Longas noites de uma tosse forte e respiração pesada são um sinal de preocupação para os pais e responsáveis e, na maioria dos casos, pode indicar algumas doenças.
A coqueluche, popularmente conhecida como tosse comprida, é uma delas e tem como principal característica tosse intensa de longa duração.
Continue acompanhando o artigo para descobrir mais sobre a condição, suas causas, como é transmitida, sintomas, e tratamento.
Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
A coqueluche, ou pertussis (CID-10 - A37), é uma infecção bacteriana que afeta os pulmões e é conhecida popularmente como tosse convulsa ou tosse comprida, pois seu sintoma mais clássico é a tosse persistente.
A condição é causada pela bactéria Bordetella pertussis que se adere às células dos brônquios (estruturas que levam o ar para os pulmões) e causa grande produção de muco e de toxinas.
O período de incubação da bactéria (tempo entre a exposição ao microrganismo e o aparecimento de sintomas) é de 5 a 20 dias. Isso quer dizer que, apenas após esse período, o (a) paciente irá manifestar sintomas.
Ao mesmo tempo que não é considerada uma doença perigosa para os adultos, que normalmente não apresentam sintomas, ela representa um grande risco para as crianças, especialmente para os bebês.
Isso se dá devido ao fato de que, nessa idade, as crianças têm as vias aéreas mais estreitas e sensíveis às tosses violentas e ao muco. Portanto, a grande produção de catarro causada pela coqueluche pode apresentar um sério perigo para a respiração, especialmente em indivíduos menores de 1 ano.
A tosse comprida é facilmente transmitida por meio de gotículas contaminadas com a bactéria, que são expelidas pelo (a) infectado por meio da tosse, espirros e da fala.
Essa bactéria pode ser transmitida durante toda a fase de tosse, mas costuma ser mais transmissível nas primeiras semanas (fase catarral), afetando até 90% dos (as) indivíduos (as) que não estão imunizados.
Mesmo nos casos de adultos infectados que não apresentam sintomas, a Bordetella pertussis pode ser disseminada por gotículas salivares. Além disso, como a doença é comum em crianças, escolas onde os alunos não são vacinados apresentam grande risco de surtos localizados da doença.
A coqueluche pode ser dividida em três fases com base nos sintomas. Descubra mais sobre cada uma delas a seguir:
A fase catarral é a primeira fase da doença e também a de maior transmissibilidade. Durante esta fase, os sintomas são parecidos com os de uma gripe e apresenta tosse seca, espirros e febre leve.
A produção de catarro aumenta gradativamente no decorrer de 1 a 2 semanas e, com isso, aumenta também a intensidade das tosses, o que leva para a próxima fase da condição, a paroxística.
A segunda fase da doença dura entre 2 a 6 semanas e é marcada por uma redução na transmissibilidade, mas um aumento nas tosses, com a aparição de crises chamadas de tosse convulsa.
As crises de tosse são intensas, surgem frequentemente durante a noite, duram de alguns segundos a alguns minutos e podem acontecer até 30 vezes no decorrer de 24 horas.
Além disso, a intensidade da crise faz com que alguns (as) pacientes apresentem sintomas como vômito e respiração pesada com barulhos chamados de silvos ou guinchos (inspiração forçada do ar).
Na fase de convalescença, que pode durar de algumas semanas até meses, as crises de tosse reduzem gradativamente e posteriormente acabam. Nessa fase o (a) paciente já não transmite a condição.
A bactéria causadora da condição é extremamente infecciosa e resistente ao sistema imunológico. Portanto, o único fator de risco para a coqueluche é a falta de vacinação, ou seja, qualquer pessoa que não esteja imunizada pode contrair a doença.
Leia também: Doença mão-pé-boca: o que é, o que causa, tratamento e como prevenir
Os sintomas costumam ser confundidos, no início, com uma gripe ou resfriado. São eles:
Porém, eles evoluem rapidamente e, consequentemente, resultam no principal sintoma da doença, a tosse convulsa. Esse sintoma costuma aparecer depois de aproximadamente 2 semanas do início dos sintomas.
A tosse convulsa consiste em tosses fortes e severas, com grande quantidade de catarro. Como mencionado anteriormente, a intensidade da tosse pode impedir o (a) paciente de respirar ou até causar vômitos.
As crises de tosse podem ser acompanhadas de inspirações de ar fortes, que causam silvos, um som também conhecido como “guincho”.
É um sintoma especialmente perigoso para as crianças, pois a quantidade de catarro pode bloquear o canal respiratório.
O diagnóstico da condição é feito por um médico (a) infectologista, clinicamente e é confirmado a partir da realização de exames como o de cultura bacteriana e de sangue. Descubra mais sobre eles:
Para o exame de cultura bacteriana são retiradas amostras do revestimento da garganta, traqueia e vias aéreas.
As amostras são colocadas em ambiente propício para a reprodução de bactérias, o que permite que elas se multipliquem e fiquem facilmente identificáveis. O procedimento é mais eficaz durante a fase inicial da doença, quando ela é mais facilmente transmissível.
A partir do momento em que o (a) paciente entra na fase em que as crises intensas de tosse aparecem, a quantidade de bactérias nas amostras fica reduzida e a identificação delas se torna mais difícil.
