A tuberculose é uma infecção bacteriana causada pela Mycobacterium tuberculosis, também conhecida por Bacilo de Koch.

Os principais sintomas da doença são: febre, fadiga, sudorese noturna, perda de apetite, falta de ar e tosse, que pode estar acompanhada de secreções contendo sangue.

A infecção ocorre através da inalação de gotículas de saliva expelidas por meio da tosse de pacientes infectados.

Por isso, os riscos de se adquirir a doença aumentam em locais fechados e com baixa circulação de ar.

Segundo dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017, de 10 milhões de casos de tuberculose registrados no mundo, 1,6 milhões foram fatais, superando até mesmo o número de mortes por AIDS.

Nesse mesmo ano, foram registrados em torno de 4,5 mil mortes por tuberculose no Brasil — muitas delas verificadas em pacientes portadores do HIV — número que fez com que a OMS colocasse o país na lista de nações prioritárias para o combate à doença.

Quer saber mais a respeito da doença?

Acompanhe o artigo até o final e saiba suas principais características, formas de prevenção e tratamentos disponíveis!


Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é tuberculose?
  2. Tipos de tuberculose
  3. O que é tuberculose miliar (extrapulmonar)?
  4. Causa: Mycobacterium tuberculosis
  5. Transmissão: como acontece o contágio?
  6. Grupos de risco
  7. Sintomas da tuberculose pulmonar
  8. Sintomas da tuberculose miliar
  9. Como é feito o diagnóstico?
  10. Exames
  11. Tuberculose tem cura?
  12. Como é o tratamento?
  13. Medicamentos
  14. Convivendo
  15. Prognóstico
  16. Quais as complicações da tuberculose?
  17. Prevenção: como proteger-se?
  18. Vacina contra tuberculose (BCG)
  19. Tuberculose bovina
  20. Perguntas frequentes

O que é tuberculose?

A tuberculose designa um grupo de doenças infecto-contagiosas que afetam os tecidos de diversos órgãos do corpo humano.

Ela acomete inicialmente os pulmões, podendo alastrar-se para outros órgãos caso o paciente não procure tratamento médico.

Os tipos da doença dependem da região que afeta, podendo ser os pulmões ou diversos outros órgãos, como coração e intestino.

A forma pulmonar tem como principais sintomas: febre e sudorese noturna, falta de ar, indisposição física, perda de apetite, dor torácica e tosse — a qual pode ser seca ou apresentar secreção contendo pus e sangue.

O agente etiológico da doença é uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis e a sua transmissão se dá por via direta de pessoa a pessoa.

Ou seja, a contaminação ocorre por meio da inalação de gotículas de saliva dispostas no ar.

Já os demais tipos (extrapulmonar ou miliar) não podem ser transmitidos entre pessoas.

A tuberculose tem cura e seu tratamento envolve o uso combinado de antibióticos.

No CID-10 você pode encontrar a doença sob o código A15.0 Tuberculose pulmonar, com confirmação por exame microscópico da expectoração, com ou sem cultura.

Tipos de tuberculose

A tuberculose apresenta 2 tipos principais, sendo o pulmonar o mais frequente.

Se não for devidamente tratada, a infecção pulmonar pode comprometer outros órgãos, dando origem a uma série de quadros chamados de tuberculose miliar ou extrapulmonar, que são o 2º tipo da doença.

Cada um pode, ainda, ser subdividido em outras formas de manifestação. Saiba mais:

Tuberculose pulmonar

É a forma mais comum da doença e inicia-se com a fixação da M. tuberculosis nos alvéolos pulmonares.

Após penetrar no hospedeiro, ou seja, no paciente, por meio das vias aéreas superiores (nariz e garganta), essa bactéria alcança os pulmões e inicia seu processo de multiplicação, o que gera a necrose dos tecidos.

A tuberculose pulmonar se divide em:

    • Primária: afeta indivíduos que não tenham sido previamente expostos ao bacilo (agente causador), sendo mais comum na infância, fase em que o sistema imunológico ainda não se encontra totalmente desenvolvido.
    • Secundária:pode ocorrer tanto devido a uma nova infecção quanto em decorrência da reativação de bacilos que tenham se mantido no organismo.

Tuberculose ganglionar

Mais comum em crianças e portadores do HIV soropositivos. Pacientes com esta forma da doença podem apresentar dor e inchaço dos gânglios, que são glândulas linfáticas localizadas no pescoço.

