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Teste do Pezinho: o que é, quando fazer, doenças detectáveis

Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 04/12/2020
Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 04/12/2020
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O que é o teste do pezinho?

O teste do pezinho é um exame obrigatório para todos os recém-nascidos, que deve ser realizado após as primeiras 48 horas de vida. Com uma pequena picada no calcanhar, é possível encontrar várias doenças e tratá-las a tempo, antes que elas afetem o desenvolvimento do bebê.

O teste consiste em obter e analisar uma amostra de sangue do recém-nascido, a fim de detectar doenças metabólicas, infecciosas, congênitas e/ou genéticas. Dever ser feito após 48 horas do nascimento, para que não seja influenciado pelo metabolismo da mãe. Além disso, o bebê precisa se alimentar antes, garantindo resultados mais precisos.

As duas principais doenças examinadas no teste são Fenilcetonúria e Hipotireoidismo.

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é o teste do pezinho?
  2. Teste do pezinho no SUS
  3. Como é feito?
  4. Dicas
  5. Por que fazer o teste?
  6. Quando fazer o teste do pezinho?
  7. Contraindicações
  8. Como se preparar
  9. Outros tipos de testes
  10. Resultados
  11. Doenças detectáveis
  12. Riscos do teste do pezinho
  13. Perguntas frequentes
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Teste do pezinho no SUS

Também conhecido como triagem básica, o teste do pezinho no SUS é obrigatório e gratuito, disponível em todos os estados.

Ele pode detectar seis doenças:

  • Hipotireoidismo congênito;
  • Fenilcetonuria;
  • Anemia falciforme;
  • Deficiência de biotinidase;
  • Fibrose cística;
  • Hiperplasia adrenal congênita.

Existem outros testes mais abrangentes que detectam um número maior de doenças, mas são pagos.

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Como é feito?

No hospital, a mãe fica junto ao bebê durante o exame. O enfermeiro faz a assepsia do local da picada (geralmente o calcanhar) e realiza uma punção com uma lanceta, tipo de agulha especial que perfura superficialmente. Devido à alta vascularização do local, o sangue flui com facilidade, possibilitando a realização do exame.

O sangue é coletado em um papel-filtro, que é enviado para o laboratório com dados de identificação da mãe e do posto de coleta. Neste papel, encontram-se círculos demarcados, nos quais deve ser pingada uma gota de sangue em cada. O papel não deve entrar em contato direto com a pele do bebê.

No laboratório, ocorre a análise e a detecção de doenças. Se alguma patologia é encontrada, o hospital entra em contato com a mãe, e o bebê deve realizar novos exames para confirmar o problema.

Dicas

Para diminuir a dor

Os bebês sentem menos dor e choram menos quando ficam na posição canguru, sendo amamentados pela mãe e usando apenas fralda. Esse procedimento deve começar três minutos antes da picada, e a posição deve ser mantida durante a coleta e três minutos após o exame.

Teste no braço

Alguns hospitais realizam o teste no braço do bebê, pois dói menos e não deixa a marca roxa no calcanhar.

O teste no braço não é menos eficaz que o do pezinho. O que realmente importa é coletar a amostra de sangue do bebê.

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Por que fazer o teste?

O teste é obrigatório e deve ser realizado para prevenir complicações de doenças que, no nascimento da criança, são assintomáticas.

Se essas doenças não forem diagnosticadas e tratadas com antecedência, a criança estará suscetível a inúmeros problemas, que podem ser graves e irreversíveis. As malformações são um desses males que, uma vez presente no corpo, é incurável.

Quando fazer o teste do pezinho?

O ideal é realizar o exame 48 horas após o nascimento, até o 5º dia de vida do bebê. Se o teste for feito antes desse tempo mínimo, é necessário repeti-lo, garantindo maior precisão nos resultados.

É importante confirmar, após o parto, se o teste do pezinho já foi feito. Algumas vezes, o teste é realizado ainda no hospital, sem que a mãe tenha conhecimento disso. Portanto, confirme com os médicos se o exame foi feito e, em caso afirmativo, informe-se sobre a data de entrega dos resultados.

Contraindicações

Não existem contraindicações para nenhuma modalidade do exame.

Como se preparar

Procure saber mais sobre o hospital no qual pretende ter o bebê, para conhecer os testes oferecidos ali e os custos de cada um.

