O dia 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco, é uma data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, e visa combater o tabagismo e seus desdobramentos danosos à saúde, sociedade e meio ambiente.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o consumo da substância é responsável por aproximadamente 6 milhões de mortes anuais no mundo, sendo o tabagismo responsável por cerca de 200 mil mortes no Brasil.
Além disso, consumir derivados do tabaco causa dependência química, emocional e comportamental, trazendo riscos à qualidade de vida individual e coletiva.
Com isso em mente, o Minuto Saudável listou as principais informações a respeito da data, do consumo e do efeito do tabaco na saúde. Confira!
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
Nos últimos anos, o dia 31 de maio é marcado por ações que visam estimular a redução do consumo de tabaco em todo o mundo. A campanha do Dia Mundial sem Tabaco pretende levar informação a respeito dos malefícios do consumo da substância.
Por meio de ações que visam colocar em prática iniciativas políticas e acessibilizar as políticas públicas para redução do tabagismo, a campanha pretende atingir não só a sociedade consumidora ou não de tabaco, mas também agricultores e comerciantes.
A ideia é que, na data, toda a sociedade não faça uso de nenhuma substância derivada de tabaco. E, além disso, as 24 horas de abstinência atuam como uma primeira ação para o abandono total da droga.
Entre as ações promovidas pelo Dia Mundial sem Tabaco, encontram-se a veiculação da campanha em mídias diversas - como TV, rádio, site institucional e redes sociais - distribuição de informativos sobre os malefícios do consumo e onde procurar tratamento para abandonar o vício, mobilizações, palestras e atendimentos gratuitos à comunidade.
O tabaco (Nicotiana tabacum) é uma planta que tem suas folhas utilizadas para a fabricação de itens como cigarros e charutos. Nas folhas da planta é encontrado um princípio ativo que recebe o nome de nicotina.
A substância possui registros históricos bastante antigos, sendo que seu consumo - fumado ou mascado - faz parte de algumas tradições. Há indicações históricas que a planta era usada em práticas indígenas e foi apresentada aos europeus já em 1492.
Os levantamentos apontam que o tabaco foi uma das plantas que mais teve seu consumo disseminado, tanto em questões temporais quanto geográficas.
A presença da planta no percurso histórico das sociedades pode ter favorecido os índices de consumo atual, que, mesmo com os diversos estudos sobre os riscos que a substância traz à saúde, ainda se mantém alto.
A nicotina é a principal substância presente no tabaco. Ela é a principal responsável pela dependência química do tabaco e sua absorção pelo organismo ocorre independente da forma em que a planta é consumida - pode ser pelo fumo, mastigação e até através da pele.
É considerada uma substância psicoativa, pois tem efeito estimulante e é capaz de alterar o estado de consciência, as sensações ou o estado emocional da pessoa. Em contato com o organismo, a nicotina pode agir tanto como um estimulante, quando o fumante está com sono, quanto um relaxante, promovendo a redução imediata da ansiedade.
Isso ocorre porque, ao chegar ao cérebro, a nicotina começa a agir igual à acetilcolina, um neurotransmissor natural responsável por diversas funções em todo o organismo, principalmente no sistema cardiovascular, sistema excretor, sistema respiratório, sistema muscular e no cérebro.
A nicotina ainda aumenta os níveis de dopamina, que é um hormônio neurotransmissor relacionado às sensações de prazer e bem-estar. O sistema de recompensa faz com que o cérebro deseje novamente o consumo da droga para obter a sensação de bem-estar.
Quimicamente, o componente é um alcalóide básico. Ao ser extraída ou isolada, a substância tem aspecto líquido e que apresenta uma tonalidade amarela, que pode apresentar concentrações entre 0,6% e 3,0% do tabaco seco.
Leia mais: Adesivo de nicotina: entenda o que é e como funciona
O modo de utilizar o tabaco pode promover efeitos diferentes no organismo. Há diversas formas de consumir a planta, mas os danos à saúde estão presentes em todas.
