Relacionamento abusivo: o que é, sinais, relato e como sair

O que é um relacionamento abusivo?

Quando se fala em relacionamento abusivo é comum que as pessoas imaginem a relação amorosa entre um casal, principalmente a relação em que o homem é abusador e a mulher é a vítima.

Porém, vale lembrar que as relações abusivas podem acontecer em qualquer tipo de relacionamento, seja ele amoroso, entre amigos, no âmbito profissional ou familiar. Em primeiro lugar, reconhecer esse fato, é um passo importante para conseguir identificar os sinais e modificá-los, o que não é fácil.

Estar em um relacionamento abusivo é altamente prejudicial, tanto mental quanto fisicamente. É comum que a vítima apresente sinais psicológicos, como autoestima baixa, insegurança, ansiedade, isolamento social, sentimentos de culpa intensos, podendo levar à depressão ou outras condições mais severas. Esses sinais se intensificam ainda mais quando o abuso também é físico. 

Por outro lado, encontramos o abusador, aquele que manipula, controla, provoca situações humilhantes para a vítima, a usa e a faz se sentir mal sempre. As agressões presentes nesse tipo de relação podem ser diferentes de uma para outra, e bastante sutis,  o que torna ainda mais difícil o reconhecimento dos sinais.

O abusador pode apresentar os seguintes comportamentos:

• Agressões verbais;
• Perseguição (stalker);
• Abuso econômico, em que controla o dinheiro da vítima ou a impede de trabalhar e estudar;
• Abusos físicos (violência física)  e comportamentos agressivos como chutar portas, esmurrar objetos, etc.;
• Ameaças;
• Agressão ou violência sexual;
• Esforços para provocar o afastamento social da vítima. 

Sinais de um relacionamento abusivo

Muitas vezes atitudes abusivas são confundidas com amor e cuidado. A vulnerabilidade e fragilizada na qual se encontra a pessoa abusada, não permitem com que ela consiga discernir e/ou identificar os sinais de que se encontra em um relacionamento abusivo.

Pensando nisso, separamos alguns indicativos que podem ajudar nesse processo de “descoberta” e que servem de alerta para situações abusivas no dia a dia.

Verifique se seu (sua) companheiro (a):

Faz você se sentir ridicularizado(a)

Em um relacionamento saudável, é comum nos sentirmos ridicularizados em algum momento. A diferença é que, na maioria das vezes, o parceiro não realizou o ato intencionalmente. Em um relacionamento abusivo, o abusador faz questão que você se sinta frequentemente desconfortável e humilhado (a) em situações sociais.

Demonstra insegurança e ciúmes excessivo

Uma das principais características atribuídas ao perfil de uma pessoa abusadora é a insegurança e o ciúme extremo.

Esses dois traços da personalidade de alguém abusivo são fatores que contribuem para que os outros sinais aconteçam, tais como o ato de controlar as ações do outro, a intimidação e a chantagem.

Faz você duvidar de seus próprios sentimentos

De tanto invalidar suas expressões de sentimento em relação a ele (ela) e ao relacionamento, você mesmo (a) passa a duvidar da sua própria capacidade de avaliar a situação e acredita que tudo pode não passar de uma “grande loucura da sua cabeça”. 

Fala que ninguém nunca vai te amar

Seu parceiro já disse frases como “se você me deixar, nunca vai encontrar alguém melhor”, “ninguém vai te amar” ou “ninguém vai te querer”? Não há dúvidas do quanto essas frases são abusivas.

Faz você se afastar das pessoas

Alguma vez seu parceiro já exigiu que você se afastasse de situações sociais - ambientes com amigos, colegas ou familiares - , já utilizou estratégias emocionais para que isso acontecesse ou restringiu seu contato social? 

O parceiro abusivo procura manter sua vítima em isolamento para torná-la frágil e dependente do relacionamento. 

Faz você se sentir inferior e não valoriza suas conquistas

Como seu parceiro reage frente às suas conquistas e as coisas boas que acontecem na sua vida? Em um relacionamento saudável, o normal é que o parceiro fique feliz e comemore juntamente com você as vitórias.

É importante reparar na reação do seu companheiro nesses momentos, se ele fica feliz por você ou se diminui suas conquistas, se faz você sentir que o que aconteceu não é nada demais e que nem merece comemoração.

