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Vacina HPV: para que serve? Efeitos colaterais, dose e preço

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 16/08/2018Última atualização: 01/11/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 16/08/2018Última atualização: 01/11/2023
Ilustração de profissionais da saúde estudando o útero humano.A vacina protege contra a infecção provocada pelos principais subtipos do vírus HPV, desencadeando a produção de anticorpos por meio da utilização de um pseudo-vírus.
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A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenção contra o vírus do papilomavírus humano (human papiloma vírus), responsável por provocar verrugas genitais e complicações como o câncer do colo do útero e outros tipos de câncer.

Existem três tipos disponíveis de vacinas desenvolvidas para prevenção contra os principais subtipos do vírus e todas são aplicadas em forma de injeção por via intramuscular, no braço, e estão presentes no Calendário Nacional de Vacinação. 

As campanhas, que anteriormente não incluíam os meninos como público-alvo, agora são focadas em meninas e meninos de 9 a 14 anos. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos, incluindo-os dentro de programas nacionais de vacinação. 

Essa mudança tem como objetivo tentar evitar também os números relevantes de casos de câncer peniano e retal causados pelo HPV.

No caso das meninas, a preocupação em relação ao câncer cervical (câncer do colo do útero) é um dos principais motivos da campanha de vacinação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse câncer é o quarto mais comum em mulheres no mundo. 

O câncer cervical tira a vida de mais de 300.000 mulheres a cada ano em todo o globo, sendo atualmente a quarta forma mais frequente de câncer entre o sexo feminino. No Brasil, esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente em mulheres. 

O HPV também está associado a 90% dos casos de câncer anal, 71% dos casos de câncer de vulva e de pênis, e é responsável por 72% dos casos de cânceres de orofaringe.

O tipo de vacina oferecida pelo SUS, de forma gratuita, é a vacina quadrivalente. Ela é capaz de proteger contra os 4 tipos mais comuns do vírus HPV que circulam no país.

Sabe-se que a vacina é capaz de oferecer proteção duradoura, de até 10 anos. Sua aplicação é dividida em 2 a 3 doses, variando de acordo com a idade e condição específica de cada pessoa. Para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, a vacina é aplicada pelo SUS.

Pessoas com condições particulares, tais como aqueles que são portadores do vírus HIV, pacientes em tratamento contra o câncer, e aqueles que passaram por transplantes, também têm a recomendação de receber a vacina conforme o Calendário Nacional de Vacinação. 

No caso dos homens, a faixa etária abrange dos 9 aos 26 anos, enquanto para as mulheres, a vacinação é indicada dos 9 aos 45 anos.

Em clínicas particulares, a vacina é aplicada em homens e mulheres a partir de 9 anos, pois é uma fase em que a resposta às vacinas é muito alta e corresponde, na maioria, a uma fase em que as pessoas ainda não tiveram contato com o vírus.

Continue a leitura e esclareça outras dúvidas sobre a vacina!

Índice - neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é HPV?
  2. Como funciona a vacina?
  3. Tipos de vacina
  4. Efeitos colaterais
  5. Prevenção além da vacinação
  6. Perguntas frequentes

O que é HPV?

O HPV (human papiloma virus, em inglês) é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo vírus do papiloma humano. É responsável por infectar cerca de 80% das pessoas sexualmente ativas, afetando as mucosas da região genital, oral e anal.

Existem mais de 150 tipos de variações deste vírus, sendo a maioria associados a lesões benignas. Contudo, há 12 subtipos relacionados a complicações graves, como o câncer no colo do útero, orofaringe, câncer reto-anal e de pênis.

Os 12 subtipos de HPV considerados cancerígenos são os HPV 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59. A forma mais comum de transmissão do vírus acontece durante relações sexuais desprotegidas, podendo ser transmitida pelo contato oral-genital e genital-genital. 

A transmissão ocorre pelo contato com as mucosas, mesmo quando não há penetração. Por isso, ainda que o uso de preservativos seja feito, não significa que o risco de contaminação esteja eliminado. 

Dependendo do tipo do vírus que tenha infectado o paciente, os sintomas podem ser diferentes, podendo causar verrugas em várias partes do corpo. 

O HPV pode ser diagnosticado por um médico ginecologista, urologista, infectologista, dermatologista ou clínico geral. Em alguns casos, os pacientes portadores do vírus não chegam a receber o diagnóstico, pois não é sempre que a infecção manifesta sintomas. 

Em casos mais graves, o HPV provoca cânceres genitais que, para ser diagnosticado, é necessário exames laboratoriais, tais como a biópsia de tecidos com suspeita de infecção, teste genético PCRpapanicolaucolposcopia (exame de aplicação de ácido no colo do útero para identificar tumores).

O HPV é uma doença que não possui cura clínica, mas pode possuir cura espontânea em alguns casos, quando o sistema imunológico do paciente é capaz de eliminar o vírus sozinho.

