O que é a vacina contra o HPV?

A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenção contra o vírus do papilomavírus humano (human papiloma virus), responsável por provocar verrugas genitais e complicações como o câncer do colo do útero e outros tipos de câncer.

Existem três tipos disponíveis de vacinas desenvolvidas para prevenção contra os principais subtipos do vírus, sendo elas a vacina bivalente, quadrivalente e nonavalente (ainda não comercializada no Brasil, lançamento previsto para meados de 2021).

A injeção é aplicada por via intramuscular, no braço, e está presente no Calendário Nacional de Vacinação. As campanhas, que anteriormente não incluíam os meninos como público-alvo, agora são focadas em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos, incluindo-os dentro de programas nacionais de vacinação.

Essa mudança tem como objetivo tentar evitar também os números relevantes de casos de câncer peniano e retal causados pelo HPV.

No caso das meninas, a preocupação em relação ao câncer cervical (câncer do colo do útero) é um dos principais motivos da campanha de vacinação.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse câncer é o quarto mais comum em mulheres no mundo. Em 2012, estima-se que a doença foi responsável por 266 mil mortes e mais de 500 mil casos.

No Brasil, esse tipo de câncer é o terceiro mais frequente em mulheres. Segundo dados do Ministério da Saúde, por ano, o câncer cervical é responsável por mais de 5 mil vítimas fatais.


O HPV também está associado a 90% dos casos de câncer anal, 71% dos casos de câncer de vulva e de pênis, e é responsável por 72% dos casos de cânceres de orofaringe.

O tipo de vacina oferecida pelo SUS, de forma gratuita, é a vacina quadrivalente. Ela é capaz de proteger contra os 4 tipos mais comuns do vírus HPV que circulam no país.

O tempo de duração da proteção oferecida pela vacina ainda não é um consenso, pois existem estudos em andamento que buscam esclarecer esse aspecto.

No entanto, até então, sabe-se que a vacina é capaz de oferecer proteção duradoura, de até 10 anos.

A aplicação da vacina é dividida em 2 a 3 doses, variando de acordo com a idade e condição específica de cada pessoa. Para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, a vacina é aplicada pelo SUS.

Pessoas que possuem condições mais específicas, como portadores do vírus HIV, pacientes com câncer e transplantados também podem receber a vacina pelo Calendário Nacional de Vacinação, dos 9 aos 26 anos.

Em clínicas particulares, a vacina é aplicada em homen e mulheres a partir de 9 anos, pois é uma fase em que a resposta às vacinas é muito alta e corresponde, na maioria, a uma fase em que as pessoas ainda não tiveram contato com o vírus.

No entanto, as pessoas mais velhas ou que já foram infectadas também são beneficiadas com a vacina, considerando que existe mais de um tipo de HPV em sua formulação. Continue a leitura e esclareça outras dúvidas sobre a vacina!

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é a vacina contra o HPV?
  2. O que é HPV?
  3. HPV tem cura?
  4. Para que serve a vacina?
  5. Por que devo vacinar meu filho?
  6. Como funciona?
  7. Doses
  8. Tipos de vacina
  9. Como são feitas as vacinas?
  10. Idade e quem deve receber
  11. Cuidados antes e depois da vacinação
  12. Contraindicações
  13. Efeitos colaterais
  14. Onde tomar?
  15. Quanto custa a vacina contra o HPV?
  16. Outras formas de prevenção
  17. Campanha de vacinação nas escolas
  18. Perguntas frequentes

O que é HPV?

O HPV (human papiloma virus, em inglês) é uma doença sexualmente transmissível causada pelo vírus do papiloma humano. É responsável por infectar cerca de 80% das pessoas sexualmente ativas, afetando as mucosas da região genital, oral e anal.

Existem mais de 100 tipos de variações deste vírus, sendo a maioria associados a lesões benignas. Contudo, há 12 subtipos relacionados a complicações graves, como o câncer no colo do útero, orofaringe, câncer reto-anal e de pênis.

Os 12 subtipos de HPV considerados cancerígenos são os HPV 16,18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58 e 59. Entre eles, os subtipos 16 e 18, juntos, são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero, 50% das lesões pré-cancerosas de alto risco e 25% das lesões cancerosas de baixo risco.

A forma mais comum de transmissão do vírus acontece durante relações sexuais desprotegidas, podendo ser transmitida pelo contato oral-genital e genital-genital. Menos comum, mas ainda possível, a transmissão pode acontecer no parto ou por contato com objetos contaminados.

A transmissão ocorre pelo contato com as mucosas, mesmo quando não há penetração. Por isso, ainda que o uso de preservativos seja feito, não significa que o risco de contaminação esteja eliminado.

