Remédios
Renisus: o que é e quais são as plantas medicinais do SUS?
Publicado em: 08/09/2021Última atualização: 30/11/2022
Publicado em: 08/09/2021Última atualização: 30/11/2022
Seja para tratar algum sintoma ou prevenir doenças, o uso de plantas em chás, pomadas e outras formas é bem comum e não é só dica de vó. Muitas delas apresentam efeitos medicinais comprovados, especialmente as que estão na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (Renisus).
Portanto, para aumentar o conhecimento confiável nesses verdadeiros remédios naturais, vale conhecer um pouco mais sobre essa lista e as ervas presentes nela.
O que é a Renisus?
A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS foi criada em 2009 e, atualmente, possui 71 espécies. De acordo com o Ministério da Saúde, a lista faz parte do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e tem como objetivo:
“Garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”.
Sendo assim, o material é um canal de consulta que ajuda profissionais e pacientes na busca de informações sobre os benefícios e riscos da utilização de plantas para fins medicinais.
Rename
Assim como a Renisus, o Ministério da Saúde possui a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), em que se encontram medicamentos, convencionais e fitoterápicos, e insumos médico-hospitalares. Esses materiais servem para consulta de profissionais de saúde e contêm as opções de tratamentos disponibilizados publicamente por meio do SUS.
Além disso, também acaba sendo um guia para planos de saúde e sua agência reguladora (Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)) em relação à cobertura e solução de demandas judiciais.
Periodicamente, ambas as listas são atualizadas conforme vão surgindo novas demandas, estudos e solicitações. Mas a Rename é publicada a cada dois anos e, atualmente, são 921 itens, em cerca de 200 páginas do documento, que pode ser consultado aqui.
Renafito
Além desses, outro nome que costuma aparecer nesse meio é o da Relação Nacional dos Fitoterápicos (Renafito). Basicamente, ela é um reflexo das outras duas listas acima, só que voltada para os medicamentos fitoterápicos (todos que têm plantas ou compostos naturais em suas fórmulas).
Como é feita a seleção para a lista da Renisus?
Por meio de um sistema de informações do Ministério da Saúde, artigos acadêmicos e científicos de todo o país são constantemente cadastrados e submetidos à avaliação.
A partir dessas informações, o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que reúne representantes de diferentes setores da sociedade, faz um acompanhamento e análise para ampliar as terapias já existentes e disponíveis na rede pública.
Quais as plantas presentes na Renisus?
Tão importante quanto estudar as plantas medicinais, é compartilhar o conhecimento sobre os benefícios, indicações e riscos. Especialmente porque da mesma forma que há quem não acredite no poder dessas ervas, há pessoas que acreditam que por ser natural não há contraindicação ou prejuízos para a saúde, mas não é bem assim.
Apesar de parecer que plantas medicinais são só aquelas que fazemos chás, não é bem assim. Por isso, para ficar mais visível quais são esses aliados naturais da saúde, veja as 71 espécies da Renisus:
- Abacate;
- Abacaxi;
- Artemísia;
- Alcachofra;
- Alecrim;
- Alho;
- Alfavacão: com propriedades calmantes, também ajuda em sintomas respiratórios, dores e inflamações;
- Aloe Vera (babosa);
- Alpínia ou colônia: é sedativa, diurética, antihipertensiva e positiva também para a saúde muscular;
- Amor crescido: para problemas gastrointestinais, queda de cabelo, dores gerais e como cicatrizante para queimaduras e feridas;
- Amora;
- Andiroba ou angiroba: boa para tratar feridas internas ou na pele;
- Assa-peixe, alecrim-do-campo, erva-de-mula, alumã, boldo baiano ou boldo indígena: nesse caso são duas espécies em um só tópico, por isso tantos nomes populares. Sendo que essas plantas são benéficas para a saúde gastrointestinal: problemas no estômago, fígado, intestino ou sintomas de intoxicação alimentar;
- Arnica;
- Aroeira ou araguaíba: cicatrizante, anti-inflamatória, digestiva, antitumoral, antifúngica e antiviral;
- Arruda: além de ser utilizada em banhos de descarrego e limpeza energética, a arruda também ajuda no combate a piolhos e tratamento de problemas no fígado, rins, articulações e coração;
- Babaçu: seu óleo é muito bom para a pele;
- Barbatimão: para feridas como aftas ou úlceras, diarreia, hemorragias e inflamações;
- Boldo;
- Caju;
- Camomila: calmante natural, também ajuda a melhorar a saúde da pele, aliviar sintomas gastrointestinais (estômago, intestino, etc.) e clareia manchas na pele e os pelos e cabelos;
- Cana-do-brejo, cana-de-macaco, cana-manda ou pobre-velho: antifúngica, anti-inflamatória, diurética e também melhora a saúde da pele;
Calêndula ou margarida-dourada:
- Muito boa para a saúde da pele, irritações, feridas e quadros respiratórios ou menstruais;
