Saúde

Paralisia Cerebral: o que é, tipos, tratamento, tem cura?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 13/09/2017Última atualização: 16/03/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 13/09/2017Última atualização: 16/03/2023
Pessoa em cadeira de rodas, com as mãos apoiadas no freio.Pessoa em cadeira de rodas, com as mãos apoiadas no freio.
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paralisia cerebral (CID 10 G80) corresponde a um grupo de sintomas que causam prejuízos nos movimentos e na rigidez muscular. Além da condição, algumas crianças diagnosticadas com ela podem ter deficiência intelectual, convulsões, problemas visuais e auditivos. É.

A prevalência é de 2 a cada 1000 crianças, sendo comum em bebês prematuros, com baixo peso, com menos de um quilo e meio ao nascer. Portanto, essa condição tem origem durante a gestação.

Para saber mais sobre a paralisia cerebral, quais as causas, sintomas e como é feito o diagnóstico, continue acompanhando o artigo!

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. Causas
  2. Desenvolvimento do cérebro
  3. Fatores de risco
  4. Tipos de paralisia cerebral
  5. Sintomas
  6. Como é feito o diagnóstico da paralisia cerebral?
  7. Paralisia cerebral tem cura?
  8. Como tratar?
  9. Convivendo
  10. Prognóstico
  11. Complicações
  12. Como prevenir a paralisia cerebral?

Causas

Essa condição é resultado de malformação cerebral, que acontece durante o desenvolvimento do cérebro, de danos causados no cérebro durante, ou após o nascimento.

Entre os tipos de anomalia que influenciam no desenvolvimento da paralisia cerebral estão:

  • Lesão na substância branca do cérebro: interferências no desenvolvimento do feto, prejudicam a comunicação do cérebro com o corpo;
  • Má-formação cerebral: infecções, febres e traumas podem causar problemas no desenvolvimento do cérebro;
  • Hemorragias intracranianas: sangramento no cérebro que ocorre por malformações ou enfraquecimento dos vasos sanguíneos do cérebro;
  • Falta de oxigênio (asfixia): ocorre durante o parto, a falta de oxigênio no cérebro. Em partos longos, pode causar encefalopatia hipóxico-isquêmica;
  • Traumas e danos pós-natais: nos primeiros meses de vida, acidentes, quedas, abuso físico e infecções comprometem o desenvolvimento cerebral;
  • Genética: cerca de 2% dos casos são herdados.

Leia maisDeficiência intelectual: o que causa e como tratar 

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Fatores de risco

Condições relacionadas tanto à saúde da mãe, da criança ao nascer ou à gravidez e parto influenciam no desenvolvimento da condição. Alguns exemplos são:

Condições médicas

diabetespressão alta e outras doenças crônicas que influenciam no metabolismo da mulher afetam a gestação. Outras condições ligadas a maiores chances de PC são problemas na tireoide, deficiência intelectual, proteína em excesso na urina e convulsões (epilepsia).

Peso, tamanho e parto prematuro

Os riscos são maiores em bebês que nascem antes de completar 40 semanas de gestação, que pesam menos de 1,5 kg no momento do nascimento ou que são muito pequenos para a idade gestacional.

Infecções

Infecções por vírus como rubéolacitomegalovírusherpestoxoplasmose podem ser passadas para o bebê pelo fluxo de sangue até a placenta. Dessa forma, os vírus causadores dessas doenças conseguem chegar até o encéfalo do feto, causando lesões.

Além disso, caso o bebê sofra uma infecção logo após o nascimento, esta pode rapidamente chegar ao cérebro e danificar seus tecidos. Alguns exemplos de infecções extremamente perigosas nessa fase são meningiteencefalite.

Exposição à radiação

Embora quantidades baixas de raios ionizantes (raio-X) não sejam prejudiciais ao bebê, a exposição prolongada pode prejudicar os tecidos do feto, incluindo o cérebro.

Uso de substâncias

A utilização de substâncias como álcool, tabaco e outras drogas interfere diretamente na formação do feto, podendo acarretar malformações cerebrais.

Síndrome de desconforto respiratório

Quando o bebê tem problemas no funcionamento do pulmão logo após o nascimento, o sangue não é devidamente oxigenado e o cérebro sofre sequelas por isso. Isso pode acontecer tanto por conta de infecções quanto por fenômenos como a síndrome de aspiração de mecônio (primeiras fezes do bebê).

Hipoglicemia

falta de glicose na corrente sanguínea afeta o funcionamento do cérebro, levando a convulsões que, no caso do recém-nascido, acabam sendo ainda mais prejudiciais, pois podem causar lesão cerebral.