Dependendo do tipo do vírus que tenha infectado o paciente, os sintomas podem ser diferentes, podendo causar verrugas em várias partes do corpo.

O HPV pode ser diagnosticado por um médico ginecologista, urologista, infectologista, dermatologista ou clínico geral.

Em alguns casos, os pacientes portadores do vírus não chegam a receber o diagnóstico, pois não é sempre que a infecção manifesta sintomas. Além disso, o vírus pode ser eliminado pelo organismo de forma espontânea.

Por outro lado, em pacientes sintomáticos, o sinal mais comum são as verrugas, na região genital ou em outras partes do corpo. Em casos mais graves, o HPV provoca cânceres genitais.

Para diagnosticar esses pacientes alguns exames laboratoriais devem ser realizados, tais como a biópsia de tecidos com suspeita de infecção, teste genético PCR, Papanicolau e colposcopia (exame de aplicação de ácido no colo do útero para identificar tumores).

O HPV é uma doença que não possui cura clínica, mas que possui cura espontânea em alguns casos, quando o sistema imunológico do paciente é capaz de eliminar o vírus sozinho.

Essa cura espontânea acontece quando o vírus está em fase de latência (inativo), onde se instala nas células e permanece incubado. Durante esse período, o vírus tenta se reproduzir e é nesse momento que o sistema imunológico pode vencê-lo.

Além disso, essa doença pode ser tratada e prevenida. A principal forma de prevenção é a vacina.

HPV tem cura?

O HPV não tem cura clínica, mas em alguns casos o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus.

Esse combate ao vírus acontece ainda durante a fase de latência do HPV, que é quando ele está inativo ou assintomático. Quando o sistema de defesa do organismo consegue vencer o vírus nessa fase, muitas vezes o paciente se cura sem ao menos saber que esteve infectado.

A erradicação completa do vírus, quando não acontece de forma espontânea, é muito difícil de acontecer.

Quando não ocorre essa cura espontânea, o paciente deve seguir com o tratamento para amenizar os sintomas, prevenir complicações mais graves e evitar a transmissão para outras pessoas. Por não ter cura garantida, a vacina é indispensável.

Para que serve a vacina?

A vacina tem como objetivo proteger as pessoas contra o vírus HPV, o Papilomavírus humano, prevenindo o surgimento das verrugas genitais (condiloma) causada pela DST e alguns tipos de câncer, como o câncer no colo do útero (mais comum), pênis, ânus e orofaringe.

Além de ser uma vacina criada para conter a transmissão de uma doença sexualmente transmissível, a vacina contra o HPV foi desenvolvida para reduzir os números elevados de câncer do colo de útero nas mulheres, sendo elas o principal público-alvo.

No entanto, a vacinação também é fundamental para os homens, considerando que o vírus é responsável por aproximadamente 40% dos casos de câncer peniano e anal.

É recomendada sempre como prevenção, pois não tem ação de cura quando o organismo já está infectado. No entanto, pessoas que foram infectadas por determinado subtipo de vírus podem receber a imunização para se protegerem de outros tipos.

Além disso, homens e mulheres, especialmente as mulheres, devem continuar mantendo uma rotina preventiva de exames para os tipos de cânceres citados, pois existem outros fatores que podem provocar essas doenças. No caso das mulheres, é importante que realizem periodicamente o exame papanicolau.

Por que devo vacinar meu filho?

No Brasil, há cinco anos a vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente pelo SUS, contudo, os índices de vacinação ainda são baixos.

Mesmo com os reforços feitos anualmente pelas campanhas nacionais de vacinação, apenas 48,7% das meninas na idade de 9 a 14 anos foram imunizadas.

Vários fatores podem influenciar nesses índices tão baixos, um deles é a idade do público-alvo. No caso de crianças menores, existe um encaminhamento do próprio pediatra, diferente da vacina contra o HPV.

Assim, a imunização em adolescentes é mais difícil do que em crianças, pois para esse público o risco de câncer pode parecer uma realidade muito distante, além da possibilidade de serem resistentes a vacinação.

Todos esses fatores refletem negativamente na proteção dos adolescentes e adultos contra o vírus e as complicações graves que ele pode provocar. Por isso, listamos alguns motivos principais para que os responsáveis entendam a importância da vacinação para os adolescentes.

O HPV é comum

Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), a transmissão do HPV é tão comum que quase todos os homens e mulheres sexualmente ativos serão infectados por ao menos um subtipo do vírus durante suas vidas.

Essa informação leva em consideração os dados de transmissão do vírus nos EUA, mas no Brasil, a situação também é preocupante.

