A meninges são membranas ou camadas de tecido que revestem o cérebro e a medula espinhal. Quando um agente externo consegue romper a barreira do organismo e infectar a estrutura, inflamando-a, se desenvolve um quadro de meningite.

O termo é bastante conhecido, sobretudo entre os pais e mães de crianças pequenas, pois a doença tem grande prevalência entre as crianças em idade até 5 anos.

Ainda que a meningite possa ser ocasionada por outros fatores que não infecciosos, como traumas, são os tipos transmissíveis que mais causam preocupação nas políticas de saúde devido à alta capacidade endêmica.

Mas a boa notícia é que existe vacina para a prevenção da infecção bacteriana, um dos tipos mais graves e intensos da doença.

O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece gratuitamente a dose contra a meningite C — que representa até 70% dos casos de infecção — para crianças e adultos, entre 2 meses e 50 anos de idade.

Na década de 1970, houve uma epidemia de meningite meningocócica (de origem bacteriana) no Brasil. O surto foi controlado com a adoção da vacinação em massa e, nos anos seguintes, as políticas da carteirinha ou calendário de vacinação começaram a ser institucionalizadas.

As vacinas para os tipos A, W, Y e, mais recentemente, o B, existem no Brasil, mas são disponibilizadas apenas através da rede privada de saúde.

Até junho de 2018 foram diagnosticados aproximadamente 116 casos da doença no geral (incluindo as causas diversas), número menor do que o registrado nos mesmos meses de 2017 (em que ocorreram 185 casos).


Anualmente, estima-se que ocorram cerca de 500 mil casos em todo o mundo e, desses, 50 mil pacientes vão a óbito. Por isso, as medidas preventivas são sempre fundamentais para reduzir os riscos e complicações.

Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é a vacina contra meningite?
  2. O que é meningite?
  3. Sintomas e complicações da meningite
  4. Para que serve a vacina da meningite?
  5. Quais meningites têm vacina?
  6. Quais os tipos de vacina para meningite?
  7. Como são feitas?
  8. Quem deve tomar?
  9. Calendário de vacinação para meningite
  10. Vacinação em adultos
  11. Cuidados antes e depois da vacinação
  12. Contraindicações
  13. Efeitos colaterais
  14. Onde encontrar as vacinas para meningite bacteriana?
  15. Quanto custam as vacinas para meningite?
  16. Por que vacinar?
  17. Outras formas de prevenir
  18. Perguntas frequentes

O que é a vacina contra meningite?

As vacinas são doses capazes de estimular o organismo a produzir anticorpos contra determinadas doenças. Assim, mesmo que agentes externos e infecciosos invadam nossos corpos, se estivermos devidamente vacinados, poderemos combater os agentes com eficácia e evitar a doença.

Diferente dos medicamentos — que tratam a doença, combatem a infecção ou amenizam os sintomas —, as vacinas imunizam o organismo através de doses inativadas ou muito enfraquecidas de bactérias.

Assim, ao serem injetados, esses elementos mortos ou bastante enfraquecidos provocam uma mobilização do sistema imune, que age combatendo o agente. Mais do que apenas eliminar e evitar a doença, esse sistema de defesa grava a ação e cria uma memória imunológica.

É como se, agora, houvesse um anticorpo altamente treinado e especializado em combater rapidamente essa bactéria, evitando que a doença se instale se houver uma futura infecção.

O que é meningite?

Para entender as meningites, é preciso compreender a estrutura anatômica do corpo. O cérebro e a medula espinhal são partes protegidas por 3 camadas, chamadas de meninges. São elas a dura-máter (camada mais próxima ao cérebro), aracnoide (camada intermediária) e a pia-máter (camada mais externa ao cérebro).

Quando algo provoca a inflamação dessas membranas, denomina-se meningite, que pode ser de causa não-infecciosa ou também chamada de asséptica, e infecciosa (agentes infecciosos que invadem o organismo).

Entre as causas da meningite não infecciosa estão tumores que invadem a região, medicamentos e intoxicação por agentes químicos. Já o tipo infeccioso é causado por agentes que invadem o organismo, sendo que há 3 tipos de infecção mais comuns: viral, bacteriana e fúngica.

As meningites por vírus são, em geral, a forma mais branda e leve da doença. A ocorrência é maior no fim do verão e um dos principais agentes causadores é o Enterovírus.

Mesmo que os sintomas possam ser bastante incômodos, como dores de cabeça e vômitos, o tratamento costuma ser simples e muitas vezes sem muita especificação — basta cuidar da saúde no geral, deixando que o organismo se recupere.

As meningites também podem ser ocasionadas por fungos e, nesse caso, são consideradas de evolução subaguda (ou seja, o paciente pode permanecer infectado por vários meses sem sintomas ou com manifestações de difícil diagnóstico).

Um dos fatores característicos da meningite fúngica é que ela não é transmissível entre pessoas. O agente mais relacionado à doença é o Cryptococcus neoformans, alojado geralmente em fezes de pássaros, solos e verduras.

Já a meningite por bactérias constitui um quadro grave que, se não houver tratamento, pode causar complicações e levar à morte.

Atualmente, há vacina para a prevenção da meningite bacteriana do tipo meningocócica, pneumocócica e por Haemophilus influenzae b.

Embora todas sejam de extrema relevância e eficiência, o tipo meningocócica possui uma variedade de 13 grupos de bactérias causadoras da doença, o que dificulta a cobertura de imunização.

Essa variedade acarreta em 2 fatores: o tipo é o mais fácil de ser transmitido e a vacina não é capaz de promover a proteção contra todos eles.

A transmissão é através do contato direto com as secreções de uma pessoa infectada. Mas apesar de estarmos constantemente em contato com agentes infecciosos, vale lembrar que nosso organismo é, muitas vezes, capaz de combatê-los e evitar a doença.