Partos complicados e cesariana

Partos que necessitam do uso de instrumentos estão ligados ao desenvolvimento de PC. Além disso, partos complicados costumam demorar mais tempo, aumentando as chances de uma asfixia.

Posição do bebê na hora do nascimento

Bebês que estão com os pés virados para o canal vaginal ao invés da cabeça tem maiores chances de sofrer de paralisia cerebral. Nesses casos, é comum que os médicos reposicionem o bebê no útero antes de efetivamente realizarem o parto, mas isso não é uma garantia que tudo ficará bem.

Baixo Índice de Apgar

O Índice de Apgar é uma escala que avalia a saúde física do bebê assim que ele nasce. Os critérios avaliados são os batimentos cardíacos, respiração, tônus muscular, reflexos e cor da pele.

A PC é mais comum em bebês com baixas pontuações no Índice de Apgar.

Icterícia

Alguns bebês sofrem com icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), logo, ao nascer, um sinal de que a bilirrubina (substância geralmente encontrada na bile) se concentra em demasia, antes que o fígado consiga metabolizar ela.

Isso é prejudicial porque a bilirrubina em excesso na corrente sanguínea pode chegar até o cérebro e matar células nervosas.

Convulsões

Bebês que sofrem convulsões logo após o parto tem maiores chances de serem diagnosticados como portadores de paralisia cerebral.

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Tipos de paralisia cerebral

A paralisia se manifesta de diversas maneiras, dependendo da parte do cérebro afetada. Em alguns tipos, a perda total dos movimentos é a maior característica, enquanto, em outras, a criança pode até conseguir andar, ainda que desajeitadamente. Os tipos de paralisia cerebral são:

Espástica

Esse tipo de paralisia é caracterizado pela rigidez e fraqueza dos músculos. Podem ser acometidos, braços e pernas, se dividindo das seguintes formas:

  • Hemiplegia: apenas um dos lados do corpo;
  • Diplegia: dois lados do corpo;
  • Quadriplegia: os dois braços e duas pernas; 
  • Paraplegia: parte inferior do corpo.

Quadros de tetraplegia vem, geralmente, acompanhados de limitações intelectuais (muitas vezes graves), convulsões e disfagia (dificuldade para engolir).

Atetoide ou discinética

Chamado de discinético ou extra-piramidal, é caracterizado por movimentos involuntários, lentos e espontâneos, sejam eles contorcidos, abruptos e espasmódicos que cessam durante o sono.
 

Essas crianças costumam ter inteligência normal, porém, possuem dificuldades com a produção e entendimento da linguagem.

Atáxico

Esse tipo, é caracterizado pela coordenação motora prejudicada e músculos fracos, mas que ainda conseguem se mover. Em geral, elas apresentam tremores, dificuldade para fazer movimentos rápidos e problemas com a coordenação fina, necessária para a realização de movimentos precisos.

Misto

É comum a combinação entre paralisia espástica e atetoide. De modo geral, pessoas com essa condição apresentam limitações intelectuais graves.

Uma pessoa na cadeira de rodas e a outra abaixada ao seu lado.
A paralisia se manifesta de diversas maneiras e a perda de movimentos é a principal característica.

Sintomas

Os sintomas e manifestações clínicas da paralisia cerebral são variáveis, tendo em comum as alterações na função motora, ou seja, na capacidade de movimentar o corpo. Alguns sintomas que podem estar presentes em pessoas com PC são:

Capacidade motora

  • Variação no tônus muscular: os músculos da criança são muito moles ou duros;
  • Fraqueza muscular generalizada: os músculos são incapazes de trabalhar adequadamente, sendo que essa fraqueza por ser leve ou extrema;
  • Dificuldade para respirar: resultado da dificuldade em movimentar o músculo diafragma, responsável pela capacidade do pulmão “sugar” o ar;
  • Disfunções e atrasos no desenvolvimento motor: as crianças com paralisia cerebral têm dificuldades de fazer movimentos bruscos com as mãos e pernas;
  • Má coordenação motora: não conseguem desenvolver essa habilidade a ponto de conseguir fazer movimentos mais precisos (coordenação motora fina);
  • Utilizar mais um lado do corpo: costumam demonstrar dificuldades com o lado do corpo afetado;
  • Dificuldades para andar: a criança cruza uma perna na frente da outra para conseguir andar. Outra manifestação comum, em especial quando apenas um lado é afetado, é o andar manco;
  • Salivação excessiva (baba): dificuldades na movimentação dos músculos da região bucal podem fazer com que a salivação não seja contida na boca;
  • Dificuldades para engolir: problemas nos músculos da garganta prejudicam na hora de engolir;
  • Dificuldade para ser amamentado: o movimento de sucção impede que o bebê consiga mamar no seio da mãe, acarretando dificuldades na amamentação;
  • Dificuldades de micção: problemas nos músculos podem ocasionar dificuldades na retenção urinária ou dificuldade em esvaziar a bexiga completamente.