Quando inalada, o componente chega aos pulmões e se difunde pelos vasos sanguíneos até atingir o cérebro. Se for mastigada, a nicotina é transportada pelo sangue.
Confira mais sobre os danos causados por cada uma das diferentes maneiras de consumo do tabaco a seguir:
O pulmão absorve rapidamente a nicotina, demorando, em média, apenas 8 segundos para que a substância comece a agir no cérebro e desencadear uma série de respostas, como:
A fumaça do cigarro possui 5315 substâncias. Em média, 4,7 mil delas são nocivas à saúde e 69 são comprovadamente cancerígenas.
Mas não para por aí, quando levadas em consideração as substâncias presentes no tabaco em conjunto com os aditivos industriais (componentes adicionados para dar sabor, amenizar a irritação das mucosas e regular a ação da nicotina, por exemplo), o número pode alcançar a marca de 8622 elementos presentes em um único cigarro.
O produto é produzido artesanalmente e está presente em antigos hábitos e tradições brasileiras. Apesar de não ser acrescido de outras substâncias tóxicas, o cigarro de palha não possui filtro, fazendo com que a fumaça inalada seja mais concentrada e, portanto, nociva à saúde.
A planta também pode ser consumida através da mastigação. Apesar de ser livre de tóxicos industrializados, a folha da planta possui altas concentrações de zinco, chumbo e polônio, que incidem em riscos à saúde.
Além disso, a nicotina entra em contato direto com a mucosa da boca, podendo acentuar os riscos ao tecido e aumentar os índices de gengivite grave, redução do paladar e câncer de boca.
Os cigarros eletrônicos surgiram como uma alternativa para quem deseja parar de fumar. Já que o produto não queima o tabaco e oferece ao organismo doses controladas de nicotina, o seu uso ajudaria a diminuir gradualmente o tabagismo.
No entanto, a nicotina em si já é responsável por malefícios ao organismo e está presente neste tipo de cigarro.
Além disso, de acordo com especialistas, a existência de cigarros eletrônicos com opções que incluem sabores, como menta e chocolate, controversamente, podem incentivar e estimular o consumo.
A ONG americana Vital Strategies, em parceria com a Sociedade Americana do Câncer (ACS, em inglês), realizou um estudo mundial sobre o consumo do tabaco. Os dados resultaram no Tobacco Atlas, que traz informações de diversos países e hábitos de plantio, consumo e comercialização da planta.
De acordo com o estudo, existem cerca de 1.13 bilhões de fumantes no mundo. Estima-se que, mundialmente, 1 em cada 4 homens fuma e, entre as mulheres, essa proporção é de 1 para cada 20.
Nos últimos 25 anos, o Brasil apresentou redução nos índices de tabagismo. As leis antifumo, o preço do cigarro e as políticas de intervenção auxiliam a compor uma redução de 17% de fumantes homens e 9% de fumantes mulheres.
O tabaco traz malefícios para a saúde do fumante, de pessoas ao seu redor (fumantes passivos), desequilíbrios econômicos e ambientais. Confira mais sobre a seguir:
Como mencionado ao longo do texto, o consumo de tabaco traz diversos malefícios para a saúde. Além disso, o hábito ainda pode afetar a saúde de quem convive com a pessoa fumante. Nesse caso, os fumantes passivos correm os mesmo riscos de saúde devido à inalação da fumaça.
Quando liberada pelo cigarro aceso, a fumaça possui 3 vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas. Isso ocorre devido à ativação das propriedades pelo calor.
Cerca de 50 doenças são associadas ao tabagismo, sendo a principal delas o câncer de pulmão, com 90% dos diagnósticos relacionados. Em geral, esta é uma das primeiras consequências atribuídas ao consumo do tabaco.
Entre as outras doenças relacionadas ao tabaco estão:
Os malefícios e danos ao organismo são a longo prazo, fazendo com que haja uma redução do tempo de vida dos pacientes, necessidades de intervenções, atendimentos médicos recorrentes e afastamento do trabalho devido às más condições de saúde.
