A maioria das pessoas associa a fisioterapia somente aqueles exercícios necessários após lesões musculares, cirurgias ou recomendados para pessoas idosas.

Quem gosta ou acompanha esportes também deve lembrar de algum jogador afastado por machucados e que iniciou tratamento fisioterápico.

Mas, na verdade, a área é muito mais ampla e capaz de atender diversos quadros, sejam eles para tratar condições físicas pontuais ou persistentes, como uma torção do tornozelo ou malformação postural.

Com o intuito de preservar, desenvolver, reabilitar e manter o bom funcionamento dos sistemas internos ou externos, a fisioterapia atende à saúde do paciente em suas diversas necessidades, mas nem sempre é reconhecida ou valorizada.

Para entender a importância dessa área de estudo e atendimento, conheça mais sobre a atuação do fisioterapeuta, a aplicação terapêutica e os mecanismos de ação.

Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é Fisioterapia?
  2. Para que serve a fisioterapia?
  3. Como é uma sessão de fisioterapia?
  4. Áreas de atuação: quais os tipos de fisioterapia?
  5. Eletrofisioterapia
  6. Quando procurar um fisioterapeuta?
  7. Curso de fisioterapia
  8. Onde trabalhar: quais áreas pode atuar um fisioterapeuta?
  9. Pilates e fisioterapia
  10. Terapia ocupacional e fisioterapia
  11. Reconhecimento da fisioterapia
  12. Histórico
  13. O que são COFFITO e CREFITO?
  14. Curiosidades sobre a fisioterapia
  15. Perguntas frequentes

O que é Fisioterapia?

A fisioterapia é uma ciência focada no estudo, diagnóstico, prevenção e reabilitação dos pacientes que possuam algum distúrbio de movimento ou funcionamento (cinético funcional) dos órgãos ou sistemas corporais, segundo a definição do Crefito 9, que é o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.

Doenças ocasionadas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades adquiridas podem ser trabalhadas pelos profissionais habilitados, visando manter ou recuperar a saúde do paciente, preservando a integridade de órgãos, sistemas e funções, sem desconsiderar os aspectos psicológicos e sociais.


Para realizar um diagnóstico cinético funcional — ou seja, dar o parecer sobre a qualidade dos movimentos e funcionamento dos sistemas corporais —, o profissional fisioterapeuta necessita integrar múltiplos conhecimentos, envolvendo os:

  • Morfológicos: compreende as partes e microestruturas do corpo, fazendo o estudo da forma orgânica;
  • Fisiológicos: compreensão do funcionamento do organismo a partir da integração das partes (células, órgãos e sistemas);
  • Patológicos: compreensão das doenças que afetam ou comprometem a integridade do paciente;
  • Bioquímicos: estudo dos processos que ocorrem nas células, seu funcionamento e ações no metabolismo;
  • Biofísicos: integração das noções e teorias da física para compreender os sistemas do organismo;
  • Biomecânicos: compreensão do funcionamento das forças internas e externas que agem sobre o organismo e quais os efeitos biológicos;
  • Cinésicos: compreensão dos movimentos corporais em suas múltiplas ações (quais as possíveis causas que impedem ou possibilitam um movimento);
  • Sinérgico funcionais e patológicos: compreensão e avaliação das ações, movimentos, reações ou estímulos do organismo, sejam eles normais ou frutos de patologias.

Ou seja, é preciso conhecer as micro ações do corpo para compreender o correto funcionamento orgânico, avaliando e considerando o paciente integralmente.

Mas não é apenas isso, pois o fisioterapeuta necessita ainda de um entendimento psicossocial que seja capaz de atender à realidade e às necessidades de cada indivíduo.

Por se tratar de uma área ampla, as especialidades são diversas, ainda que nem sempre seja reconhecida a importância do profissional qualificado para exercer a atividade. Muitas pessoas se submetem a tratamentos que são feitos por pessoas sem capacitação, às vezes por falta de informação, às vezes por achar que não há riscos.

Por exemplo, a quiropraxia, o pilates e a fisioterapia dermatológica são áreas que ainda lutam para que apenas profissionais qualificados exerçam as atividades.

Os campos de atuação e especialização reconhecidos pelo COFFITO – Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, são:

  • Fisioterapia em Acupuntura;
  • Fisioterapia Aquática;
  • Fisioterapia Cardiovascular;
  • Fisioterapia Dermatofuncional;
  • Fisioterapia Esportiva;
  • Fisioterapia em Gerontologia;
  • Fisioterapia do Trabalho;
  • Fisioterapia Neurofuncional;
  • Fisioterapia em Oncologia;
  • Fisioterapia Respiratória;
  • Fisioterapia Traumato-Ortopédica;
  • Fisioterapia em Osteopatia;
  • Fisioterapia em Quiropraxia;
  • Fisioterapia em Saúde da Mulher;
  • Fisioterapia em Terapia Intensiva.

Para o fisioterapeuta Carlos Henrique Canedo, a fisioterapia tem uma papel fundamental na promoção da saúde e na qualidade de vida. Devolver a autonomia e a independência ao paciente é um dos pontos principais da atuação do profissional, mas a prevenção de patologias e manutenção do bem-estar têm sido um campo de intervenção em evidência.

Para que serve a fisioterapia?

Nem sempre sabemos para que serve a fisioterapia, pois muita gente acha que ela é indicada apenas para machucados ou após cirurgias.

Ainda que os atendimentos mais recorrentes em clínicas, são geralmente devido a lesões, fraturas e alterações que restrinjam a mobilidade do paciente, mas não é apenas na reabilitação que a fisioterapia se aplica.

Apesar do cenário estar mudando, a profissão ainda é frequentemente caracterizada como um tratamento secundário ou codependente dos demais procedimentos médicos e a luta da categoria visa desassociar a intervenção da assistência secundária ou facultativa.

Os fisioterapeutas têm conquistado seu espaço autônomo na intervenção e prevenção à saúde e bem-estar nas diversas áreas atuantes.

Ou seja, fazer sessões de fisioterapia não deve ser uma medida de último caso ou  delimitada por outros tratamentos.

Diversos estudos apontam as melhoras significativas na qualidade de vida pessoal, social, física e mental quando há a atuação do fisioterapeuta, seja como modo terapêutico, paliativo ou preventivo.

Para o Dr. Carlos Henrique Canedo, a fisioterapia atua, então, para “restabelecer a melhor condição física possível do paciente, atuando no controle das dores iniciais e, posteriormente, reabilitando-os para retornarem às suas atividades diárias”.

Existem diversos possibilidades do profissional fazer a intervenção, que será determinada de acordo com o quadro do paciente. São considerados fatores como a rotina, o tamanho da dor, os recursos disponíveis para o tratamento, além do tempo do tratamento.

Como é uma sessão de fisioterapia?

É difícil determinar como uma sessão acontece, pois isso vai depender do quadro do paciente. Mas, se considerarmos a fisioterapia clínica, a maioria dos pacientes passa por uma avaliação em que são verificados os quadros de dor, queixas e limitações.

Após identificado o objetivo principal da terapia — diminuir a dor, recuperar o músculo, corrigir a postura —, são indicados exercícios físicos de baixo impacto para melhorar a movimentação e amplitude.

Após os exercícios, é possível que sejam aplicadas ondas de eletroestimulação para estimular e fortalecer a musculatura.

Todos os exercícios são ensinados e acompanhados pelo profissional e irão depender de cada caso, mas alguns exercícios básicos das sessões de fisioterapia podem ser:

Extensão da coluna

Deitado de bruços, com as pernas e coluna alinhadas, você deve posicionar as mãos na altura do peito. Elevando os ombros e retirando gradualmente o tronco do solo, mas mantendo a região da pelve no solo.

