A preocupação com as condições que afetam a saúde dos ossos e articulações não é recente.
Ainda na década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu uma campanha visando estimular os cuidados e a prevenção dos tecidos. O período entre 2000 e 2010 foi denominado "década do osso e da articulação".
Mais do que dar atenção às alterações do organismo, a campanha foi estimulada pelo crescente número de diagnósticos e complicações decorrentes de doenças reumáticas e ósseas, gerando alto impacto no sistema de saúde.
Apesar das artrites apresentarem poucos casos emergenciais, os procedimentos hospitalares e medicamentosos somam mais de 55% dos custos dos pacientes — que ainda incluem procedimentos cirúrgicos e consultas médicas.
Aliás, são os atendimentos médicos que geram o menor custo, o que significa que os pacientes estão tratando mais as complicações e agravamentos da doença do que agindo de modo preventivo para estabilizar a inflamação das articulações.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 80% da população acima dos 65 anos sofre com algum grau de osteoartrose — um dos tipos mais comuns da artrite. E na faixa entre 30 e 60 anos, cerca de 20% da população já tem queixas quanto à condição.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
A artrite é um termo empregado para as inflamações nas articulações — que são popularmente chamadas de juntas, pois ligam os ossos. O conceito é abrangente, pois existem centenas de tipos de artrite.
Em geral, elas causam muitas dores, inchaços, deformidades e dificuldade no movimento, comprometendo e debilitando bastante o paciente.
Entre os tipos mais comuns estão a osteoartrite, a artrite reumatoide, a artrite traumática e a artrite infecciosa, que em geral resultam da destruição, trauma ou danos às cartilagens articulares — extremidades que recobrem os ossos e evitam o atrito.
Geralmente as pessoas mais afetadas são as mulheres, idosos, pessoas obesas e também quem tem alguma condição que prejudica a absorção nutricional.
Além da idade, os hábitos de vida também favorecem a alteração, pois o sedentarismo eleva os riscos da inflamação.
Uma ou mais articulações podem ser afetadas ao mesmo tempo, sendo que acima de 4 extremidades afetadas, denomina-se poliartrite e está relacionada majoritariamente a causas infecciosas, enquanto a monoartrite geralmente é decorrente da gota e da artrite séptica.
As causas, portanto, são diversas e incluem condições autoimunes — o próprio corpo ataca os tecidos —, infecciosas, além de traumas e lesões.
Em geral, são as mulheres e os idosos os mais afetados, mas alguns tipos podem ocorrer predominantemente em jovens e crianças, como a artrite psoriática e a espondilite anquilosante.
No mundo, cerca de 10% dos homens e 15% das mulheres têm algum tipo de artrite, e acima dos 65 anos, 30% dos homens e 50% das mulheres apresentam sintomas decorrentes da inflamação.
No CID-10, a artrite pode ser encontrada, entre outros, sob os códigos:
O reumatismo é o nome de um grande grupo de condições que podem afetar ossos, articulações e músculos. Entre as condições estão as inflamações.
Por isso, quando há processos inflamatórios nas articulações, denomina-se artrite, que designa tipos de inflamação de causas genéticas, traumáticas ou infecciosas.
Já a artrose, osteoartrite ou artrite degenerativa, é uma evolução da artrite, decorrente da degeneração articular.
Entre os tipos de inflamações, é um dos mais comuns, sobretudo em pacientes acima de 65 anos, devido ao desgaste natural promovido pelo envelhecimento.
A artrite e artrose são condições diferentes, mas diretamente relacionadas, pois a inflamação das articulações (artrite) promove um desgaste ou degeneração do tecido, fazendo com que os ossos percam a camada protetora que os liga entre si.
O resultado é que há um atrito ósseo (artrose) que gera dores, inchaço, perda de mobilidade articular e deformidades anatômicas (um dos sinais mais característicos).
Por isso, artrites mal tratadas podem evoluir para artroses.
O termo artrite se refere a diversos tipos de inflamação das articulações — ao todo, são mais de 200 tipos.