Durante esse período, o vírus tenta se reproduzir e é nesse momento que o sistema imunológico pode vencê-lo. Além disso, essa doença pode ser tratada e prevenida. A principal forma de prevenção é a vacina.

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Como funciona a vacina?

A vacina previne a infecção causada pelos principais subtipos do vírus HPV, pois é capaz de induzir a produção de anticorpos através do uso de um pseudo-vírus. Não é usada como tratamento, por isso deve ser aplicada de acordo com o calendário de vacinação.

É uma vacina considerada segura e com um risco pequeno de efeitos colaterais. Por não ser produzida com o vírus, mas sim com uma espécie de cópia do vírus HPV criada através de um fungo, não oferece também nenhum risco de provocar uma infecção.

Existem 3 tipos principais de vacinas profiláticas contra o HPV, sendo elas as vacinas bivalente, quadrivalente e nonavalente. Esse tipo de vacina tem ação ao estimular uma resposta imunológica no organismo com base no contato com partículas semelhantes ao vírus.

Dessa forma, promove a produção de anticorpos para que sejam liberados na mucosa genital, impedindo assim a infecção e prevenindo também o câncer do colo do útero nas mulheres.

Doses

O número de doses é diferente de acordo com a idade e o tipo da vacina. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), as doses devem ser administradas da seguinte forma, considerando a vacina quadrivalente (oferecida pelo SUS):

  • Meninos e meninas de 9 a 14 anos: 2 doses com um intervalo de seis meses;
  • A partir dos 15 anos: 3 doses com intervalo de um a dois meses após a primeira e seis meses após a primeira;
  • Pessoas imunodeprimidas por doença ou algum tratamento, independente da idade: 3 doses com intervalo de um a dois meses após a primeira e seis meses após a primeira.

No entanto, é importante saber que há algumas exceções e que essas recomendações de idade e doses podem variar. Por isso, é essencial que as pessoas busquem uma orientação médica para verificar essas particularidades.

Gestantes

Mulheres grávidas não são aconselhadas a receber a vacina. Se uma mulher começou o processo de vacinação e depois ficou grávida, ela deve esperar até o nascimento do bebê para continuar o esquema de vacinação.

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Tipos de vacina

Existem dois tipos disponíveis de vacinas profiláticas contra o HPV usadas no Brasil e em outros países no mundo, todos eles protegem contra os tipos 16 e 18, responsáveis por causar a maioria dos cânceres relacionados ao vírus HPV. Veja a seguir, de forma mais detalhada, os tipos de vacina contra o HPV:

  • Bivalente (HPV2) ou Cervarix: responsável por oferecer proteção contra lesões e alguns cânceres, incluindo o câncer do colo do útero. Pode ser aplicada em meninas a partir dos 9 anos. Prevenindo contra os subtipos 16 e 18 do vírus;
  • Quadrivalente (HPV4) ou Gardasil: protege contra os subtipos 16, 18, mas também oferece proteção contra os subtipos 6 e 11. Disponibilizada de forma gratuita pelo SUS para adolescentes de 9 a 14 anos de ambos os sexos; 
  • Nonavalente ou Gardasil 9: possibilita prevenção contra os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58, 6, 11, 16 e 18. A vacina nonavalente demonstra uma eficácia notavelmente alta, aproximando-se de 100%.

Leia mais: Remédios para HPV com Menor Preço | CR 

Efeitos colaterais

Ilustração de uma enfermeira aplicando a vacina da HPV em um paciente.
Assim como outras vacinas, a vacina contra o HPV também pode provocar alguns efeitos colaterais. No entanto, na maioria das pessoas que recebem a imunização não apresentam nenhum sintoma ou manifestam sinais mais brandos, como dores leves no braço que receberam a injeção.

Além dessa dor no local, outros sintomas que a vacina pode provocar são:

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Prevenção além da vacinação

A vacina é a melhor forma de se prevenir contra o vírus HPV, no entanto, junto a essa medida, outros cuidados devem ser tomados para evitar a infecção e para impedir que o vírus seja espalhado. Alguns deles incluem:

  • Uso de preservativo;
  • Exames preventivos, como papanicolau;
  • Ir ao ginecologista urologista regularmente;
  • Manter um estilo de vida saudável, isso inclui uma alimentação saudável, exercícios e higiene adequada;
  • Higiene de peças de roupa e brinquedos sexuais.

Leia mais: Preservativo (camisinha): masculino, feminino e como usar 

Perguntas frequentes

Por que a vacina é indicada em meninos e meninas com idade até 14 anos?

De acordo com o Ministério da Saúde, estudos realizados com pacientes portadores do HPV mostraram que a maior incidência de infecções ocorrem logo após o início da vida sexual.