Para isso, use a força dos braços, estendendo-os quase completamente (cuidado para não forçar a articulação dos cotovelos), por isso mantenha o braço levemente flexionado.

Elevação do quadril

Deitado com as costas no chão, com os joelhos flexionados e as mãos paralelas ao corpo (estendidas ao lado, com a palma da mão no solo), você deve elevar o quadril, mantendo a coluna alinhada.

Rotação de quadril

Com as costas apoiadas no chão e as pernas flexionadas, você deve manter os joelhos juntos. Balance as pernas no eixo do quadril, jogando os joelhos para os lados, evitando mover os ombros e pescoço.

Alongamento da coxa

Sente-se no chão com as pernas estendidas e levemente afastadas. Mantenha a coluna alinhada e, aos poucos, tente alcançar a ponta dos pés até sentir que o músculo das coxas (flexores) está se alongando.

Alongamento da parte interna da coxa

Sentado, com a coluna alinhada, dobre as pernas e junte os pés, fazendo a posição de borboleta. Mantenha a sola dos pés unidas e, gradualmente, separe os joelhos.

Alongamento para o pescoço

Em pé, mantenha a coluna bem alinhada e os pés paralelos e levemente afastados. Coloque as mãos atrás da cabeça e incline-a levemente, olhando para baixo.

Para alongar o músculo lateral do pescoço, coloque a mão esquerda atrás da cabeça e puxe-a a para o lado esquerdo, olhando para baixo também. Repita o movimento do lado direito, com o braço direito.

Alongamento do braço

Em pé, com a coluna ereta e bem alinhada, e os pés paralelos e levemente afastados, erga um dos braços e coloque-o por trás da cabeça.

Dobre o cotovelo, como se a sua mão direito tentasse alcançar o ombro esquerdo. Repita o processo com o outro braço.

Áreas de atuação: quais os tipos de fisioterapia?

Ainda que a formação seja, inicialmente, uma só, há vários tipos de fisioterapia. A partir da graduação, o fisioterapeuta possui capacidade de atuar em diversas áreas que compreendem o atendimento, assistência, prevenção e reabilitação do paciente ou cliente.

Além dos atendimentos gerais, como clínicas ou hospitais, que podem atender aos mais diversos quadros, o profissional pode optar por uma especialização, dedicando-se a um segmento.

O Crefito reconhece como especialista pós-graduado todo profissional devidamente formado por instituições de ensino superior aprovadas pelo MEC, e que realizem uma pós-graduação com carga horária mínima de 750 horas.

Os cursos de especialização devem fornecer as bases teóricas e atividades de treinamento, sob supervisão, da prática profissional restrita às áreas de especialidade. Ou seja, o aluno termina o curso de pós-graduação com o conhecimento prático de sua área de atuação.

Abaixo você encontra algumas especialidades que o profissional pode exercer, lembrando que há atuações específicas do fisioterapeuta e outras que podem ser exercidas também por profissionais de outras áreas.

Acupuntura

A acupuntura consiste em práticas terapêuticas baseadas em tradições médicas orientais que estimulam pontos do corpo a fim de reduzir dores, tratar disfunções, prevenir doenças e promover mais bem-estar.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prática é considerada um complemento da medicina moderna e, no Brasil, é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina.

De acordo com as resoluções do Coffito 60/85, 97/88, 201/99 e 219/00, o profissional fisioterapeuta devidamente registrado está capacitado para exercer a acupuntura.

Eletroacupuntura

Além da acupuntura tradicional, a aplicação da eletroacupuntura tem sido de grande interesse pelos profissionais e pacientes. O procedimento visa potencializar os efeitos da técnica tradicional com a utilização de pequenas correntes de pulso nos tecidos do corpo.

Os estudos sobre a prática apontam efeitos mais imediatos e mais amplos. Enquanto a acupuntura promove e destaca o alívio da dor, a eletroacupuntura pode reduzir com mais eficiência os espasmos musculares, através do aumento da circulação sanguínea local, além de estimular o processo de recuperação tecidual.

As pequenas agulhas causam dores bem moderadas, bem suportadas pela maioria das pessoas, e os pacientes relatam que a diferença entre os métodos é pequena. Basicamente, os furinhos são acompanhados de um leve formigamento ou sensação de cócegas devido à corrente elétrica.

Dermatofuncional

As intervenções dermatológicas podem ser recomendadas para paciente que apresentem condições patológicas ou queiram melhorar aspectos estéticos. Segundo a resolução do Coffito 362/09, o fisioterapeuta está capacitado para atender, tratar e recuperar as funcionalidades da pele.

Doenças como úlceras, cicatrizes, feridas, câncer, envelhecimento cutâneo, estrias, acne, gordura localizada, pré e pós operatórios são algumas das condições que podem encaminhar o paciente à fisioterapia dermatofuncional.

Fisioterapia do trabalho

A atenção à saúde do trabalhador também é papel do profissional fisioterapeuta. De acordo com Resolução Coffito 351/08, cabe ao profissional contribuir com ações de prevenção, promoção e restauração da saúde do trabalhador, na esfera coletiva ou individual.

Portanto, o fisioterapeuta pode ser integrado à rotina das empresas ou atuar de modo pontual na avaliação da qualidade do ambiente.

Ou seja, observar se há riscos à integridade dos trabalhadores, sistemas prejudiciais à saúde física e funcional, além de auxiliar no planejamento e implantação de ações educativas sobre acidentes de trabalho, doenças funcionais e ocupacionais.

Assim, pode ser que um fisioterapeuta comece a acompanhar seus hábitos de trabalho ou, em alguns dias durante o mês, vá visitar a empresa. Mas é apenas para garantir melhores condições do ambiente.

Para o Dr. Carlos Henrique Canedo, a fisioterapia contribui dando assistência à saúde e bem-estar, reduzindo os riscos de disfunções ou problemas futuros. Para o profissional, “podemos notar que a preocupação com prevenção vem aumentado bastante, em tempos atrás, as pessoas só pensavam em fisioterapia quando já estavam em uma condição patológica”.

As disfunções ou problemas ocupacionais causam inúmeros afastamentos dos trabalhadores de seus empregos. Além de ocasionar prejuízos à vida pessoal do funcionário, o afastamento desencadeia outras consequências, como impactos nos investimentos em saúde e alteração da produtividade empresarial.

Se mais gente se machuca, maior a quantia de dinheiro aplicado nessas terapias que, muitas vezes, é retirada de outras áreas da saúde. Por isso, a prevenção é sempre ideal e bem-vinda.

No entanto, os problemas ocupacionais nem sempre são percebidos ou tratados com a devida atenção na esfera empresarial. Assim, a fisioterapia laboral observa, previne e otimiza os processos e ambientes de trabalho.

Fisioterapia esportiva

Se a necessidade de se afastar dos esportes ou das atividades físicas já gera transtornos imensos a quem pratica apenas por prazer, imagine quando se trata de jogadores ou esportistas profissionais.

Como os salários altos dos jogadores, claramente, são mantidos quando eles sofrem lesões e precisam ficar fora dos jogos, o prejuízo aos times é imenso.

Para ter uma noção do impacto que um queda ou ruptura muscular pode causar, a seguradora britânica Jardine Lloyd Thompson (JTL) fez uma estimativa das despesas de clubes que disputam a Premier League (liga profissional de futebol da Inglaterra).

Os 20 times ingleses considerados na avaliação gastaram, em apenas 6 meses, cerca de R$606 milhões em salários de jogadores afastados por lesões. Isso sem contar os tratamentos.