A condição pode ser classificada de acordo com a quantidade de articulações acometidas:
Cada tipo pode, ainda, ser classificado conforme o tempo de manifestação — aguda, quando surge subitamente e tem duração inferior a 3 meses, ou crônica, quando é decorrente de um processo inflamatório prolongado, acima de 3 meses.
Saiba mais sobre cada uma:
Também chamada de artrite degenerativa, a osteoartrite é decorrente do desgaste e danos às cartilagens da articulação, que resultam em rigidez, dor e diminuição dos movimentos.
As causas podem ter ordem genética ou comportamental (por exemplo, a obesidade ou prática de esportes de alta intensidade), mas geralmente se atribui causas multifatoriais. As regiões mais afetadas costumam ser as mãos e dedos, joelhos, pernas (coxofemorais) e coluna.
Bastante relacionada ao envelhecimento, a osteoartrite é a mais comum das condições que afetam as articulações.
A artrite reumatoide é considerada uma inflamação crônica e autoimune, em que o organismo ataca a si mesmo, destruindo tecidos e células. Essa ação gera danos aos sistemas e não possui causas definidas.
Os pacientes apresentam, em geral, dor, rigidez da articulação, perda da mobilidade e inchaço local.
As articulações mais afetadas são as pequenas, como nas mãos e nos tornozelos, mas conforme a doença progride, outras podem ser acometidas também.
Diferente de outros tipos de inflamação, o reumatoide apresenta um padrão de oligoartrite ou poliartrite — ou seja, afeta mais de uma região:
Devido à inflamação prolongada, pode haver um desgaste e erosão locais, gerando deformidades anatômicas (dedos e mãos tortas).
Mas a condição não se limita às cartilagens articulares, pois pode haver comprometimento da pele, dos olhos, dos pulmões e dos vasos sanguíneos.
Apesar da artrite ser muito associada ao envelhecimento, o tipo reumatoide pode acometer pessoas de qualquer idade, inclusive as crianças — nesse caso, ela recebe o nome de artrite idiopática juvenil.
Estatisticamente, são as mulheres as mais afetadas, compondo uma proporção de 1 paciente do sexo masculino para cada 3 do sexo feminino. Mas, em números totais (homens e mulheres), a artrite reumatoide afeta 1% da população mundial.
A gota é uma condição que afeta o metabolismo das purinas, uma substância presente no sangue.
Quando as purinas se elevam, as taxas de ácido úrico no sangue cristalizam e formam pequenas pedrinhas, acumulando-se nas articulações e tendões.
As causas dessa disfunção podem ser a incapacidade de eliminar o ácido úrico e/ou a produção aumentada dele.
Cerca de 20% dos pacientes com excesso de ácido úrico apresenta inflamação dos tecidos, em decorrência dos cristais — ou seja, a artrite gotosa.
A inflamação nas articulações é causadas pela infecção de bactérias, vírus ou fungos.
Cerca de 95% das artrites infecciosas é do tipo agudo e, por isso, a infecção se espalha rapidamente. Já os casos do tipo crônico, outros 5% aproximadamente, são decorrentes de processos infecciosos lentos que podem durar até 5 semanas.
Em geral, são as regiões dos joelhos, punhos, mãos, dedos, quadril e cotovelos as mais afetadas.
Entre as principais infecções relacionadas estão a doença de Lyme, a gonorreia e a hepatite.
A artrite psoriática surge em pacientes com psoríase — uma patologia de pele que gera placas e manchas vermelhas e salientes na pele.
O acometimento das cartilagens pode ser em apenas 1 articulação ou em várias, adquirindo características progressivas e incapacitantes devido à erosão do tecido.
Ainda que todas as idades possam apresentar a artrite psoriática, há um predomínio entre os 30 e 50 anos.
Em média, até 40% dos pacientes com psoríase vão apresentar manifestações da artrite psoriática.
A artrite (ou espondilite) anquilosante tende a afetar principalmente as articulações da coluna vertebral e da região sacroilíaca (localizada entre a base da coluna vertebral e o osso da bacia).
Tem predominância na adolescência ou início da vida adulta e manifesta quadros de rigidez que, em alguns casos, pode resultar em deformidades irreversíveis e incapacitação de mobilidade.