O Ministério da Saúde divulgou que o gasto nacional médio com despesas relacionadas ao consumo de tabaco é de cerca de R$57 bilhões.
Desse valor, quase R$35 bilhões são com custos médicos diretos, sendo o restante causado pela redução de produtividade no trabalho, morte ou incapacitação do trabalhador fumante.
Portanto, o saldo econômico resulta negativamente, trazendo atrasos e deficiências à economia e ao desenvolvimento social como um todo.
A indústria do tabaco interfere também no desenvolvimento social, deixando sobretudo mulheres e crianças à margem da vulnerabilidade. Cerca de 860 milhões de adultos fumantes se concentram em países de baixa e média renda. Nesses casos, estima-se que o valor destinado à compra de tabaco pode chegar a 10% do total econômico das famílias.
Muitas vezes, o consumo resulta em abstinências educacionais e até alimentares, pois a dependência faz com que gastos em alimentos ou educação sejam cortados para manter a compra da droga.
No que se refere ao cultivo de tabaco, estudos apontam que famílias de baixa renda utilizam o trabalho dos filhos como recurso.
O resultado é que cerca de 14% das crianças perdem aulas devido ao trabalho na lavoura. Há também uma grande participação de mulheres nos trabalhos de cultivo, podendo chegar a 70% das tarefas de colheita de tabaco.
Devido à necessidade de utilizar compostos químicos de elevada toxicidade, os riscos à saúde são bastante elevados.
O meio ambiente também não sai ileso. Organizações ambientais afirmam que o cigarro possui substâncias tóxicas que prejudicam a atmosfera, além dos filtros e embalagens que são jogadas no chão, bueiros e rios, favorecendo enchentes e destruição ambiental.
Mas não é somente o descarte incorreto que deve ser avaliado. Estudos realizados apontam que os malefícios ambientais se iniciam já no cultivo e manufatura da substância, que favorecem o envenenamento de solos, água e poluem o ar.
No cultivo da planta, é necessário empregar agroquímicos e substâncias reguladoras de crescimento, que prejudicam e alteram o solo, auxiliando no desmatamento.
O consumo energético e hídrico também é bastante alto, logo é preciso recorrer a grandes quantidades de água e energia para a produção e colheita do tabaco.
Por fim, a emissão de fumo libera substâncias tóxicas e cancerígenas, além de gases de efeito estufa, nocivos à saúde e ao ambiente.
A necessidade física e mental do tabaco é classificada como doença, listada pelo CID 10 com o código F17.2 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo - síndrome de dependência.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo.
Atualmente, diz-se que há 3 formas de classificar a dependência do tabaco:
O uso continuado da nicotina produz alterações químicas no organismo e o estímulo de bem-estar promove o vício devido ao efeito da substância.
A sensação de bem-estar é causada pelo efeito emocional e redução da ansiedade, devido ao fato de que fumar também pode diminuir aspectos de agitação, o hábito se torna uma medida alternativa ao controle emocional.
Além disso, a associação do produto com a autoestima, elegância e charme podem impactar as percepções emocionais, fazendo a pessoa se sentir mais confiante.
Nesse caso, há uma necessidade criada e reforçada habitualmente com o cigarro, por exemplo, a pessoa se acostuma a fumar quando consome álcool ou café, desenvolvendo um padrão comportamental. Portanto, toda vez que beber café, o hábito naturalmente despertará o desejo do cigarro.
Leia mais: Tabagismo é o maior fator de risco de câncer nos homens
Algumas mulheres não param de fumar durante a gestação, causando diversos malefícios à sua saúde e à saúde do bebê.
Os principais malefícios ocorrem na exposição do bebê à nicotina, logo que a circulação sanguínea de mãe e filho é compartilhada. A substância favorece a malformação congênita e complicações respiratórias e digestivas.
O cigarro ainda pode resultar em dificuldades em manter a gravidez e aborto.
Além disso, após o nascimento, o bebê que fica exposto à fumaça, tornando-se um fumante passivo, fica mais sensível às infecções nas vias aéreas, redução da capacidade respiratória e riscos aumentados de morte súbita.