Para prevenir, minimizar os riscos ou —  quando já ocorreu —  tratar a lesão, é preciso um profissional devidamente capacitado para que o paciente retorne às atividades. E não são somente os jogadores e esportistas, pois os praticantes de qualquer atividade física e até os atletas de fim de semana precisam ser encaminhados à reabilitação.

A Resolução Coffito 337/07, estabelece que a prática e promoção da fisioterapia esportiva é exclusividade do profissional fisioterapeuta habilitado.

Cabe e ele desenvolver e intervir na esfera de saúde, esporte e lazer, prevenindo, tratando e recuperando lesões, machucados ou funcionalidades dos sistemas corporais.

O acompanhamento de fisioterapeutas em centros esportivos ou de treinamento de alta intensidade é fundamental, pois a negligência às lesões ou a má execução de exercícios pode causar danos severos à vida do atleta ou paciente.

Neurofuncional

O fisioterapeuta pode atuar no tratamento de doenças ou disfunções neurológicas já instaladas que provoquem limitações físicas ou neuromotoras ao paciente.

O intuito do acompanhamento deve ser a reabilitação do paciente, visando devolver ou garantir sua independência e autonomia que podem ser restringidas por doenças neurológicas, degenerativas e suas consequentes complicações.

No que se refere às crianças, o fisioterapeuta pode atuar visando oferecer melhores condições ao desenvolvimento e crescimento do paciente, considerando suas capacidades neurológicas, psicológicas e motoras.

A Resolução Coffito 207/00 determina que a denominação de especialista em neurologia ou especialista em atendimento neurofuncional apenas se confere ao fisioterapeuta que realize uma pós-graduação com atribuições de residência, com treinamento em serviço, e reconhecida pelo órgão.

As condições tratadas e amenizadas pela fisioterapia neurofuncional são diversas e cada vez mais se reconhece a importância e a efetividade da atuação do profissional acompanhando o paciente.

Quanto mais rápido começar a intervenção, melhores os resultados e a progressão do quadro clínico. Entre as condições assistidas pelos fisioterapeutas estão:

  • Acidente Vascular Encefálico (AVE);
  • Autismo;
  • Esclerose Múltipla;
  • Distrofia Muscular de Duchenne;
  • Mal de Alzheimer;
  • Mal de Parkinson;
  • Microcefalia;
  • Mielomeningocele;
  • Paralisia Cerebral (PC);
  • Paralisia Facial;
  • Síndrome de Down;
  • Traumatismos Cranianos (TCE);
  • Traumas Raquimedulares (TRM);
  • Síndrome de Guillain-Barré.

Nesses casos, o profissional vai estimular e habilitar o paciente (seja ele adulto, criança ou idoso) a manter suas atividades diárias, evitar o isolamento social, otimizar suas ações diárias através da diminuição de dores e desconfortos, melhorar postura e tônus muscular, prevenir e tratar deformidades (congênitas ou adquiridas), se adaptar ao uso de orteses e proteses se necessário e evitar agravamento de doenças.

Onco-Funcional

Os tratamentos oncológicos podem afetar as capacidades cinético-funcional e a integridade do paciente, sendo papel do fisioterapeura oncológico atuar na reabilitação, prevenção ou manutenção da qualidade de vida.

As intervenções são distintas e dependem do quadro do paciente. Os tratamentos para o câncer que envolvem radioterapia, quimioterapia ou intervenção cirúrgica, podem envolver e ocasionar impactos na independência motora ou funcional.

O fisioterapeuta pode atuar tanto no pré quanto no pós-operatório, apresentando um importante papel nos casos de câncer de mama, cabeça, pescoço, tumores ósseos, coluna, abdominais uro e ginecológicas, por exemplo.

Mesmo nos tratamentos não cirúrgicos para o câncer, o paciente pode apresentar dores, fibroses, redução de movimentos, encurtamentos musculares, dificuldade do controle motor e fraqueza muscular.

Esses quadros são minimizados ou resolvidos com o acompanhamento fisioterápico.

Osteopatia

A Resolução Coffito 220/01 determina é que é atribuição do fisioterapeuta a prática profissional de osteopatia.

Criada pelo médico americano Andrew Taylor Still durante a guerra civil americana, no final do século XIX, a prática é considerada uma intervenção de medicina alternativa ou terapêutica não-convencional que utiliza a manipulação musculoesquelética (músculos, ossos e articulações) para tratar doenças e aliviar sintomas.

A osteopatia pode ser separada em:

  • Estrutural —  focando no funcionamento dos tecidos ósseo, muscular, neural, fascial e ligamentar;
  • Postural —  visando a manutenção, obtenção ou recuperação da postura adequada;
  • Visceral —  pretende diminuir os distúrbios orgânicos ocasionados pelo desequilíbrio entre as estruturas do organismo.

Portanto, é através de técnicas de mobilizações e manipulações que o fisioterapeuta promove o alívio de dores, corrigi disfunções posturais, restabelece o equilíbrio e a força muscular, além da redução das outras desordens que possam afetar a rotina do paciente.

Fisioterapia respiratória (Pneumofuncional)

O fisioterapeuta focado da área pneumofuncional atua na prevenção, recuperação e manutenção da saúde do sistema respiratório.

Doenças respiratórias podem acometer os pacientes e ocasionar disfunções no músculo esquelético (diafragma), no metabolismo muscular e na oxigenação sanguínea.

Normalmente, o profissional especialista em pneumo-funcionalidade atua em hospitais, ambulatórios e centros de terapias intensivas (UTI). Mas é possível que a ação clínica também necessite de intervenção fisioterápica focada no trato respiratório.

Sobretudo com a chegada do inverno, a dificuldade respiratória pode se tornar mais evidente em idosos, crianças e pacientes debilitados. Algumas doenças são amplamente beneficiadas com a intervenção fisioterápica, como a fibrose cística, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose pulmonar, bronquiectasia, pneumonia e insuficiência respiratória.

Quiropraxia

De acordo com a Resolução Coffito 399/2011, o profissional fisioterapeuta especialista em quiropraxia atua para prevenir doenças ou agravamentos das patologias, além de reabilitar fisicamente o paciente para as atividades rotineiras.

Para a organização Mundial de Saúde, a quiropraxia atua no diagnóstico, tratamento e prevenção das desordens do sistema neuromusculoesquelético. Ou seja, a integração dos sistemas nervoso, muscular e ósseo.

É através da aplicação de massagens e manipulações físicas (musculares e articulares), sobretudo da coluna vertebral, que a especialidade age.

A quiropraxia deve ser um tratamento complementar e associado, quando há necessidade do uso de medicamentos, por exemplo.

Porém, o intuito terapêutico é reduzir ou dispensar a utilização de remédios ou cirurgias para os quadros de dores, principalmente as na pelve, no ciático, nos ombros, nas costas, no quadril, na cabeça e nos membros.

Leia mais: Quiropraxia: o que é e quanto custa?

Saúde da mulher e urogineco-funcional

Para o Coffito, na Resolução 372/09, cabe exclusivamente ao fisioterapeuta a atuação nos cuidados fisioterápicos na saúde da mulher.

Inicialmente, a especialidade era denominada urogineco-funcional e se destinava única ou majoritariamente às disfunções ou alterações dos sistemas genital e urinário da mulher.

No entanto, visando amplificar a assistência à integridade feminina, a especialidade passou a ser chamada de fisioterapia da saúde da mulher, compreendendo as especificidades do corpo feminino, bem como os aspectos psicológicos e sociais.

A especialidade compreende que os organismo da mulher e do homem são diferentes e, portanto, é necessário que sejam feitas intervenções distintas, respeitando as particularidades biológicas e sociais.