Além disso, como comprovado em estudos, a eficácia da vacina em meninas e meninos nessa idade é maior. Isso porque o sistema imunológico responde melhor nessa faixa etária, em apenas 2 doses. 

Por isso, em pessoas mais velhas são recomendadas 3 doses para se ter uma resposta semelhante. 

No entanto, mesmo após essa idade considerada ideal, as pessoas que não receberam nenhuma dose também devem se vacinar. No SUS, a campanha visa crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, mas é possível tomar a vacina em clínicas particulares.

A vacina da HPV oferece proteção contra o câncer do colo do útero para mulheres de todos os grupos raciais e étnicos?

Sim. A proteção oferecida pela vacina é alta para todas as mulheres, independente de raça ou etnia. A vacina é pensada para combater os principais subtipos responsáveis por provocar o câncer cervical, como os tipos 16 e 18.

Por que as doses são diferentes dependendo da idade?

As doses da vacina HPV podem variar de 2 a 3 doses de acordo com a idade, pois estudos mostram que a eficácia da imunização é maior quando a vacina é aplicada na faixa etária de 9 a 14 anos.

Há também evidências de que as duas doses administradas nesse período, com um intervalo de 6 meses, funcionam tão bem quanto as três doses administradas em adolescentes mais velhos e adultos.

Por isso, após os 15 anos é necessário a administração de 3 doses, para ter uma eficácia maior.

Qual vacina contra HPV é oferecida no SUS?

A vacina HPV quadrivalente foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2014 e está disponível e disponibiliza essa vacina para meninas e meninos com idades entre 9 e 14 anos. O esquema de vacinação consiste em duas doses, com um intervalo de seis meses entre elas.

A vacina dispensa a necessidade de usar camisinha?

Não. A vacinação protege apenas contra alguns subtipos do vírus HPV, mas não previne contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilisherpes genital e AIDS, por exemplo. Dessa forma, o uso de preservativos é indispensável.

Adultos podem se vacinar?

Sim, a vacina pode ser aplicada também em adultos, mesmo que este não seja o público-alvo. As campanhas visam os adolescentes, pois entende que a melhor estratégia para barrar o contato com o vírus é aplicando a vacina antes do início da vida sexual.

Porém, nada impede que os adultos recebam a vacina também. Também é importante ressaltar que a vacina não é capaz de curar, somente prevenir. Por isso, se o adulto já ter sido exposto a algum subtipo do vírus a vacina não será capaz de mudar isso. No entanto, poderá proporcionar proteção contra os outros subtipos.

Por que os meninos precisam se vacinar contra o HPV?

A vacina contra o HPV deve ser aplicada em homens e meninos para que estejam protegidos contra as verrugas genitais e dos tipos de câncer do ânus, pênis, garganta e boca.

Essas complicações também estão relacionadas às infecções causadas pelos subtipos 16, 18, 6 e 11. A prevenção do HPV é de extrema importância para evitar o desenvolvimento de câncer na fase adulta. 

Posso tomar a vacina mesmo já tendo vida sexual ativa?

Sim. Levando em conta que a vacina não é capaz de curar a infecção causada pelo HPV, o risco é maior nesses casos. No entanto, é importante receber a vacina mesmo assim, para se prevenir de outros subtipos, caso já tenha sido exposto a algum subtipo.

As mulheres vacinadas devem continuar mantendo uma rotina preventiva de exames contra o câncer do colo do útero?

A vacina não exclui a necessidade de realizar anualmente exames preventivos, tais como o Papanicolau. Além disso, a vacina não previne contra todos os tipos de vírus que podem causar o câncer no colo do útero.

Para as mulheres que não receberam a imunização, essa investigação é ainda mais necessária.


A vacina contra o HPV, além de ser uma forma eficaz de prevenção contra uma doença sexualmente transmissível, é a principal ferramenta para combater complicações como o câncer do colo do útero e outros tipos de câncer. 

Neste artigo, buscamos esclarecer as dúvidas mais comuns em relação à vacina e ao vírus em si. Acompanhe o site e redes sociais do  Minuto Saudável para mais conteúdo como este. Agradecemos a leitura!


  1. Vacina contra HPV está disponível para adolescentes nas Unidades Básicas de Saúde — Prefeitura Municipal de Contagio;
  2. Guia-prático-hpv-2013 —INCA;
  3. Vacina contra o papilomavírus humano —Manual MSD;
  4. Quais as diferenças entre os tipos de vacina existentes contra o HPV? —Fiocruz; 
  5. Usando testes de HPV para rastreamento de câncer cervical e gerenciamento de mulheres com HPV positivo —Biblioteca Virtual em Saúde MS. 
Imagem do profissional Karina Chiuratto
Este artigo foi escrito por:

Me. Karina Chiuratto

CFR/PR: 26256CompletarLeia mais artigos de Me. Karina
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