadir a região;
  • Alguns métodos contraceptivos: diafragmas e espermicidas são opções para evitar a gravidez, mas podem elevar os riscos de infecções urinárias;
  • Gravidez: as alterações hormonais podem provocar maior umidade na região vaginal, favorecendo a proliferação de bactérias;
  • Cirurgias recentes do trato urinário: pacientes submetidos a tratamentos cirúrgicos ou invasivos no sistema urinário podem apresentar infecções;
  • Uso de cateter: pacientes que necessitam de cateter para a eliminação da urina podem ser acometidos mais facilmente por infecções urinárias;
  • Relações sexuais: para as mulheres, as relações sexuais com penetração podem promover a entrada de bactérias no canal da uretra.

Por que a ITU é mais frequente em mulheres?

Entre as mulheres, o assunto é bem mais comum — e experienciado — do que entre os homens. Em média, 50% das mulheres sofreram ou vão sofrer com pelo menos 1 crise de infecção urinária durante a vida. Já entre os homens, a taxa cai para apenas 10%.

A intensidade ou a frequência das infecções pode ser bastante variável entre cada mulher, mas há um fator determinante para que as bactérias acometam mais facilmente o corpo feminino: a anatomia.

O ânus e a entrada da vagina são regiões bastante próximas, favorecendo que as bactérias migrem com mais facilidade até a região vaginal. Em muitos casos, são microrganismos que vivem normalmente no intestino ou pele, mas que entram e ocupam indevidamente o sistema urinário.

A uretra — o canal que elimina a urina — é bem mais curta nas mulheres do que nos homens — cerca de 3 vezes menor —, fazendo com que as bactérias tenham um caminho mais rápido até a bexiga, facilitando os quadros de infecção.

Além disso, alterações hormonais decorrentes dos ciclos menstruais e da menopausa, redução da imunidade e mudanças na região da pélvis, que ocorrem nas grávidas, ajudam a justificar os maiores índices de ITU entre as mulheres.

Infecção urinária na gravidez

As ITUs podem acometer até 20% das grávidas, ocorrendo em qualquer momento da gestação, mas há maior incidência na reta final, quando a mulher entra no 3º trimestre.

Quanto mais próximo do parto, maiores as chances da infecção provocar um parto prematuro, pois geralmente a gestante apresenta elevação nas contrações do útero.

A gravidez, em si, não resulta em riscos mais elevados para as infecções urinárias, mas como há mudanças intensas no organismo — alteração das taxas de hormônios, da imunidade e mudanças na região pélvica —, as bactérias encontram mais facilidade em acometer as gestantes.

Por isso, os cuidados com a imunidade, alimentação e rotina íntima, além do acompanhamento médico e a atenção aos sinais do organismo são fundamentais para prevenir e tratar precocemente uma infecção urinária.

Sintomas

Os sintomas mais clássicos e frequentes da infecção urinária são a dor, a ardência da região íntima e aquela vontade de urinar constante (geralmente sem muito o que ser urinado).

Como o paciente sente constantemente que precisa fazer xixi, as idas ao banheiro aumentam mesmo sem haver mais consumo de líquidos. Junto a isso, as dores podem se intensificar, acometendo a região pélvica (abaixo do umbigo).

Em geral, os quadros de ITU podem apresentar:

  • Ardência e dor ao urinar (disúria);
  • Urgência em ir ao banheiro;
  • Alteração da cor da urina;
  • Dor na região pélvica;
  • Cheiro forte na urina;
  • Incontinência urinária (gotejamento após fazer xixi);
  • Presença de sangue na urina (hematúria);
  • Febre e calafrios;
  • Secreções e corrimento.

Ainda é possível que o paciente sinta dor nas costas, febres, mal-estar intenso, náuseas e vômitos. No entanto, são geralmente mais comuns quando há agravamento da ITU, relacionados à pielonefrite (infecção nos rins).

Infecção urinária em bebês

Os bebês também podem sofrer com infecções urinárias e pode ser mais difícil realizar o diagnóstico, pois nem sempre é simples interpretar os sinais que se manifestam.

Geralmente, a criança vai apresentar irritação, choro frequente e agitação, sobretudo na hora de urinar ou trocar a fralda.

É importante observar se a urina apresenta odor mais acentuado, alteração de cor ou, quando a criança é maior, deve-se analisar a quantidade de idas ao banheiro. Vômitos, febre e redução do apetite também podem ser indicativos, sendo preciso buscar um médico.

Infecção urinária nos homens

Apesar da incidência ser menor entre os homens, devido à anatomia do trato urinário, os homens também podem sofrer com as ITUs.

Geralmente, são os homens acima de 50 anos que têm maiores chances de apresentar a infecção, pois nessa fase da vida disfunções do trato urinário podem ocorrer (como o aumento da glândula da próstata), dificultando ou bloqueando a saída da urina.