Segundo um estudo feito pelo Ministério da Saúde junto ao Hospital Moinhos de Vento, mesmo com as campanhas de vacinação, mais da metade da população jovem brasileira está infectada pelo vírus HPV.

Previne o câncer do colo do útero e outros tipos de câncer

O desenvolvimento da vacina contra o HPV é responsável também por causar uma redução significativa nos números de casos de câncer provocados pela infecção do vírus, como o câncer do colo do útero, vagina, vulva, garganta, ânus e pênis.

Estima-se que a aplicação da vacinação, ao longo de 10 anos, também foi responsável por reduzir em 71% o número de casos de verrugas genitais.

Para os pais e adolescentes, talvez, este seja o principal motivo para buscar a vacinação, pois é um método seguro e duradouro de prevenir doenças graves como o câncer, que possuem um tratamento que é muito mais complicado e debilitante.

É uma oportunidade para se prevenir contra outras doenças

Além da vacina contra o HPV, existem duas outras vacinas indicadas para adolescentes na faixa etária de 11 e 12 anos: a vacina contra a meningite e contra coqueluche.

Por isso, os pais podem aproveitar esse momento para acompanhar os adolescentes para que recebam todas as vacinas no mesmo momento.

É uma proteção segura e duradoura

Nos EUA, mais de 100 milhões de doses da vacina contra o HPV já foram distribuídas. Em 10 anos de monitoramento, até então, a imunização se mostra segura e com proteção duradoura.

Contudo, como outras vacinas e medicamentos, a vacina contra o HPV também pode provocar efeitos colaterais. No entanto, os efeitos registrados são leves e não devem ser um impeditivo para que o público-alvo receba as doses.

Como funciona a vacina?

A vacina previne a infecção causada pelos principais subtipos do vírus HPV, pois é capaz de induzir a produção de anticorpos através do uso de um pseudo-vírus. Não é usada como tratamento, por isso deve ser aplicada de acordo com o calendário de vacinação.

É uma vacina considerada segura e com um risco pequeno de efeitos colaterais. Por não ser produzida com o vírus, mas sim com uma espécie de cópia do vírus HPV criada através de um fungo, não oferece também nenhum risco de provocar uma infecção.

Existem 3 tipos principais de vacinas profiláticas contra o HPV, sendo elas as vacinas bivalente, quadrivalente e nonavalente. Esse tipo de vacina tem ação ao estimular uma resposta imunológica no organismo com base no contato com partículas semelhantes ao vírus.

Dessa forma,promove a produção de anticorpos para que sejam liberados na mucosa genital, impedindo assim a infecção e prevenindo também o câncer do colo do útero nas mulheres.

Ainda em desenvolvimento, há também as vacinas terapêuticas que, diferente das profiláticas, têm como objetivo tratar as pessoas infectadas.

No entanto, não há ainda nenhuma vacina deste tipo que apresente eficácia e que esteja aprovada para uso no mundo.

Doses

O número de doses é diferente de acordo com a idade e o tipo da vacina. Segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), as doses devem ser administradas da seguinte forma, considerando a vacina quadrivalente (oferecida pelo SUS):

  • Meninos e meninas de 9 a 14 anos: 2 doses com um intervalo de seis meses (0 – 6 meses);
  • A partir dos 15 anos: 3 doses com intervalo de um a dois meses após a primeira e seis meses após a primeira (0 – 1 a 2 – 6 meses);
  • Pessoas imunodeprimidas por doença ou algum tratamento, independente da idade: 3 doses com intervalo de um a dois meses após a primeira e seis meses após a primeira (0 – 1 a 2 – 6 meses).

A mudança de 3 doses para 2 doses em adolescentes de 9 a 14 anos aconteceu devido ao exemplo ocorrido no Reino Unido e em outros países.

Foi observado que esse esquema provocou uma resposta imunológica mais elevada em meninas saudáveis dessa faixa etária do que quando comparado a mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses.

Há ainda outro modelo de esquema vacinal aprovado pelo Ministério da Saúde que estende as doses da vacina quadrivalente para 3 doses (0 – 6 – 60 meses) para reduzir os riscos de câncer do colo do útero. No entanto, esse esquema não é ainda muito utilizado e está em processo de estudos.

É importante que o intervalo entre as doses não seja superior a 12 ou 15 meses, para garantir que a resposta imunológica seja mais eficaz e que a produção de anticorpos seja mais elevada.

Contudo, ainda que não seja o ideal, é melhor que o adolescente receba a segunda dose atrasada para ter o esquema de vacinação completo, do que deixe de lado a prevenção.