Tuberculose pleural

É a forma extrapulmonar mais comum em portadores do HIV soronegativos. Além dos sintomas mais gerais, geralmente há dor na região torácica.

Meningite tuberculosa

Caracteriza-se pela infecção das membranas que envolvem o sistema nervoso central.

Tuberculose Intestinal

É um subtipo bem raro que pode ser transmitido por meio da ingestão de leite não pasteurizado e contaminado pelo M. bovis, ou resultar de complicações da tuberculose pulmonar.

Os sintomas mais característicos são febre e diarreia.

Tuberculose óssea

Afeta as articulações e ossos, sobretudo os da coluna (vértebras) e os longos, como os das coxas, causando dores nessas regiões. É mais comum em crianças e adultos a partir dos 40 anos.

Tuberculose cutânea

É a forma mais rara de tuberculose extrapulmonar, com apenas 1,4% de casos registrados.

Caracteriza-se pelo surgimento de nódulos avermelhados na pele. Em adultos, pode ser causada pela vacina BCG caso o paciente lesione a área de aplicação da vacina, em casos recentes da vacinação.

Nesses quadros, a tuberculose cutânea provoca erupções na pele que se assemelham a feridas e lesões.

Lembrando que as tuberculoses não pulmonares, como a cutânea, não é contagiosa.

O que é tuberculose miliar (extrapulmonar)?

A Tuberculose miliar ou extrapulmonar consiste no conjunto de doenças que derivam da tuberculose pulmonar, em casos que a bactéria afeta outros órgãos ou se instala fora dos pulmões.

Esses tipos não têm riscos de transmissão, logo que o paciente não libera agentes pela saliva.

Causas: mycobacterium tuberculosis

A tuberculose é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis, também conhecida por Bacilo de Koch. Esse bacilo pertence ao gênero Mycobacterium, do qual também faz parte a M. bovis, causadora da tuberculose em bovinos.

Em países desenvolvidos, a infecção em humanos é causada exclusivamente pela M. tuberculosis, embora a contaminação por M. bovis em humanos ainda ocorra em nações subdesenvolvidas.

Nesses casos, a transmissão se dá por meio da ingestão de leite não pasteurizado, causando tuberculose gastrointestinal.

A M. tuberculosis é um microrganismo aeróbio obrigatório, ou seja, assim como os seres humanos, só vive na presença de oxigênio.

Essa é a razão pela qual após infectar o organismo do hospedeiro, o bacilo inicialmente se instala nos alvéolos pulmonares, já que é uma região altamente oxigenada.

Como essa bactéria apresenta crescimento lento, seu período de incubação no organismo leva em média de 4 a 12 semanas.

A M. tuberculosis é sensível à luz solar e pode ter seu contágio diminuído em locais naturalmente iluminados e com bastante circulação de ar.

Transmissão: como acontece o contágio?

Quando um paciente com tuberculose pulmonar fala, espirra ou tosse, ele libera no ar gotículas de saliva contendo a bactéria M. tuberculosis.

Essas gotículas contendo o bacilo acabam sendo inaladas por outras pessoas e levadas até os pulmões por meio da respiração.

Uma vez alojada nos tecidos pulmonares, a bactéria passa a se reproduzir dando origem a novas bactérias.

Quando o sistema imunológico do paciente consegue impedir o desenvolvimento da doença, os bacilos podem permanecer no organismo na forma latente.

Isso significa que não há desenvolvimento de sintomas nem transmissão da doença.

Como o período de incubação da bactéria dura em torno de 4 a 12 semanas, os sintomas podem surgir dentro desse período.

O que inicia também a fase de transmissão da doença, que pode durar por um longo tempo caso o paciente não procure ajuda médica.

Quando há acompanhamento profissional e uso de antibióticos, o contágio tende a cessar após 2 ou 3 semanas.

Grupos de risco

Entre os fatores que elevam a suscetibilidade à infecção estão:

  • HIV: indivíduos soropositivos são de 20 a 30 vezes mais propensos a desenvolver a doença devido ao fato de terem seu sistema imunológico comprometido;
  • Diabetes: pessoas com doenças crônicas como o diabetes podem ter dificuldade de resposta no tratamento contra a tuberculose;
  • Tabagismo: por afetar mais frequentemente os pulmões, pacientes com tabagismo acabam ficando mais vulneráveis à contração da doença, uma vez que o uso do tabaco prejudica os tecidos pulmonares.