Com o acúmulo de urina na bexiga, as bactérias encontram condições favoráveis para se proliferarem.

Os sintomas são os característicos das ITU: dor e ardência ao urinar, pressão na região pélvica, alteração na cor e no cheiro da urina e febre baixa.

Como é menos frequente em homens, é possível que o médico faça uma avaliação mais aprofundada no paciente, buscando descartar possíveis DSTs ou alterações da próstata.

Como é feito o diagnóstico?

Os profissionais mais indicados para diagnosticar e acompanhar os quadros de infecção urinária são o clínico geral, ginecologista, urologista e nefrologista.

O médico costuma fazer um levantamento clínico do paciente, em que são avaliados os hábitos, a frequência dos sintomas, a presença de casos na família, além de outras informações que podem ser pertinentes, como:

  • Hábitos urinários;
  • Hábitos intestinais;
  • Presença de incontinência urinária;
  • Uso antibióticos ou medicamentos capazes de reduzir a imunidade.

Após levantadas as suspeitas, a infecção urinária deve ser confirmada através da realização de exames de urina e radiológicos.

Exames

Os exames para o diagnóstico da infecção urinária auxiliam a confirmar o diagnóstico e identificar quais as bactérias causadoras, facilitando no encaminhamento do tratamento.

Entre as solicitações mais comuns estão:

Exame de urina

O exame é rápido e identifica se há bactérias na urina, além de medir o número de leucócitos, que são as células de defesa do corpo (se estiver elevado, pode indicar a presença de infecções).

Para o teste é coletada uma amostra de urina que deve ser a primeira urina do dia. Em geral, a recomendação é que o primeiro jato seja descartado e o restante seja colhido. Deve-se armazenar o material em geladeira ou levá-lo em até 1 hora para o laboratório.

Urocultura

O exame é indicado para identificar qual o tipo de bactéria causadora da infecção e, assim, conduzir mais adequadamente o tratamento.

O procedimento é bastante semelhante ao exame de urina, sendo recomendado colher uma amostra de urina pela manhã, descartando o primeiro jato e armazenando o restante em um recipiente fornecido pelo laboratório ou adquirido em farmácias.

Em geral, as bactérias são cultivadas por alguns dias (cerca de 3 a 5) em laboratório, isso significa que a amostra de urina é coloca em uma ambiente que favorece a proliferação de bactérias.

Se houver alguma presente na urina, ela vai se reproduzir, sendo possível identificá-la. Como leva mais de tempo para que a análise seja concluída, o resultado tende a ser um pouco mais demorado.

Exames de imagem

São indicados aos exames de imagem pacientes que possam ter desenvolvido alguma complicação decorrente da infecção urinária ou em infecções frequentes. Entre os procedimentos solicitados estão a ecografia, a tomografia e a radiografia com contraste.

Cada exame pode ter recomendações diferentes e critérios de análise distintos, por isso é necessário sempre consultar as recomendações médicas de cada procedimento.

Tem cura?

Sim, desde que devidamente tratada. Vale ressaltar que cada infecção é tratada, mas nem sempre é possível impedir novas ocorrências.

Pacientes com infecção recorrente ou persistente devem investigar os possíveis gatilhos ou fatores que provoquem os sintomas e, assim, tratar a causa do problema, facilitando o processo de recuperação da infecção.

Qual o tratamento?

O tratamento é feito com antibióticos que dependem do tipo de ITU, podendo ser associado a analgésicos para aliviar dores e incômodos. A escolha do antibiótico depende de especificidades do paciente (alergias, por exemplo) e os sintomas do quadro.

O tratamento, em geral, dura entre 3 e 7 dias, podendo ser sugeridas medidas auxiliares, por exemplo, pacientes com doenças crônicas podem necessitar de melhor controle da patologia para reduzir a incidência da infecção urinária.

Medicamentos

Em quadros de cistite não complicada (mulheres não grávidas, pessoas sem doenças crônicas ou debilidade imunológica), as Diretrizes de Tratamento de Infecções Urológicas recomendam:

Em infecções complicadas, em que há algum fator de risco para a doença, as Diretrizes de Tratamento de Infecções Urológicas recomendam:

E para gestantes, pode-se considerar o uso de:

Para aliviar a ardência e a dor, pode ser incluído no tratamento o uso de medicamentos com fenazopiridina (que não atuam como antibióticos e não curam a infecção urinária).

Ou seja, o uso isolado de analgésicos pode mascarar os sintomas e dificultar o acompanhamento efetivo do quadro. Por isso devem ser usados apenas sob recomendação médica, logo que as ITUs devem ser tratadas com a eliminação da bactéria através dos antibióticos

Dentre os medicamentos estão: Uropac, Pyrisept, Urovit e Pyridium.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Convivendo

Durante o tratamento, os cuidados e a atenção às ações que podem agravar a infecção devem ser redobrados. Mesmo as pessoas que já apresentaram melhora dos sintomas devem manter alguns cuidados para evitar a recorrência da infecção.