Um exame de sangue pode ser realizado para identificar a concentração de anticorpos contra a bactéria. Apesar de não confirmar a presença da bactéria no corpo, pode ser um indicativo forte para o auxílio do diagnóstico.
Sim. Com o tratamento adequado, a coqueluche tem cura. Portanto, siga corretamente as orientações do (a) médico (a) a respeito da melhor maneira de tratar a doença.
O tratamento para a coqueluche é feito por meio de antibióticos, ou seja, substâncias que combatem as bactérias. Esse tipo de medicamento costuma ser mais efetivo quando iniciado durante a fase de incubação da bactéria e dos primeiros sintomas da doença.
Os principais medicamentos usados para tratar a condição são a azitromicina, claritromicina e eritromicina.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um (a) médico (a). Somente ele (a) poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Além disso, pacientes contaminados pela bactéria devem ficar em isolamento até que os sintomas passem, para diminuir as chances de transmissão da condição.
Ademais, quando a coqueluche afeta crianças, a internação pode ser necessária para que o cuidado médico seja imediato, devido à gravidade da doença.
As principais preocupações com as crianças são a possibilidade de desenvolvimento de pneumonia, além da falta de oxigênio causada pela dificuldade de respiração durante as crises de tosse.
Como visto ao longo do texto, a coqueluche pode durar semanas, mas algumas medidas podem ser tomadas para melhorar a convivência com a doença durante o período de tratamento. Entre elas estão:
Quando tratada adequadamente, a coqueluche não é uma ameaça à vida, mas pode causar grandes desconfortos e dores por um longo período.
Na maioria dos casos, o (a) paciente se recupera completamente pois, apesar de ter certa resistência ao sistema imunológico, com o tratamento a bactéria é eliminada do corpo.
Assim como grande parte das doenças, a coqueluche pode causar complicações. É importante ressaltar que as mais graves podem ocorrer com crianças menores do que 6 anos de idade. Descubra mais sobre as complicações a seguir:
A bactéria causadora da doença pode causar a pneumonia, o que representa uma das maiores preocupações da coqueluche em crianças, especialmente as menores de 1 ano de idade, já que a complicação pode levar ao óbito.
O sintoma é mais comum em bebês com a coqueluche, mas também pode afetar adultos. Acredita-se que as convulsões são causadas por efeitos neurológicos da toxina que é produzida pela bactéria nos pulmões.
A coqueluche apresenta risco de desidratação devido à quantidade de líquido que é perdida durante as crises de tosse e no catarro.
A otite é uma infecção do ouvido, essa complicação afeta especialmente as crianças quando a infecção se espalha para outras partes do corpo.
A morte é a maior complicação possível causada pela coqueluche. Como mencionado, a doença é especialmente perigosa para crianças e bebês e o tratamento adequado e precoce é essencial para garantir a sobrevida do paciente.
A vacinação é a melhor maneira de prevenir a doença. A vacina é especialmente necessária devido ao fato de que a condição é extremamente transmissível e se espalha com grande facilidade pelo ar.
A vacina é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e costuma ser dada em 3 doses mais uma dose de reforço do imunizante conhecido como pentavalente. Vacina que reúne em si proteções contra o tétano acidental, a coqueluche, a hepatite B, a difteria e a meningite.
A segunda dose de reforço da vacina, que deve ser administrada aos 4 anos de idade, é feita com o imunizante tríplice bacteriana, que reúne proteções contra a coqueluche, o tétano e a difteria.
É importante ressaltar que o esquema de vacinação mencionado acima é recomendado para pessoas de até 6 anos, 11 meses e 29 dias e, portanto, não se recomenda que pessoas com mais de 7 anos tomem o imunizante.
Além disso, há a vacina adulta que é disponibilizada para gestantes a partir da 20ª semana de gestação e para profissionais de saúde que atendem recém nascidos e crianças menores de 1 ano.
Listamos a seguir, alguns dos principais questionamentos do público a respeito da condição. Confira:
Não. A vacina contra coqueluche protege por um tempo prolongado, mas não é permanente. Apesar disso, ela segue sendo indispensável para crianças, já que há risco de morte caso um bebê contraia a doença.
A vacinação tem eficácia por aproximadamente 7 anos, então as chances de contrair a doença podem aumentar depois desse período.
No entanto, é importante lembrar que após os dez anos de idade, o risco de sofrer complicações graves devido a coqueluche é pequeno.
O período de transmissão da coqueluche dura de 5 dias após o contato com a bactéria até 3 semanas após o início da fase de tosse convulsa (fase paroxística).
Portanto, a primeira fase da doença é mais contagiosa e a transmissibilidade reduz após o início das tosses.
Existem duas maneiras de adquirir imunidade à coqueluche: pela imunização e ao contrair a doença.
A vacinação torna o paciente imune à coqueluche por cerca de 7 anos, o que previne a doença, o (a) protege durante o período de maior chance de complicações e pode salvar vidas.
É importante ressaltar que a imunidade adquirida ao contrair a doença não é permanente.
A coqueluche é uma doença que pode ser um perigo para crianças e é facilmente transmitida. Entretanto, ela pode ser prevenida com a vacinação.
Caso surjam outras dúvidas, entre em contato com um (a) médico (a) especialista.
Continue acompanhando o site e as redes sociais do Minuto Saudável para mais informações sobre doenças, sintomas, tratamento e prevenção.
Rafaela Sarturi Sitiniki
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.