As pessoas que recebem a segunda dose com um intervalo inferior a 5 meses devem receber uma terceira dose, assim como as pessoas que apresentam um sistema imunológico debilitado.

No entanto, é importante saber que há algumas exceções e que essas recomendações de idade e doses podem variar. Por isso, é essencial que as pessoas busquem uma orientação médica para verificar essas particularidades.

Tipos de vacina

Existem dois tipos disponíveis de vacinas profiláticas contra o HPV usadas no Brasil e em outros países no mundo, todos eles protegem contra os tipos 16 e 18, responsáveis por causar a maioria dos cânceres relacionados ao vírus HPV. A nonavalente, apesar de aprovada pela ANVISA, ainda não está sendo comercializada e possui previsão para ser lançada apenas em 2021.

Bivalente (HPV2)

A vacina bivalente é responsável por oferecer proteção contra o câncer do colo do útero. Pode ser aplicada nas meninas a partir dos 9 anos.

Apesar de proteger contra os subtipos 16 e 18 do vírus, a vacina bivalente não oferece proteção contra as verrugas genitais causadas pelos subtipos 6 e 11.

Essa vacina, quando aplicada até os 14 anos, pode ser feita em 2 doses e com intervalo de 6 meses entre elas. Também pode ser aplicada em 3 doses com intervalos de 1 mês entre a primeira e a segunda e 6 meses entre a primeira e a terceira, no esquema 0-1-6.

Comercialmente, a vacina bivalente é encontrada pelo nome Cervarix.

Quadrivalente (HPV4)

A vacina quadrivalente protege contra os subtipos 16 e 18, mas também oferece proteção contra os subtipos 6 e 11, frequentemente responsáveis pelo surgimento das verrugas genitais.

Pode ser aplicada em mulheres entre 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, protegendo também do câncer do colo do útero, ânus ou pênis.

É o tipo de vacina disponibilizada de forma gratuita pelo SUS para adolescentes de 9 a 14 anos de ambos os sexos.

Essa vacina é administrada em 3 doses, em que a segunda dose é aplicada após 2 meses e a terceira após 6 meses da primeira dose (esquema 0-2-6).

Em crianças, podem ser necessárias apenas 2 doses, devido ao efeito de proteção eficiente nessa faixa etária.

A vacina quadrivalente é comercializada pelo nome Gardasil.

Nonavalente

A vacina nonavalente, aprovada pela Anvisa em 2017, apresenta uma proteção mais ampliada contra os tipos de vírus do HPV, possibilitando a prevenção contra os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58, além dos que a vacina quadrivalente já garantia proteção (6, 11, 16 e 18).

Esses outros subtipos presentes nessa vacina também podem causar câncer do colo do útero. No entanto, a nonavalente é indicada para prevenir câncer do ânus e verrugas genitais.

Essa vacina pode ser aplicada em meninas e meninos de idade entre 9 e 26 anos, em 2 ou 3 doses.

Quando a primeira aplicação da vacina acontece até os 14 anos, é indicado a administração de outras 2 doses, sendo a segunda dose realizada entre 5 a 13 meses após a primeira.

Após essa idade, se a primeira vacina for aplicada depois dos 15 anos, o ideal é que seja realizado o esquema de 3 doses, com intervalos de 2 meses para a segunda dose e 6 meses para a terceira dose após a primeira aplicação (0-2-6 meses).

A vacina nonavalente é comercializada pelo nome Gardasil 9.

Como são feitas as vacinas?

A vacina contra o HPV é produzida a partir de um pseudo-vírus, conhecido também por VLP (virus like particle).

Esse pseudo-vírus foi desenvolvido a partir da observação do gene do HPV (parte principal do DNA) e do capsídeo viral, espécie de capa do vírus.

Utilizando o fungo Sacaromices cerevisiae, foi possível construir uma simulação dessa capa, mas sem a presença de qualquer genoma dentro. É justamente essa capa “oca”, digamos assim, que é chamada de VLP.

Em testes preliminares, esse VLP pareceu estimular fortemente a produção de anticorpos em humanos e assim que o surgimento da vacina se deu.

Para que fosse, de fato, comercializada e testada em vários laboratórios, o próximo passo da descoberta era encontrar a quantidade ideal de VLP em humanos para prevenir o HPV, o que aconteceu posteriormente.

Cada tipo de vacina (bivalente, quadrivalente ou nonavalente) possui um VLP para cada subtipo.

Com essa imitação do vírus, a vacina é capaz de induzir de forma segura o sistema imunológico a produzir anticorpos contra o HPV, uma vez que o organismo entende o pseudo-vírus como uma ameaça.