Beba água

Manter uma boa ingestão de líquidos é fundamental. Durante o período de infecção, a sensação de querer ir ao banheiro com frequência pode ser bastante incômoda e, por isso, muitos pacientes reduzem ainda mais o consumo de líquidos.

No entanto, é importante manter adequado o consumo para que a urina seja produzida e eliminada do organismo, auxiliando na limpeza do canal urinário.

Vá ao banheiro

Crie hábitos de ir ao banheiro a cada 3 horas ou menos. Muitas vezes, as atividades do dia a dia dispersam a atenção e podem fazer com que aquela vontade de ir ao banheiro seja deixada para depois.

Como segurar o xixi por muito tempo pode favorecer a entrada das bactérias na uretra, criar uma rotina pode amenizar bastante o quadro.

Para as mulheres, urinar depois de relações sexuais com penetração é uma dica valiosa. Apesar de simples, a medida ajuda a reduzir bastante os casos de infecção urinária, porque o pênis facilita a entrada de bactérias no canal íntimo.

Evite bebidas irritantes

Ingerir bastante líquido é fundamental, mas não é todo tipo de bebida que é recomendada, pois algumas substâncias podem irritar a bexiga, sobretudo aquelas com muita cafeína ou álcool. Evite refrigerantes, café, chás preto e verde ou energéticos.

Alivie a dor

A dor pode ser constante e, em alguns casos, bastante forte. Usar bolsas de água quente na região abdominal, fazendo compressas térmicas pode auxiliar a minimizar o desconforto.

Respeite o horário dos medicamentos

Como o tratamento é realizado com antibióticos, um dos pontos fundamentais para ter melhoras efetivas é respeitar os horários do medicamento.

Antibióticos são, geralmente, bastante efetivos para as ITUs e apresentam melhoras rápidas dos sintomas, mas se o tratamento for abandonado, o organismo pode ficar mais resistente e dificultar a melhoria de infecções futuras. Portanto, siga corretamente as recomendações do médico.

Prognóstico

O prognóstico da infecção urinária é geralmente bom, desde que o tratamento seja realizado corretamente.

Pacientes que apresentam fatores de risco e, por isso, sofrem mais frequentemente com as ITUs, geralmente respondem bem aos tratamentos e apresentam diminuição da intensidade dos sintomas quando identificam fatores desencadeantes.

Complicações

As infecções urinárias, sobretudo quando não tratadas, podem apresentar complicações como infecções recorrentes, em que mesmo quando o tratamento é realizado, as bactérias invadem constantemente o organismo e apresentam menores respostas ao tratamento.

Pacientes com baixa imunidade, doenças crônicas, em tratamento quimioterápico ou com o organismo debilitado são os que estão mais vulneráveis às complicações.

Em geral, as cistites que não recebem tratamento podem se agravar para a pielonefrite, acometendo os rins e se agravando progressivamente. Como a infecção tende a se generalizar pelo organismo, disfunções pulmonares também podem ocorrer.

Estudos do Instituto Latino Americano de Sepse indicam que as infecções generalizadas (sepse) decorrentes das ITUs são menos frequentes se comparadas a outros tipos, mas ainda assim são possíveis.

Mesmo que pouco comum, sem tratamento, a infecção urinária pode evoluir e chegar à corrente sanguínea, causando a sepse, que é uma infecção generalizada.

Infecção urinária recorrente

A infecção urinária recorrente é caracterizada quando o paciente apresenta 2 ou mais manifestações clínicas de ITU a cada 6 meses ou 3 vezes em um ano.

O quadro pode ser resultante de uma nova invasão de bactérias (ou seja, houve o tratamento e a cura, mas novamente o organismo foi invadido) ou pode ser resultado de um episódio mal tratado, que persistiu.

Abandonar o tratamento quando os sintomas amenizam é um dos principais motivos envolvidos no retorno dos sintomas, mas tomar os remédios em horários irregulares, consumir álcool ou esquecer de algumas dosagens também interfere na terapia.

Segundo estudos publicados no Jornal Internacional de Uroginecologia, em 2014, em média, 44% das mulheres que apresentam um episódio de infecção urinária irão sofrer com o retorno da condição, ou seja, uma infecção de repetição. Destas, cerca de 25% vai ocorrer já nos primeiros 6 meses após o diagnóstico inicial.

O tratamento e manutenção da rotina consiste em diminuir os agentes facilitadores da infecção (mantendo a higiene, cuidando da imunidade, melhorando a rotina urinária, por exemplo) e avaliar a necessidade de medicamentos de uso prolongado, conforme orientação médica.

Como prevenir?