É essencial amamentar o bebê antes do exame, pois isso facilita o diagnóstico de algumas doenças.

Outros tipos de testes

Além do teste básico, existem exames pagos que podem detectar um número maior de doenças. É sempre bom pedir informações sobre cada um e sobre quais são as patologias que ele pode identificar.

Exemplos de testes e o número de doenças rastreadas por cada um:

  • Mais: 10 doenças;
  • Ampliado: 20 doenças;
  • Plus: 23 doenças;
  • Master: 28 doenças;
  • Expandido: 46 doenças;
  • Super: 48 doenças;
  • Completo: Mais de 50 doenças rastreadas.

Como escolher o teste do pezinho certo para o meu bebê?

Os médicos responsáveis pelo acompanhamento da gravidez estão mais aptos à esclarecimentos sobre essa questão. Converse com o pediatra do hospital/maternidade e pergunte qual é o melhor teste para o seu bebê.

Para determinar o teste mais adequado, o médico costuma avaliar como foi a gestação, quais doenças costumam afetar a população da sua região e o histórico familiar do bebê. Lembre-se também de que existem testes pagos, principalmente em clínicas particulares.

Informe-se sobre os valores de cada teste antes de iniciar o procedimento.

Resultados

O resultado pode demorar uma semana ou até um mês para ficar pronto, e costuma ser retirado no local de realização do teste. Alguns também podem ser retirados pela internet.

Existem dois tipos de resultado: normal e alterado. O normal é aquele em que nenhuma doença foi constatada no bebê, enquanto o alterado mostra qual ou quais doenças foram observadas.

Resultado normal

No resultado normal, a família não costuma ser comunicada por telefone. Mesmo assim, recomenda-se a repetição do teste, para assegurar a saúde do bebê. Até mesmo testes ampliados com resultados normais devem ser refeitos, já que existe a possibilidade de alguma doença não ter sido descoberta ainda.

Resultado alterado

Em um resultado alterado, a família é contactada por telefone para repetir os exames, confirmando ou não a presença de sinais das doenças. Se houver confirmação, a criança será encaminhada para novos testes, mais detalhados, antes de qualquer conclusão. O teste do suor é um deles, que pode detectar com mais precisão a fibrose cística, doença incurável que, se tratada precocemente, garante melhor qualidade de vida à criança.

Se, após os testes detalhados, houver confirmação de doença, o médico dará instruções mais específicas e tratamentos apropriados para cada caso, incluindo dietas diferenciadas, se necessário.

Doenças detectáveis

O propósito do teste do pezinho é detectar doenças graves que podem ser tratadas em estágio inicial. Algumas delas são:

Fenilcetonuria

Doença que causa deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase, responsável pela quebra da fenilalanina presente em diversas comidas, causando excesso dessa substância no sangue.  Esse excesso se torna tóxico e pode causar atraso cognitivo (deficiência intelectual).

Galactosemia

A galactosemia é caracterizada pela dificuldade no metabolismo de um dos açúcares do leite: a galactose. Não se trata de uma intolerância à lactose (formado por glicose e galactose), mas sim de uma doença genética que pode ser letal se não tratada precocemente.

Hipotireoidismo

Insuficiência no hormônio da tireoide, pode causar atrasos cognitivos, distúrbios de humor e falha no desenvolvimento físico.

Hiperplasia adrenal congênita

Caracterizada por anormalidades nas glândulas suprarrenais, a hiperplasia adrenal prejudica a produção de cortisol e aldosterona, hormônios essenciais para o corpo. Essa condição pode alterar o desenvolvimento genital externo dos bebês, além de causar perda exagerada de sais e elevação do potássio. Quadros graves podem levar à morte.

Fibrose cística

Doença genética que provoca deficiência no transporte de cloro e sódio nas membranas celulares. Isso faz com que haja produção de um muco espesso que pode obstruir os pulmões, além de causar insuficiência no pâncreas, prejudicando a digestão.

Deficiência de biotinidase

A biotinidase é a enzima responsável pela separação das vitaminas B7 e B8 dos alimentos, para que seja aproveitada pelo organismo. Quando há deficiência dessa vitamina, tem-se problemas na metabolização de certas gorduras, carboidratos e proteínas e, quando não tratada, pode levar à deficiência intelectual.