Em um relacionamento abusivo, você passa a achar que não é bom o suficiente, que suas conquistas e alegrias não merecem ser comemoradas e valorizadas. Isso acontece porque o abusador despreza (muitas vezes de maneira bastante sutil) as características, capacidades e habilidades de seu parceiro.

Faz você se sentir incapaz

É comum que o abusador tenha atitudes que façam a vítima se sentir incapaz. Utilizando, por exemplo, discursos que fazem o parceiro se sentir inferior, ele passa a mensagem de que existe uma hierarquia dentro do relacionamento, na qual, ele assume um papel superior.

Frases como “você não é bom nisso”, “desista, não é para você”, “você não fez nada certo” e outras do mesmo gênero podem estar presentes dentro desta dinâmica presente na relação abusiva.

Dessa forma, a vítima se afunda em sentimentos negativos, sentindo-se incapaz, burra e insuficiente.

Controla  a suas ações

Você se sente  controlado e vigiado pelo seu parceiro, como se não houvesse absolutamente nada que ele não pudesse saber/descobrir?

Repare no quanto ele se mostra controlador em relação às suas ações e pessoas com as quais se relaciona.

Além disso, no fundo, você sabe que esse controle não é uma preocupação saudável, mas sim uma forma de te manipular? 

Fique atento a comentários como permissões de lugares onde pode ir, com quem pode falar, como deve se comportar e outras limitações impostas pelo companheiro.

Diz o que você deve vestir

Você já trocou de roupa antes de sair de casa porque sabia que a escolha iria desagradar seu parceiro? Já ouviu comentários referentes ao tamanho de uma saia, ou ouviu que o vestido era muito justo ou decotado?

Para algumas pessoas, esse tipo de comentário é interpretado como um sinal de ciúmes, podendo até mesmo ser considerado normal, mas não é. Esse é um sinal específico que está implícito em uma personalidade controladora do (a) abusador (a).

É ameaçador(a)

Um sinal muito importante para conseguir entender se o seu relacionamento é abusivo implica na presença de um sentimento muito ruim: o medo.

Se alguma vez, alguma ação ou comentário do seu companheiro te fez sentir medo dele, é um grande alerta de que o relacionamento não está indo nada bem.

Para psicólogos que acompanham casos de relacionamento abusivo, a intimidação e ameaça são consideradas recursos comuns entre os abusadores.

Algumas frases com tom ameaçador, tais como “se você não fizer isso…” ou “se você fizer tal coisa…”, “é melhor para você fazer o que estou dizendo...”, podem estar presentes no relacionamento tóxico.

 Se o seu parceiro ameaça te deixar e usa dos seus sentimentos por ele para conseguir o que quer, o seu relacionamento é abusivo.

Demonstra reações exageradas

É importante notar se o parceiro demonstra reações exageradas e explosivas diante de algumas situações que não justificam uma reação intensa. 

Se a vítima faz algo considerado simples e o abusador aproveita daquela situação para arquitetar uma briga e reage de forma ignorante ou violenta, é um sinal de que é melhor se afastar.

É preciso que os sentimentos que você tem pelo seu parceiro não te tornem incapaz de perceber quando acontece uma reação desproporcional ao que aconteceu. Errar é normal do ser humano, mas é preciso lidar com esses erros de forma racional.

Não respeita quando você diz “não”

Preste atenção no quanto o seu parceiro respeita quando você nega  algo. É comum em relacionamentos abusivos que o abusador force a vítima a relação sexual.

Não é difícil de encontrar relato de pessoas que disseram ter feito sexo com seu parceiro por se sentirem manipuladas, ameaçadas ou chantageadas. Sexo sem consentimento é considerado estupro, mesmo acontecendo dentro de um relacionamento.

É agressivo(a)

Esse é um sinal de alerta grave. Uma relação onde acontecem agressões é extremamente abusiva. E nesse caso não se trata apenas da agressão física, mas da moral e psicológica também. Todos os sinais listados anteriormente são formas de agressão.

Se você está em um relacionamento em que as violências se tornaram graves, saiba que é possível buscar ajuda em ONGs que possam te acolher. Existem leis de proteção a esses casos, como a lei Maria da Penha. Denuncie. Não se sinta sozinha nesse momento, busque conversar com alguém em quem confia ou ligue para o 180, que é a Central de Atendimento à Mulher.