Linguagem

Crianças com paralisia cerebral tendem a ter a linguagem defasada na articulação das palavras, por exemplo, e, por conta disso, podem apresentar dificuldades respiratórias, além de resultado de deficiência intelectual. Nesse último caso, as crianças também têm dificuldades com a escrita e podem apresentar surdez.

Ossos e articulações

Pela falta de movimentação e de exercício, os ossos podem apresentar extremidades (epífises) pequenas e finas, enquanto o centro (diáfise) se mantém mais grosso.

Pela falta de uso, as cartilagens se atrofiam, causando um estreitamento do espaço articular e podendo levar à perda da função. Além disso, problemas relacionados à angulação dessas juntas podem ocorrer.

Dores crônicas

Essas dores são causadas, geralmente, por músculos encurtados, postura anormal ou articulações enrijecidas.

Alimentação

Os prejuízos na motricidade fina impedem o preparo de alimentos e o manuseio de pratos e talheres. Além disso, pessoas com os músculos faciais afetados têm dificuldades para mastigar e engolir.

Mesmo pessoas com apenas o tronco acometido tem problemas, visto que a alimentação não é feita apenas com as mãos: muitas vezes movemos, também, o tronco em direção ao talher que estamos levando à boca.

Deficiência intelectual

Uma grande parte das pessoas com paralisia cerebral apresentam algum grau de deficiência intelectual, de leve à grave, dependendo da área e extensão do cérebro acometida.

Problemas sensoriais como percepções anormais, dificuldades para ver e ouvir, além de transtornos da memória e aprendizagem, são apenas alguns sinais de deficiência intelectual.

Convulsões

Alterações cerebrais são um fator de risco para convulsões. Deste modo, não é raro que crianças com paralisia cerebral tenham crises convulsivas. Alguns outros sintomas relacionados à paralisia cerebral são:

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Como é feito o diagnóstico da paralisia cerebral?

Ao levar o bebê ao pediatra, o(a) médico(a) irá analisar o histórico médico — tanto do bebê quanto da mãe — a fim de detectar quaisquer interferências durante a gravidez, nascimento e os primeiros dias de vida que possam ter causado uma lesão cerebral. Portanto, apenas pós uma avaliação física e a análise do histórico, pode-se pensar no diagnóstico de paralisia cerebral. 

No entanto, o(a) profissional ficará atento(a) para identificar se não houve piora dos sintomas com o tempo, pois isso seria sinal de que possivelmente há outro distúrbio causando os sintomas.

Por isso, a fim de detectar anomalias cerebrais ou descartar a possibilidade de outros distúrbios, o médico pode pedir os seguintes exames:

  • Ressonância magnética por imagem (IRM): exame que criar imagens transversais do cérebro e mostra possíveis alterações em sua estrutura;
  • Ultrassonografia craniana: exame que usa ondas sonoras para criar uma representação visual dos tecidos no corpo;
  • Eletroencefalograma (EEG): esse exame consiste em monitorar a atividade elétrica do cérebro.

Exames adicionais

Caso o diagnóstico seja confirmado, o(a) médico(a) pode pedir outros exames para conferir as habilidades da criança, como exames oftalmológicos, fonoaudiólogos e avaliação cognitiva.

Paralisia cerebral tem cura?

Infelizmente a paralisia cerebral é causada por danos cerebrais irreversíveis e, por isso, = ela não tem cura, mas também não há piora com o tempo. Além disso, existem diversos tratamentos que podem assegurar qualidade de vida para o indivíduo e ajudá-lo a desenvolver sua autonomia.

Como tratar?

O tratamento se baseia em todos os déficits apresentados pela criança. Com base nisso, uma equipe multidisciplinar, composta por diversas especialidades, tem como  intuito de montar o tratamento seguindo os seguintes enfoques:

  • Biomecânico: foca em princípios do movimento humano para tentar melhorar as atividades da vida diária;
  • Neurofisiológico: trata-se da porção que cuida do cérebro em si, em especial nos casos em que há convulsões;
  • Sensorial: é feito por meio de técnicas para melhorar as habilidades cognitivas relacionadas aos processos de sensação e percepção do mundo.