Também chamada de Síndrome de Reiter, a artrite reativa ocorre após alguns dias ou semanas que o paciente se recuperou de infecção genital, urinária ou gastrointestinal.
Ao contrário da artrite infecciosa, a reativa não ocorre porque os agentes infecciosos infiltraram as articulações, mas apenas como uma manifestação inflamatória dos tecidos.
Sobretudo os joelhos, tornozelos e pés são acometidos e apresentam sinais comuns das artrites, como dor, inchaço, vermelhidão e dificuldade de movimento local.
Mas, além disso, é frequente que ocorram inflamações oculares, como a uveíte e a conjuntivite, e urinárias (uretrite).
Sem causa definida, a artrite idiopática juvenil compreende uma grupo de doenças que se manifestam antes de 16 anos de idade, acometendo as articulações e, em alguns casos, afetando outros tecidos, como o do coração, fígado, pele, olhos, músculos e tendões.
Em geral, os sintomas e achados clínicos persistem por pelo menos 6 semanas e podem gerar grande comprometimento físico. Muitas vezes, é difícil para a criança relatar os sintomas ou perceber que há algo errado (como dores leves e enrijecimento articular).
Por isso, comportamentos como dificuldade em realizar tarefas comuns, mudanças no modo de fazer as coisas, alterações ao caminhar (mancar ou apoiar mais um lado do corpo) podem ser sinais de alerta.
Além disso, irritabilidade, mudanças na alimentação, crescimento inadequado e movimentação mais lenta (sobretudo após acordar) devem ser observados também.
A artrite traumática pode acometer qualquer articulação em decorrência de um trauma ou pancada, mas são os joelhos — principalmente nos atletas — os mais acometidos.
Isso porque a região costuma ser bastante afetada, devido ao impacto que recebe na prática esportiva ou até mesmo durante as atividades de pessoas não atletas.
Em geral, a condição traumática decorre de quedas, torções, fraturas ou esforço repetitivo e prolongado.
A condição tende a ter recuperação completa — desde que devidamente tratada — em algumas semanas.
Apesar da dor, inchaço e calor na articulação afetada, a artrite reumatoide apresenta predominância nos punhos e mãos, mas geralmente não afeta aquelas articulações bem próximas da extremidade dos dedos. Aos poucos, com a progressão da doença, os pulsos, joelhos, tornozelos, quadris e outras articulações podem ser afetadas.
Além disso, há um comportamento bem característico da artrite reumatoide, que tende a ser simétrica e bilateral, ou seja, afeta os dois lados do corpo.
Assim, se o paciente sente dor e inchaço na mão esquerda, é bem provável que a mão direita também esteja afetada.
As causas da artrite podem ser diversas e, muitas vezes, de ordem desconhecida — por exemplo, no tipo autoimune ainda é bastante difícil determinar o que desencadeia a mudança do comportamento imune.
No geral, pode-se indicar que as articulações inflamadas têm origem genética, traumática e/ou infecciosa:
Mas é importante ressaltar que, no geral, a condição é multifatorial, podendo haver predisposição genética do paciente associada aos fatores comportamentais, como:
Existem alguns fatores e condições que podem facilitar o aparecimento da artrite, como:
Os sintomas podem variar em cada paciente, desde a manifestação até a intensidade. Alguns podem manifestar dores contínuas e incessantes, outros podem sentir incômodos mais amenos e, em determinados momentos, picos de dor e queimação articular (agudização).
Entre as manifestações que, em geral, atingem os pacientes estão:
A dor é um dos sinais mais presentes na artrite, que ocorre sem causa aparente (começa de maneira súbita, sem haver uma batida ou trauma, por exemplo), sendo constante e prolongada.
Apesar de apresentar intensidades diferentes em cada pessoa, em geral, ao tentar movimentar ou ao apertar a região articular, a dor se intensifica.
Com o passar do tempo, o paciente pode apresentar incômodos também em outras articulações.