Talvez você já tenha ouvido falar do pompoarismo, a prática indiana que fortalece a musculatura da vagina.

A ginástica íntima é recomendada por profissionais da saúde pois auxilia na redução de cólicas e no período menstrual, pode diminuir os sintomas da menopausa, prepara a gestante para o momento do parto e na recuperação, auxilia a prevenir e tratar a incontinência urinária.

De acordo com o Crefito 10, o pompoarismo é uma das práticas tradicionais que, atualmente, é amparada pela fisioterapia.

Os especialistas da saúde da mulher podem recorrer ao conhecimento trazido pela tradição, adaptando-o aos conhecimentos e objetivos da fisioterapia pélvica.

Atuação fisioterapêutica na gestação

A fisioterapia obstetrícia atua antes, durante e depois do período de gravidez, trabalhando os sistemas corporais para trazer mais qualidade, conforto e bem-estar à gestante. É sobretudo através de exercícios de alongamento, respiração, relaxamento e fortalecimento muscular que o profissional atua.

A indicação fisioterápica se mostra bastante relevante mesmo em mulheres fisicamente ativas e com rotinas saudáveis, pois durante a gravidez há um sobrecarregamento de músculos específicos do assoalho pélvico.

Com um profissional habilitado, as dores e queixas que são comuns e recorrentes durante e após a gestação podem ser minimizadas e, inclusive, evitadas.

Além disso, o momento do parto demanda uma ação corporal bastante elevada e que necessita de preparo e acompanhamento psicofísico.

Se a mulher sentir que seu corpo está condicionado e preparado para dar à luz, certamente a ansiedade vai ser menor e todo o processo de parto será mais tranquilo.

Cardiologia e fisioterapia respiratória na Terapia Intensiva (UTI)

Provavelmente você já percebeu que a UTI, ou unidades de tratamento intensivo, são sempre destinadas aos pacientes em estado agravado.

O ambiente é, de fato, voltado aos quadros com complicações clínicas e que precisam de um acompanhamento contínuo, com condições controladas (como oferta de oxigênio e monitoração cardíaca).

Portanto, o fisioterapeuta que atua na UTI faz um atendimento multidisciplinar (ou seja, a atuação com os outros especialistas é essencial), sendo sobretudo na manutenção das funções vitais, como a respiração e os batimentos cardíacos, prevenção de complicações e melhora da ações circulatórias que o fisioterapeuta se dedica.

Os métodos e intervenções aplicadas vão variar de acordo com as necessidades e possibilidades do paciente, mas podem ser aplicados exercícios respiratórios e músculo-esqueléticos.

Um artigo publicado em 2009, na Revista de Terapia Intensiva, aponta que já se reconhece que a ação e mobilização precoce dos pacientes na UTI traz mais estabilidade e progresso na qualidade de vida dos pacientes.

As atividades e intervenções do fisioterapeuta são bastante abrangentes e, entre as intervenções, estão:

  • Exercícios motores na cama;
  • Sedestação na beira do leito (posicionar o paciente sentado);
  • Ortostatismo (posicionar o paciente em pé);
  • Deambulação (curtas ou breves caminhadas);
  • Correção do posicionamento do paciente no leito para a correta respiração;
  • Exercícios com o auxílio ou intervenção do fisioterapeuta (ativo-assistidos e resistidos) para a articulação e músculos.

Além disso, o Coffito reconhece, sob a Resolução 402/11, que o profissional fisioterapeuta está apto a atuar na terapia intensiva neonatologia, infantil e adulta.

Traumato-ortopédica

A fisioterapia traumato-ortopédica diagnóstica, acompanha, previne e trata as disfunções musculoesqueléticas, que podem ser causadas por lesões, traumatismos ou doenças ortopédicas.

Em geral, aquela ruptura muscular ou luxação decorria dos exercícios físicos são tratadas por essa especialidade, mas não somente isso. Pois pacientes que apresentam alterações de postura por desvios de coluna ou que realizaram cirurgias e amputações também podem recorrer ao profissional.

Visando reduzir ou solucionar os quadros de dor e qualidade da movimentação, o fisioterapeuta promove:

  • Melhora da força muscular;
  • Auxílio no alongamento e comprimento muscular;
  • Mais flexibilidade;
  • Melhor movimentação e amplitude articular.

Essas ações e intervenções resultam em mais qualidade nas atividades diárias e específicas (como subir escadas e praticar esportes).

Fisioterapia aquática

Para a ação da fisioterapia aquática, são consideradas as propriedades e os princípios físicos da água e os efeitos nos sistemas corporais.

Talvez você já tenha ouvido sobre os benefícios da hidroterapia ou natação para quem deseja emagrecer ou precisa se recuperar de lesões. Isso porque a água gera uma resistência maior ao movimento do corpo, ao mesmo tempo que reduz os impactos.

Ou seja, é necessário fazer mais força para completar os movimentos, mas as suas articulações sofrem menos e, consequentemente, os riscos de lesionamento durante o exercícios são menores.

O alívio de dores, a diminuição dos espasmos musculares, a reabilitação da amplitude articular, o fortalecimento muscular e postural, além de recuperação respiratória são alguns dos trabalhos desenvolvidos na fisioterapia aquática.

De acordo coma Resolução 443/14 do Coffito, a especialidade engloba a utilização da água em diferentes ambientes ou contextos para a atuação do fisioterapeura no âmbito da:

  • Hidroterapia: usos diversos da água para fins terapêuticos;
  • Hidrocinesioterapia: exercícios e terapia realizados dentro da água, com imersão do paciente, a fim de tratar diversas patologias;
  • Balneoterapia: tratamento e amenização de sintomas através de banhos (a terapia é bastante aplicada em pacientes com queimaduras);
  • Crenoterapia: conjunto de ações e intervenções que emprega banhos ou a ingestão de águas minerais naturais com agentes terapêuticos para tratar e prevenir diversas patologias;
  • Termalismo: tratamento feito diretamente nos ambientes termais naturais que pode envolver, além dos banhos, o uso de produtos naturais retirados da nascente, como vapores, gases e lamas;
  • Duchas: são aplicadas de modo localizado, auxiliando no relaxamento muscular e alívio de contrações;
  • Compressas: compressas quentes ou frias são aplicadas de acordo com o quadro do paciente, auxiliando na recuperação muscular, circulação ou alívio de dores;
  • Vaporização/inalação: indicada sobretudo no tratamento e melhoria respiratória;
  • Crioterapia: a terapia pelo frio age na redução da dor, diminuição dos processos inflamatórios, diminuição de espasmos musculares e do metabolismo celular, através da redução do fluxo sanguíneo no local da aplicação;
  • Talassoterapia: utiliza de modo terapêutico e controlado a água do mar, bem como produtos naturalmente marinhos (como algas e lamas) para o tratamento fisioterápico.

Atenção especializada ao Idoso

Em 2014 começou o processo para que o segmento fosse reconhecido pelo Coffito como especialidade, mas somente em dezembro de 2016 a gerontologia foi atribuída como ramo da fisioterapia também.

A assistência e atenção geriátrica se destina aos cuidados ao idoso, com ênfase no envelhecimento saudável, pois a qualidade de vida, a mobilidade independente e o bem-estar podem ser afetados no decorrer da vida, fazendo com que os idosos apresentem necessidades específicas.

Nem sempre a idade gera doenças ou dependência, mas há condições que são favorecidas com o envelhecimento, como a queda na imunidade, o enfraquecimento muscular e a dificuldade de locomoção. Além disso, há doenças associadas à idade, como o Alzheimer e a doença de Parkinson.