Por isso, ainda quando ocorrem infecções, nem todos os agentes bactericidas têm a capacidade de migrar para a região cerebral e causar uma condição de meningite.

É preciso que a infecção tenha a capacidade de atingir o aparelho respiratório e romper a barreira com o sangue. Quando ocorre essa invasão, os agentes infecciosos conseguem alcançar o sistema nervoso e se instalar nele, desencadeando a doença.

A bactéria Neisseria meningitidis, responsável pela meningite meningocócica, possui 13 sorotipos diferentes. É como se todas pertencessem à mesma família, mas possuíssem alguma particularidade que as diferencia.

Então, para facilitar a nomeação e diferenciação, os pesquisadores denominaram cada grupo (sorotipo) dessa bactéria com uma letra. Os 13 sorotipos conhecidos são  A, B, C, D, 29E, H, I, K, L, W135, X, Y e Z, mas há 5 (A, B, C, W e Y) que são responsáveis pela grande maioria dos quadros.

A bactéria Haemophilus Influenzae possui 6 sorotipos: A, B, C, D, E, F, que funcionam da mesma maneira, em que a nomeação se dá devido a mudanças na estrutura da bactéria.

Já a meningite pneumocócica possui mais de 90 sorotipos capazes de desencadear a infecção. No Brasil, há 13 grupos mais comuns: 14, 1, 6B, 5, 6A, 23F, 19F, 9V, 3,4, 10A, 8 e 7F.

Apesar da nomeação se basear na numeração, o princípio é o mesmo, sendo apenas para diferenciar as bactérias pertencentes ao grande grupo Streptococcus pneumoniae.

Ou seja, a diferença entre meningites A, B, C e as demais é apenas o tipo de bactéria que infectou o paciente.

A incidência de cada sorotipo de meningite meningocócica (A, B, C, W e Y) pode variar de acordo com a região ou país, mas o tipo C é o mais recorrente no Brasil, considerando todas as faixas etárias.

Porém, se forem considerados apenas os pacientes com idade inferior a 5 anos, os casos de meningite B são mais frequentes.

Após as medidas de vacinação, os quadros de meningite têm se reduzido gradualmente, ainda que a incidência e mortalidade da doença sejam altas.

Entre 2000 e 2009, a meningite C teve uma elevação de 15% para quase 40% dos casos entre as crianças, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria. A partir de 2010, com a vacinação, houve uma redução significativa até 2014.

Em números, isso significa que em 2010, 13 crianças a cada 100 mil eram diagnosticadas com meningite C. Em 2014, o índice reduziu para 7 em cada 100 mil. Ainda assim, o sorotipo C é o maior causador da doença.

Sintomas e complicações da meningite

No começo, os sintomas mais comuns da infecção são sonolência, náuseas, vômitos, dores no corpo, febre, perda de apetite e irritabilidade. Em geral, esses sinais costumam aparecer nas primeiras 8 horas de infecção, sobretudo nas crianças.

Em poucas horas, os sinais de rigidez no pescoço, dores de cabeça, sensibilidade à luz e manchas na pele podem se manifestar.

No entanto, eles são bastante brandos, o que pode tornar o quadro difícil de ser definido pelos sintomas, sobretudo quando o paciente é bebê.

Um dos agravantes da infecção é a capacidade de evoluir rapidamente, sendo que entre 24 e 48 horas a doença pode representar grandes riscos à vida.

Em média, 20% dos pacientes com meningite meningocócica no Brasil morrem e, entre os que se recuperam, até 20% podem apresentar complicações (como necessidade de amputações, diminuição da audição, danos cerebrais e dificuldade de aprendizado).

Para que serve a vacina da meningite?

A vacina para a meningite serve para proteger a pessoa e toda a sociedade, oferecendo imunização contra a bactéria causadora da infecção, pois além de reduzir os riscos de adoecimento, a injeção ajuda a diminuir o contágio e a circulação do agente.

Talvez você se lembre de algumas doenças que só se têm uma vez na vida. Aquele caso do sarampo, por exemplo, que ocorreu na infância e, por isso, não vai reaparecer na vida adulta.

O processo é o mesmo com algumas vacinas: nosso sistema imunológico é capaz de lembrar de alguns agentes que ele já combateu — seja pelo adoecimento ou pela dose da vacina.

Há dois processos possíveis. O primeiro é quando a memória imunológica é tão eficiente que a doença não poderá mais acometer o paciente. O outro é quando há necessidade de tomar doses constantes da vacina (como as gripes), porque o agente infeccioso se modifica com o tempo.

Mas se o organismo cria defesas quando o agente entra em contato com a bactéria e fica doente, por que a vacina é importante?

Na primeira vez que o corpo entra em contato com o agente — seja pela doença ou pela vacina —, ele leva um tempo maior para agir e combater a infecção.

Basicamente, é como se a imunidade não soubesse exatamente como reagir perante a infecção desconhecida, por isso, há tempo para que a bactéria se instale e cause sintomas.

Mas como a vacina é uma dosagem pequena do agente infeccioso enfraquecido ou morto, a bactéria não tem condições de se multiplicar, espalhar ou debilitar o organismo. Por isso, o corpo não sofre com os sintomas e cria resistência.

Vale lembrar que a meningite é uma doença de incubação, ou seja, o paciente demora alguns dias para apresentar sintomas. Então se a pessoa entrar em contato com o doente e, ainda assim, não apresentar sintomas, não significa que não foi contagiada. Por isso, tomar a vacina depois não vai evitar a infecção.

O ideal é manter a imunização em dia, respeitando os períodos corretos, e adotar as medidas básicas de prevenção, como lavar bem as mãos e evitar locais fechados com aglomeração.