- Carqueja;
- Cáscara sagrada;
- Cavalinha;
- Chambá: para problemas respiratórios e como analgésico;
- Cipó-pau, pariri ou crajiru possui propriedades antifúngica, antibacteriana, antibiótica, antioxidante e antiinflamatória, além de ser boa para cicatrizar machucados e melhorar o funcionamento do fígado;
- Copaíba;
- Cravo-de-defunto ou chinchilho: para dores reumáticas, sintomas respiratórios e como calmante;
- Croton, sacaca ou cajuçara: para problemas na digestão, intestino ou fígado;
- Cúrcuma ou açafrão-da-terra;
- Erva de bugre ou guaçatonga: para feridas como aftas, herpes, além de ser anti-inflamatória, antirreumática e auxiliar no emagrecimento;
- Erva-de-bicho;
- Erva-de-santa-maria;
- Erva baleeira ou maria-milagrosa: para dores reumáticas, tratar feridas internas ou externas;
- Espinheira santa;
- Eucalipto: seu óleo essencial ajuda a aliviar problemas respiratórios e também é calmante;
- Funcho: ajuda na proteção das células do corpo e na prevenção de infecções;
- Garra-do-diabo: indicada para artrite e para amenizar dores no corpo todo. Também é sedativa, anti-inflamatória e digestiva;
- Gengibre;
- Goiaba;
- Guaco;
- Hortelã ou menta;
- Ipê-roxo: anti-inflamatório, antibacteriano e antifúngico;
- Jambolão ou ameixa roxa: diminui a glicemia no sangue (bom para quem tem diabetes, desde que liberado pelo médico), é anti-inflamatório e analgésico também;
- Jurubeba: boa para o fígado e todo o sistema digestivo é também anti-inflamatória, antioxidante e antimicrobiana
- Kalanchoe, flor-da-fortuna ou aranto;
- Malva: para problemas respiratórios, feridas na pele, inflamações na boca e garganta, picadas de inseto e prisão de ventre;
- Maracujá;
- Marupazinho: bom para tratar problemas do estômago e intestino;
- Melão de São Caetano: antiviral, antitumoral, vermífugo, ajuda a diminuir a febre, controlar a glicemia no sangue e eliminar pedra no rim;
- Mulungu: calmante e sedativo que ajuda a tratar insônia e outras condições de saúde;
- Novalgina, mil-em-rama, mil folhas ou erva-de-carpinteiro: analgésico e ajuda a aliviar sintomas menstruais;
- Pau-ferro utilizado para tratar diabetes, tosse e feridas internas (como úlcera) ou externas;
Pata-de-vaca
- Tanto ela quando a casco-de-vaca-lilás, são plantas de uma mesma família, indicadas para desintoxicar o organismo;
- Pião-roxo, pinhão roxo, jatropha ou jalopão: cicatrizante, anticonvulsionante, anti-inflamatório, anti-hipertensivo, digestivo, auxilia também no tratamento do câncer e de sintomas respiratórios;
- Picão-preto ou pico pico: anti-inflamatório;
- Pitanga: boa para a saúde da pele, reduzir o inchaço no corpo e combater diarreia;
- Poejo: para quadros respiratórios e digestivos;
- Quebra-pedra ou erva-pombinha: como o próprio nome popular sugere, essa planta é utilizada para a ajudar a dissolver pedras renais e aliviar cólicas;
- Romã: anti-inflamatória, antihipertensiva, antioxidante e antimicrobiana, boa também para problemas no sistema urinário;
- Salgueiro branco;
- Salsa ou salsinha: aumenta a imunidade, é diurética e boa para aliviar dores e controlar a pressão alta;
- Soja: auxilia no tratamento dos sintomas de desregulações hormonais: menopausa e tensão pré-menstrual. Bem como atua na prevenção ou alívio de quadros de osteoporose, artrose e diabetes;
- Tansagem, tanchagem, tanchás ou chá das sete-ervas;
- Trevo vermelho: ameniza sintomas da menopausa, alivia o inchaço corporal, ajuda na saúde dos ossos, músculos e pele;
- Unha-de-gato: anti-inflamatória, protege as células e aumenta a imunidade, é antiviral e anticancerígena;
- Urtiga branca: que alivia o quadro menstrual (cólicas, amenorreia e sangramento fora do ciclo) e é também benéfica para o sistema urinário, respiratório e para a pele;
- Verônica: ajuda no tratamento da anemia;
Contraindicações e cuidados necessários
Antes de usar as plantas, é importante se atentar às indicações de modo de preparo e consumo. Isso porque os chás podem ser feitos com as folhas, cascas ou flores, além disso, algumas ervas são indicadas para pomadas ou outras formas de uso e podem ser tóxicas se ingeridas incorretamente.
Também vale frisar que pessoas com problemas renais ou no fígado, gestantes, lactantes e crianças precisam ter um cuidado maior na hora de escolher um tratamento assim.
Leia mais em Chás que grávidas não podem tomar: veja quais são | MS (minutosaudavel.com.br)
Mesmo que sejam naturais, as substâncias contidas em algumas plantas podem ser tóxicas ao corpo ou interagir mal com algum medicamento convencional. Portanto, não se automedique e consulte um médico para avaliar as possibilidades mais adequadas para você.
Prevenir é sempre melhor que esperar a chegada da doença para iniciar um tratamento, mas nem sempre é possível. Por isso, conte com os conteúdos do Minuto Saudável para se manter bem informado (a), busque uma vida equilibrada, consulte regularmente um médico e cuide da sua saúde para viver bem!