Mesmo que o paciente não apresente debilidades severas ou dificuldades funcionais, o fisioterapeuta, além da reabilitação, atua na prevenção ou otimização dos mecanismo físicos e psicomotores, pois há uma série de alterações físicas, orgânicas e psicossociais que podem comprometer a saúde do idoso.

Através do aumento e manutenção da força muscular, da flexibilidade, do equilíbrio e da coordenação motora, há uma redução nos riscos de lesões e fraturas, devido às quedas.

Os sistemas respiratório e cardiovascular também são trabalhados, acompanhados e beneficiados com a fisioterapia, elevando a qualidade de vida e favorecendo a longevidade do paciente.

Eletrofisioterapia

A técnica de eletroterapia consiste na aplicação de correntes elétricas de baixa intensidade diretamente na região afetada ou em tratamento. O procedimento é bastante utilizado em pacientes com lesões musculares, em pós-cirúrgico ou no tratamento e acompanhamento de algumas patologias.

O emprego de técnicas de eletroestimulação tem o objetivo de otimizar a terapia, aliando os recursos em busca da melhoria do quadro da pessoa. De modo geral, as correntes agem estimulando respostas mais intensas ou mais aceleradas.

Entre as indicações e aplicações da eletrofisioterapia estão:

  • Controle e diminuição da dor, melhorando o movimento do paciente;
  • Auxílio na redução do acúmulo de líquidos e inchaço (edemas);
  • Relaxamento muscular;
  • Diminuição de contraturas musculares;
  • Auxílio na regeneração dos tecidos moles: age no estímulo dos tecidos e fibras colágenas;
  • Estímulo na cicatrização óssea em fraturas;
  • Melhora no desempenho muscular.

Conheça algumas das correntes elétricas aplicadas por fisioterapeutas:

Terapia por estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)

A TENS é indicada no tratamento e alívio das dores, geralmente associada à prática de exercícios físicos.

Com a eletroestimulação, há o favorecimento do estímulo, excitação e despolarização das fibras nervosas, fazendo com que a percepção da dor seja controlada.

Eletrodos são posicionados no local sensível e são aplicadas correntes elétricas ajustáveis, de podem variar conforme a sensibilidade de cada paciente.

Pesquisas publicadas no periódico American Journal of Nursing, mostram que pacientes apresentam um alívio de até 60% nas dores causadas por neuropatia periférica, lesão do nervo periférico, radiculopatia e dores musculoesqueléticas após apenas 5 sessões.

Outro estudo apontou que 12 dias de tratamento com eletroestimulação proporcionaram melhoras em 69% dos pacientes com dorsalgia e 40% com cefaleia.

Corrente Russa

A corrente russa foi criada com o intuito de estimular e tonificar os músculos. Atualmente, aplica-se a corrente na frequência média de 2.000Hz a 10.000 Hz, com pulso podendo variar de 50 a 250 microssegundos.

A aplicação é variada e, segundo um estudo publicado no periódico Arquivo Brasileiro de Cirurgia Digestiva, em 2012, a técnica pode ser indicada para melhorar o tônus muscular, reduzir a flacidez, estimular a circulação sanguínea, além de melhorar a oxigenação celular.

Há aplicações estéticas inclusive para reduzir a celulite, flacidez e promover a diminuição de gordura localizada.

Corrente Interferencial

A corrente tem baixa frequência e atua na diminuição da dor e na melhora do desempenho muscular. A terapia oferece poucos efeitos adversos e acelera a recuperação e reabilitação do paciente.

Na aplicação, são utilizadas suas correntes elétricas alternadas com frequência média, resultando em uma corrente terapêutica de baixa frequência indicadas para dores crônicas ou agudas.

Entre as aplicações e indicações de tratamento da corrente interferencial estão lombalgia, cervicalgia, dor miofascial, dores no joelho (incluindo as ocasionadas pelo pós-operatório), artrite psoriática, constipação intestinal e dores geradas por excesso de exercícios ou lesões musculares.

Ondas curtas

A ação eletromagnética atinge os tecidos moles mais profundos, agindo no aumento e estimulação do colágeno, alívio de dores e diminuição dos espasmos. Conferindo uma vibração rápida nos tecidos, o procedimento faz com que eles sejam aquecidos e os vasos se dilatem, proporcionando o alívio das dores.

Contusões, hipotrofias musculares, rigidez e imobilidade do músculo, artrites, periartrite, bursite, mialgias, lombalgias e fibroses são alguns dos quadros que podem ser tratados com as ondas curtas.

Ultrassom

O ultrassom é capaz de emitir ondas que produzem movimentos de vibração, resultando em aumento do metabolismo local. Ou seja, o sangue é estimulado a circular mais na região.

Com o fluxo de sangue elevado, há mais nutrição, oxigenação e regeneração do tecido. Casos de tendinite, mialgias, contraturas e tensões musculares, e cicatrizes podem ser favorecidas com o procedimento.

Laser

Através do processo fototerápico, o laser alivia dores, age como anti-inflamatório e estimula as células do tecido, acelerando a regeneração e cicatrização.

Processos inflamatórios e lesões de tecidos moles (como tendões, músculos e ligamentos), edemas, lesões nervosas e feridas abertas que demoram a cicatrizar podem ser tratadas com o laser.

Quando procurar um fisioterapeuta?

Segundo o fisioterapeuta Carlos Henrique Canedo, o profissional fisioterapeuta sempre deve ser procurado quando a pessoa se encontra em qualquer condição de debilidade física, com dificuldade para realizar atividades rotineiras em casa ou no trabalho.

Essas restrições podem ser causadas por dores ou limitação física, comprometendo a rotina e qualidade de vida do paciente.

Também é importante recorrer à fisioterapia em casos de dores constantes, sejam elas em qualquer intensidade.

Além disso, segundo o profissional, a fisioterapia age na prevenção desses problemas. Portanto, não espere a dor, lesão ou patologia se apresentar para consultar um especialista.

Curso de fisioterapia

São 4 ou 5 anos de estudos e dedicação à compreensão do funcionamento orgânico para se formar fisioterapeuta. O curso superior de bacharelado é composto por abordagens multidisciplinares, que vão desde os estudos bioquímicos do organismo, até os estágios de aplicação e prática do aprendizado.

A ideia de que fisioterapia só trabalha com reabilitação ainda é bastante presente. Exemplo disso é Loyhrana Pilato, graduanda de fisioterapia, que relata “antes de cursar, eu acreditava que era um curso muito voltado para reabilitação e que fisioterapeuta só trabalhava em clínicas, também não imaginava que haveria várias áreas de atuação, acabei me surpreendendo”.

Se inicialmente a área parecia ser focada em tratar lesões e machucados, principalmente ficando restrita às clínicas, bastou presenciar um pouco da rotina dos profissionais para que o interesse profissional fosse despertado.

Após acompanhar o tratamento da mãe, que precisou ser encaminhada a algumas sessões de fisioterapia, Loyhrana descobriu muitas mais possibilidades de ação e intervenção do fisioterapeuta.

Depois de finalizar a graduação, o profissional adquire uma formação generalista e está apto a cuidar da saúde e bem-estar do idoso, da criança, da mulher, do trabalhador, da família, da gestante, do esportista e da comunidade, por exemplo.

O fisioterapeuta lida diretamente com o paciente, acompanhando-o em seu tratamento e evolução, por isso há uma necessidade de compreendê-lo além das disfunções ou dores. Para isso, os aspectos sociais e psicológicos abordados durante a graduação são imprescindíveis.

Assim como as formações profissionais de nível superior, o curso oferece uma capacitação ampla, apresentando as possibilidades ao aluno. Após a experimentação das diversas áreas de fisioterapia, as aptidões e interesses se evidenciam e auxiliam no encaminhamento profissional.