Para oferecer imunização da meningite à população, há 3 principais vacinas: ACWY (conjugada ou quadrivalente) e a B e C (isoladas, que podem ser combinadas em outras vacinações).

No Programa Nacional de Vacinação estão disponíveis as vacinas:

  • Pentavalente: além da meningite, a dose fornece imunização contra difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
  • Pneumocócica 10 valente conjugada: imuniza contra diversas infecções devido aos 10 tipos da bactéria S. pneumonia;
  • Meningocócica C conjugada: imuniza contra meningites causadas pela bactéria N. meningitis C;
  • BCG: imuniza contra as formas graves de tuberculose (miliar e meníngea).

Os tipos conjugados ou quadrivalente (capazes de fornecer imunização da meningite A, C, W e Y) e a para meningite B fazem parte da rede privada de saúde e podem ser solicitadas pelo médico.

Quais meningites têm vacina?

São as meningites bacterianas que podem ser prevenidas pelas vacinas. Atualmente, as redes pública e privada de saúde oferecem imunização contra a infecção meningocócica, pneumocócica e tipo Hib.

Conheça mais sobre a vacina para cada uma das meningites:

Meningite meningocócica

É ocasionada por uma bactéria chamada Neisseria meningitidis, de característica Gram-negativa (um teste de coloração permite diferenciar bactérias pela cor negativa/positiva) com formato de coco.

Há vários subgrupos dessa infecção, que são determinados pelo aspecto do agente causador, em que a forma ou estrutura da bactéria determina o seu sorotipo (para fazer a diferenciação, os principais tipos de Neisseria meningitidis são subdivididos em A, B, C, W e Y).

Meningite pneumocócica

É causada pela bactéria Streptococos pneumoniae, de característica Gram-positiva (no teste de cor, as bactérias adquirem cores positivas) também em formato de coco (arredondadas).

A variedade de subtipos é enorme, chegando a mais de 90 formatos de cápsula (ou envoltório celular) diferentes.

No entanto, a grande maioria das doenças é causada por aproximadamente 16 tipos de pneumococos. Esse agente infeccioso é responsável também pela pneumonia e outras doenças respiratórias.

Meningite por influenzae (Hib)

A infecção é causada pela bactéria Haemophilus influenzae, do tipo Gram-negativa (no teste de cor, as bactérias ficam com cores negativas) que pode ser subdividida em 6 tipos: A, B, C, D, E e F, de acordo com a sua estrutura capsular.

Esse agente pode viver na garganta e mucosas da pessoa sem causar sintomas ou desencadear a doença. Mas, ainda assim, ela pode ser transmitida e, em pessoas não imunizadas, desencadear sintomas.

O agente também é responsável por doenças como a bronquite, sinusite, septicemia, epiglotite, artrite séptica e otites.

Quais são as vacinas contra meningite?

Para entender o sistema de imunização, é preciso lembrar que são vários tipos de bactérias causadoras da infecção e entre elas há 3 responsáveis pela maioria dos casos: as meningococos, pneumococos e hemófilos (ou Haemophilus influenzae do sorotipo B, ou apenas Hib).

Os tipos causados pelos meningococos são os mais frequentes, sendo que eles podem ser subdivididos de acordo com a bactéria causadora, A, B, C, W e Y (há outras, mas essas são a grande maioria dos casos no Brasil).

Ou seja, meningococo é um grande grupo e as meningites A, B, C, W ou Y são determinadas pelo agente infeccioso.

De forma resumida, existem 3 tipos de vacina capazes de proteger contra a meningite meningocócica, que são a B, C e a ACWY. Enquanto a dose B e C são para tipos isolados da meningite, a ACWY engloba os quatro sorotipos da doença.

Já para a prevenção dos tipos pneumocócicos, há as vacinas VPC 10-valente, 13-valente e 23-valente.

Mas se você já olhou um calendário de vacinação, deve ter percebido que há outras vacinas que podem fornecer proteção contra a infecção meníngea, como a BCG, que é na verdade para tuberculose.

Isso ocorre porque a meningite pode ter causas variadas e, portanto, outras vacinas auxiliam na imunização e proteção contra a doença.

Os tipos de vacina mais comuns no Brasil, incluindo a rede pública e privada, são:

Meningocócicas ACWY (conjugada)

Entre as vacinas conjugadas ACWY comercializadas no Brasil, estão a Menveo, Nimenrix e Menactra.

Cada uma tem diferentes faixas etárias recomendadas: a Menveo é indicada para crianças a partir dos 2 meses, a Nimenrix deve ser utilizada em crianças a partir de 6 semanas de vida e a Menactra é indicada para pessoa entre 9 meses de 55 anos de idade.

Ainda que não participe do calendário gratuito de vacinação, o tipo ACWY é recomendado para bebês a partir dos 2 ou 3 meses de idade, com objetivo de ampliar a proteção contra esses agentes e diminuir a transmissão das bactérias.

Confira abaixo, de modo resumido, o esquema de vacinação da ACWY:

  • Entre a partir dos 2, 6 ou 9 meses, dependendo do laboratório: são 3 vacinações, com 2 meses de intervalo entre as doses e 1 reforço ao completar 2 anos de vida após, pelo menos, 2 meses da última doses.
  • Entre 2 e 10 anos é apenas 1 vacinação e os reforços não são estabelecidos.
  • A partir dos 11 anos o esquema é o mesmo, sendo 1 vacinação, com o reforço não estabelecido.

Meningocócica B (recombinante)

Recentemente, chegou ao Brasil a vacina Meningo B, ou comercialmente conhecida como Bexsero, ainda restrita às redes privadas de saúde. A dose é específica para o tipo B de meningite, sendo indicada a partir dos 2 meses de idade, até os 50 anos.

Em geral, a vacina é composta por cloreto de sódio, histidina, sacarose e água para injetáveis, além da bactéria inativada Neisseria meningitidis, causadora da meningite B.

