A tosse persistente, ou seja, que perdura por dias, semanas ou até meses, é um sintoma que pode causar preocupação para o (a) paciente e para as pessoas à sua volta.
Se você ou alguém com quem convive está com esse sintoma, continue acompanhando o artigo para descobrir mais informações sobre a tosse, como o que causa, a relação com a Covid-19 e quando procurar um (a) médico (a).
Índice – Neste artigo, você vai encontrar:
- O que é e o que causa tosse persistente?
- Tosse persistente e Covid-19
- Tosse persistente em criança
- Quando devo procurar um médico?
- Tratamento para tosse persistente
O que é e o que causa tosse persistente?
A tosse indica que pode ter algo de errado com as vias respiratórias. O sintoma pode ser dividido em agudo, subagudo e crônico. A tosse aguda é aquela que dura até 3 semanas, enquanto a tosse subaguda dura entre 3 e 8 semanas. Por fim, a tosse crônica é aquela que dura mais do que 8 semanas.
É considerada tosse persistente aquela que se estende por mais de 3 semanas, ou seja, segundo a classificação mencionada acima, a tosse persistente engloba a tosse subaguda e a tosse crônica.
As possíveis causas para o sintoma variam de acordo com o tipo da tosse, que pode ser com catarro (produtiva) ou sem catarro (seca).
Tosse persistente com catarro (produtiva)
Entre as possíveis causas da tosse persistente com catarro (produtiva) estão:
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
- Bronquiectasia (dilatação dos brônquios);
- Sinusite;
- Tuberculose;
- Pneumonia;
- Bronquite;
- Fibrose cística.
Tosse persistente sem catarro
Já entre as doenças que possuem como sintoma a tosse persistente sem a produção de catarro, também conhecida como tosse seca, estão:
- Asma brônquica;
- Rinite;
- Pneumonia (a condição pode causar tosse com ou sem catarro);
- Bronquite (assim como a pneumonia, esta condição também pode causar tosse com ou sem catarro);
- Laringite;
- Refluxo laringofaríngeo;
- Câncer de pulmão.
É importante ressaltar que a tosse sem catarro também pode ser causada pelo hábito de fumar ou pela exposição à fumaça do cigarro e pela poluição.
Tosse persistente e Covid-19
A infecção por Covid-19 pode deixar algumas sequelas que recebem o nome de síndrome pós-Covid ou Covid longa. Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas e publicada na revista Transactions of The Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene acompanhou 646 pacientes e buscou analisar quantos deles apresentaram sintomas persistentes após a infecção.
Os resultados indicaram que 324 pacientes, ou seja, 50% dos (as) pacientes analisados tiveram Covid longa e, ao observar as possíveis sequelas, o estudo determinou cerca de 23 sintomas que perduraram após a infecção.
Entre os 2 sintomas mais frequentes nos (as) participantes do estudo estão a fadiga, verificada em cerca de 35,6% dos (as) pacientes com síndrome pós-Covid, e a própria tosse persistente verificada em cerca de 34%.
Leia também: Dor no peito ao tossir: o que pode ser e como identificar?
Tosse persistente em criança
As possíveis causas da tosse persistente em crianças varia de acordo com a faixa etária. No caso das crianças de até 2 anos de idade, o sintoma pode ser desencadeado pela fibrose cística, asma e por infecções.
Já as possíveis causas da tosse em crianças entre 2 e 6 anos de idade estão a rinite alérgica, sinusite, asma, fibrose cística e bronquiectasia. Em contrapartida, as condições que causam a tosse em crianças dos 6 aos 15 anos de idade incluem asma, sinusite, infecções, fibrose cística, bronquiectasia, tumores e lesões.
É extremamente importante que os pais e/ou responsáveis se mantenham atentos ao sintoma da tosse e, ao perceberem duração por semanas, procurem atendimento médico para que seja feito o diagnóstico e tratamento correto para a condição que desencadeou a tosse.
Quando devo procurar um médico?
O (a) paciente deve procurar atendimento médico quando a tosse ultrapassar os 14 dias ou ao perceber o aparecimento de outros sintomas como a febre, falta de ar, perda de peso, dor no peito, vômito e sibilos (chiados na respiração).
Tratamento para tosse persistente
Para tratar a tosse persistente é necessário identificar e tratar a doença de base, ou seja, a doença que desencadeou o sintoma da tosse. Portanto, o tratamento varia de acordo com a causa.
O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), por exemplo, tem como objetivo dar mais qualidade de vida ao (à) paciente e é feito com medicamentos broncodilatadores, oxigenoterapia e fisioterapia respiratória.
Já o tratamento da asma, por outro lado, é feito com medicamentos corticosteróides e agonistas beta-2 adrenérgicos de longa ação (B2LA).
Além disso, alguns cuidados como higienizar as vias aéreas, manter uma boa hidratação e usar máscara de proteção podem ser tomados para evitar a transmissão de algumas das condições causadoras da tosse.
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Não ignore uma tosse que persiste por muito tempo, pois o sintoma pode indicar a presença de uma condição de saúde. No caso de dúvidas, entre em contato com um (a) médico (a).
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Referências
- Diretrizes Brasileiras no Manejo da Tosse Crônica — Jornal Brasileiro de Pneumologia;
- Long Covid-19 syndrome: a 14-months longitudinal study during the two first epidemic peaks in Southeast Brazil — Oxford Academic;
- Manejo da tosse crônica na infância — Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP);
- Pesquisa da Fiocruz avalia síndrome da Covid longa — Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).