Além disso, pessoas que convivem com portadores da doença ativa, circulam em hospitais ou em locais aglomerados estão mais suscetíveis ao contato com a bactéria.

Sintomas da tuberculose pulmonar

Os sintomas da tuberculose variam dependendo do subtipo ao qual pertencem. Nos casos de tuberculose pulmonar os traços mais característicos são:

Tosse

A tosse persistente é um dos sintomas mais característicos da tuberculose, podendo manifestar-se em sua versão seca ou com secreções contendo muco, pus e sangue.

É também o meio pelo qual as cepas do bacilo de Koch se propagam pelo ar, infectando outros indivíduos.

Porém, é importante ressaltar que os sintomas da doença variam dependendo do órgão acometido.

Dessa forma, embora a tosse seja o sintoma mais associado à tuberculose, ela nem sempre está presente no quadro sintomático.

Leia mais: Pneumonia ou tuberculose? Saiba como diferenciar as doenças

Falta de ar

Quando as bactérias alojadas nos pulmões degradam os tecidos dos órgãos, há a formação de secreções que obstruem as vias respiratórias.

Como consequência, o paciente pode ter falta de ar e, consequentemente, cansaço e pouca disposição física.

Febre e sudorese noturna

A febre é um sintoma recorrente em várias doenças infecciosas. Isso acontece porque ela atua como um mecanismo natural de defesa do nosso organismo.

Ao detectar a presença de agentes, como bactérias e vírus, ocorre o aumento da temperatura corporal, devido à tentativa do corpo de eliminar a infecção mais rapidamente.

Mas, além disso, o aumento da temperatura também impede o crescimento das bactérias que invadem nosso corpo, pois elas se desenvolvem melhor em temperatura ambiente.

A elevada taxa de transpiração normalmente aparece como efeito do aquecimento do organismo, porém, em alguns casos a sudorese pode ocorrer na ausência de febre.

Dor torácica

A dor torácica geralmente aparece associada ao esforço que o doente faz quando tosse.

Em quadros mais graves pode ser sintoma do rompimento do pleura, que consiste em uma membrana que recobre os pulmões. Quando ela rompe, pode ocorrer presença de água nos pulmões.

Perda de apetite

A perda de apetite se relaciona aos demais sintomas de mal estar, podendo acentuar-se no início do tratamento em decorrência de desconfortos estomacais causados pelo uso de antibióticos.

Sintomas da tuberculose miliar

A tuberculose miliar (ou extrapulmonar) apresenta sintomas em comum com a tuberculose pulmonar, como febre, dor, cansaço e perda de apetite.

Porém, além deles, podem haver outros sintomas relacionados ao órgão afetado.

Os mais comuns são:

  • Dor no peito e dificuldade de respirar (tuberculose pleural e pneumonia tuberculosa);
  • Dor e inchaço das glândulas do pescoço (tuberculose ganglionar);
  • Dores de cabeça e na face (meningite tuberculosa);
  • Dor nos ossos e articulações (tuberculose óssea);
  • Diarreia (tuberculose intestinal);
  • Lesões cutâneas (tuberculose cutânea).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da doença geralmente é feito pelo médico clínico geral ou pneumologista, e é obtido por meio de uma série de exames laboratoriais.

A primeira etapa consiste no exame físico feito no próprio consultório médico, momento em que o profissional fará uma série de perguntas acerca dos sintomas observados pelo paciente.

Como a tuberculose apresenta sintomas parecidos com os da gripe, é importante que, além do exame clínico, o quadro seja confirmado por meio de exames laboratoriais.

Assim, o médico solicitará que o paciente colete determinado conteúdo (como as secreções expelidas pela tosse) para que seja investigada a presença do bacilo.

Exames

O profissional médico poderá solicitar exames para confirmar a doença e indicar o melhor tratamento.

O conteúdo coletado para a análise laboratorial varia de acordo com o quadro clínico apresentado pelo paciente.

Em casos de tuberculose pulmonar, os mais comuns são:

  • Coleta do escarro;
  • Tecido brônquico e alveolar;
  • Tecido pulmonar.

Quando o paciente já apresentar a forma extrapulmonar da doença, a coleta pode envolver:

  • Sangue;
  • Líquidos pleural ou sinovial (dos pulmões ou articulações);
  • Secreções ganglionares ou fragmentos de tecidos (cutâneos ou retirados de órgãos).

