Com a disseminação do novo Coronavírus, muitas pessoas que convivem com idosos(as) têm um desafio à frente: como cuidar desse grupo de risco?
Apesar de muitas vezes não ser fácil, é necessário que haja mudanças no comportamento dessas pessoas, como a interrupção do recebimento de visitas, por exemplo.
Em alguns casos, os(as) idosos(as) resistem às restrições e, por isso, o auxílio de cuidadores(as) ou familiares próximos durante a adaptação é essencial. Sendo ideal conversar e explicar de forma calma e tolerante a situação e necessidade de algumas ações.
Continue lendo e descubra como agir com essas pessoas!
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- Pessoas idosas são grupo de risco?
- Todos os idosos estão vulneráveis à Covid-19?
- Cuidados: como proteger pessoas idosas?
Pessoas idosas são grupo de risco?
Sim. A população idosa faz parte do grupo de risco do novo Coronavírus, estando entre as pessoas mais vulneráveis à letalidade pela doença.
Grupos de risco são pessoas que têm alguma característica em comum, que as torna mais propensas a adquirir determinada patologia.
No caso de quem tem idade mais avançada, os riscos se tornam maiores por conta de diferentes fatores.
Até então, de acordo com estatísticas, a probabilidade de letalidade entre os idosos é de:
Idade | Probabilidade de letalidade |
Entre 60 e 70 anos | 0,4% |
Entre 70 e 80 anos | 1,3% |
Mais de 80 anos | 3,6% |
Apesar de serem números relativamente baixos, vale ressaltar que em alguns países com como a Itália, cerca de 80% da população infectada pela Covid-19 tinha mais de 60 anos.
Algumas das características que vulnerabilizam essas pessoas são:
Baixa imunidade
Ao decorrer da idade, em geral, o corpo humano torna-se frágil, o que compromete seu funcionamento.
Isso inclui também o sistema imunológico, causando a chamada imunossenescência, que é a deterioração natural do sistema imune, causado pelo envelhecimento.
Dessa forma, há a redução gradual da velocidade de reação e resistência a doenças infecciosas, por exemplo.
Vale ressaltar que a população idosa saudável tem tantas chances de contrair o Coronavírus quanto as pessoas mais jovens.
O que ocorre é que, ao contrair a doença, idosos(as) têm, em geral, a imunidade debilitada, logo, a tendência é que a doença se agrave de forma mais intensa, já que a capacidade de combate ao vírus é limitada.
Assim, quanto mais idosa uma pessoa é, maiores são os riscos de letalidade pela Covid-19.
Outras doenças
Na terceira idade, algumas doenças se manifestam de forma mais comum, como as respiratórias ou cardíacas, por exemplo.
Devido a essas enfermidades, se não forem controladas, há a diminuição da imunidade do corpo. O que eleva os riscos de contrair o novo coronavírus.
Porém, se bem controladas, a presença dessas doenças não gera riscos muito maiores para a infecção, mas é um fator agravante caso a covid-19 ocorra.
Por isso, as pessoas idosas portadoras de patologias se tornam ainda mais vulneráveis ao Coronavírus.
Ida frequente à hospitais
Em geral, por conta de fatores naturais do envelhecimento como doenças que precisam de atendimento recorrente, pessoas idosas tendem a ir com mais frequência a hospitais.
Dessa forma, estão mais expostas a microrganismos, já que esses lugares geralmente estão repleto de pessoas com diversas patologias.
Isso aumenta a vulnerabilidade de idosos e idosas, os enquadrando no grupo de risco.
Menor número de anticorpos
Durante a infância e juventude, é normal que as pessoas recebam vacinas únicas contra algumas doenças.
O que ocorre é que, em idades mais avançadas, essas vacinas geralmente já não são tão eficazes quanto antes.
Dessa forma, em geral, há um menor número de anticorpos no organismo, provocando uma maior vulnerabilidade frente à infecções.
Todos os idosos estão vulneráveis à Covid-19?
Sim, devido ao processo natural de envelhecimento. Além disso, caso haja a presença de outras patologias como a diabetes, por exemplo, se houver a infecção pela Covid-19, a doença pode ter um curso mais grave.
De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas acima dos 60 anos são mais suscetíveis à Covid-19.
Além disso, a presença prévia de algumas doenças podem agravar ainda mais o quadro clínico dos(as) pacientes infectados.
Entre as doenças de risco, estão:
- Diabetes;
- Hipertensão;
- Asma;
- Doença renal;
- Pneumopatia — doenças relacionadas ao pulmão,
- Cardiopatia — doenças relacionadas ao coração;
- Imunodepressão — redução no funcionamento do sistema imune.
Dessa forma, idosos(as) que sofram com essas patologias devem ter cuidados redobrados na prevenção da doença.
Apesar disso, vale reiterar que todos os idosos e idosas fazem parte do grupo de risco, logo, devem tomar as precauções necessárias para evitar a contaminação.
Cuidados: como proteger pessoas idosas?
Em meio à pandemia, a população idosa está entre as mais vulneráveis ao Coronavírus.
Por isso, é importante manter uma rotina de cuidados com essas pessoas, para que mantenham uma boa saúde física e mental.
Existem algumas ações que tanto os(as) idosos(as) quanto quem convive com eles(as) podem realizar para proteger ainda mais esse grupo de risco.
Algumas delas são:
Manter o isolamento social
Apesar de muitas vezes não ser uma tarefa fácil, manter as pessoas idosas em isolamento social é muito importante para prevenção contra a Covid-19.
Além disso, a suspensão de visitas também deve ser feita, mesmo que de membros da família. Pois, quanto menos contato com outras pessoas houver, menor será a chance de infecção.