Finalizada a formação, é necessário que seja feito o registro profissional no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, habilitando o recém formado a exercer a profissão legalmente.

Quem deseja aprimorar ou continuar os estudos, focando na área de interesse, encontra especializações em estética clínica, cardiopulmonar, dermato funcional, neurofuncional, pediátrica e neonatal, respiratória, traumato ortopédica, esportiva e confecção de órteses, por exemplo.

Até o ano de 2017, segundo um levantamento do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), o Brasil conta com 243.644 fisioterapeutas registrados.

Um censo realizado pelo Crefito-3 levantou dados sobre 24.822 profissionais formados e constatou que cerca de 32% não exerce atividades remuneradas na área e 18% atuam sem vínculo a instituições ou clínicas.

Onde trabalhar: quais áreas pode atuar um fisioterapeuta?

Quem acha que fisioterapeuta atua somente em clínicas ou hospitais está bem enganado(a). Basta conhecer melhor a rotina de atuação para ver que o(a) profissional pode trabalhar em diversos locais e segmentos, possibilitando diferentes intervenções. Entre elas:

Clínica

Segundo a Sociedade Brasileira de Fisioterapia (SBF), a fisioterapia clínica se dedica a diagnosticar, prevenir e tratar os pacientes de modo articulado, pretendendo capacitar ou reabilitá-los às atividades diárias e específicas (como andar ou praticar esportes).

Para isso, a atenção ao paciente ou cliente deve ser destinada a resolver o problema ou dificuldade com a maior efetividade e no menor tempo possível.

Entre os possíveis locais de atuação do fisioterapeuta clínico estão os centros ambulatórios, consultórios particulares, clínicas multidisciplinares (em que há outras especialidades atuando conjuntamente), centros de reabilitação e hospitais.

Na rotina do fisioterapeuta Carlos Henrqiue Canedo, que atende especialmente casos traumato-ortopédico e desportiva e postural, são os pacientes com lesões de coluna, joelhos e ombros, incluindo os casos de pós-operatório, são os mais frequentes.

O profissional destaca a importância de priorizar um atendimento individualizado, identificando as necessidades e características de cada caso. Assim, após a avaliação cinético-funcional, é possível encaminhar o paciente para tratamentos específicos e, consequentemente, mais efetivos.

Saúde Pública Coletiva

O fisioterapeuta está apto a atuar na prevenção e obtenção da saúde na comunidade, orientando sobre atividades físicas monitoradas, prática de hábitos saudáveis e qualidade de vida.

Junto às família, o fisioterapeuta pode agir interdisciplinarmente, promovendo a assistência aos parentes, informando e conduzindo uma recuperação completa do paciente. Além disso, o atendimento familiar otimiza a integração social dos diferentes grupos atendidos.

Para isso, o profissional pode participar de ações básicas de saúde, programas institucionais e até fisioterapia do trabalho.

Educação

O profissional fisioterapeuta pode atuar também em centros educacionais e de formação, nas áreas de pesquisa e extensão, docência, coordenação de cursos, centros de atendimentos e hospitais, além da supervisão técnica e administrativa.

Em geral, os campos mais atribuídos à área de educação são as faculdades e pós-graduações, em que o fisioterapeuta atua como docente, coordenador ou pesquisador, no entanto, é necessário que hospitais e clínicas possuam profissionais capacitados para a supervisão e administração do local.

Home Care

O fisioterapeuta que atua na modalidade home care pode trabalhar de modo particular ou associado a clínicas e hospitais que oferecem o serviço.

Através do atendimento extra-institucional (fora das clínicas e hospitais), o profissional realiza as intervenções sobretudo na residência do paciente ou cliente, mantendo os princípios terapêuticos da assistência clínica: fazer o diagnóstico, tratamento, prevenção e reabilitação englobando os aspectos físicos, sociais e psicológicos do paciente.

O home care se mostra ideal em quadros que o paciente está debilitado ou impedido de se locomover.

Mas há vantagens da modalidade inclusive para pessoas que não apresentam severo comprometimento motor, pois realizar o atendimento em casa pode reduzir riscos de infecção, redução dos processos estressantes (sobretudo em pacientes idosos ou com fobia social), integração da família na terapia, melhora a compreensão da rotina e ambientação pelo profissional.

Academias e clubes

A integração do profissional fisioterapeuta em academias e centros esportivos tem aumentado nos últimos anos devido à compreensão da importância à atenção multidisciplinar.

Em conjunto, fisioterapeutas e educadores físicos acompanham mais efetivamente os alunos e esportistas, diminuindo os riscos de lesões e melhorando a qualidade e capacidade física.

Indústria e comércio

Além de trabalhar no atendimento direto ao paciente ou cliente, o fisioterapeuta ainda encontra na indústria e comércio um espaço profissional, pois a demanda por próteses e órteses necessita do correto acompanhamento, produção e comercialização.

Pilates e fisioterapia

O pilates trabalha aspectos da respiração, concentração, equilíbrio, orientação espacial, coordenação, alongamento, mobilidade e flexibilidade. A força e a resistência de todo o corpo são exigidas, trabalhando músculos específicos de modo integrado.

A prática é ofertada em estúdios particulares, academias e centros esportivos. Mas afinal, quem pode dar aula de pilates?

O profissional apto e capacitado para oferecer uma aula de pilates é, segundo a legislação, o fisioterapeuta e o educador físico.

E não importa o local da aula — na academia, centros de pilates ou clínicas — , para estar devidamente capacitado, além da formação em fisioterapia ou educação física, é preciso realizar o curso de formação em pilates.

Pesquisas demonstram a efetividade da ação da atividade na saúde e bem-estar do paciente. Um artigo publicado no periódico do Instituto Salus, aponta que o pilates pode ser realizado com diversos objetivos, como:

  • Obtenção e manutenção da qualidade de vida;
  • Reabilitação por pacientes com alguma desordem neurológica, dores crônicas, problemas ortopédicos e distúrbios da coluna vertebral, por exemplo;
  • Tratamentos pontuais para dores posturais ou causadas por traumas.

Terapia ocupacional e fisioterapia

Fisioterapia e Terapia Ocupacional (T.O) dividem o mesmo Conselho —  COFFITO —  e, juntas, buscam manter e recuperar a integridade do paciente ou cliente.

Apesar de, em alguns casos, as atividades se aproximarem —  trabalhando a reabilitação através de atividades físicas, por exemplo —, elas têm eixos de atuação diferentes e não são substituíveis. Ou seja, muitas vezes quem faz fisioterapia pode precisar também de terapia ocupacional.

As modalidades devem caminhar juntas e, como aponta Nachaly Neves, terapeuta ocupacional, são complementares.

Enquanto a T.O trabalha sobretudo com as atividades do dia a dia (chamadas atividades de vida diária – AVD) e as utiliza como recurso para atingir os objetivos terapêuticos, a fisioterapia estimula, recupera, reabilita e mantém o tônus e o movimento muscular através dos exercícios e aparelhos.

Em geral, segundo a terapeuta ocupacional, os pacientes que são indicados à T.O possuem alguma disfunção nas áreas de ocupação, atividades de vida diária (AVD), atividades instrumentais da vida diária (AIVD), educação, trabalho, lazer, sono e descanso, participação social e, no caso de crianças, o brincar.

É preciso considerar a terapia conjunta para otimizar o processo de recuperação, se for necessário. Mas a indicação correta para cada especialidade deve partir da avaliação e diagnóstico dos profissionais capacitados.