Crianças entre 6 e 11 meses de vida que não foram vacinados aos 2, 4 e 6 meses devem receber 2 doses, com intervalo de tempo de 60 dias entre cada injeção, e 1 dose de reforço no segundo ano de vida.

Crianças entre 12 meses e 10 anos de idade não vacinadas devem receber 2 doses da vacina, com pelo menos 2 meses entre cada aplicação.

Abaixo você confere, de modo resumido, o esquema da vacinação da Meningo B:

  • Entre 2 e 5 meses são 3 vacinações, com 2 meses de intervalo entre cada dose. 1 reforço deve ocorrer entre 12 e 15 meses.
  • Entre 6 e 11 meses são 2 vacinações, com 2 meses de intervalo entre cada dose. 1 reforço ao completar 2 anos de vida após, pelo menos, 2 meses da última dose.
  • Entre 1 e 10 anos são 2 vacinações, com 2 meses de intervalo entre cada dose. Não  precisa de reforço.
  • A partir de 11 anos são 2 vacinações, com intervalo de 1 e 2 meses entre cada dose. Também não precisa de reforço.

Meningocócica C

A vacina foi implementada no calendário de vacinação, sendo ofertada gratuitamente pelo SUS em 2010, após um surto de meningite C.

Recomenda-se a aplicação aos 3 e 5 meses, com um reforço aos 12 meses de idade. Entre os 11 e 14 anos, é preciso um reforço ou aplicação de dose única.

Caso as crianças tenham perdido a fase correta de imunização, a dosagem pode ser feita até os 4 anos, 11 meses e 29 dias no mesmo esquema.

A composição da vacina Meningocócica conjugada C inclui polissacarídeo (de-O-acetilado) Neisseria meningitidis do grupo C, hidróxido de alumínio, histidina, cloreto de sódio e água para injetáveis.

As reações adversas são pouco frequentes, mas podem ocorrer febre, dor e vermelhidão no local da aplicação, febre e dores de cabeça em até 48 horas.

Abaixo você confere, de modo resumido, o esquema da vacinação da Meningo C:

  • Entre 3 e 5 meses são 2 vacinações, com 2 meses de intervalo entre cada dose. 1 reforço aos 12 meses.
  • Entre 11 e 19 anos é 1 dose única se não vacinado na infância. 1 reforço se a 1ª dose foi feita na infância.

Pneumocócica (VPC) 10-valente

A vacina VPC 10-valente é a que consta no calendário de vacinação do Ministério da Saúde. Ela promove a imunização de 10 tipos da bactéria pneumococos (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F, 23F).

A dosagem deve ser feita em 2 doses: aos 2 e aos 4 meses, sendo necessário fazer um reforço aos 12 meses.

Entre as opções comercializadas no Brasil está a Synflorix, que contém em sua formulação os excipientes cloreto de sódio, fosfato de alumínio e água para injetáveis.

Sua eficácia é de aproximadamente 70% dos casos de pneumonias, meningites e otites.

Abaixo você confere, de modo resumido, o esquema da vacinação da VPC 10-valente:

  • Entre 3 e 5 meses são 2 vacinações, com 2 meses de intervalo entre cada dose. 1 reforço aos 12 meses.

Pneumocócica (VPC) 13-valente

A VPC 13-valente, como a Prevenar 13, está disponível em clínicas e centros privados de saúde e oferece imunização contra 13 tipos de bactéria pneumococos (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F). Sua capacidade de proteção sobe para 90% dos casos de pneumonias, meningites e otites.

As reações adversas são pouco comuns, mas podem ocorrer dor e vermelhidão no local da aplicação, além de febre baixa em até 48 horas.

Abaixo você encontra, de modo resumido, o esquema de vacinação que deve ser seguido apenas se recomendado pelo médico:

  • A partir dos 2 anos é 1 vacinação, com 1 reforço após 5 anos;
  • A partir dos 50 anos são 2 vacinações, com 6 meses de intervalo.

Pneumocócica 23-valente

A vacina Pneumocócica 23 Valente contém 23 tipos de bactérias inativas, sendo recomendada para crianças a partir dos 2 anos de idade com risco para infecções (sob recomendação expressa do pediatra) e idosos a partir dos 60 anos (que estejam hospitalizados ou que morem em asilos ou casas de repouso).

Geralmente, o risco de infecção envolve pacientes com:

  • Doenças renais;
  • AIDS;
  • Pacientes que tenham removido o baço;
  • Pacientes que sofrem com o alcoolismo.
  • Doenças respiratórias crônicas;
  • Asma persistente moderada ou grave;
  • Cardiopatias crônicas;
  • Nefropatias crônicas;
  • Pacientes em hemodiálise
  • Transplantados;
  • Pacientes com câncer ou imunodepressão terapêutica;
  • Diabetes mellitus;
  • Doenças neurológicas crônicas incapacitantes.

Apesar de constar no calendário de vacinação, a dosagem é recomendada para crianças indígenas a partir dos 5 anos de idade, podendo ser feita na adolescência ou na idade adulta também. Nos idosos, a dosagem deve ser aplicada como reforço.

Sua composição contém partículas purificadas dos agentes (cápsulas) de 23 tipos de Streptococos pneumoniae (pneumococo), cloreto de sódio, água para injeção e fenol.

Em até 2 dias após a aplicação, podem ocorrer dor, vermelhidão e inchaço no local. Também podem se manifestar quadros de febre baixa, dor no corpo, dores de cabeça e nas articulações.

Confira o esquema de vacinação recomendado:

  • A partir dos 60 anos são 2 vacinações, com  5 anos de intervalo.

Haemophilus influenzae B (Hib)

A bactéria Haemophilus influenzae pode causar infecções do trato respiratório como a meningite e a epiglotite. A vacina está disponível desde 1993 e tem uma eficácia entre 95% e 100% contra a meningite.