Fisioterapia

Trata-se de uma das terapias mais indispensáveis do tratamento da paralisia cerebral. Geralmente, o tratamento começa bem cedo, assim que se descobre a doença, e consiste na realização de exercícios específicos para melhorar a resistência e força dos músculos, assim como a motricidade grossa e o equilíbrio.

Terapia ocupacional

Quando a criança apresenta dificuldades sensoriais, são utilizadas técnicas para melhorar as habilidades cognitivas de sensação e percepção. Isso é especialmente importante para o aprendizado ocorrer de maneira mais adequada.

Fonoaudiologia

No caso da paralisia cerebral, o papel do fonoaudiólogo vai além de ajudar na fala e na escuta, pois ele também auxilia em problemas de deglutição.

Cirurgias

Quando necessário, um ortopedista pode realizar cirurgias para melhorar as habilidades do paciente. Algumas dessas intervenções são:

Cirurgia ortopédica

Corrige problemas físicos como deformidades e marcha atípica a fim de diminuir a dor e preservar a função das estruturas, em especial as articulações.

Tratamento neurofisiológico

Esse tratamento cuida do cérebro em si, em especial nos casos em que há convulsões. O(a) neurologista pode receitar medicamentos anticonvulsivantes para que tentar melhorar esse aspecto.

Caso a criança apresente também distúrbios comportamentais e de humor, um(a) psiquiatrapsicólogo precisam fazer parte do tratamento.

Convivendo

Pessoas que sofrem com disfunções motoras podem muito bem levar uma vida normal e cheia de significado, desde que os devidos cuidados sejam tomados.

Em casa

Em algumas situações, a criança necessitará de cuidados durante a vida toda. Já nos casos menos graves, um terapeuta ocupacional poderá auxiliar nas atividades do dia-a-dia, proporcionando maior integração e autonomia de pessoas com limitações.

Para ajudar a criança, os pais poderão ajudar a planejar seu futuro, pois, embora a doença não vá progredir (piorar), as limitações podem fazer com que a perspectiva de uma carreira seja descartada.

No entanto, dependendo das habilidades intelectuais e motoras, crianças com paralisia cerebral podem crescer e se tornar bem sucedidos no trabalho.

Na escola

A escola deve estar preparada para lidar com as limitações físicas da criança, e permitir o acesso de cadeira de rodas é o primeiro passo.

Além disso, os professores podem adaptar as carteiras para haver melhor aproveitamento das habilidades motoras da criança. Uma carteira inclinada, que facilita a mobilidade e a escrita, é a melhor opção.

Além disso, adotar materiais que facilitem esse processo, como as canetas e lápis mais grossos, envoltos em espuma e presos à mesa por um elástico, podem ser de grande ajuda. Papéis fixados com uma prancheta também costumam ser melhores que cadernos.

Apoio psicológico

Durante a adolescência e a vida adulta, é normal que a pessoa com paralisia cerebral tenha dificuldades psicológicas, especialmente quando a condição é muito limitante. Adolescentes, em especial, costumam ter problema em diferirem dos outros colegas e, por isso, o acompanhamento psicológico é muito importante nessa fase.

Participar de grupos de apoio é uma boa medida para a troca de informações e experiências, além de promover uma conexão maior com outras pessoas passando pela mesma situação. Essa prática pode ser benéfica tanto para o filho quanto para os pais.

Leia tambémNeuroplasticidade Cerebral: o que é, tipos, como funciona 

Prognóstico

O prognóstico da paralisia cerebral depende muito do tipo e gravidade da condição.

Progressão dos sintomas

Os sintomas podem acabar piorando com o tempo, e isso é possível porque o mau funcionamento e pouca utilização dos músculos leva à atrofia.

No entanto, crianças que recebem cuidados desde muito cedo têm maiores possibilidades de conseguir uma melhora significativa nas habilidades motoras. Já quando os ossos e músculos estão mais estabilizados, pode haver a necessidade de recorrer a cirurgias.

Problemas intelectuais

Em geral, problemas intelectuais não são percebidos antes que a criança comece a escola e a severidade dessas limitações varia muito. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável.

Autonomia

Pessoas com as habilidades motoras mais prejudicadas podem precisar de cuidadores na vida adulta, mas, algumas vezes, pessoas com habilidades motoras boas (na medida do possível) podem ter limitações intelectuais tão acentuadas que precisam de ajuda para muitas coisas também.

Indivíduos com os membros superiores não afetados têm maiores chances de ter uma boa autonomia, visto que muitas das atividades do dia a dia dependem principalmente dos braços e mãos. No entanto, apenas 50% dos casos de paralisia cerebral não afeta os membros superiores.