Essa técnica é conhecida e considerada segura. É utilizada há bastante tempo também para a produção de vacinas contra a hepatite B.

Nesse processo, não são utilizadas células humanas e também não há o risco da própria vacina causar uma doença infecciosa.

Idade e quem deve receber

A vacina tem como público-alvo os adolescentes, sendo indicada especialmente para meninas de 9 a 14 anos. As campanhas de vacinação priorizam esse grupo devido ao fato de se ter uma eficácia maior dentro dessa faixa etária, antecedendo também o início da vida sexual.

Contudo, os meninos também devem receber a vacina quando estiverem dentro da faixa etária de 11 a 14 anos de idade.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention – CDC) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), os seguintes grupos devem ser vacinados:

  • Meninas dentro da faixa etária de 9 a 14 anos de idade;
  • Meninas de 15 anos que já tenham recebido a primeira dose da vacinação;
  • Meninos entre 11 e 14 anos;
  • Pessoas de ambos os sexos, entre 9 e 26 anos, que sejam portadores do vírus HIV, pacientes com câncer em tratamento de quimioterapia ou radioterapia, pessoas que passaram por algum transplante de órgão ou de medula óssea;
  • Adolescentes e jovens que ainda não iniciaram o esquema de vacinação ou estão com ele incompleto.

No entanto, embora existam essas recomendações, a vacina também pode e deve ser aplicada em pessoas infectadas pelo vírus.

A vacina, em homens e mulheres infectados, pode contribuir para reduzir reinfecções, recaídas e infecções causadas por diferentes subtipos do HPV.

Cuidados antes e depois da vacinação

A vacina contra o HPV é um procedimento simples e seguro, mas que exige alguns cuidados básicos. Por exemplo, antes da vacina ser aplicada, é importante que o profissional questione a mulher sobre a possibilidade de uma gravidez, pois essa é uma das contraindicações.

Quando a vacina é aplicada sem que a gestante saiba da gravidez, é essencial que exista um acompanhamento de possíveis efeitos colaterais. No entanto, normalmente, não é necessário nenhuma intervenção médica. Em mulheres que estão amamentando, a vacina não demonstra ser um risco.

Em casos de febre aguda, moderada ou grave, a vacina deve ser adiada até que a pessoa apresente uma melhora do quadro. Diante de infecções como um resfriado ou uma febre baixa, não é necessário adiar a vacinação.

Pacientes com trombocitopenia — condição em que o organismo apresenta uma deficiência de plaquetas no sangue — ou pessoas que apresentam qualquer distúrbio relacionado a coagulação sanguínea, também devem ter um maior cuidado ao receber a vacina. Essa precaução deve ser tomada para evitar sangramento ou hematoma após a injeção.

Além disso, pacientes com histórico de doenças neurológicas, como crises convulsivas, por exemplo, precisam passar por uma avaliação médica antes da vacinação.

Com exceção dessas precauções, não são necessários outros cuidados especiais antes de receber a imunização.

Após a vacina, contudo, é importante prestar atenção no surgimento de reações alérgicas ou qualquer sintoma mais grave, buscando orientação no serviço em que recebeu a vacina.

A persistência de efeitos colaterais por um período superior entre 24 a 72 horas deve ser investigado, para entender se a causa é uma reação à vacina ou outra condição clínica.

No caso de dor no local da aplicação, os pacientes podem também utilizar compressas frias para aliviar o desconforto.

Contraindicações

Em determinados grupos a vacina não deve ser aplicada. São eles:

Alérgicos

A vacina não é indicada para pessoas que apresentaram reação alérgica grave a algum composto da vacina em uma dose anterior.

Também é contraindicada para pessoas que apresentam alergia a leveduras, uma vez que a vacina quadrivalente é produzida em Scharomyces cerevisia, levedura pertencente ao reino dos fungos, presente no processo de produção de pães e cervejas.

Gestantes

Gestantes não devem receber a vacina, pois não há estudos suficientes que permitam concluir o quanto a vacinação é segura para esse grupo ou para os bebês.

Caso a adolescente engravide após o início do esquema vacinal, o ideal é que ela espere até o período pós-parto para receber as doses restantes.

Quando ocorre de uma gestante receber a vacinação sem ter conhecimento da gestação, não é necessário nenhuma intervenção médica especial, somente o acompanhamento pré-natal.

Efeitos colaterais

Assim como outras vacinas, a vacina contra o HPV também pode provocar alguns efeitos colaterais. No entanto, na maioria das pessoas que recebem a imunização não apresentam nenhum sintoma ou manifestam sinais mais brandos, como dores leves no braço que recebeu a injeção.