Chamada de vacina Hib, a dose faz parte do calendário de vacinação, compondo uma parte da vacina pentavalente, mas também pode ser encontrada de forma isolada em centros de referência e vacinação, quando for necessário realizar reforço ou complementação.

Ou seja, a Hib é aplicada de modo combinado (pentavalente) logo nos meses iniciais de vida.

A Vacina Contra Haemophilus Influenzae B é uma opção comercializada no Brasil, que é segura e deve ser aplicada para garantir a imunização, mas é importante estar ciente dos efeitos colaterais, que podem envolver erupções ou lesões na pele, perda de apetite, vômitos, diarreia, febre, sonolência e irritabilidade. No local da aplicação podem ocorrer dor, desconforto, inchaço, vermelhidão e coceira.

Confira o esquema de vacinação recomendado:

  • Entre 2 e 6 meses são 3 vacinações, com 2 meses de intervalo entre cada uma. 1 reforço entre 12 e 18 meses.

Vacina pentavalente

Indicada para bebês menores de 1 ano de idade, a vacina pentavalente é aplicada em 3 doses, sendo necessário esperar 60 dias entre cada aplicação. Recomenda-se que as doses sejam feitas aos 2, 4 e 6 meses de idade.

Aos 15 meses e aos 4 anos, recomenda-se a aplicação de uma dose de reforço.

A pentavalente faz parte do calendário de vacinação e oferece imunização contra difteria, tétano, coqueluche, meningite por Haemophilus influenzae tipo B e poliomielite e entre as opções comercializadas no Brasil está a Pentaxim.

Na composição, geralmente há lactose, cloreto de sódio, 2-fenoxietanol, hidróxido de alumínio e água para injeção. Mas é preciso estar atento à presença de traços de antibiótico (estreptomicina, neomicina e polimixina B), formaldeído e soroalbumina de origem bovina, que podem gerar alergias.

Entre as reações adversas, podem ocorrer dor, vermelhidão, coceira e inchaço no local da aplicação mesmo após 10 dias. Ainda que mais raramente, podem se manifestar sintomas de irritabilidade, febre baixa e falta de apetite mesmo em pacientes sem histórico de alergia.

Confira o esquema de vacinação recomendado:

  • Entre 2 e 6 meses são 3 vacinações, com um intervalo de 2 meses entre cada dose. Devem ser feitos 2 reforços entre 15 meses e 4 anos.

Vacina BCG

A vacina é composta por agentes enfraquecidos de Mycobacterium bovis. É recomendado que a aplicação seja feita o mais brevemente, preferencialmente logo após o nascimento, até os 5 anos de idade.

Entre as opções encontradas no Brasil está a BCG – Fundação Ataulpho de Paiva.

Pacientes não imunizados e com doenças imunodepressivas ou que estejam em uso de medicamentos capazes de afetar a imunidade, com suspeitas ou confirmação de tuberculose são contraindicados à vacinação.

Grávidas, pacientes em tratamento para infecções ou em uso de antibióticos devem conversar com seus médicos e avaliar a necessidade e a possibilidade de receber a dosagem da BCG.

Confira o esquema de vacinação recomendado:

  • 1 dose deve ser aplicada ao nascer.

Como são feitas?

Há dois modos de produzir vacinas: através do enfraquecimentos dos agentes infecciosos ou através da inativação deles.

As vacinas da meningite são produzidas com fragmentos ou partículas das bactérias, ou seja, são partes mortas e que não causam a infecção no paciente.

Além do agente infeccioso, as vacinas contêm outros elementos, como:

  • Líquido de suspensão: geralmente constituído de água destilada ou solução salina fisiológica, contendo proteínas ou culturas de células;
  • Conservantes, estabilizadores e antibióticos: as vacinas podem conter pequenas quantidades de antibióticos ou substâncias que evitam o crescimento de bactérias e fungos. Como podem ser adicionados estabilizadores, são esses os componentes que mais apresentam reações alérgicas;
  • Adjuvantes: geralmente são produtos contendo alumínio para aumentar a ação de algumas vacinas, elevando a capacidade de imunização.

Quem deve tomar?

Salvo os grupos e pacientes contraindicados pelo médico, as faixas etárias têm a recomendação de realizar as seguintes vacinações:

Bebês prematuros

Crianças que nasceram prematuramente devem seguir as seguintes recomendações segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações:

  • BCG: quando a criança recém-nascida tiver peso igual ou superior a 2kg;
  • Pneumo C: quando a criança prematura atingir os 2 meses de vida, de forma mais precoce possível;
  • Haemophilus influenzae B (Hib): deve ser aplicada de forma preferencial.

Crianças

Todas as crianças devem receber as vacinas que constam no calendário do Ministério da Saúde, salvo àquelas com alergias aos componentes da dose.

Preferencialmente, deve-se respeitar os períodos indicados de imunização, mas se alguma dose deixou de ser aplicada na idade correta, deve ser feita na próxima ida à unidade de vacinação.

  • ACWY: crianças entre 3 meses e 11 anos;
  • Meningo B: crianças a partir de 2 meses e 11 anos;
  • Meningo C: todas as crianças a partir de 2 meses;
  • VPC 10-valente: todas as crianças, entre 2 meses e 5 anos;
  • VPC 13-valente: todas as crianças entre 2 meses e 5 anos;
  • VPC 23-valente: crianças com doenças crônicas que recebam recomendação médica;
  • Haemophilus influenzae B (Hib): crianças a partir de 2 meses;
  • Pentavalente: todas as crianças a partir de 2 meses de idade;
  • BCG: todas as crianças, o mais breve possível.

Adolescentes

Os adolescentes devem manter o calendário de vacinação atualizado. Caso alguma dose tenha sido esquecida ou não haja confirmação da aplicação, é preciso se vacinar o quanto antes.