Puberdade e sexualidade

Pessoas com paralisia cerebral podem entrar na puberdade mais cedo ou mais tarde que o normal. Os atrasos, no entanto, parecem estar ligados com complicações como desnutrição.

Falando de sexualidade, não há evidências de que a PC afeta a fertilidade, mas existem algumas condições secundárias que podem exercer um efeito no desempenho e desejo sexual.

Expectativa de vida

A paralisia cerebral pode reduzir consideravelmente a expectativa de vida de uma pessoa, em especial nos casos mais graves em que há crises convulsivas e deficiência intelectual. Acredita-se que de 5 a 10% das crianças com PC morrem ainda durante a infância.

Condições relacionadas a uma melhor expectativa de vida são a habilidade de andar e se alimentar sozinho.

Produtividade

Crianças com muitos limites físicos podem ter dificuldade para brincar com as outras, tarefa considerada produtiva durante a infância.

Já na escola, algumas crianças podem ter dificuldade para escrever, tanto por questões motoras quanto intelectuais. Muitas conseguem escrever, demoram mais tempo do que o normal e sua caligrafia pode não ser compreensível para os professores.

Outra dificuldade que a criança pode encontrar na escola está relacionada à comunicação, uma vez que várias pessoas com PC têm dificuldades na fala.

Lazer

Nem todas as atividades são próprias para pessoas com limitações, mas existem muitas que podem ser efetuadas sem maiores dificuldades.

Além disso, dependendo do nível de limitação, a criança pode participar em jogos e torneios esportivos como para-atleta, por exemplo.

Idade

O avanço da idade é mais complicado do que em pessoas saudáveis, pois elas começam a ter problemas comuns da terceira idade já durante os 30 anos.

Aqueles que conseguem caminhar podem vivenciar dificuldades para continuar andando logo cedo. Além disso, o risco de obesidade é maior em pessoas com PC. Algumas condições desagradáveis que o paciente pode ter são:

  • Aumento nas dores, principalmente crônicas;
  • Redução da flexibilidade;
  • Mais espasmos e contraturas;
  • Aumento na fadiga.

Complicações

Além da própria imobilidade, a paralisia cerebral pode causar uma série de desdobramentos como:

Contraturas e deformidades

Quando há espasticidade (rigidez muscular), o músculo pode encurtar. Esse processo se chama contratura e pode impedir o crescimento de ossos, fazer com que eles fiquem envergados, além de resultar em deformidades ósseas, articulares e deslocamentos.

Desnutrição

Crianças com problemas para engolir podem acabar sofrendo com desnutrição, o que pode inviabilizar o crescimento saudável e resultar em ossos mais fracos. Para a nutrição ser adequada, algumas crianças podem precisar de alimentação via tubo.

Osteoartrite

Devido à pressão nos ossos e nas articulações, pode ocorrer o desgaste dessas estruturas com o tempo, resultado em uma doença degenerativa dos ossos chamada osteoartrite.

Osteopenia

Falta de mobilidade, desnutrição e uso de antiepilépticos são fatores que podem contribuir para baixa densidade óssea (osteopenia), que torna os ossos mais frágeis e propensos a fraturas.

Obesidade

Pela falta de movimentação, a  obesidade pode se desenvolver mais facilmente em pessoas com paralisia cerebral.

Problemas nos músculos oculares

Os olhos se movem por conta de um conjunto de músculos. Alterações no tônus desses músculos podem causar problemas para fixar ou movimentar o olhar.

Como prevenir a paralisia cerebral?

A paralisia cerebral acontece por diversos fatores e nem todos são possíveis controlar. No entanto, algumas dicas para evitar que seu filho sofra com o problema são:

  • Evitar o consumo de álcool, tabaco e outras drogas durante a gestação;
  • Manter diabetes e pressão alta controladas;
  • Cuidado com a cabeça do bebê, pois a formação óssea não está completa e é sensível;
  • Leve a criança ao médico sempre que aparentar estar doente e ter febre;
  • Tome cuidado com impactos na cabeça do bebê, pois estes podem causar um traumatismo craniano.

paralisia cerebral, também conhecida por PC ou/e encefalopatia crônica não-progressiva, é um conjunto de sintomas que causam prejuízos nos movimentos e rigidez muscular.

Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda médica!

Para mais conteúdos sobre saúde do cérebro, continue acompanhando o portal e redes sociais do Minuto Saudável!


Referências
 

Imagem do profissional Thayna Rose
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Este artigo foi escrito por:

Esp. Thayna Rose

CRP: CRP/PR 08/28789Bacharel em Psicologia com especialização em Neuropsicologia.Leia mais artigos de Esp. Thayna
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