Com a realização de estudos indicando os danos à saúde causados pelo tabaco, sobretudo o cigarro, que é amplamente comercializado, as organizações de saúde começaram a intervir com ações informativas.
Entre essas ações estão a retirada da publicidade, a obrigação das empresas em informar sobre os malefícios e toxicidade da substância, além dos altos impostos que auxiliam na redução dos índices de tabagismo.
Além disso, o governo aplica políticas públicas a fim de reduzir os índices de tabagismo, bem como a produção do tabaco. O produtor que deseja mudar seu tipo de plantação, trocando o tabaco por outros cultivos, recebe estímulo do governo.
A Lei Antifumo nº 12.546/2011 proíbe o ato de fumar em locais totalmente ou parcialmente fechados.
Isso significa que estão inclusos qualquer ambiente que tenha um dos lados da parede fechados, com divisórias, toldos ou teto, além de áreas comuns, como marquises, condomínios e clubes.
Estabelecimentos que descumprirem as normas podem ser advertidos, multados e interditados e o valor da punição pode chegar a R$1,5 milhão.
Uma das principais maneiras de ajudar a campanha do Dia Mundial sem Tabaco é não utilizar a substância por 24 horas. Para isso, mantenha-se longe de situações que despertem o desejo de fumar e evite ter carteiras ou cigarros em casa.
Os primeiros momentos são sempre mais delicados. O corpo sente falta da nicotina e pode iniciar processos ansiosos. Por isso, manter-se ocupado, realizando atividades prazerosas é o mais indicado.
Use a data também para se informar. Diversas medidas e iniciativas acontecem no dia, levando informação e atendimento a quem deseja largar o tabaco.
Além disso, outra maneira de auxiliar o Dia Mundial sem Tabaco é compartilhando informações e conteúdos de fontes confiáveis a respeito dos danos causados pelo tabaco com familiares, amigos e nas redes sociais.
A campanha do Dia Mundial sem Tabaco traz números impactantes dos efeitos do cigarro nas esferas sociais, familiares e de saúde.
Em média, 428 pessoas perdem a vida por dia no Brasil por causas diretas ou indiretas relacionadas ao tabagismo. Esse número representa 12,6% do total de mortes que ocorrem no país.
No Brasil, por ano, mais de 156 mil mortes poderiam ser evitadas sem cigarros. O INCA ainda apresenta que o tabagismo reduz, em média, 6,71 anos de vida das mulheres e 6,12 anos dos homens.
Os malefícios são tantos que, mesmo largando o cigarro, uma ex-fumante tem 2,45 anos de vida a menos que a média, enquanto um homem tem 2,66 anos.
Os benefícios se estendem por toda a vida. As atividades rotineiras são facilitadas, por exemplo, caminhadas, corridas e idas à academia se tornam menos cansativas devido à melhora respiratória.
A pele sofre menos com ressecamento, sobretudo em períodos frios. Além disso, o cabelo e as unhas ficam com aspectos mais saudáveis.
Desde 2002 o Ministério da Saúde juntamente com as secretarias estaduais e municipais de Saúde oferecem tratamento gratuito aos interessados em largar o tabaco.
O paciente que deseja parar de fumar não precisa, necessariamente, passar pelo processo sozinho, pois além das diversas intervenções, há grupos de ajuda a fim de proporcionar a troca de experiências e o apoio mútuo entre os participantes.
Se o (a) fumante deseja parar de fumar drástica ou gradualmente, algumas mudanças podem auxiliar nos bons resultados:
O Dia Mundial sem Tabaco incentiva a população a se manter 24 horas longe do tabaco. O tabagismo tem tratamento ofertado gratuitamente pelo SUS e pode promover mudanças em diversas esferas da vida do paciente.
Além disso, diminuir o consumo de tabaco reflete em diversas mudanças sociais, econômicas, políticas e ambientais. Entre nessa campanha e compartilhe mais saúde!
Continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável para mais informações sobre saúde, doenças, tratamento e bem-estar!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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