A colite, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), acomete 7 em cada 100 mil habitantes no país.
Queixas de dores abdominais e problemas intestinais, infelizmente, se tornam cada vez comuns. Em muitas situações, não damos a devida atenção a esses sintomas e negligenciamos o intestino, órgão considerado o segundo cérebro.
Portanto, é importante conhecer mais sobre a colite, visto que é uma das doenças inflamatórias intestinais mais comuns, para que haja identificação precoce e tratamento mais eficaz.
Índice ― neste artigo você encontrará as seguintes informações:
A colite (CID-10-K51) é uma inflamação que afeta uma ou mais camadas do intestino grosso (ou cólon) e o reto, sendo na maioria dos pacientes uma doença crônica.
É uma das doenças inflamatórias intestinais mais comuns e é responsável por causar sintomas como dores abdominais fortes, diarreia com presença de sangue, úlceras na parede do intestino e redução de apetite.
Apesar de ser uma doença sem causa exata, existem vários tipos de colite que podem afetar os pacientes de formas diferentes.
O diagnóstico costuma ser feito por um (a) médico (a) coloproctologista ou gastroenterologista, que analisa os sintomas e solicita exames para confirmar a condição.
Apesar de ainda ser uma doença sem cura, existem tratamentos disponíveis que amenizam a condição e tornam a vida do (a) paciente mais confortável.
O tratamento consiste na administração de medicamentos para conter a inflamação e provocar a remissão dos sintomas. Também pode ser necessário uma mudança na dieta, especialmente durante as crises, para não agravar a condição.
Em casos graves, pode ser necessário que o (a) paciente passe por cirurgia para retirar parte dos tecidos inflamados que não podem ser recuperados com tratamentos convencionais.
Apesar de não ter grupos ou fatores de risco específicos, a maior ocorrência da doença acontece em pessoas entre 15 e 35 anos.
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Apesar de a colite e a doença de Crohn serem condições diferentes, elas estão relacionadas, pois ambas são classificadas como doenças intestinais inflamatórias (DII).
Contudo, a principal diferença está na região afetada pela inflamação. Enquanto a colite provoca uma inflamação no cólon e no reto, a síndrome de Crohn pode afetar todo o sistema digestivo.
Na doença de Crohn, por exemplo, o (a) paciente apresenta dor abdominal, diarreia, perda de peso, fraqueza e febre. Além disso, provoca úlceras e aberturas (fístulas) no intestino (com vazamento das fezes), podendo ocorrer também estreitamento do intestino e dores constantes.
Porém, esses sintomas são mais característicos em quadros que não foram diagnosticados e tratados corretamente.
Por afetar o aparelho digestivo, também pode tornar a dieta do (a) paciente mais restrita. Antes do diagnóstico, a doença é também um risco pois impede a absorção de alguns nutrientes essenciais.
Assim como a colite, a doença de Crohn também tem causas desconhecidas. Pode ser causada por uma reação autoimune, pela alimentação ou por agentes infecciosos, como bactérias.
As duas condições podem ser investigadas por um coloproctologista ou gastroenterologista.
Apesar de ser um nome bastante conhecido, a colite nervosa não é um tipo de colite, mas sim a forma como a Síndrome do Intestino Irritável (SII) é popularmente conhecida.
Muitas pessoas confundem as duas doenças e os sintomas e enxergam a colite nervosa como uma variação da doença que é causada por fatores emocionais, como o estresse.
Contudo, apesar de ser muitas vezes colocado como um dos agravantes, não existe nenhuma comprovação de que o estresse é capaz de provocar a colite.
A Síndrome do Intestino Irritável, portanto, não é uma inflamação e nem um tipo de colite. Trata-se de uma doença causada por movimentos peristálticos anormais (reduzidos ou em excesso).
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A colite é dividida em alguns tipos, podendo ser classificada de acordo com o tempo em que a doença permanece ativa no paciente.
Nesses casos, pode ser considerada uma colite aguda (quando afeta o paciente por mais de uma semana) e colite crônica (quando o paciente apresenta a condição por 4 semanas ou mais). Outras formas de classificação da doença são:
A colite isquêmica é a manifestação da doença causada por uma deficiência no fluxo sanguíneo, que acaba impedindo que o intestino grosso receba uma circulação adequada por redução ou restrição de sangue na região.