Devido à inflamação do tecido cartilaginoso, o organismo produz elementos chamados de mediadores inflamatórios. Alguns deles são responsáveis pela dor: interleucina 1 e prostaglandina.
Eles são liberados em resposta ao dano que a articulação está sofrendo — por isso, funcionam como sinais de alerta de que algo não está adequado.
Quando esses mediadores inflamatórios chegam ao cérebro, provocam o aumento da sensação dolorosa e podem, em alguns casos, causar uma desregulação térmica — geralmente quando há uma inflamação grande —, então a febre surge.
A prostaglandina, liberada pelo organismo e moduladora de inflamação, junto com outras substâncias, circula com o objetivo de evitar danos ao organismo.
O corpo passa então a enviar mais glóbulos brancos (célula de defesa) para a articulação, pois são elas as responsáveis, sobretudo, pela imunidade do sistema orgânico.
Para isso, é necessário aumentar o fluxo de sangue através da dilatação dos vasos, o que provoca a vermelhidão do local inflamado e rubor.
Mas os moduladores ainda agem separando ou afastando sutilmente as células que compõem as paredes dos vasos. Com esse pequeno espaço, o plasma — parte líquida e fluida do sangue — escapa e se acumula na região, resultando no inchaço ou edema.
Diferente do que pode parecer, a rigidez devido à artrite é causada pela dor, pois em geral os pacientes têm plena capacidade de movimentar toda a articulação.
Ocorre, na verdade, um endurecimento da cartilagem, o que torna mais trabalhosa a movimentação.
Mas, além disso, dependendo do desgaste da cartilagem, tentar movimentar o local pode acentuar a dor. É sobretudo no período da manhã que a rigidez é acentuada, devido ao longo período de imobilidade ou repouso, mas que tende a aliviar no decorrer do dia.
Aos poucos, atividades simples a cotidianas, como andar, subir escadas e apanhar objetos no chão, podem se tornar difíceis e limitadas.
As deformidades são decorrentes da artrite reumatoide, em que conforme a inflamação se agrava, a cartilagem articular vai sendo destruída e os encaixes ósseos se modificam.
Graus mais intensos da perda da cartilagem podem levar a deformidades permanentes e bastante limitantes ao paciente.
Além dos sintomas clássicos da artrite, podem ocorrer:
O médico mais indicado para ser consultado é o reumatologista, responsável por cuidar das articulações.
O diagnóstico da artrite é baseado no histórico clínico e familiar do paciente. Por isso, além de dar atenção à manifestação dos sintomas, o profissional precisa investigar se há casos de artrite em parentes próximos e comportamentos de risco (como o tabagismo).
Para levantar suspeitas sobre a inflamação articular, o médico deve investigar o progresso dos sintomas e fazer exames físicos, confirmando o resultado por meio de exames laboratoriais em alguns casos.
Além da presença de dores, vermelhidão, inchaços e dificuldade de movimentação — sintomas clássicos das artrites —, o médico irá verificar a rigidez e a dificuldade em movimentar os membros ligados à articulação.
Alguns exames de sangue e de imagem podem auxiliar a confirmar o quadro:
Exames de sangue podem detectar a presença de um anticorpo chamado fator reumatoide, que pode indicar a inflamação.
Mas vale lembrar que o exame é complementar, logo que pessoas sem inflamação articular também podem apresentá-lo.
O aumento da velocidade de hemossedimentação (VHS) ou da Proteína C reativa (PCR) podem auxiliar no diagnóstico, pois indicam a presença de inflamação.
Exames de raio-X podem demonstrar a erosão do osso — perda dos tecidos ósseos nas margens articulares — junto com a redução das cartilagens.
Também podem ser usados exames de ultrassonografia ou ressonância magnética que, assim como o raio-X, configuram técnicas não invasivas, rápidas e bastante eficazes de observar a estrutura do osso e das cartilagens.
Depende do tipo. Enquanto as infecciosas e traumáticas têm cura, as artrites reumatoide ou autoimune podem ser controladas, fazendo com que os sintomas e a evolução sejam amenizados.
Mas é importante lembrar que, por exemplo, as infecciosas podem ser curadas com a eliminação da infecção, mas se houver um desgaste da cartilagem, esse não pode ser recuperado.