Sobretudo porque há a possibilidade de haver pacientes assintomáticos, ou seja, que estão contaminados, mas não apresentaram nenhum sintoma.
Não infantilizar o(a) idoso(a)
Durante o período da quarentena, é comum que os familiares ditem as regras da casa e informem o(a) idoso(a) como deve agir, já que ele(a) está mais vulnerável.
Porém, não se deve infantilizar e retirar a autonomia dos idosos e idosas.
É importante que suas vontades e opiniões sejam ouvidas e levadas em consideração, para que tenham uma convivência harmoniosa e não se sintam sendo tratados como crianças.
Não abandonar os medicamentos
Muitas vezes, idosos e idosas sofrem com patologias como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas e respiratórias, fazendo o uso de medicamentos controlados para tratamento.
No período de pandemia, é ainda mais importante que as medicações sejam administradas da forma correta.
Isso, pois caso os tratamentos de outras patologias não estejam sendo feitos de maneira certa e haja a infecção pelo Coronavírus, o(a) idoso(a) se torna ainda mais vulnerável aos sintomas e agravamento da doença.
Tomar vacinas
Manter a cartela de vacinação em dia é ainda mais relevante em períodos de disseminação de doenças.
Por isso, vale auxiliar o(a) idoso(a) na hora de conferir quais as vacinas estão em pendência.
No caso do coronavírus, é importante que o idoso ou a idosa receba a vacina de gripe e a antipneumocócica — previne doenças como pneumonia, meningite e sepse.
Elas ajudam na prevenção de doenças respiratórias que podem facilitar o contágio do vírus ou até mesmo agravar quadros da doença, caso haja a infecção.
Intensificar cuidados de higiene
Os cuidados de higiene devem ser intensificados tanto pelo(a) idoso(a) quanto pelo seu círculo de convivência.
Algumas ações a serem tomadas são:
- Ao chegar em casa, tomar banho antes de entrar em contato com o(a) idoso(a);
- Sempre que chegar na residência, tirar os sapatos antes de entrar;
- Evitar contato próximo como apertos de mão, abraços ou beijos;
- Lavar frequentemente as mãos com água e sabão;
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com o cotovelo ou lenço descartável;
- Evitar tocar os olhos, nariz e boca de forma recorrente.
Além disso, alguns cuidados com a higienização do ambiente da residência também devem ser tomados. Entre eles:
- Manter o ambiente ventilado;
- Ao fazer compras, não deixar as sacolas em superfícies que o(a) idoso(a) possa entrar em contato;
- Higienizar embalagens antes de utilizar;
- Limpar com álcool em gel os utensílios.
Manter a hidratação
A hidratação do corpo é um dos pilares para manter o organismo saudável.
Dessa forma, é importante que os(as) idosos(as) consumam líquidos. Em geral, o indicado é de aproximadamente 2 litros de água por dia.
Caso não seja possível ingerir a quantidade total em água, é recomendado alternar com sucos e chás.
Realizar exercícios físicos
Para aqueles que não tenham restrições, a realização de exercícios físicos dentro de casa é relevante para se manter saudável.
Movimentar o corpo estimula a ação imunológica do organismo, além de aumentar a disposição e vitalidade.
Além disso, a realização de exercícios também proporciona benefícios para a saúde mental, já que libera hormônios que propiciam a sensação de bem-estar, o que reduz o estresse de maneira geral.
Ter uma boa alimentação
Manter uma alimentação balanceada é importante em todos os momentos da vida.
Ingerir alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras auxilia na fortificação do sistema imunológico, além de ser fonte de vitaminas e minerais importantes para o bom funcionamento do organismo.
Em geral, a má alimentação pode causar desnutrição e até mesmo a anemia, o que consequentemente provoca a baixa na imunidade.
Dessa forma, garantir que o(a) idoso(a) mantenha refeições nutritivas é importante para preservar sua saúde física e mental.
Tomar banho de sol
Apesar do isolamento social, os idosos e idosas não devem deixar de tomar sol.
A exposição moderada aos raios solares sintetiza a vitamina D no corpo. Essa substância auxilia na redução da fadiga, fortificação dos ossos e dentes e promove o bem-estar.
Por isso, é importante tomar sol por aproximadamente 10 minutos ao dia. O melhor horário para isso é antes das 10 e após as 16 horas.
Criar uma rotina
Desenvolver uma rotina é importante para regular o relógio biológico do corpo, além de auxiliar na organização de tarefas.
Por isso, vale incentivar o(a) idoso(a) a criar uma rotina semanal, com horários definidos para cada atividade.
Esse hábito ajuda a distribuir o dia de maneira que os idosos e idosas tenham várias atividades para passar o tempo e realizar diariamente.
Manter conversas frequentes
Além do bem-estar físico, vale ressaltar que a saúde emocional também deve ser um ponto de atenção.
O isolamento social pode não ser fácil, principalmente para os(as) idosos(as) que costumavam sair diariamente.
Sentimentos de solidão e sensação de estarem presos(as) podem surgir, e por isso é muito importante que os membros da família mantenham, ou reforcem, a comunicação, o diálogo e o afeto.
Caso a convivência seja na mesma casa, tirar um momento do dia para conversar e ouvir o(a) idoso(a) é uma boa opção.
Já se a família morar em outra residência, chamadas de vídeo ou somente a ligação telefônica podem ser a solução. Isso ajudará a criar um envolvimento entre os familiares, aliviando o sentimento de solidão.
Em períodos de pandemia como a da Covid-19, o cuidado com pessoas idosas deve ser redobrado, já que elas estão mais suscetíveis aos efeitos colaterais da doença.
Para prevenir a contaminação, existem atitudes que tanto os(as) idosos(as) quanto as pessoas de seu círculo de convivência devem tomar, como manter o isolamento social e intensificar a higienização.
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