Entre 11 e 19 anos, a Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda as seguintes vacinas:

  • ACWY: todos os adolescentes devem receber a dose de reforço ou 2 dosagens para adolescentes não vacinados;
  • Meningo B: todos os adolescentes;
  • VPC 23-valente: adolescentes com doenças crônicas que recebam recomendação médica ou em casos de surto da doença.

Adultos

Para os adultos que foram devidamente vacinados e estão com a carteirinha em dia, as recomendações dependem sobretudo dos riscos de epidemia.

  • ACWY: os adultos devem receber a vacina ou reforço de dose quando houver riscos de surtos da meningite A, C, W ou Y. Gestantes devem considerar receber a vacina quando houver situações de risco aumentado;
  • Meningo B: adultos com riscos de contrair a doença ou em episódios de surtos de meningite B. Mulheres grávidas devem considerar a vacinação quando houver situação de risco aumentado.

Idosos

  • ACWY: em casos de surto da doença ou quando o idoso vai viajar para regiões de risco;
  • Meningo B: se houver surtos da doença;
  • VPC 13-valente: todos os idosos devem receber uma dose, sobretudo se compuserem grupos de risco (portadores de doenças crônicas, por exemplo);
  • VPC 23-valente: todos os idosos devem ser vacinados como complemento da VPC 13-valente.

Outros casos

Profissionais de saúde, militares, bombeiros, policiais, profissionais que viajam constantemente, voluntários, refugiados e atletas profissionais devem ser vacinados com às vacinas:

  • ACWY;
  • Meningo B;
  • Meningo C.

Calendário de vacinação para meningite

Abaixo você confere quais as vacinas para a imunização contra a meningite recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações, quais são oferecidas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e quais os períodos certos para a aplicação:

  • Ao nascer: BCG (rede pública);
  • 2 meses: 1ª dose Pentavalente e Pneumo 10 (rede pública).
  • 3 meses: 1ª dose Meningo C (rede pública), 1ª dose Meningo B (rede privada);
  • 4 meses: 2ª dose Pentavalente, 2ª dose Pneumo 10 (rede pública);
  • 5 meses: 2ª dose Meningo C (rede pública), 2ª dose Meningo B (rede privada);
  • 6 meses: 3ª dose Pentavalente (rede pública);
  • 7 meses: Meningo B (rede privada);
  • 12 a 15 meses: 1º reforço Meningo C (rede pública), ACWY e Meningo B (rede privada);
  • 15 meses: 1º reforço Pentavalente (rede pública);
  • 4 anos: 2º reforço Pentavalente (rede pública);
  • 5 a 6 anos: Meningo ACWY (rede privada);
  • 11 a 14 anos: 2º reforço Meningo C (rede pública), Meningo ACWY (rede privada).

Vacinação em adultos

As vacinas Meningo B e ACWY, em geral, não são recomendadas para idosos, pois a faixa etária já saiu do grupo de risco. Apesar de ainda haver riscos de infecção, a incidência é bastante pequena e a necessidade da injeção deve ser conversada com o médico.

Como as vacinas não fazem parte do sistema público de saúde e os valores são bastante altos (a Meningo B custa a partir de 250 reais por dose), recomenda-se que apenas casos específicos sejam vacinados (havendo surto, viagem para locais de risco ou fatores agravantes à saúde).

Já a vacina ACWY e B para jovens e adultos é recomendada para os casos em que a pessoa vá viajar para regiões de risco ou apresente problemas de saúde que causem baixa imunidade (como doenças crônicas ou AIDS).

Em adultos, o esquema a ser seguido é:

  • Pneumo 13-valente: dose única;
  • Pneumo 23-valente: dose única, com reforço após 5 anos;
  • Meningo C: dose única;
  • Meningo ACWY: dose única.

Cuidados antes e depois da vacinação

Em geral, não há recomendações específicas antes da vacinação para meningite e, salvo sob recomendação médica, todas as crianças devem seguir o calendário de vacinas e receber a imunização contra a infecção.

Crianças com febre alta podem ser recomendadas a esperar o quadro febril melhorar para fazer a imunização. Então, desde o parto, é importante realizar o acompanhamento pediátrico e manter a carteira de vacinação em dia.

Durante a aplicação, crianças pequenas podem ficar agitadas, com medo ou nervosas, causando dificuldades de administrar a dose. Sendo que esse é, provavelmente, um dos maiores complicadores em relação à vacina.

Nesse momento, o mais importante é manter a criança calma e imóvel, para que a injeção seja corretamente aplicada.

Após as aplicações, sintomas podem aparecer, incluindo pequenas irritações no local da aplicação, febre ou mal-estar. Vale lembrar que nenhum desses sintomas é devido à meningite, mas apenas a reações adversas.

Quando houver coceira, vermelhidão, inchaço ou dor no local, recomenda-se a realização de compressas frias (algodão umedecido com água ou bolsas térmicas frias).

Se houver febre, vômitos, dores de cabeça ou outros sintomas intensos persistentes, deve-se buscar atendimento médico.

É possível que sejam administrados medicamentos para amenizar as manifestações e melhorar o quadro do paciente, mas apenas sob prescrição médica.

Contraindicações

Pacientes com alergia aos componentes da vacina, que apresentaram reação intensa em dosagens anteriores (como anafilaxia) ou que estejam com quadros de inflamação e febre precisam conversar com o médico ou pediatra antes de receber a vacina.

Caso haja conhecimento sobre alergia aos componentes da composição, problemas de coagulação, uso de afinadores de sangue ou medicamentos que reduzem a imunidade, é preciso informar o médico antes de administrar a dosagem.