Além dessa dor no local, outros sintomas que a vacina pode provocar são:

  • Vermelhidão e inchaço no braço que recebeu a vacina;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Sensação de cansaço;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diarreia;
  • Urticária e prurido;
  • Dor nas articulações ou muscular.

As pessoas que receberam a vacinação também devem ser orientadas a permanecer sob observação por 15 minutos, para evitar que sofram com desmaios (síncopes).

Essa síncope é uma reação que pode acontecer após a aplicação de qualquer injeção. Cerca de 60% dos casos de desmaio após a vacinação acontecem após 5 minutos da aplicação.

Nesses casos, é importante que o profissional de saúde que esteja aplicando a injeção fique atento a sinais como ansiedade, sensação de falta de ar e suor excessivo, para prevenir quedas.

Pacientes com fobia de injeção também devem receber um cuidado maior, pois podem estar mais suscetíveis a desmaios.

Em casos raros, a vacina pode provocar reações alérgicas graves (anafilaxia). Nesses pacientes, outras doses da vacina não devem ser aplicadas.

Onde tomar?

A vacina contra HPV pode ser aplicada pelo sistema privado e público de saúde. No Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina está disponível de forma gratuita para adolescentes de 9 a 14 anos de ambos os sexos.

Também é aplicada em pessoas de 9 a 26 anos que são portadores do vírus HIV, pacientes que passaram por transplante de medula óssea, pacientes com câncer e pessoas que receberam transplante de órgãos.

Para as pessoas que queiram receber a imunização, mas que não estão dentro desses grupos, a vacina pode ser aplicada em clínicas de vacinação particulares.

Alguns planos de saúde cobrem também a vacina contra o HPV, no entanto, por ser uma vacina fornecida pelo SUS, não são todos que oferecem essa opção.

Quanto custa a vacina contra o HPV?

O preço é diferente de acordo com o tipo. Nos casos da vacina bivalente ou quadrivalente, o valor pode estar entre R$ 200 a R$ 300 por cada dose. Assim, cada paciente pode precisar desembolsar, em média, R$ 900 para receber o esquema completo. A vacina nonavalente ainda não apresenta um preço médio.

Em clínicas particulares, a vacina é aplicada em homens de 9 a 26 anos e em mulheres de 9 a 45 anos.

Outras formas de prevenção

A vacina é a melhor forma de se prevenir contra o vírus HPV, no entanto, junto a essa medida, outros cuidados devem ser tomados para evitar a infecção e para impedir que o vírus seja espalhado. Alguns deles incluem:

Uso de preservativo

O uso de preservativos, como a camisinha, embora não ofereça uma proteção 100% eficaz contra o HPV, é uma forma importante de diminuir os riscos dessa e de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Exames preventivos

É recomendável que as pessoas, mesmo quando vacinadas, mantenham uma rotina preventiva de idas ao ginecologista e ao urologista, para que realizem exames preventivos para os tipos de câncer que o HPV pode provocar.

Esses exames são necessários, pois além da infecção causada pelo vírus, outros fatores podem levar a um quadro de câncer no colo do útero, pênis e ânus.

As mulheres devem ser orientadas a realizar o exame Papanicolau periodicamente, para prevenção e diagnóstico precoce do câncer cervical.

Além disso, diante do surgimento de qualquer verruga genital ou outros sintomas, é importante investigar a causa e buscar o tratamento.

Sistema imunológico fortalecido

É importante manter um estilo de vida saudável para evitar que o sistema imunológico fique enfraquecido. Quando o sistema de defesa está debilitado, o organismo se torna mais frágil e o vírus mais forte.

Por isso, alimentação saudável, exercícios, higiene adequada e visitas frequentes ao médico são medidas recomendadas como forma de prevenção do HPV.

Higiene de objetos

Objetos que são compartilhados devem ser bem higienizados, para evitar a transmissão do vírus, tais como peças de roupa ou brinquedos sexuais, por exemplo.

Campanha de vacinação nas escolas

Em 2014, a estreia da campanha foi realizada nas escolas, onde ocorreu a aplicação da primeira dose.

No mesmo ano, a segunda dose já foi transferida para os postos de saúde, onde é administrada desde então. Por essa mudança, a vacina não consegue chegar até todos os adolescentes com sucesso.

Em países como a Austrália e o Chile, a campanha de vacinação contra o HPV continua sendo realizada em parceria com as escolas. Nesses lugares, o modelo de vacinação contra o vírus HPV são exemplos positivos de campanhas que dão certo.

A vacina contra o HPV é obrigatória para entrada na escola?

Dependendo do estado em que a criança reside, a vacina contra o HPV e outras doenças pode ser obrigatória.