Para prevenir o aparecimento das infecções urinárias, vale manter os cuidados com a saúde em geral. É importante manter uma boa ingestão de líquidos, pois aumentar o volume de urina auxilia na limpeza do canal urinário e reduz a presença de bactérias invasoras.

Além disso, é importante não segurar o xixi e respeitar a vontade de ir ao banheiro.

Pessoas que têm alguma doença crônica, como diabetes, ou usam medicamentos que reduzem a imunidade devem realizar acompanhamento médico e manter a atenção no tratamento, evitando riscos a todo o organismo.

Para mulheres, fazer xixi após as relações sexuais com penetração é uma forma fácil de prevenir um episódio de infecção urinária, pois ajuda a limpar o canal e evitar o ataque de bactérias que têm a entrada facilitada devido à penetração.

Outras medidas que podem ser adotadas são:

Cuidado com a higiene íntima

Produtos muito fortes, o uso frequente de sabonetes íntimos ou a realização de duchas íntimas são facilitadores das infecções urinárias pois podem afetar as defesas naturais do corpo.

Espermicidas (produtos para inibir a movimentação dos espermatozoides) e de higiene íntima feminina (como sabonetes íntimos) podem desregular o pH vaginal e reduzir as defesas naturais da região.

Roupas adequadas

Usar calças muito apertadas, tecidos justos e que não permitem a respiração da região íntimas, além de calcinhas de tecido sintético podem favorecer o surgimento de infecções, pois deixar a região da vagina muito quente e abafada, criando condições propícias para as bactérias.

Além disso, tecidos sintéticos - como poliéster, seda e lycra - podem irritar a mucosa da vulva (parte externa da vagina), causando coceiras e incômodos.

O ideal é optar por tecidos leves, confortáveis e que deixam a região íntima “respirar”, como o algodão. Além disso, é importante tomar cuidado com o uso de amaciante, sabão em pó ou outros produtos, pois eles podem conter perfumes ou componentes que irritem a pele.

Cuidado com o uso indevido de antibióticos

O uso incorreto de antibióticos pode ter efeitos bem opostos ao desejado: ao invés de combater as bactérias, eles podem fortalecê-las, tornando o próximo tratamento menos eficiente.

O organismo também fica suscetível a infecções mais intensas, fazendo com que complicações possam ocorrer.

Cuide da alimentação

Alimentos probióticos (como iogurte natural e kefir) podem ser aliados da saúde do trato urinário, pois eles promovem o equilíbrio das bactérias boas do organismo, aumentando a resistência e a imunidade.

Converse com seu médico

Quando as infecções são frequentes, é preciso realizar acompanhamento médico e, em alguns casos, avaliar a necessidade de usar medicamentos antibióticos preventivos.

A intervenção medicamentosa antes da infecção ocorrer pode ser indicada quando os casos estão claramente associados à relação sexual (infecção pós-coito) ou quando ela é recorrente por causas diversas.

Nesses casos, o médico pode indicar antibióticos de uso contínuo ou que devem ser tomados após as relações sexuais, sempre conforme a avaliação e indicação do profissional.

Cranberry e a infecção urinária

A frutinha avermelhada e pequena ganhou bastante espaço nas lojas de produtos naturais devido às suas características nutricionais. Rico em vitamina A, C e E, além de antioxidantes, o cranberry pode ter efeitos positivos na imunidade e na pele.

Há tempos, a fruta é conhecida pelas promessas de auxiliar no combate às infecções urinárias, atuando como um combatente às bactérias. No entanto, pesquisas mais recentes não demonstraram diferenças significativas entre pacientes que consumiram o alimento.

O Instituto Nacional de Saúde e Excelência em Cuidados, órgão britânico que avaliou o consumo de cranberry e seus efeitos, apontou que ele pode ser bastante benéfico ao organismo, devido a sua composição nutricional, mas não deve ser usado como tratamento ou preventivo das ITUs.

Portanto, vale incluir a fruta na alimentação para obter os benefícios dela. Com isso, o organismo fica mais fortalecido contra infecções, mas os cuidados e recomendações médicas devem ser mantidos.

Leia mais: Cranberry: indicações de consumo


As infecções do trato urinário são condições bastante incômodas, causando dores e desconfortos muitas vezes intensos ao paciente.

Medidas simples do dia a dia podem ser adotadas para auxiliar a reduzir a incidência delas, mas ainda assim diversos fatores podem desencadear um episódio.

Cuidar da saúde e manter a regularidade das consultas médicas é essencial para acompanhar as condições do organismo.

E para saber mais dicas sobre saúde e bem-estar, acompanhe o Minuto Saudável!

Fontes consultadas

Imagem do profissional Paulo Caproni
Este artigo foi escrito por:

Dr. Paulo Caproni

CRM/PR: 27679CompletarLeia mais artigos de Dr. Paulo
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