Exame de sangue

O exame de sangue para a tuberculose, conhecido como IGRA (Interferon Gama Release Assay) pode ser feito para detectar se o paciente apresenta cepas do bacilo na corrente sanguínea.

Quando a pessoa está infectada, o sistema imunológico produz uma substância chamada interferon gama, que serve para ativar as células responsáveis por eliminar os microrganismos do corpo.

Nesse exame, a presença da bactéria causadora da tuberculose é medida de acordo com a quantidade de interferon gama produzida pelo organismo.

Assim como nos outros tipos de exame de sangue, o paciente deve estar em jejum para a coleta. O exame consiste em uma retirada simples de amostra sanguínea.

Teste radiológico

Consiste na radiografia do tórax do paciente com suspeitas de infecção, sendo um dos exames mais solicitados pelos especialistas.

A radiografia é retirada por meio do posicionamento da máquina na região dos pulmões do paciente, de forma indolor e não invasiva.

Durante o procedimento, pode ser necessário que paciente fique em uma posição específica, respire fundo ou segure a respiração por alguns segundos.

Esse tipo de teste é contraindicado para gestantes.

Baciloscopia do escarro

O teste de baciloscopia é realizado por meio da coleta e análise de catarro expelido na tosse de pacientes com suspeita de tuberculose. Ele é feito para verificar se a pessoa está infectada com o bacilo de Koch.

Para a análise, são coletadas 2 amostras, que devem ser realizadas em 2 dias seguidos, sempre na parte da manhã. O paciente não precisa estar em jejum para o exame.

A coleta de escarro pode ser realizada de duas maneiras:

  • Coleta espontânea: quando o próprio paciente expele a secreção no momento da tosse;
  • Coleta induzida: utilizada quando o paciente apresenta tosse seca e não consegue expelir catarro espontaneamente. É feita a partir da inalação de um medicamento que facilita a coleta (nebulização de salina hipertônica), durando entre 5 e 20 minutos.

A coleta pode ser realizada em casa pelo próprio paciente, desde que ele siga as orientações dadas pelo profissional de saúde, que vão desde a higienização bucal até a forma correta de expelir o escarro no recipiente de coleta.

Teste cutâneo da tuberculina (PPD)

A tuberculina é uma substância injetável contendo o cultivo de 7 cepas do bacilo de Koch esterilizadas.

Ela é aplicada por via intradérmica (aplicação nas camadas superficiais da pele) no antebraço esquerdo do paciente para medir a resposta imune aos antígenos contidos na substância.

A forma latente da doença é diagnosticada caso haja hipersensibilidade cutânea à tuberculina, ou seja, uma reação inflamatória no local da aplicação.

O resultado pode levar de 3 a 12 semanas para ficar pronto.

Vale destacar que o teste da tuberculina pode ter seu resultado alterado caso o paciente tenha recebido a vacina BCG há menos de 3 anos.

Broncoscopia

A broncoscopia é um exame para analisar as traqueias, os brônquios e os pulmões do paciente de forma mais direta (estruturas do sistema respiratório).

Ele consiste na utilização de um tubo (broncoscópio) contendo uma câmera em sua extremidade.

O exame é uma alternativa para pacientes que apresentam suspeita de tuberculose embora tenham recebido resultado negativo no teste de baciloscopia.

Também pode ser recomendado em casos onde há expectoração de sangue na tosse e quando o raio-X dos pulmões apresenta alterações.

O procedimento é feito com auxílio de anestesia local e dura em média 20 minutos.

De forma geral, a recuperação do exame é rápida e não envolve complicações. Porém, alguns pacientes podem apresentar desconforto e expectorar pequenas quantidades de sangue após o procedimento.

Tuberculose tem cura?

Sim. E além de ter cura, o tratamento é totalmente gratuito! Porém, para que a cura seja alcançada é fundamental que o paciente siga as orientações do médico especialista à risca, fazendo o tratamento até o fim e tomando a dose correta da medicação.

Como é o tratamento?

O tratamento para a doença dura em média de 6 a 9 meses e baseia-se no uso combinado de alguns antibióticos, feito sempre com acompanhamento médico.

Além do tratamento com remédios, especialistas recomendam que pacientes com tuberculose mantenham uma dieta equilibrada para aumentar a imunidade.

Repouso e cuidados com a saúde em geral também são ótimas alternativas para aliviar os sintomas.