O tratamento costuma variar de acordo com a causa da artrite e resposta do paciente.
O uso de medicamentos analségicos, imunossupressores, corticoides e drogas antirreumáticas pode fazer com que as dores diminuam, sendo geralmente empregadas como primeira opção de tratamento.
Artrites infecciosas necessitam de medicamentos para combater especificamente o agente causador, como antibióticos ou antifúngicos.
Se houver a presença de secreção purulenta (pus) no local, pode ser necessário realizar drenagem cirúrgica para eliminar os fluidos concentrados no local.
A realização de fisioterapia voltada à condição do paciente pode ser essencial, auxiliando a manter a boa movimentação articular, além de aliviar a rigidez.
As sessões são indicadas conforme orientação do médico e avaliação do fisioterapeuta, que determinam quais os melhores exercícios, bem como a frequência das sessões.
Em geral, as cirurgias são recomendadas quando o paciente apresenta deformidades intensas decorrentes das artrites crônicas ou quando há dor severa e que não ameniza com os medicamentos.
O tipo da cirurgia deve ser recomendado pelo médico, de acordo com a investigação do quadro, mas as mais comuns são:
A escolha do medicamento depende do quadro do paciente e deve sempre ser recomendado pelo médico. Entre eles estão:
Os anti-inflamatórios e analgésicos servem para reduzir a dor e diminuir a inflamação articular. Entre as opções estão prednisona, deflazacort e metilprednisolona.
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A drogas podem agir reduzindo e controlando as inflamações, através da modulação do sistema imune. Com menores riscos do dano articular progredir, tanto a dor e a rigidez são melhoradas.
A classe de DMARDs pode ser dividida entre:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
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Sobretudo no caso das artrites crônicas — que não podem ser curadas —, a mudança dos hábitos de vida e os cuidados com a saúde são essenciais para otimizar as respostas ao tratamento, auxiliando na eliminação das dores e promovendo mais bem-estar.
Algumas medidas que podem fazer bastante diferença na vida do paciente incluem:
Os cuidados com a alimentação devem incluir uma dieta balanceada e rica em nutrientes.
Diferente do que as pessoas pensam, conviver com a dor não é uma obrigação em pessoas com artrite. Trocar o estilo de vida pode fazer com que as dores reduzam.
Sempre que possível, inclua alimentos ricos em ômega 3 (salmão e nozes), enxofre (cebola e alho), fibras (hortaliças e cereais integrais), além de antioxidantes (frutas, chás naturais), pois eles auxiliam na manutenção de diversas funções do corpo, agindo como produtos funcionais.
Alguns tipos de artrite podem receber recomendações nutricionais específicas, como nos casos de artrite gotosa, em que se deve reduzir a ingestão de uma proteína chamada purina. Quando metabolizada, ela eleva as taxas de ácido úrico e agrava a doença. Por isso, deve-se evitar alimentos como carnes, ovos e frutos do mar.
Além disso, quando houver alguma restrição alimentar ou problemas crônicos, como diabetes, é fundamental cuidar da dieta, fazendo com que a imunidade permaneça fortalecida.
Conforme a rigidez ocorre, a limitação dos movimentos pode ser afetada. Seguir uma rotina de exercícios — sempre devidamente acompanhados e indicados pelos profissionais — é essencial para manter e amplificar as capacidades de movimentação.
O ideal é preferir atividades de menor impacto, trabalhando com o fortalecimento muscular e os alongamentos.
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Além de auxiliar diretamente nas manifestações de rigidez, os exercícios ajudam na manutenção ou redução do peso, que está relacionado à sobrecarga articular.
Devido à rigidez da articulação, ficar muito tempo na mesma posição pode gerar bastante incômodo — e esse “muito tempo” nem precisa ser longas horas.
Dependendo do grau de acometimento do paciente, ficar menos de 1 hora sentado, deitado ou em pé já pode dificultar a movimentação.
Por isso, o ideal é intercalar todas as atividades com pequenas pausas de movimentação, incluindo caminhadas curtas, alongamentos ou apenas pequenos movimentos dos membros.