Segundo divulgado pelo Ministério da Saúde, a partir de 2018, alguns estados devem cobrar a carteirinha de vacinação atualizada durante a matrícula escolar. No caso de alunos que estejam com o calendário atrasado, a escola deve informar o sistema de saúde e orientar o aluno e os responsáveis a buscar a imunização o mais rápido possível.

Com essa medida realizada em parceria com as escolas e as unidades de saúde, é possível identificar com maior precisão onde é necessário ampliar a cobertura de vacinação, levando as campanhas até as escolas, por exemplo.

No entanto, essa estratégia não é uma forma de impedir a matrícula, pois este é um direito do aluno. A mudança tem como objetivo garantir a prevenção de todas as crianças contra doenças transmissíveis que possuem imunização.

Perguntas frequentes

A vacina contra o HPV é segura?

Sim, a vacina contra o HPV, tanto a administrada pelo SUS quanto por unidades privadas, demonstra ser segura e com poucos efeitos colaterais.

A vacina contra o HPV é aprovada e considerada segura pelo Centros de controle e prevenção de doenças (Centers for Disease Control and Prevention – CDC) e pela Agência de Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (Food and Drug Administration – FDA).

Já foi administrada em vários países e ainda não existem estudos científicos que possam indicar efeitos secundários graves.

O adolescente precisa de autorização dos responsáveis para receber a vacina?

Quando se trata de campanhas na escola, os pais que não querem que o filho receba a vacinação devem preencher um Termo de Recusa de vacinação contra o HPV, que deve ser entregue aos responsáveis do aluno pela própria escola.

Em unidades de saúde, essa autorização não é necessária. Os adolescentes que queiram receber a vacinação só precisam comparecer ao posto com um documento de identidade ou a caderneta de vacinação.

É possível receber a primeira dose no sistema privado e completar o esquema pela rede pública?

Sim, não existem impeditivos em relação a isso. O adolescente que iniciou as doses em redes privadas pode receber até duas doses seguintes na rede pública.

É necessário fazer algum exame antes de receber a vacina?

Não é necessário nenhum exame, nem mesmo para verificar se a pessoa já está infectada pelo vírus HPV.

Por que a vacina é indicada em meninos e meninas com idade até 14 anos?

De acordo com o Ministério da Saúde, estudos realizados com pacientes portadores do HPV mostraram que a maior incidência de infecções ocorrem logo após o início da vida sexual.

Além disso, como comprovado em estudos, a eficácia da vacina em meninas e meninos nessa idade é maior. Isso porque o sistema imunológico responde melhor nessa faixa etária, em apenas 2 doses. Por isso, em pessoas mais velhas são recomendadas 3 doses para se ter uma resposta semelhante.

No entanto, mesmo após essa idade considerada ideal, as pessoas que não receberam nenhuma dose também devem se vacinar. No SUS, a campanha visa crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, mas é possível tomar a vacina em clínicas particulares.

A vacina oferece proteção contra o câncer do colo do útero para mulheres de todos os grupos raciais e étnicos?

Sim. A proteção oferecida pela vacina é alta para todas as mulheres, independente de raça ou etnia.

A vacina é pensada para combater os principais subtipos responsáveis por provocar o câncer cervical, como os tipos 16 e 18.

As três vacinas disponíveis são capazes de prevenir contra esses subtipos, responsáveis por causar o câncer cervical em 67% das mulheres brancas, 68% em mulheres negras e 64% entre os hispânicos.

De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention) a vacina nonavalente é capaz de oferecer proteção contra 7 subtipos do HPV, responsáveis por causar o câncer do colo do útero em 80% das mulheres de todos os grupos étnicos e raciais nos EUA.

Por que as doses são diferentes dependendo da idade?

As doses da vacina HPV podem variar de 2 a 3 doses de acordo com a idade, pois estudos mostram que a eficácia da imunização é maior quando a vacina é aplicada na faixa etária de 9 a 14 anos.

Há também evidências de que as duas doses administradas nesse período, com um intervalo de 6 meses, funcionam tão bem quanto as três doses administradas em adolescentes mais velhos e adultos.

Por isso, após os 15 anos é necessário a administração de 3 doses, pois não existem estudos suficientes para mostrar se apenas 2 doses teriam a mesma eficácia.

A vacina dispensa a necessidade de usar camisinha?

Não. A vacinação protege apenas contra alguns subtipos do vírus HPV, mas não previne contra outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, herpes e AIDS, por exemplo. Dessa forma, o uso de preservativos é indispensável.

A proteção da vacina contra o HPV dura a vida toda?