É um tipo considerado grave, pois o índice de mortalidade pode ser alto, não apenas pela doença, mas também por outras patologias que afetam os pacientes e pela idade.
Doenças como aterosclerose no cólon (depósito de gordura nos vasos sanguíneos), vasculite (inflamação da parede dos vasos sanguíneos), diabetes, câncer de cólon, hérnia e outras complicações que prejudicam a circulação sanguínea podem causar esse tipo de colite.
É um tipo mais frequente em pessoas que apresentam algum prejuízo no sistema imunológico, como pacientes com doenças autoimunes, em tratamento de câncer, crianças e idosos.
A inflamação, nesses casos, acontece pela presença de bactérias que lesionam o intestino grosso e que, em algumas circunstâncias, estão em desequilíbrio no organismo.
Um exemplo disso é o que acontece com a Clostridium difficile, uma bactéria nociva e bastante comum no intestino, mas que se torna prejudicial quando as bactérias boas são destruídas. Um dos fatores que provocam essa variação é o uso de alguns medicamentos.
A colite pseudomembranosa é um tipo mais comum em pessoas que estão em tratamento com alguns tipos de antibióticos, como Amoxicilina ou Azitromicina.
A colite distal é a inflamação característica por causar uma dor intensa na parte esquerda do intestino grosso.
Nela, a inflamação se estende a partir do reto até o ângulo esplênico, a curva do cólon próxima ao baço, na parte superior esquerda da região abdominal.
Além das dores, o (a) paciente pode também ter redução de apetite, perda de peso e diarreia com sangue.
Também chamada de pancolite, esse é o tipo em que a doença afeta toda a região do cólon.
Assim como nos outros quadros, os sintomas incluem dor intensa no abdômen, perda de peso, diarreia com sangue e falta de apetite.
A colite causada por infecção viral é geralmente associada ao citomegalovírus (CMV), um vírus que pertence a família do herpesvírus.
Não é uma causa comum da colite, sendo para alguns pesquisadores a explicação da doença e para outros apenas uma coincidência.
De qualquer forma, é importante saber que esse vírus pode ser transmitido por relações sexuais desprotegidas, por contato com saliva, fezes e pelo leite materno.
Na proctite, ou retite, a inflamação acomete apenas a região do reto e não afeta o intestino grosso. Geralmente, é uma inflamação que se estende em uma área bem limitada (menos de 15cm do reto), sendo o tipo mais leve da colite.
Nessa condição, os pacientes podem apresentar sintomas como urgência para defecar, sangramento e dor retal.
O proctossigmoidite é o tipo de colite em que acontece uma inflamação no reto e no cólon sigmoide, parte do cólon que fica localizada exatamente acima do reto.
Os pacientes com esse tipo de colite podem manifestar diarreia com sangue, cólicas e dificuldade para defecar.
A enterocolite é um tipo de inflamação que afeta o intestino grosso e o delgado ao mesmo tempo.
Esse tipo de colite pode ser provocado por infecção (viral ou bacteriana), por intoxicação alimentar ou medicamentos.
A colite, além de ser dividida em alguns tipos, pode também ser classificada em três graus diferentes, de acordo com a intensidade dos sintomas:
A colite leve é aquela em que o paciente pode ter episódios de diarreia com necessidade de 3 ou menos evacuações por dia. Nesses casos, a pessoa pode não ter sangue presente nas fezes, nem alteração no funcionamento de outros sistemas.
Nesse grau da doença, alguns exames que podem identificar a inflamação podem mostrar resultados normais, mesmo com a doença ativa.
Esse quadro é caracterizado quando a doença provoca 4 evacuações ou mais por dia. No paciente com colite moderada, também há o comprometimento sistêmico, ou seja, outros sistemas do corpo são afetados pela doença.
O paciente tem necessidade de ir ao banheiro evacuar por mais de 6 vezes por dia, com presença de sangue nas fezes. Assim como na colite moderada, há também comprometimento sistêmico, mas com sintomas mais graves.
Por isso, na colite grave o paciente pode ter taquicardia, febre e alteração na velocidade de sedimentação globular, isto é, a taxa em que os eritrócitos (glóbulos vermelhos) se precipitam dentro de um período de uma hora.
Esse é um dos indícios de inflamação localizada no organismo ou da presença de algum tipo de câncer.