Reconhecimento da fisioterapia

A valorização e reconhecimento do profissional fisioterapeuta é, ainda, uma batalha constante. Como aponta o fisioterapeuta Carlos Herique Canedo, ainda que a classe médica e a sociedade em geral tenham valorizado mais a fisioterapia, a área ainda necessita firmar sua autonomia e importância.

“Existe muita interferência na autonomia do profissional fisioterapeuta. Sabemos que há total autonomia e capacidade para que sejam feitos a avaliação e o desenvolvimento do plano de tratamento do início até o momento da alta, mas isso muitas vezes não acontece.”

Cabe somente ao fisioterapeuta indicar e acompanhar exercícios de acordo com o quadro do paciente, bem como, é fundamental que a interrupção das atividades seja feita após a avaliação do profissional.

Além da necessidade em apresentar sua funcionalidade e importância na esfera social (evidenciando a importância das pessoas só fazerem os tratamentos fisioterápicos com profissionais aptos e certificados), a fisioterapia também encontra dificuldades em situar a sua importância também entre os profissionais de saúde.

Se, antes, ela foi tratada como uma atuação assistente da medicina, atualmente os profissionais ainda encontram dificuldades em se posicionar como uma área autônoma da saúde.

As iniciativas que incentivam pacientes e clientes a procurar tratamentos de saúde, estéticos e funcionais apenas com profissionais habilitados, ajudam a evitar consequências como a má resolução do problema ou, ainda pior, o agravamento do quadro.

Fatores como a remuneração, as condições de trabalho e a conscientização de empresas responsáveis (que ofereçam serviços apenas com profissionais habilitados) ainda são lutas constantes da especialidade, como explica o Dr. Canedo:

“Acredito que as pessoas não valorizam o que realmente é o trabalho do fisioterapeuta. Temos uma defasagem enorme nos valores praticados devido a dificuldade de aceitação dos pacientes.”

O profissional acrescenta que as próprias empresas envolvidas na oferta de planos de saúde geram dificuldades de negociação salarial, fazendo com que a remuneração do fisioterapeuta esteja, em geral, bem distante daquela merecida.

Histórico

Ainda que os registros de terapias através dos movimentos o corpo sejam antigos, o reconhecimento do status profissional da fisioterapia é bastante recente, fazendo com que seja considerada uma área relativamente nova na esfera da saúde.

Os povos antigos recorriam aos elementos naturais, como sol, água, calor e os próprios movimentos corporais para o alívio de dores e tratamento de doenças. Inclusive, Hipócrates (460a.C a 377a.C) descrevia que fraturas e luxações eram tratadas através de aparelhos de tração, se aproximando ou remetendo às táticas terapêuticas atuais.

De acordo com pesquisadores que remontam a trajetória e os acontecimentos precursores da fisioterapia, foi no período do renascimento que o conhecimento do movimento corporal passou a ser empregado com a finalidade estética, terapêutica e obtenção de saúde.

Na época, a preocupação com a beleza e simetria resultou na maior atenção ao funcionamento corporal. Foi a partir dos anos 1770 que atividades próximas ao que conhecemos como cinesioterapia começaram a ser empregadas — ou seja, usar movimentos do corpo para tratar dores e disfunções.

Mas nem só da atenção ao aspecto físico e funcional nasceu a fisioterapia. Pesquisadores apontam a importância da psicanálise e das terapias psicológicas no delineamento da profissão.

Na época em que a psicanálise começou a ser estudada, os profissionais —  entre eles Freud —, começaram a observar e traçar um paralelo entre os estados mentais e as respostas do organismo.

Através de terapias focadas no estado das emoções, buscava-se amenizar os sintomas físicos, como as dores, infecções, desconfortos e alterações orgânicas.

A compreensão do impacto dos sentimentos na saúde biológica se mantém presente na abordagem e nos princípios da fisioterapia. Além disso, o contexto —  ou contexto social —  também se costuram à prática atual, pois o ambiente que estamos é responsável pela nossa saúde mental.

Como profissão, a fisioterapia nasceu no século XX, no período de guerras. Como havia um elevado número de soldados feridos, debilitados, amputados e, por isso, impedidos de prosseguir com suas atividades —  desde trabalhar, até tomar banho ou comer —, viu-se a necessidade de um intervenção terapêutica.

No começo, a abordagem era feita sem muitos parâmetros clínicos ou médicos, promovida por pessoas voluntárias nos campos de batalha. Com o retorno dos soldados às suas atividades comuns, o auxílio voluntário ganhou caráter fundamental e começou a se desenvolver.

Através de mudanças intensas nas abordagens, técnicas e compreensão da ação profissional, a terapia —  que começava a tomar os moldes da atual fisioterapia —, acompanhou e traçou um importante percurso do século XX na compreensão de saúde, reabilitação e bem-estar.

No Brasil, a fisioterapia teve início na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, em 1929. Apesar da atuação ter iniciado cedo, foi somente em 1951 que foi planejado e criado o primeiro curso de formação profissional em fisioterapia, pelo Dr. Rolim.

Ainda com caráter e titulação de ensino técnico, o curso durava cerca de 1 ano e formava auxiliares médicos. Portanto, a luta pelo reconhecimento da importância terapêutica é antiga e lenta.

Em 1959, iniciaram-se as atividades da Associação Brasileira de Fisioterapeutas (ABF) que, ao se filiar à Confederação Mundial de Fisioterapia (WCPT), intensificou as buscas pela atribuição científica, técnica e social para a profissão.

Sob do Decreto-lei nº 938/69, validado em 13 de outubro de 1969, a fisioterapia passou a ser reconhecida e titulada como nível superior. Até o ano de 1979, o curso tinha duração de 3 anos e, a partir de 1980, a formação passou a ser de 4 anos.

Mesmo com o aumento da carga horária, entre 1953 e 1983, a grade curricular permaneceu inalterada. Ou seja, as matérias eram pouco específicas e não davam atenção a aspectos essenciais da atuação do fisioterapeuta. Somente após 1983, o currículo foi reformulado.

O que são COFFITO e CREFITO?

Em 1975, a partir do Decreto de lei 6.316 de 17 de dezembro de 1975, o Congresso Nacional decreta a criação do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO).

Algumas pessoas até podem achar que a decisão de unir as categorias fisioterapia e terapia ocupacional se dá pela proximidade da atuação.

No entanto, os pesquisadores do processo histórico ressaltam que, no início, o número de profissionais dessas duas áreas era bastante reduzido, não alcançando a quantidade necessária para criar um Conselho.

Portanto, a união dos profissionais foi essencial para encaminhar a aprovação.

Os Conselhos Federais e Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional têm objetivo de normatizar, acompanhar a assegurar as devidas atuações éticas, científicas e sociais das atividades de fisioterapia e terapia ocupacional.

Isso significa que os órgãos existem para proteger o trabalho do profissional, assegurando que sejam respeitadas as diretrizes profissionais.

Assim como é necessário que os fisioterapeutas sejam devidamente reconhecidos e remunerados de acordo com suas funções, é fundamental que haja a regulamentação sobre quem exerce e aplica tratamentos fisioterapêuticos.

Por isso, o objetivo de todo Conselho profissional é assegurar e proteger o profissional e os pacientes.

Enquanto o COFFITO é o Conselho Federal, agindo e determinando as instâncias da fisioterapia no âmbito nacional, os Crefitos são os Conselhos Regionais que existem para representar as localidades, fazendo a mediação mais próxima entre a esfera nacional e a sociedade atendida (seja ela o profissional fisioterapeuta ou o paciente).

