A menopausa é um momento que pode causar muitas dúvidas e ansiedade para a mulher. Isso porque o corpo começa a apresentar sintomas variados, que podem trazer preocupação.
Por isso, é importante contar com especialistas que possam esclarecer o assunto. Para ajudar, o Minuto Saudável separou as 12 dúvidas mais comuns e conversou com a Dra. Fernanda Torras, médica ginecologista e obstetra. Confira!
Não. Depois que a menopausa ocorre, ou seja, a última menstruação, naturalmente não é possível que a mulher engravide.
Sendo a menopausa a última menstruação da mulher, todos os óvulos foram liberados e não haverá mais ovulação.
Mas isso não significa que não é viável engravidar após a menopausa, pois há técnicas, como a reprodução assistida ou in vitro, que podem ser indicadas pelo ginecologista e especialista em fertilização se houver o desejo da gravidez.
Sim. Apesar do índice de fertilidade começar a decair alguns anos antes da menopausa, podendo ocorrer uma redução em até 80% da taxa de fertilidade para algumas mulheres, a ovulação pode ocorrer na perimenopausa.
Isso significa que mulheres devem manter os métodos contraceptivos se não desejarem engravidar.
Também é importante ressaltar que a gravidez próxima à menopausa pode ser mais delicada, representando riscos mais elevados à saúde da mãe e do bebê.
Ainda assim, mulheres que desejam iniciar o processo de gestação mas estão no climatério, se realizarem os acompanhamentos necessários, podem ter uma gravidez saudável e segura.
Depende de uma série de fatores, como os genéticos, fisiológicos e até externos (como medicamentos ou tratamentos cirúrgicos). Em geral, a menopausa acontece entre os 45 e 55 anos, sendo que a média estimada das brasileiras é aos 51 anos.
Contudo, as alterações menstruais podem ter início entre 2 e 5 anos antes da menopausa propriamente dita, com espaçamento entre os ciclos e alterações no volume menstrual.
O climatério ou perimenopausa é um período estimado entre 2 anos antes da menopausa e 1 ano após. Não há como determinar o início e o fim precisos dessa fase, sendo que a presença dos sintomas e as alterações hormonais podem ser indicativos.
Mas é preciso lembrar que nem todas as mulheres manifestam os sintomas de forma semelhante, na mesma intensidade ou com a mesma regularidade. É possível, ainda, que o climatério (ou os meses que antecedem a menopausa) sejam totalmente assintomáticos.
Independentemente da idade, os sintomas mais comuns são os calorões, transpiração excessiva, alterações de humor, dores de cabeça, depressão, cansaço e mudanças hormonais.
Isso não quer dizer que você terá todos eles. Também não significa que você sentirá, necessariamente, esses, pois há uma série de outras manifestações físicas e orgânicas que podem ocorrer de acordo com cada mulher.
Geralmente, os sintomas da menopausa precoce, antes dos 45 ou 40 anos, tendem a ser mais intensos. Mas isso não é uma regra.
Não. Há alguns anos, a terapia de reposição hormonal foi sugerida para a maioria das mulheres, inclusive como forma de prevenir os sintomas. O problema é que a reposição sem necessidade pode trazer inúmeros prejuízos à saúde.
A falta de estrogênio ocasionada pela menopausa pode trazer sintomas bastante incômodos, amenos ou nenhum sintoma. Por isso, os tratamentos devem ser conversados e avaliados com o médico.
Se for possível, é indicado tratar os sintomas com medicamentos não-hormonais específicos e terapias integradas. Mas, nos casos necessários, a reposição devidamente acompanhada pelo médico pode ser bastante benéfica e trazer mais qualidade à vida da mulher.
Não. A menopausa é o encerramento da idade fértil da mulher. Apesar de haver possibilidades artificiais da paciente engravidar, a menopausa não pode ser revertida. Ou seja, os tratamentos são apenas para amenizar os sintomas do período.
Não. Mulheres que tomam pílula por longos períodos não têm alterações na idade da menopausa, sendo que ela é definida sobretudo por fatores genéticos.
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Não. Cientificamente, não há nada que comprove que mulheres que menstruam cedo terão menopausa mais cedo também.
Apesar de cientificamente não haver comprovação entre a relação, um estudo conduzido com 50 mil mulheres, pelo centro de pesquisa Internacional Colaborativo de Abordagem em Saúde Reprodutiva e Doenças Crônicas (INterLACE Consortium), apontou que possa haver.
A avaliação indicou que entre as participantes que tiveram a primeira menstruação antes dos 11 anos de idade, os riscos de menopausa precoce foram 80% maior do que entre as mulheres que menstruaram depois dos 13 anos.
Independente da idade, o estudo apontou também que houve 32% a mais de menopausa precoce entre mulheres que não tiveram filhos em comparação às mulheres com 2 ou mais filhos.
Sim. O ideal é que o acompanhamento ginecológico seja frequente durante toda a vida da mulher, mesmo (ou até sobretudo) após a menopausa.
Todos os sintomas e alterações que o organismo vai enfrentar devem ser acompanhados pelo médico, que precisa manter a paciente informada e ciente de suas possibilidades, como tratamentos e reposição hormonal.
O ideal é manter uma periodicidade de, pelo menos, uma consulta por ano. Mas no começo, a ida mais frequente pode ser necessária, sobretudo se for iniciado qualquer tipo de tratamento (hormonal ou não).
Não. A menopausa em si não causa câncer. É preciso estar atenta apenas à predisposição à doença, sobretudo se houver pretensão de iniciar terapia hormonal, pois a reposição pode acarretar em riscos mais elevados de desenvolvimento de câncer, sobretudo os de mama e de útero.
Não. Nem a menopausa e nem a terapia hormonal efetivamente engordam. A falta de estrogênio pode favorecer o acúmulo de gordura da região abdominal, mas se as atividades físicas e a alimentação balanceada se mantiverem adequadas, a tendência é que não ocorram variações de peso.
Caso haja elevação de peso depois de iniciar algum tratamento para os sintomas da menopausa, você deve conversar com o seu médico para avaliar a troca do medicamento.
Dra. Fernanda Torras
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