Mulheres grávidas ou lactantes devem sempre conversar com o médico antes de usar qualquer medicamento ou receber vacinas. A princípio, as vacinas para meningite não devem ser aplicadas em gestantes ou lactantes a menos que haja surtos ou riscos aumentados de contaminação.

Nos casos necessários de vacinação, os riscos e benefícios devem ser avaliados pelo profissional de saúde de acordo com o quadro da paciente.

Efeitos colaterais

Após a aplicação, podem surgir reações colaterais, mas que tendem a ser leves e brandas. Entre os efeitos adversos e o tempo de duração médio compartilhados pelas diferentes vacinas da meningite estão:

  • Vermelhidão no local da aplicação: por até 2 dias;
  • Dor: por até 2 dias;
  • Coceira: entre 1 e 2 dias;
  • Inchaço: entre 1 e 2 dias;
  • Febre majoritariamente leve, mas pode ser moderada também: por até 2 dias;
  • Mal-estar: entre 3 e 7 dias;
  • Dor nas articulações: até 7 dias;
  • Dor de cabeça: até 7 dias;
  • Náuseas: entre 3 e 7 dias;
  • Irritabilidade: até 2 dias;
  • Perda de apetite: entre 2 e 3 dias;
  • Sonolência: até 2 dias;
  • Palidez: entre 1 e 2 dias;
  • Diarreia: entre 3 e 5 dias;
  • Vômito: entre 1 e 2 dias;
  • Erupções cutâneas: entre 2 e 3 dias;
  • Desmaio ou sensação de desmaio: até 2 dias;
  • Convulsões: entre 1 e 2 dias.

Alguns sintomas podem surgir relacionados ao estresse, como sensações de desmaio, agitação e vermelhidão da pele. Em geral, são condições mais frequentes em crianças ou pessoas com medo ou fobia de agulhas.

Apesar de haver casos em que os sintomas persistem por até 7 dias, quando o mal-estar ou os efeitos colaterais ultrapassarem 3 dias ou forem intensos, recomenda-se informar a unidade de aplicação e buscar auxílio médico.

Onde encontrar as vacinas para meningite bacteriana?

Na rede pública, estão disponíveis as vacinas Meningo C, Pneumo 10-valente e a Hib (combinada na Pentavalente). Em casos de epidemia ou condição especial do paciente, crianças a partir de 2 meses e adultos podem encontrar a Meningo C também nos CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais).

Na rede privada, estão disponíveis as vacinas para Meningo C, além das Meningo ACWY e Meningo B. A 23-valente e a vacina isolada Hib estão disponíveis nos CRIEs, sendo disponibilizada a grupos de risco ou condições de epidemia.

Quanto custam as vacinas para meningite?

Os valores variam bastante e dependem de fatores como disponibilidade, taxa de infecções, sazonalidade (períodos com índices maiores de procura tendem a elevar os preços) e laboratório.

Mas, em geral, a rede privada oferece os seguintes valores:

  • Vacina pneumocócica 13-valente: em média, entre 230 e 280 reais;
  • Meningite ACWY: em média, entre 280 e 350 reais;
  • Meningite B: em média, entre 350 e 780 reais.

Por que vacinar?

A meningite tem uma taxa de mortalidade de até 90% nos pacientes não tratados e a prevenção é sempre a forma mais adequada de reduzir os riscos e melhorar a saúde pública.

Além de auxiliar na própria proteção, a vacinação ajuda a diminuir a circulação dos agentes infecciosos e, por consequência, minimizar o contágio, sobretudo de pessoas que não podem receber a vacina.

Graças às políticas e incentivos à imunização, os índices de contágio são reduzidos. Por exemplo, os casos de meningite C chegavam à 70% de todos os diagnósticos, mas após campanhas de imunização, os índices reduziram para 28% em 2017, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações.

No primeiro ano de vida, as crianças são mais vulneráveis à infecção da meningite, apresentando quadros graves da doença, podendo chegar ao óbito.

Sobretudo nessa faixa etária, torna-se difícil manter os cuidados com a correta higienização e proteção, logo que crianças tendem a manter as mãos na boca com frequência.

Mas, se devidamente vacinadas, os riscos de contrair a infecção são consideravelmente menores e a saúde de toda a família é protegida.

Outras formas de prevenir

A meningite é uma doença transmissível pelo contato com gotículas de saliva quando a pessoa fala, tosse, espirra ou beija.

Mas é preciso lembrar que a pessoa não precisa aparentar estar doente para ter a bactérias, pois há casos em que o agente infeccioso está hospedado na pessoa, mas sem manifestar sintomas (chamados portadores sãos).

Então, todas as medidas de prevenção são válidas e úteis para reduzir os índices da doença. Entre elas:

  • Evitar aglomerações e locais fechados, com pouca circulação de ar;
  • Lavar as mãos e evitar levá-las aos olhos e mucosas;
  • Cuidar com o compartilhamento de objetos;
  • Cuidar da saúde como um todo;
  • Evitar ficar próximo aos pacientes infectados.

São os bebês, idosos, pacientes com doenças crônicas e pessoas com imunidade debilitada que têm os maiores riscos de contrair a infecção. Por isso, os cuidados com a doença devem ser redobrados nesses grupos.

Além disso, adotar essas atitudes rotineiramente auxilia a reduzir os riscos de outras infecções e doenças, como gripes e conjuntivite.

Perguntas frequentes

O que são vacinas polissacarídicas e conjugadas?

As vacinas da meningite são produzidas com frações ou partes da bactéria morta (inativa), fazendo com que elas sejam bastante seguras por não haver possibilidade de multiplicação bactericida, o que causaria a doença.

Porém, a resposta imune tende a ser mais baixa e, por isso, geralmente é preciso 2 ou 3 doses para que o organismo fique adequadamente protegido.