Curiosidades

Várias curiosidades fazem parte do mundo da fisioterapia. Desde tendências da profissão até o significado do símbolo do fisioterapeuta. Saiba mais sobre elas:

Tendências da profissão

O mercado profissional é sempre constante e mutável. Conforme as pessoas vão alterando seus hábitos e estilo de vida, as especialidade de saúde precisam atender às novas demandas.

No entanto, congressos e especialistas de fisioterapia têm apontado para 3 eixos em crescimento da profissão, que são o esportivo, o estético e a realidade virtual ou gameterapia. Conheça um pouco mais sobre cada um:

Fisioterapia esportiva

Das tendências recentes de mercado, essa é a mais conhecida pelo público e pelos profissionais. A ação do fisioterapeuta em clubes esportivos já é conhecida, mas há um crescimento do mercado também nas academias e centros esportivos.

Fisioterapia estética

A estética tem sido uma área de especialização dos fisioterapeutas. Os tratamentos empregados exigem conhecimento funcional dos sistemas do corpo e integram equipamentos, como os eletroestimuladores.

Centros estéticos oferecem serviços que vão desde tratamentos mais superficiais (como a redução de celulites), até pós-operatórios que englobam a melhora da aparência da pele e evitam a flacidez, acelerando a cicatrização.

Realidade virtual e gameterapia

Esse provavelmente é um dos segmentos mais recentes — e até curiosos —, de atuação do fisioterapeuta. A prática consiste na utilização de jogos e realidade virtual para estimular a ação e interação do paciente.

Os movimentos tendem a ser melhor executados, logo que os estímulos sonoros e visuais estão presentes. Além disso, as sessões ficam mais divertidas e menos cansativas, fazendo com que o paciente não abandone tão facilmente o tratamento.

Símbolo de fisioterapia: o que significa?

De acordo com o COFFITO, a representação oficial da fisioterapia é formada por 2 serpentes verdes entrelaçando um raio dourado, inseridas em um camafeu, que é uma pedra antiga e valiosa.

As serpentes significam a força, a renovação, o rejuvenescimento e o bem aliado à sabedoria e estão representadas em alguns outros símbolos ligados à saúde, como a enfermagem, a medicina e a farmácia.

Além disso, as serpentes podem significar o saber e o conhecimento, sendo que o verde simboliza a saúde. O entrelaçamento dos animais remete à união das atividades e saberes fundamentais e complementares do profissional, bem como o elo entre a relação social, humano e profissional.

O raio remete à luz ou iluminação, usado para indicar a transmissão de valores e conhecimento. Ele também representa a união entre os aspectos pessoais, profissionais e sociais, ligando as medidas empregadas na terapia e aos saberes individuais.

O camafeu é uma pedra de valor que, além dos aspectos que podem ligá-lo à preciosidade, está folcloricamente relacionado à atração de saúde e boa sorte.

Fisioterapeuta de Cristiano Ronaldo está entre os 3 melhores do mundo

Nem sempre o profissional fisioterapeuta está em evidência no mundo dos esportes. Em jogos e competições, o campo ou quadra estão sempre ocupados de treinadores, equipe técnica e auxiliares, além — claro — dos jogadores. Mas basta que um atleta se lesione para que o fisioterapeuta comece a ser mencionado.

No entanto, o trabalho do profissional é contínuo e já está sendo realizado há tempos antes do jogador entrar em campo, buscando evitar que seja preciso intervir e afastá-lo por lesões ou dores musculares.

O futebol é um dos esportes mais comentados e acompanhados do mundo. Os altos investimentos em jogos e campeonatos mundiais faz com que cada vez mais o fisioterapeuta seja reconhecido no preparo e condicionamento físico do atleta.

Entre um dos muitos jogadores com alta visibilidade, está Cristiano Ronaldo, que, em 2018, ostentava o maior salário do Real Madrid, clube que atuou.

Segundo dados da imprensa esportiva, o jogador acumula por minuto cerca de £40.50 e em um mês, seu salário é de £1.750 milhão. Na moeda brasileira, isso equivale a aproximadamente R$95 milhões por ano.

Um jogador tão estimado (e caro) precisa de suporte físico preventivo forte. Imagine o prejuízo que um afastamento devido a lesões pode causar?

Por trás da força e desempenho físico de Cristiano, está o trabalho de Joaquín Juan, fisioterapeuta espanhol que acompanha diversos atletas e esportistas de alto valor. A atuação do fisioterapeuta é tão valorizada que Joaquim é considerado um dos três melhores do mundo.

O melhor curso de fisioterapia do mundo

Em 2017, o QS University Rankings — que mede a qualidade e a posição de instituições de todo o mundo — divulgou que a universidade de Sydney foi considerada a melhor do mundo na categoria que abrange a fisioterapia, terapia do esporte e reabilitação.

Para medir a qualidade do curso, são avaliadas a satisfação de professores e alunos, bem como a produtividade acadêmica e os resultados para a comunidade.

Perguntas frequentes

Fisioterapeuta é médico?

É necessário fazer uma distinção dos termos “médico” e “doutor”. Enquanto o profissional médico é aquele formado ou titulado em medicina, doutor é empregado para diversos profissionais, como médicos, advogados, psicólogos, fisioterapeutas e pessoas com título stricto sensu em nível doutorado.

Segundo a resolução n.º 23/2000 do Crefito 8, é recomendado ao profissional adotar a utilização de Doutor na execução de suas atividades profissionais como tratamento e reconhecimento de seus saberes e formações.

Portanto, fisioterapeuta não é médico, mas é doutor.

Quanto ganha um fisioterapeuta?

O piso salarial de fisioterapia é definido pelos sindicatos e conselhos regionais, então é preciso consultar o Crefito para ver os valores atualizados.

Estimativas médias de quanto ganha cada categoria profissional no Brasil indica que o salário médio do fisioterapeuta, considerando o território nacional, é de 2300 reais.

Mas é preciso considerar que há diversas especialidades e, por isso, a média salarial pode sofrer influências.

Segundo as diretrizes do COFFITO, a remuneração do profissional autônomo pode ser contabilizada de acordo com a tabela disponibilizada pelo Conselho.

De modo resumido, o fisioterapeuta preferencialmente deve considerar um valor mínimo de 52 centavos para cada CHF (Coeficiente de Honorários Fisioterapêuticos). A cartilha apresenta o CHF sugerido para cada tipo de atendimento que deve ser multiplicado pelo valor estipulado pelo profissional.

Vale ressaltar que o parâmetro de 52 centavos é um valor geral inicial, cabendo ao profissional determinar e avaliar o modo que serão estipulados os honorários.

A partir disso, deve-se considerar, por exemplo:

  • Consultas fisioterapêuticas e exames funcionais: entre 20CHF e 2500CHF;
  • Atendimento nas disfunções do sistema nervoso: entre 100CHF e 180CHF;
  • Atendimento nas disfunções do sistema locomotor ou musculoesquelético: entre 100CHF e 150CHF;
  • Atendimento das disfunções respiratórias: entre 80CHF e 150CHF;
  • Atendimento domiciliar: entre 210CHF e 252CHF;
  • Consultoria a atendimento em fisioterapia do trabalho: entre 75CHF e 220CHF.

A Fisioterapia tem sido cada vez mais reconhecida, mas a luta por valorização profissional é constante.

O desenvolvimento da profissão ocasionou mudanças significativas no modo de ação do fisioterapeuta, fazendo com que as táticas de intervenção sejam cada vez mais efetivas e focadas na resolução do problema.

Lembre-se que todo procedimento deve ser acompanhado por um profissional habilitado para que a sua saúde e bem-estar sejam preservados e melhorados.

Consulte sempre um especialista e saiba mais sobre qualidade de vida no Minuto Saudável.

Fontes consultadas


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