A vacina contra o HPV passou a ser comercializada no mundo somente a partir de 2007, o que é considerado um tempo relativamente pequeno para se poder afirmar por quanto tempo a proteção da vacina permanece.

Sabe-se, até então, que a vacina é eficaz, segura e que oferece proteção de longa duração. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, não há evidências de que a vacina perca a proteção ao longo do tempo.

As informações disponíveis sobre a sua duração da proteção da vacina são de acordo com dados coletados por 10 anos de acompanhamento.

Para se ter uma resposta mais precisa sobre a duração da imunização é necessário aguardar estudos ainda em andamento.

A vacina HPV pode ser aplicada simultaneamente com outras vacinas?

Sim, a vacina contra o HPV pode ser administrada concomitantemente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação (PNI), pois não há evidências que mostrem qualquer interferência na resposta imunológica quando aplicadas no mesmo período.

Quando for necessário realizar essa vacinação simultânea, cuidados como o uso de agulhas, seringas e locais diferentes de aplicação devem ser verificados.

Quem já recebeu diagnóstico do HPV ainda assim pode receber a vacina?

Sim! A vacinação pode ser aplicada em pacientes que já foram infectados por algum subtipo, pois ela pode prevenir contra outros tipos de HPV.

Além disso, existem estudos que mostram que a vacina pode prevenir a reinfecção ou a reativação da doença.

Adultos podem se vacinar?

Sim, a vacina pode ser aplicada também em adultos, mesmo que este não seja o público-alvo. As campanhas visam os adolescentes, pois entende que a melhor estratégia para barrar o contato com o vírus é aplicando a vacina antes do início da vida sexual.

Além disso, estudos mostram que a produção de anticorpos pelo organismo é mais eficiente quando a vacina é aplicada nos adolescentes.

No entanto, apesar desses fatores, nada impede que os adultos recebam a vacina também. O que deve ser uma barreira maior é o fato de terem de recorrer às clínicas particulares para garantir as doses. O SUS disponibiliza a vacina até os 26 anos apenas para pessoas que foram transplantadas, que possuem o vírus HIV ou que estejam em tratamento para algum tipo de câncer.

Também é importante ressaltar que a vacina não é capaz de curar, somente prevenir. Por isso, se o adulto já ter sido exposto a algum subtipo do vírus a vacina não será capaz de mudar isso. No entanto, poderá proporcionar proteção contra os outros subtipos.

Por que os meninos precisam se vacinar?

A vacina contra o HPV deve ser aplicada em homens e meninos para que estejam protegidos contra as verrugas genitais e dos tipos de câncer do ânus, pênis, garganta e boca.

Essas complicações também estão relacionadas às infecções causadas pelos subtipos 16, 18, 6 e 11.

Embora existe a ideia de imunidade de rebanho, no qual a imunização das meninas indiretamente protege os meninos dessas doenças causadas pelo vírus HPV, não é algo eficiente em todos os grupos, como entre os homens homossexuais, por exemplo.

Posso tomar a vacina mesmo já tendo vida sexual ativa?

Sim. Mesmo não sendo o mais recomendado, a vacina pode ser aplicada em pessoas que já iniciaram a vida sexual.

Não é considerado o ideal, pois alguém que possui vida sexual ativa têm maiores chances de já ter tido contato com o vírus. Levando em conta que a vacina não é capaz de curar a infecção causada pelo HPV, o risco é maior nesses casos.

No entanto, é importante receber a vacina mesmo assim, para se prevenir de outros subtipos, caso já tenha sido exposto a algum subtipo.

As mulheres vacinadas devem continuar mantendo uma rotina preventiva de exames contra o câncer do colo do útero?

Sim, a vacina não exclui a necessidade de realizar anualmente exames preventivos, tais como o Papanicolau. Além disso, a vacina não previne contra todos os tipos de vírus que podem causar o câncer no colo do útero.

Para as mulheres que não receberam a imunização, essa investigação é ainda mais necessária.


A vacina contra o HPV, além de ser uma forma eficaz de prevenção contra uma doença sexualmente transmissível, é a principal ferramenta para combater complicações como o câncer do colo do útero e outros tipos de câncer.

Neste artigo, buscamos esclarecer as dúvidas mais comuns em relação a vacina. Se você está entre os grupos que devem receber as doses, garanta a sua prevenção. Obrigada pela leitura!

Fontes consultadas

Karina Lorena Meira Fernandes Chiuratto (CFR-PR 26256), graduação em Farmácia pela PUCPR (2013) e mestrado em Bioquímica pela UFPR (2016). Gestora da Qualidade no Laboratório de Análises Clínicas, LABCEN (2016) e fundadora da Vacynare.


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