A colite é uma doença que não possui uma causa exata. Existem alguns indícios, mas há também muitos mitos em torno dos fatores que provocam a doença.
O que se sabe é que essa não é uma doença contagiosa e que não está relacionada a fatores como alimentação ou o estresse do dia a dia.
Sendo assim, o (a) paciente que recebe o diagnóstico de colite pode ficar mais aliviado, pois não é um comportamento ou hábito isolado que causa a doença.
A explicação mais aceita pelos médicos é de que essa doença é causada pelos seguintes fatores: sistema imunológico, genética e fatores ambientais.
Dessa forma, o paciente que desenvolve a doença pode ter herdado algum gene que o deixa mais vulnerável, ou pode ser também que algum fator ambiental tenha provocado uma resposta anormal no sistema autoimune, fazendo que o próprio organismo ataque a região do cólon.
Quais seriam os fatores que poderiam levar a essa resposta autoimune, contudo, ainda não se sabe exatamente. Porém, acredita-se que a inflamação aconteça a partir dessa desordem no sistema imunológico.
Sem a ajuda correta dos anticorpos, a inflamação se torna mais grave e danifica a parede do intestino grosso, provocando os sintomas característicos da doença.
A partir do diagnóstico do tipo de colite, os fatores que podem ter provocado são identificados. Em alguns casos, infelizmente, não é possível rastrear o que provocou a inflamação.
Ter histórico familiar da doença é considerado um fator de risco para a colite também. Para essas pessoas, é recomendado um acompanhamento mais frequente para investigar a doença.
Outros fatores que podem desencadear a inflamação são infecções causadas por vírus e parasitas, Síndrome do Intestino Irritável (SII), circulação sanguínea insuficiente na região do cólon, exposição a radiação e intoxicação alimentar provocada por bactérias.
Por ocorrer, muitas vezes, por causas desconhecidas ou agentes diversos, a colite não é uma doença que possui grupos ou fatores de risco bem estabelecidos, sendo a idade e o histórico familiar os principais alertas.
Pode atingir homens e mulheres da mesma forma em qualquer faixa etária, sendo mais comum o diagnóstico em pessoas com 15 a 25 anos de idade.
No entanto, pessoas com idade entre os 60 e 80 anos que apresentam os sintomas também devem investigar a doença.
Ter também um familiar próximo com histórico da doença pode aumentar as chances, por isso é preciso manter uma rotina saudável de idas ao médico para investigar a condição.
A colite é uma doença que provoca a inflamação do intestino grosso e, em alguns casos, do reto. A partir disso, vários sintomas podem surgir:
A colite pode provocar o surgimento de úlceras na parede do intestino grosso e no reto. Dessa forma, a capacidade do intestino de absorver a água dos resíduos (bolo fecal) que passam pela região fica prejudicada.
Por isso, a diarreia é um dos sintomas mais comuns, porque as fezes se tornam muito moles.
Com a parede danificada, o intestino começa a produzir também muito muco, sendo mais um sintoma da doença a presença dessa secreção nas fezes.
As úlceras provocadas na parede do intestino também podem causar sangramento, por isso, eventualmente, pacientes com colite relatam o aparecimento de sangue nas fezes.
Em casos em que há perda de sangue em excesso, acontece também uma redução das células vermelhas, o que pode provocar anemia.
A diarreia é um sintoma bem comum em pacientes com colite, por conta da má absorção de água pelo intestino. Geralmente, os episódios de diarreia provocam urgência para defecar, trazendo muito desconforto no dia a dia.
Os pacientes com essa doença podem se queixar frequentemente de dores abdominais e cólicas que podem ser acompanhadas das diarreias.
Pela soma de todos os sintomas, o paciente pode também ter uma redução no apetite e, consequentemente, impactar no peso.
A colite, além de afetar o sistema gastrointestinal, pode também manifestar sinais em outras partes do corpo.
São sintomas chamados de manifestações extraintestinais da retocolite ulcerativa, podendo ser os primeiros sinais da doença em alguns pacientes ou podendo não se manifestar nunca em outros. São eles:
O diagnóstico de doenças intestinais inflamatórias, como é o caso da colite, é feito a partir de diversos exames, além de análise dos sintomas e histórico do paciente. Quem realiza o diagnóstico e solicita os exames é, geralmente, o médico gastroenterologista ou coloproctologista.