Antibióticos

O tratamento médico geralmente é feito por meio de 4 antibióticos diferentes.

A associação medicamentosa é feita para diminuir a taxa de mutabilidade dos bacilos, que ao se multiplicarem no organismo do hospedeiro, podem gerar linhagens de cepas resistentes a esses fármacos.

Se isso ocorrer, o paciente não apresentará melhoras dos sintomas, adquirindo uma condição conhecida como tuberculose multirresistente a medicamentos.

Assim, para evitar essa condição, o tratamento geralmente segue o seguinte esquema: nos 2 primeiros meses, o médico prescreve o uso associado de 4 medicamentos antibióticos.

Nos próximos 4 ou mais meses que se seguem, o paciente reduz para 2 medicamentos.

A combinação dos medicamentos mantidos na segunda fase do tratamento depende muito da resposta individual de cada paciente.

De acordo com a Secretaria de Saúde, o tratamento com antibióticos realizado ao longo de 9 meses se mostrou mais eficaz, contudo, o paciente não deve prolongar o uso desses medicamentos sem indicação do especialista!

Além dos antibióticos, é comum que médicos prescrevam medicamentos inalatórios e xaropes para atenuar os efeitos da tosse.

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Acompanhamento

Diante dos altos índices de abandono do tratamento para a tuberculose, o Ministério da Saúde passou a oferecer acompanhamento para pacientes com mais de 10 anos.

O acompanhamento é gratuito e consiste em pelo menos 2 avaliações mensais, uma feita pelo médico e outra por enfermeiros ou demais profissionais da saúde.

Nessas avaliações, os profissionais dão orientações e solicitam exames, como a baciloscopia, para saber se a medicação está agindo adequadamente.

Como o tratamento é longo, esse acompanhamento é feito durante 6 meses. A frequência das visitas ao médico pode ser aumentada a depender da gravidade dos sintomas apresentados pelo paciente.

Medicamentos

Entre os principais medicamentos utilizados no tratamento estão:

Importante: a rifampicina pode interferir no efeito da pílula anticoncepcional, sendo fundamental que mulheres informem o médico caso façam uso da pílula. Da mesma forma, médicos devem orientar as pacientes sobre essa interação medicamentosa.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Convivendo

Foi diagnosticado ou tem algum familiar com tuberculose? Fique tranquilo! Com alguns cuidados básicos do cotidiano será possível não só aliviar os sintomas da doença, como também curá-la.

Faça uso correto da medicação

Se você fizer o uso correto dos antibióticos prescritos pelo seu médico, será possível obter melhora significativa do quadro sintomático em um período curto de tempo.

É verdade que os medicamentos utilizados no tratamento podem causar efeitos colaterais bem incômodos, como dores no estômago. Porém, é importante que você não deixe de fazê-lo, pois ele é fundamental para a sua cura!

Repouse

O repouso é muito importante para a recuperação do paciente com tuberculose.

É muito comum que os sintomas da doença causem falta de ar e indisposição física. Por isso, dê um tempo ao seu corpo e procure descansar.

O paciente pode continuar convivendo com a família, sendo muito importante que ela participe do tratamento, incentivando o uso correto da medicação.

Esses pequenos cuidados podem tornar a rotina mais leve, além de diminuir os riscos de transmissão para outros indivíduos.

Siga o tratamento até o fim

É muito comum que logo nos primeiros meses de tratamento haja o desaparecimento de alguns sintomas, como tosse, febre e indisposição.

Em decorrência disso, muitas pessoas acabam abandonando o tratamento na ilusão de já estarem curadas, o que acaba comprometendo ainda mais a saúde.

Porém, ao interromper a medicação, algumas bactérias mais resistentes podem permanecer no organismo do paciente, multiplicando-se e agravando o estado da doença.

Por isso, confie no seu médico e leve o tratamento até o fim!

Prognóstico

A maioria dos pacientes sem doenças autoimunes apresenta grandes chances de recuperação já nos primeiros meses após o início do tratamento medicamentoso.

Contudo, a cura só pode ser alcançada se a terapia for levada até o fim!

Portadores do HIV acabam correndo mais riscos com a doença, inclusive crianças. Assim, o cuidado deve ser redobrado!

Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, pessoas com imunodeficiência adquirida são as que mais morrem em decorrência da tuberculose no Brasil, sendo fundamental que procurem o médico já nos primeiros sintomas.