Para produzir essas vacinas, são utilizados os polissacarídeos da estrutura da bactéria, mas ainda há uma diferença entre as polissacarídicas e as polissacarídicas conjugadas.

Enquanto o primeiro tipo não é eficaz para crianças abaixo de 2 anos e não induz imunidade por longo período, o segundo tipo (conjugada) apresenta resultados mais eficazes. Isso ocorre porque junto do polissacarídeo, há a conjugação de uma proteína transportadora.

Em geral, as vacinas polissacarídicas apresentam uma redução da imunização após 3 anos da aplicação e, a cada nova dosagem, os efeitos colaterais tendem a ser mais intensos com imunização menos eficaz.

Apesar de todas as vacinas para meningite serem produzidas com o agente inativo (polissacarídicas), há versões conjugadas e não-conjugadas. Confira sempre a informação com o fabricante.

Devo tomar ou dar para meu filho a vacina de meningite B?

A Sociedade Brasileira de Imunizações tem, em seu calendário, doses da vacina contra meningite B. Apesar de não ser oferecida pela rede pública, a imunização pode ser recomendada em casos de risco ou se houver surtos da doença.

No entanto, a vacina possui um alto valor de comercialização e, por isso, torna-se inacessível para grande parte da população. Caso haja a possibilidade, converse com o médico ou pediatra e avalie a necessidade da dose.

Por que o sistema público de saúde não fornece as outras vacinas para meningite?

As políticas públicas de prevenção, vacinação e assistência à saúde visam atender as demandas mais urgentes e imediatas.

O calendário de vacinação brasileiro é um dos mais completos do mundo, oferecendo uma série de vacinas capazes de proteger as crianças da principais doenças atuais.

Ao longo dos anos, as vacinas vão sendo incluídas e ajustadas ao calendário conforme a necessidade (casos, epidemias e óbitos).

Pacientes com AIDS ou HIV podem tomar vacina para meningite?

Sim. Sabe-se que as chances de contrair meningite em pacientes com AIDS ou HIV não são maiores do que em pacientes saudáveis, salvo se houver riscos específicos ou identificados.

Para a Sociedade Brasileira de Imunologia, nestes casos a recomendação a ser seguida é:

  • BCG: para todas as crianças (com HIV ou não) logo após o nascimento;
  • Haemophilus influenzae: aplicação normal de acordo com o calendário de vacinação;
  • Influenza e antipneumocócica: indicada para todos os pacientes com HIV.

Para as demais vacinas, é preciso conversar com o médico de acompanhamento.

Existe o risco de contrair meningite com essas vacinas?

Não. Vale lembrar que, apesar de serem produzidas com o agente infeccioso, as vacinas são bastante seguras, pois são produzidas com fragmentos das bactérias (ou seja, bactérias mortas).

Podem ocorrer reações à vacina resultantes do processo de imunização e criação de anticorpos, mas não são sintomas relacionados à meningite.

Há riscos de pegar meningite mesmo tomando todas as vacinas?

Sim. Infelizmente, as vacinas para a meningite reduzem consideravelmente os riscos de contrair a infecção, mas como diversos agentes infecciosos podem desencadear a doença, não é possível garantir a imunização contra todos eles.

Ao manter o calendário de vacinação em dia, você reduz consideravelmente as chances de apresentar meningite, pois vale lembrar que há vacinas não específicas que auxiliam na imunização (por exemplo, a BCG contra tuberculose que protege contra a meningite tuberculosa).

As vacinas são seguras e eficazes, desde que sejam seguidas as recomendações médicas.

Condições específicas do paciente, como reação imune, tempo de produção de anticorpos e sensibilidade do organismo podem influenciar no percentual de proteção, mas é importante ressaltar que, por exemplo, a meningite C teve quedas acentuadas nas taxas de infecção desde que a vacina entrou para o calendário de saúde pública.

A meningite pode atingir pessoas de qualquer idade?

Sim. As doença se manifestar de forma mais grave em crianças e idosos, mas todas as idades podem ser infectadas.

Se eu tiver contato com alguém doente e tomar a vacina logo em seguida, estarei protegido?

Não. Apesar dos sintomas geralmente demorarem para aparecer, a bactéria pode ter se instalado no organismo. Isso ocorre porque há o chamado período de incubação (nenhum sintoma se manifesta, mas a infecção já ocorreu).

Além disso, o organismo leva algum tempo para criar anticorpos contra a meningite. Por isso, o ideal é respeitar o tempo correto de vacinação e reduzir os riscos de infecção.

Pode administrar a vacina contra meningococo B junto com outras vacinas?

Sim. É possível que vacinas sejam aplicadas no mesmo dia. Há dosagens que são administradas juntas, para otimizar o processo de vacinação, diminuir as picadas e melhorar os níveis de cobertura (por exemplo, com as vacinas pentavalentes).

Mas é preciso sempre consultar um especialista e avaliar se as vacinas podem ser administradas conjuntamente.

Gestantes podem tomar a vacina?

Não há evidências que a administração de vacinas — sejam as com a bactérias inativada ou enfraquecia — causem riscos à gestante ou ao bebê.

Deve-se ter atenção nos casos de vacinas vivas (como as de sarampo, rubéola, caxumba, febre amarela e a BCG), pois pode haver contraindicação em gestantes.


A vacinação é um modo seguro e eficaz de reduzir a circulação de doenças e agentes infecciosos.

O calendário de vacinação sempre leva em consideração a região e o contexto epidemiológico da atualidade. Ou seja, cada local vai adequar as políticas de vacinação para oferecer a proteção mais efetiva à sociedade.

O sistema público de saúde fornece algumas das principais vacinas de forma gratuita, considerando inclusive casos especiais (como surtos de doenças ou pacientes em quadros de risco).

Por isso, ao manter a carteira de vacinação em dia, você garante mais saúde para você e para toda a sociedade.

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Fontes consultadas


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