Os principais exames incluem:
O médico pode pedir um exame de sangue para identificar a presença de anticorpos específicos e para confirmar a presença de alguma inflamação.
Nos quadros em que o paciente apresenta sangue nas fezes como sintoma, este exame ajuda a confirmar anemia.
A colonoscopia é um exame de imagem feito através da introdução de um endoscópio no paciente, para que seja possível visualizar as estruturas do reto e do intestino grosso.
O aparelho constitui-se de um tubo fino com uma câmera na ponta, que permite captar as imagens e observar os tecidos inflamados ou com úlcera. Normalmente, o (a) paciente realiza o exame sob sedação, para que não seja desconfortável.
Durante esse procedimento, é possível também que seja retirado um pouco do tecido lesionado para biópsia, o que permite que outros exames possam ser feitos para um diagnóstico mais preciso.
A biópsia permite destacar a infecção causada por H. pylori e câncer colorretal, por exemplo.
Também é um exame usado para diferenciar a colite da doença de Crohn. No entanto, nem sempre permite o diagnóstico, o que exige a realização de outros exames.
O exame de fezes pode ser solicitado para avaliar se o (a) paciente está com alguma infecção ou para identificar a presença de sangue no material coletado.
Alguns exames de imagem não invasivos também podem ser solicitados para ajudar a confirmar o diagnóstico da colite. Normalmente, os mais comuns são o raio-X, ressonância magnética e tomografia computadorizada.
O raio-X, por exemplo, é um dos exames mais simples entre os exames de imagem. Nele, o (a) paciente pode precisar tomar um líquido de contraste chamado bário, que ajuda na hora do médico avaliar as estruturas do trato digestivo.
A ressonância magnética, em pacientes que estão investigando a colite, também ajuda a avaliar as estruturas abdominais, mas é uma tecnologia bem mais avançada que o raio-X.
As imagens obtidas nesse exame possuem maior definição dos órgãos, sem precisar do uso de radiação.
A tomografia computadorizada, por sua vez, é um procedimento mais tecnológico que o raio-X, pois permite obter imagens dos órgãos de diferentes ângulos, formando também imagens tridimensionais.
Não, a colite é uma doença que não possui cura definitiva. Por não ter uma causa exata, o prognóstico da doença é algo muito particular, pois os sintomas, tempo até o diagnóstico (precoce ou tardio) e tratamento podem variar.
Por outro lado, existem tratamentos e mudanças de hábitos que podem trazer qualidade de vida para esses pacientes.
Os diferentes tipos de colite são tratados com a combinação do uso de medicamentos e uma mudança nos hábitos alimentares, que passam a ser um pouco mais restritos.
O principal objetivo do tratamento é buscar a remissão da doença, para que os sintomas sejam controlados e o paciente possa levar uma vida confortável.
Em casos menos frequentes, em que o paciente não reage bem à terapia medicamentosa, pode ser necessário intervenção cirúrgica.
Dessa forma, os tratamentos da colite podem se dividir entre dieta, medicamentos e cirurgia:
A ação e o tipo dos medicamentos usados dependem da causa, sendo todos utilizados para reduzir a inflamação no cólon, no reto e também para eliminar a diarreia, dor abdominal, sangramentos e outros sintomas.
As dosagens e os remédios prescritos podem ser diferentes para cada paciente, pois variam de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Com o tratamento bem encaminhado, a remissão da doença pode durar meses ou até mesmo anos. Nesse período, a doença pode provocar crises e a inflamação pode retornar, por isso é importante o acompanhamento médico.
As crises, além disso, podem ser um indício de que é necessário mudar o tratamento, alterando a dose, a frequência ou o medicamento utilizado.
Em alguns casos, em que o tratamento com medicamentos não é suficiente e a mudança alimentar também, o (a) paciente pode ter que passar por um procedimento cirúrgico.
Podem ser receitados medicamentos anti-inflamatórios, corticoides, imunomoduladores e Anti-TNF (fator de necrose tumoral).
A dieta para pacientes com colite deve ser realizada de acordo com as orientações médicas, considerando as deficiências e restrições alimentares de cada paciente de forma individual.
As maiores restrições destinam-se a fase das crises, em que determinados tipos de alimentos podem piorar os sintomas, como os gordurosos, ricos em fibras, bebidas gaseificadas, leites e derivados.