Quais as complicações da tuberculose?

Caso o sistema imunológico do paciente falhe no combate à bactéria que afeta o pulmão, ela pode se propagar para outros órgãos e tecidos através das correntes sanguínea e linfática.

Quando isso ocorre, o doente pode desenvolver outros casos clínicos graves, como a tuberculose miliar e outras condições.

Entre as complicações da tuberculose estão:

Disseminação da bactéria (tuberculose miliar)

A tuberculose miliar é um tipo de tuberculose, mas é também uma complicação da pulmonar.

Ela ocorre quando a bactéria causadora da doença sai dos pulmões por meio da corrente sanguínea e se espalha para outros órgãos e tecidos do corpo.

Os tipos da doença miliar são:

  • Tuberculose pleural;
  • Pneumonia tuberculosa;
  • Tuberculose ganglionar;
  • Meningite tuberculosa;
  • Tuberculose óssea;
  • Tuberculose intestinal;
  • Tuberculose cutânea.

Insuficiência renal aguda

A insuficiência renal ocorre quando os rins perdem a capacidade de filtrar o sangue, condição que também se relaciona à dispersão da bactéria causadora da tuberculose pela corrente sanguínea.

Sangramento digestivo

O sangramento digestivo é um sintoma avançado da tuberculose intestinal que consiste no aparecimento de sangue nas fezes do paciente.

Assim como a insuficiência renal aguda, o sangramento digestivo é mais comum em pacientes com problemas autoimunes.

Choque séptico

O choque séptico consiste em uma reação inflamatória generalizada causada pelo sistema imunológico em resposta à invasão de microrganismos na corrente sanguínea.

Quando bactérias ou vírus se espalham pelo organismo afetando diversos órgãos, o sistema imunológico reage liberando substâncias que causam infecções na tentativa de eliminar essas bactérias.

Essas infecções causam sintomas e reações, como a febre.

Porém, quando inflamações em diversos locais do corpo, a condição é chamada de choque séptico, em que há riscos à vida do paciente.

Falência múltipla dos órgãos

Ocorre quando os microrganismos se espalham de modo generalizado pelos organismo, afetando o funcionamento dos órgãos.

É a complicação mais grave da tuberculose, sendo mais comum em pacientes com doenças autoimunes congênitas ou adquiridas.

Contudo, essa condição também pode acometer pacientes sem problemas autoimunes caso não haja tratamento da tuberculose.

Prevenção: como proteger-se?

A tuberculose pode ser prevenida a partir de uma série de medidas que, se aplicadas conjuntamente, podem diminuir consideravelmente o número de incidências na população. Entre elas:

Vacine-se

A principal forma de prevenir a tuberculose consiste na imunização da população. A vacina BCG deve ser aplicada logo na primeira infância (idade que vai dos 0 aos 5 anos).

Crianças soropositivas ou filhas de pais soropositivos devem recebê-la o mais cedo possível, exceto nos casos em que apresentam sintomas claros de baixa imunidade.

No geral, a vacina BCG é mais eficaz como proteção contra a tuberculose miliar, mas deve sempre ser tomada como forma de reforço imunitário.

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Além da vacinação, há outras formas mais simples de prevenir a doença:

Alimente-se bem

Uma alimentação equilibrada é essencial para o fortalecimento do sistema imunológico, pois é ele o responsável por impedir a entrada ou combater microrganismos no nosso corpo.

Em conjunto com a vacinação, a quantidade certa de vitaminas, proteínas e demais nutrientes ajuda a combater infecções.

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Tenha bons hábitos de higiene

Lavar bem as mãos antes de comer e depois de ir ao banheiro também evita que o organismo fique exposto a microrganismos causadores de doenças.

Além disso, quando a pessoa já se encontra infectada, todo cuidado é pouco. É fundamental que ela tome medidas preventivas para evitar a propagação da doença.

Evite aglomerações

Como a tuberculose pulmonar é transmitida por meio do ar, é importante não permanecer em locais com pouca ventilação e alta circulação de pessoas.

Pacientes que já desenvolveram a doença devem usar máscaras cirúrgicas ou cobrir a boca no momento da tosse para evitar que o bacilo seja lançado no ar.

Pessoas que tiveram contato com doentes devem comparecer à unidade de saúde mais próxima para que sejam examinadas por profissionais.