Quando a artrite é crônica ou comprometeu definitivamente as articulações, causando dificuldade de locomoção ou dores limitantes, o ideal é ajustar a rotina gradualmente, fazendo com que as atividades diárias sejam mais simples.
Evitar locais com escadas longas, cadeiras desconfortáveis ou móveis altos ou baixos demais pode facilitar.
Quando houver deformidades ou alterações corporais, produtos ortopédicos ou específicos para o paciente podem ser indicados.
Além dos exercícios físicos e da fisioterapia, outras atividades ou terapias podem ser realizadas, trabalhando tanto os aspectos físicos quanto emocionais.
O importante é sempre escolher práticas que gerem prazer e promovam relaxamento ao paciente, como massagem, hidroterapia, acupuntura e yoga.
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A dor e os inchaços nas articulações fazem com que o paciente evite movimentar o corpo — sejam as pequenas articulações ou as grandes.
Antes, até se acreditava que o melhor mesmo era ficar em repouso, pois a atividade poderia agravar a dor e fazer a inflamação ficar mais agressiva.
Porém, hoje se sabe que manter os membros em movimento auxilia a reduzir a progressão da doença, mantendo ela mais estável e até mesmo diminuindo a sensação de dor.
Junto a eles, outras medidas têm se mostrado bastante efetivas no controle do desconforto:
As pequenas articulações dos dedos e pulsos são as que mais sofrem debilidades. Como as mãos são bastante usadas em tarefas diárias, aos poucos, o paciente vai perdendo autonomia e independência.
Para amenizar os danos à rotina, o paciente pode manter uma rotina de alongamentos específicos às mãos, sobretudo ao acordar:
Os joelhos suportam o peso do corpo e, por isso, precisam de atenção ao serem trabalhadas.
Exercícios de alongamento e a aplicação de compressas quentes, nos momentos de dor ou antes das atividades, podem ser eficazes.
Mas, além disso, a escolha das atividades é bastante importante.
Se a artrite afeta os joelhos, considerar a realização de hidroginástica ou exercícios dentro da água pode ser uma boa medida.
Isso porque essas atividades reduzem o impacto às articulações e fazem os joelhos sofrerem menos com a carga do corpo — é possível reduzir até 25% da pressão e peso articular sobre os joelhos.
Os ombros podem ser afetados pela artrite e causar dores que comprometem a postura e as atividades diárias.
Uma alternativa para aliviar as dores é realizar ao longo do dia movimentos localizados, como a elevação dos ombros.
Para isso, basta estar em pé, com as costas bem alinhadas e os braços soltos, paralelos ao tronco: eleve os ombros, alternadamente e, em seguida, deixe-os relaxar novamente.
Aplicar compressas ou bolsas de água fria antes e depois das atividades também pode reduzir o incômodo.
Se a artrite afeta o quadril, bacia ou cintura, é importante adotar cuidados diários, como boa postura ao sentar-se e levantar-se.
Durante os episódios de dor, caminhadas leves podem auxiliar a aliviar o incômodo, sendo sempre importante ter atenção ao uso de calçados e roupas confortáveis.
Como o quadril atua como um eixo do corpo, as dores podem gerar má postura que, aos poucos, interfere na estabilidade da coluna, causando outras dores.
Os tornozelos, assim como os joelhos, sofrem com o peso do corpo. A escolha de atividades que reduzam essa pressão é fundamental, sobretudo durante os episódios de dor.
Natação, hidroginástica ou alongamentos que não forcem as articulações são ideais.
Para auxiliar na rotina de controle da dor, os pés e pernas podem ser alongados diariamente.
Uma opção simples é deitar com as pernas estendidas e movimentar, levemente, os pés. Faça movimentos circulares ou para frente e para trás.
Além disso, é preciso ter atenção ao uso de meias, sapatos e calças apertadas, pois podem agravar as dores devido aos inchaços articulares.
A alimentação pode ser uma boa aliada para conviver com a artrite. Sozinhos, os alimentos não têm efeitos milagrosos, mas se forem bem planejados, podem dar uma forcinha no alívio da doença.