Toxoplasmose congênita

A toxoplasmose congênita é uma doença infecciosa que é passada da mãe para o bebê durante o parto. Pode causar sequelas graves, como inflamações na retina e problemas neurológicos.

Deficiência de G6PD

A deficiência da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) faz com a membrana dos glóbulos vermelhos seja mais instável, facilitando sua destruição. Assim, há maior risco de anemias hemolíticas.

Rubéola congênita

Causada pelo togavírus, a rubéola congênita pode deixar sequelas irreversíveis como glaucoma, catarata, malformação cardíaca, retardo no crescimento, entre outros.

Anemia falciforme

Por conta de um defeito genético, os glóbulos vermelhos possuem a forma de “foice” na anemia falciforme. Esse formato faz com que eles fiquem presos nos vasos sanguíneos, causando má distribuição do sangue pelo corpo.

Doença de Chagas

Quando passada pela mãe durante a gravidez, a doença de Chagas pode causar anemia, dores, febre, problemas cardíacos e nos ossos.

AIDS

Considerada incurável, a doença leva ao comprometimento do sistema imune.

Riscos do teste do pezinho

O teste não apresenta riscos para o bebê.

Em contrapartida, é arriscado não realizar o exame, já que isso pode afetar a saúde do recém-nascido. Também é perigosa a realização do teste isenta de técnicas assépticas, ou seja, sem o preparo higiênico necessário para evitar possíveis contaminações.

Perguntas frequentes

O teste do pezinho machuca o bebê?

O furo é quase indolor mas, por ser uma sensação nova para o bebê, ele chora. O calcanhar é uma região cheia de vasos sanguíneos, que facilita a coleta do sangue e diminui a dor. O teste do braço também é uma alternativa, pois o local costuma ser menos doloroso e o procedimento é rápido, sendo tão eficiente quanto o tradicional.

Esqueci de fazer o teste do pezinho, e agora?

Se o exame não foi realizado no período recomendado, é necessário fazer o quanto antes, de preferência até 30 dias após o nascimento da criança. O risco de diagnósticos falsos, porém, é maior nesses casos.

Vale lembrar que o teste do pezinho é apenas a triagem básica, não sendo capaz de diagnosticar nenhuma doença. Para a real confirmação, são necessários exames mais detalhados e completos.

Quanto custam os testes?

O teste básico é gratuito, financiado pelo SUS e disponível em todos os hospitais. Já os testes ampliados são pagos, vendidos em redes privadas e o preço varia conforme o número de doenças detectadas. Felizmente, muitos desses testes já têm o seu valor incluso nos planos de saúde.

A faixa de preço dos testes é de 200 a 350 reais, mas alguns são exceção à regra e podem cobrar um valor maior ou menor pelo exame.

Redes privadas oferecem o teste ampliado chamado “Mais”, que faz o diagnóstico de 4 doenças além das mencionadas na versão básica, que são: galactosemia, toxoplasmose congênita, leucinose e deficiência de G6PD. Outro teste é o “Super”, um dos mais completos no Brasil, que pode detectar em torno de 48 doenças, custando R$ 425,00 reais.

E em caso de parto domiciliar?

Converse com a equipe médica, pois eles vão indicar qual é o melhor teste para seu bebê e onde realizá-lo. Você poderá fazer o teste fora de casa até o quinto dia de vida do bebê, ou requisitar uma coleta caseira. As coletas em casa, no entanto, são serviços pagos.

Tive alta antes de 48 horas, o que fazer?

É importante que faça o exame a partir de 48 horas de vida, até o quinto dia após o nascimento do bebê. Caso ocorra alta antes desse intervalo de tempo, peça encaminhamento para realizar o exame básico gratuito.


O teste do pezinho é essencial para a vida do seu bebê. Não deixe para depois! Faça já o teste do pezinho na unidade de saúde mais próxima. Em caso de dúvidas, fale conosco.

Referênciashttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/180_teste_pezinho.htmlhttp://aps.bvs.br/aps/quando-realizar-o-teste-do-pezinho-se-realizado-fora-do-prazo-o-resultado-tem-a-mesma-validade/http://aps.bvs.br/aps/se-o-teste-do-pezinho-triagem-neonatal-for-coletado-com-atraso-apos-o-7o-dia-o-diagnostico-sera-o-mesmo-ou-sofrera-alteracoes/

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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