Vacina contra tuberculose (BCG)

A vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin) tem como princípio ativo cepas vivas atenuadas do bacilo M. bovis, que assim como a M. tuberculosis, pertence ao gênero Mycobacterium.

Quando aplicada na forma atenuada em humanos, ela atua prevenindo as formas mais graves da doença em crianças, chegando a ter 80% de eficácia contra a tuberculose miliar e 33% contra a pulmonar.

A BCG é distribuída gratuitamente pelo Ministério da Saúde e faz parte do calendário de vacinação.

Porém, é contraindicada para:

  • Pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida, tais como portadores do HIV que apresentam quadro sintomático;
  • Pessoas que tenham recentemente recebido a dose de outra vacina contendo microorganismos vivos, como a de sarampo, febre amarela ou pólio. Nesses casos, é importante que seja estabelecido um intervalo de pelo menos 4 semanas para que a BCG seja aplicada.

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Tuberculose bovina

A tuberculose bovina é causada pela bactéria Mycobacterium bovis. Ela parasita principalmente bovinos, embora também possa infectar animais domésticos como cães e gatos.

O agente pode ser transmitido a humanos por meio da ingestão de leite contaminado ou de modo semelhante ao contágio de pessoa a pessoa (por inalação de gotículas de saliva expelidas no ar).

O segundo caso costuma afetar trabalhadores rurais que mantêm contato com bovinos.

Nos animais, a tuberculose pode se tornar crônica, causando lesões e necrose em vários órgãos, como os rins e os pulmões.

Os sintomas consistem no surgimento de tosse seca, dificuldade de respirar e emagrecimento. Até o momento, não há vacina nem tratamentos disponíveis para a tuberculose bovina.

Perguntas frequentes

Tuberculose pega?

Sim. A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa transmitida no contato de pessoa a pessoa por meio da inalação de gotículas de saliva expelidas por pessoas infectadas.

Por isso, fica perto de pacientes com a forma ativa da doença ou dividir itens de uso comum pode fazer com que as bactérias sejam disseminadas.

Quais as formas de contágio da tuberculose?

A tuberculose é transmitida de pessoa a pessoa por meio da saliva. Quando um paciente com a doença ativa tosse, são liberadas partículas de saliva contendo o bacilo causador da infecção.

Essas partículas de saliva ficam dispersas no ar, sendo inaladas por outras pessoas.

Como as bactérias são expelidas apenas por meio da tosse, é importante frisar que apenas a tuberculose pulmonar é contagiosa, já que a tosse não é um sintoma característico dos demais tipos de tuberculose.

Como saber se uma pessoa está com tuberculose?

É por meio do diagnóstico médico que a tuberculose pode ser confirmada. Porém, há alguns sinais que podem ser observados quando a infecção se inicia.

Quando a bactéria causadora da tuberculose ataca o organismo, ela primeiro se instala nos pulmões.

Por isso, os primeiros sintomas são tosse, febre, suores noturnos, dificuldade para respirar e dor torácica. Também é comum que a pessoa infectada apresente perda de apetite e emagreça muito rapidamente.

A tosse pode ser seca no início, mas vai ficando mais intensa e passa a vir acompanhada de secreção contendo pus e sangue.

Normalmente, é recomendado que o paciente procure ajuda médica caso a tosse dure por mais de 3 semanas, mesmo que ela não apresente secreção.

Tuberculose ganglionar é câncer?

Não. A tuberculose ganglionar é uma infecção causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis), quando a bactéria sai dos pulmões e se espalha por meio da corrente sanguínea, afetando outros órgãos e tecidos.

Já o câncer é causado pela multiplicação descontrolada das células, que pode estar atrelada a  fatores genéticos e externos, tais como o cigarro, radiação, agrotóxicos e demais produtos químicos presentes na alimentação.

A tuberculose é tratada por meio de antibióticos, enquanto o câncer exige tratamentos mais complexos, como a quimioterapia.


Pesquisas feitas por infectologistas indicam que o número de pessoas expostas à M. tuberculosis são bem maiores que o de pessoas que efetivamente desenvolvem a doença.

Isso significa que nosso sistema imunológico geralmente consegue expulsar o bacilo, desde que ele esteja funcionando adequadamente, o que requer uma alimentação equilibrada e cuidados de higiene.

Contudo, é sempre recomendável procurar o médico especialista e realizar exames caso haja suspeita de infecção, pois quanto antes iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura.

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Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 13/05/2019

Fontes consultadas


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