Alguns produtos são ricos em propriedades anti-inflamatórias e, por isso, são bem-vindos à alimentação:
Ricas em vitaminas e livres de conservantes, as frutas não são novidade na dieta saudável. Mas algumas são especialmente indicadas aos pacientes com dores decorrentes das artrites.
Aquelas que têm casca vermelha ou roxa, como jabuticaba, morango, cereja e ameixa, são fonte de uma substâncias chamada antocianina.
Além de pigmentar as frutas, essa substância é um antioxidante e anti-inflamatório.
A ameixa seca tem mais uma vantagem: rica em polifenois, ela ajuda a reduzir as degeneração óssea.
Outra propriedade que deve estar presente nas refeições é a quercetina, presente, por exemplo, na maçã. Essa substância tem um efeito benéfico à preservação das articulações.
Incluir o consumo de chá verde, própolis, moringa e cúrcuma pode auxiliar a reduzir processos inflamatórios do organismo.
O gengibre, por exemplo, possui substâncias, chamadas de fitoquímicos, que podem reduzir os processos inflamatórios no organismo.
Aliados do sabor, a cebola e o alho têm outro motivo para estarem presentes nas refeições: ricos em quercetinas, os alimentos conferem proteção ao organismo, podendo reduzir os processos inflamatórios.
Ricos em antioxidantes, os alimentos como couve, espinafre e acelga ajudam a proteger o organismo dos efeitos dos radicais livres — aquelas substâncias que promovem o envelhecimento acelerado e estão relacionadas a diversas doenças.
Além disso, são fonte de outras vitaminas e minerais, como cálcio, o que auxilia na manutenção da saúde óssea.
Alimentos probióticos são aqueles que contêm microrganismos vivos benéficos à saúde intestinal.
Iogurte natural, leite fermentado e kefir são exemplos desses produtos. Como atuam na manutenção da flora intestinal, eles auxiliam em todos os processos orgânicos: regulam a imunidade, promovem a boa absorção de nutrientes e melhoram a saúde em geral.
Oleaginosas, como as castanhas, amêndoas e linhaças, além do azeite de oliva, são boas fontes de gorduras saudáveis. Quando consumidos adequadamente, esses alimentos podem ajudar na preservação das articulações.
Se a artrite não for tratada, o problema pode se tornar crônico e a realização de atividades simples pode virar um problema, levando à atrofia dos movimentos dos braços e pernas.
O desgaste das articulações pode promover defeitos estruturais, deixando as mãos, dedos, coluna ou qualquer outra região afetada desalinhada.
O maior problema é que essas alterações podem dificultar a rotina e debilitar severamente o paciente.
Além disso, o desgaste constante pode levar à instabilidade da coluna, com deformidade postural e a perda da função locomotora de algumas regiões.
A artrite reumatoide é um dos tipos que mais apresenta complicações, pois apesar de começar nas articulações, o problema pode afetar de modo sistêmico o resto do organismo.
Entre as ocorrências comuns estão as que afetam:
Não há uma medida específica para prevenir a artrite, que pode ser de origem traumática e/ou genética.
Para reduzir os riscos de inflamações articulares, é indicado adotar hábitos de vida saudáveis, cuidar com a prática de atividades de alto impacto e manter a atenção nos sinais do organismo.
Algumas dicas incluem:
A artrite acomete, majoritariamente, pessoas entre 30 e 50 anos, mas também pode atingir jovens e crianças.
Com diversos fatores envolvidos na origem do problema — genéticos e externos —, a inflamação das articulações pode gerar danos severos à rotina e à saúde do paciente.
Além das dores intensas, a limitação física e os problemas decorrentes da ausência de tratamento geram preocupações.
O melhor modo de ter uma vida saudável é mudando os hábitos e adotando medidas preventivas para todo o organismo. Isso inclui boa alimentação e a prática de atividades físicas.
Para saber mais sobre saúde e qualidade de vida, acompanhe o Minuto Saudável!
Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 26/02/2019
Rafaela Sarturi Sitiniki
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