Leia mais: Por que devemos comer fibras e qual a quantidade diária ideal
Em condições mais específicas, o (a) médico (a) ainda pode orientar o (a) paciente a seguir algumas dietas mais restritas, para que a alimentação e o tratamento medicamentoso não entrem em conflito ou para não piorar a condição do paciente.
Alguns exemplos são as dietas pobres em sódio, em fibras, gorduras e a dieta hipercalórica:
É um recurso em pacientes que apresentam um quadro grave da doença, em que a parte inflamada se encontra extremamente lesionada.
Nesses casos, parte do cólon e do reto são removidos na cirurgia, procedimento chamado de proctocolectomia.
A cirurgia é também um recurso de tratamento de pacientes que não apresentaram melhora com nenhuma terapia medicamentosa. Inclusive, o procedimento pode ser uma forma de evitar e tratar complicações mais graves, como sangramento, perfuração, úlceras profundas na mucosa do intestino e megacólon tóxico.
Existem, portanto, dois tipos de cirurgia para pacientes com colite:
Existem algumas opções de medicamentos que ajudam no tratamento da colite e eles podem ser de uso oral ou retal, dependo do caso de cada paciente.
O (a) médico (a) pode orientá-lo ao uso de analgésicos e anti-inflamatórios para ajudar aliviar a inflamação e a dor provocada pela doença.
Quando se trata de um tipo de colite causada por infecção bacteriana, por exemplo, antibióticos específicos podem ser prescritos.
Pacientes com colite que possuem a doença por uma resposta imunológico inadequada podem precisar usar imunossupressores.
Quando a doença afeta também a absorção de nutrientes, alguns suplementos alimentares podem ser utilizados para complementar o tratamento.
Os principais medicamentos prescritos para o tratamento são:
Os agentes anti-TNF (fator de necrose tumoral) são medicamentos usados em pacientes que não respondem bem às outras terapias mais convencionais.
O TNF é um químico que nosso próprio organismo produz, sendo o medicamento uma proteína produzida em laboratório para destruir esse químico natural do nosso corpo e reduzir a inflamação.
A substância Adalimumabe (Humira) é um exemplo desse tipo de terapia, sendo prescrita também para acelerar a cicatrização da mucosa do intestino grosso e melhorar os sintomas da colite.
Os aminossalicilatos são medicamentos comumente usados no tratamento de doenças inflamatórias intestinais. São usados para tratar a inflamação, mas também para impedir as crises. Um dos mais prescritos é o Mesalazina.
Os corticoides também são usados para ajudar o organismo do paciente a manter o processo inflamatório em controle e para que a remissão completa aconteça.
Podem ser indicados ainda para o controle de crises, mas não devem ser usados por longos períodos, devido aos efeitos colaterais.
Estes medicamentos interferem na reação do sistema imunológico diante de uma inflamação no organismo.
Geralmente são prescritos para pacientes com colite que não tiveram uma boa resposta com o tratamento com corticosteroides e aminossalicilatos.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico.
As informações contidas nesse site tem apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Junto ao tratamento medicamentoso, é importante que o paciente tome outros cuidados, como manter uma dieta saudável e que não prejudique a condição, especialmente durante uma crise.
É importante saber que não são os alimentos que causam a colite e por isso não é necessário cortá-los da dieta para prevenir a doença.
Mas, com a doença estabelecida, existem sim alimentos que podem piorar os sintomas, causando maior desconforto e dores.
Por isso, durante as crises, o (a) paciente deve evitar os alimentos que formem resíduos, como os alimentos ricos em fibras, leites e derivados, frutas, verduras, embutidos, condimentos e alimentos gordurosos.
Manter uma dieta muito restrita também não é saudável, por isso é importante ter esse apoio dos especialistas, que saberão melhor orientar os pacientes.
Leia mais: Alimentação Saudável: o que é, benefícios, como ter, cardápio, dicas
Confira outras dicas alimentares que podem ajudar no convívio diário com a doença:
Durante uma crise, o organismo do (a) paciente está muito mais sensível e a alimentação pode piorar as dores e outros sintomas.
Por isso, o mais recomendado é que os pacientes priorizem alguns alimentos e evitem outros. Algumas boas opções para a dieta nesses períodos incluem:
Durante as crises, os (as) pacientes devem evitar alguns alimentos e hábitos que podem piorar os sintomas, como cólicas, gases e diarreia. Isso inclui:
Quando os sintomas melhoram, o paciente pode aos poucos voltar a manter uma dieta mais rica em fibras e alimentos variados, contando com o acompanhamento médico e nutricional para conseguir manter a melhor dieta possível para o caso.
Com a remissão da doença, o (a) paciente deve se preocupar em manter uma boa hidratação do organismo, consumindo bastante água, caldos, sucos e vitaminas.
Os alimentos ricos em fibras devem também fazer parte da dieta quando o médico entende que não há problemas na introdução desses alimentos.
Vegetais, frutas, legumes, proteínas magras e alimentos probióticos também podem ser consumidos.
Não existe um modelo exato de alimentação que funcione para todos os pacientes com colite da mesma forma.
Por isso, ter um acompanhamento de um (a) nutricionista é indispensável.
Para ajudar nas consultas, o (a) paciente pode manter um diário alimentar, para registrar os alimentos do seu dia a dia e se eles ajudam ou pioram os sintomas.
Assim, durante a consulta, o nutricionista poderá melhor avaliar e ajustar o cardápio do paciente de acordo com as experiências que ele já teve e descreveu.
A colite é, na maior parte dos pacientes, uma doença crônica. Por isso exige que o paciente tenha cuidados para evitar reincidências e complicações por toda a sua vida.
Mesmo com o tratamento iniciado, pode acontecer do paciente ter crises e apresentar os sintomas novamente. Nesses casos, o (a) médico (a) deve avaliar uma mudança nas doses ou nos medicamentos prescritos.
Sabe-se ainda que é possível que a colite provoque complicações graves e progressão acelerada na crise inicial em cerca de até 10% dos pacientes com a condição, podendo ter recuperação completa dos sintomas e complicações com o diagnóstico precoce.
Na proctite, o tipo mais leve da doença, complicações graves são incomuns. Contudo, é possível que, nesses casos, a doença se espalhe e atinja também o intestino grosso.
Quando a colite não é devidamente tratada ou quando o diagnóstico é tardio, o (a) paciente pode ter algumas complicações mais graves, como as seguintes:
O câncer de cólon, ou câncer colorretal, é um tipo de câncer comum, que pode afetar todas as pessoas de modo geral.
No entanto, os (as) pacientes que possuem alguma doença inflamatória intestinal, como é a colite, são descritos (as) como um dos grupos de risco para o desenvolvimento da neoplasia.
Por esse motivo, poderiam ter mais chances de desenvolver a condição do que pessoas saudáveis, especialmente aqueles que possuem um tipo mais grave, que atinja toda a região do cólon e por períodos maiores de 8 a 10 anos.
Por outro lado, existem também estudos que mostram que os pacientes que possuem um quadro de colite com diagnóstico precoce e tratamento correto podem ter o mesmo risco de desenvolvimento de câncer do cólon que a população de modo geral.
De qualquer forma, esses pacientes devem ser orientados a ter uma rotina de visitas ao médico e de exames periódicos para poder identificar a presença de pólipos (tecido anormal na mucosa) ou do câncer ainda em estágio inicial.
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Não existe uma prevenção específica para a colite, pois essa é uma doença que pode acontecer por diversos fatores. No entanto, é possível que as pessoas adotem alguns hábitos que possam ajudar, no mínimo, no diagnóstico precoce e no controle da condição.
Primeiramente, é fundamental realizar consultas e exames periódicos para monitorar a saúde. Quando o diagnóstico é precoce, o controle dos sintomas e a remissão é muito mais fácil.
Diante dos sintomas, as pessoas também devem procurar um especialista o quanto antes, especialmente aqueles que possuem histórico familiar.
Além disso, cuidados com a alimentação e hábitos saudáveis como exercícios, consumo moderado de álcool e controle de estresse também são recomendados.
A colite, ao lado da doença de Crohn, é uma das doenças inflamatórias intestinais mais comuns. Infelizmente, ainda é uma condição sem cura e sem uma causa exata, o que dificulta a prevenção.
Mas, apesar dos lados negativos, é uma doença que possui tratamento e que permite que os pacientes levem uma vida confortável e com qualidade.
Se você possui histórico familiar ou se apresenta algum sintoma, procure um médico para poder diagnosticar. Obrigada pela leitura!
Rafaela Sarturi Sitiniki
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