Mesmo que para as pessoas que estão vendo de fora os sinais de abusos sejam óbvios, nem sempre é fácil para a vítima reconhecer esses problemas. 

Leia também: Gaslighting: você sabe o que significa e como identificar?

Relato: como é viver em um relacionamento abusivo?

Nem todo relacionamento abusivo começa ruim, as coisas podem parecer que estão indo bem, como foi para Thalia Chiquetano, 20 anos, que esteve em um relacionamento abusivo por 1 ano.

Nos primeiros meses, tudo era perfeito: ele sempre queria me ver, sempre me comprava coisas mesmo que eu tentasse recusar, era carinhoso, atencioso, tudo que você sonha em um relacionamento. Ficamos noivos. Eu tinha certeza que queria me casar com ele, pois nunca existiria alguém tão perfeito pra mim como ele era. Até que ele começou a se mostrar outra pessoa.

Ele me fazia ciúmes o tempo todo, mesmo sabendo o quão insegura sou e o quanto aquilo me fazia mal, ignorando todas as vezes que eu pedia para ele parar. Me ofendia me chamando de burra. Diversas vezes, quando eu o confrontava sobre algo que ele tinha feito que me incomodava, ele conseguia virar o jogo e me fazer pedir desculpas por algo que ele havia feito.

Nos últimos três meses, o namoro foi um inferno. Ele arranjava desculpas para não me ver, saía toda semana e só voltava de madrugada, não me beijava e muito menos me tocava.

Eu comecei a pensar o que eu tinha feito, pedia desculpas constantemente por qualquer coisa que eu pudesse estar fazendo. Me sentia errada em sentir ciúmes do aplicativo de encontro instalado em seu celular, em não gostar que meninas mandassem fotos íntimas e que ele sequer fizesse esforço para cortar essas atitudes, ou até mesmo de ficar magoada por ele mostrar essas conversas em tom de deboche para mim.

Eu estava triste o tempo todo, e chorava constantemente. Eu não tinha forças nem para fazer algo simples, como tirar o pijama e colocar uma roupa normal.

Há esperança de viver após sair de um relacionamento abusivo!

Não há nada romântico e nem saudável em relações como essa.  Para a vítima, o fim do relacionamento abusivo aconteceu após muitas lágrimas derramadas. Mesmo após meses do fim da relação, as cicatrizes permaneceram e levou algum tempo para serem superadas.

“Se eu pudesse conversar com cada pessoa que passa por essa situação, eu gostaria de dizer apenas uma coisa: se você se identificou com apenas 1% do que eu passei, ou se você leu esse depoimento e essa postagem e teve qualquer dúvida sobre seu relacionamento, sinto muito lhe informar, mas é muito provável que você esteja vivendo um relacionamento abusivo.

Abuso não é apenas uma força física, mas também pode destruir seu psicológico. Não importa o que você sinta pela pessoa, não tenha medo de terminar algo que não lhe faz bem. A pessoa certa está por aí, te esperando; tenha certeza que você não tem culpa de nada, e que você não merece todo o mal que está passando. Nenhum relacionamento deve te destruir de dentro para fora.

Hoje estou namorando novamente e, pela primeira vez depois de tanto tempo, finalmente sinto que estou feliz. Existe respeito, carinho e amor, mas às vezes existem conflitos — afinal, um namoro de verdade tem seus prós e contras. E o meu erro foi acreditar que o que eu tinha com meu ex era literalmente perfeito”.

Diferenças entre o relacionamento abusivo e o saudável

Colocamos lado a lado algumas características de um relacionamento saudável e algumas atitudes abusivas, para possibilitar uma visão mais ampla desses dois extremos.

Pontos de um relacionamento saudável

Em síntese, um relacionamento saudável funciona da seguinte maneira:

• Conversam abertamente sobre seus sentimentos e pensamentos;
• Há confiança e por isso nenhum dos dois controla onde o outro está e com quem está;
• Há respeito aos momentos em que o parceiro quer estar sozinho, com os amigos ou família;
• Não te xinga e muito menos te agride;
• Os conflitos são resolvidos de forma respeitosa, sem agressões, xingamentos ou competitividade;
• Existe respeito a privacidade do outro;
• Não há tentativas de mudar ou controlar o parceiro ( na forma de agir, de se vestir ou qualquer comportamento);
• O (a) parceiro (a) não ameaça ou alimenta o medo em você;
• Há respeito quando o outro diz “não”, principalmente quando o outro não está afim de transar;
• Os dois comemoram as conquistas juntos;
• Ninguém tenta humilhar, ridicularizar ou diminuir de alguma forma o parceiro;
• Os dois tomam decisões importantes juntos;
• Demonstrações de admiração e elogios estão sempre presentes;
• Um está sempre encorajando o outro e não há críticas destrutivas;
• Incentiva o parceiro a estudar e trabalhar e não interfere no que ele faz com o próprio dinheiro;
• Não tenta atingir negativamente a autoestima e confiança do parceiro.

Todas essas ações fazem parte da construção de um relacionamento maduro, equilibrado e agradável para ambos.

Características que indicam um relacionamento abusivo

Por outro lado, relacionamentos abusivos são carcterizados contendo as seguintes carcterísticas descritas abaixo: 

• Quando existe um diálogo, é para tentar fazer com que o outro se sinta culpado pelo que está sentindo;
• Diz com quem você deve ou não conversar ou sair. Não há confiança e por isso impõe que o parceiro fique provando onde está e o que está fazendo;
• Proíbe a (o) parceira (o) de sair sozinho ou com os amigos;
• Te ofende constantemente e tenta te controlar usando força física;
• É explosivo (a) e ciumento (a). “Desconta a raiva” chutando portas, cadeiras ou esmurrando objetos, o que faz você sentir medo;
• Controla todas as suas redes sociais para ver com quem conversa. Proíbe amizades e está sempre tentando invadir sua privacidade;
• Está sempre dizendo o quanto você não é bom, dispara ofensas e diz que ninguém irá te amar;
• É sempre explosivo (a), o que faz você sentir medo de suas reações, o que implica agressões verbais, emocionais e físicas;
• Proíbe usar determinadas roupas que não o (a) agradem;
• Não respeita quando o parceiro diz “não”. Força a (o) parceira (o) a ter relação sexual ou a fazer coisas que não se sente confortável;
• Demonstra inveja do (a) parceiro (a) e tenta diminuir suas conquistas;
• Humilha, ridiculariza e está sempre querendo se mostrar superior ao parceiro;
• Não existe diálogo, até mesmo em momentos de decisões que afetam os dois;
• Sempre está criticando a (o) parceira (o). Aponta sempre para os defeitos querendo diminuí-lo, faz brincadeiras sobre a aparência do outro;
• Não existe apoio, apenas críticas frequentes;
• Controla financeiramente o parceiro, às vezes, impedindo-o de trabalhar e estudar;
• Faz você pensar que é louco (a) e diz coisas que minam sua autoestima.

Como sair de um relacionamento abusivo?

Não é fácil compreender e aceitar que, de alguma forma, se está preso em um relacionamento abusivo. Para quem conseguiu passar por essa etapa, a próxima também não é nada simples.

Muitas pessoas que olham de fora podem questionar, por senso comum, por que as vítimas simplesmente não vão embora. A resposta a essa pergunta envolve uma série de fatores que estão relacionados ao aprisionamento - tanto psicológico quanto das situações da vida real - que esse tipo de relacionamento provoca.

É natural a vítima não se considerar em uma situação de abuso e perigo. Isso porque o sentimento de amor pelo (a) parceiro (a) está envolvido e, apesar da agressividade do (a) mesmo (a), é bastante comum que parceiros (as) abusivos (as) também apresentem comportamentos positivos, o que “minimiza” as atitudes abusivas e mantém a vítima na relação. Além disso, alguns sinais de abuso são sutis, o que torna ainda mais complicado de se perceber a agressão psicológica que a vítima sofre.

No entanto, mesmo com todas as dificuldades desse momento, alguns passos podem ser seguidos:

Compreenda e busque mudanças

O primeiro passo para sair de um relacionamento abusivo é perceber que se está em uma relação assim. Em segundo lugar, é preciso querer mudar essa situação, pois apenas se dar conta dos abusos e continuar nessa relação não é o suficiente para trazer sua felicidade e tornar o relacionamento saudável.

Entenda que o problema não é você

Dentro do relacionamento abusivo, é comum que o abusador manipule os sentimentos da vítima para que ela se sinta culpada.

É muito importante entender que os abusos não acontecem por culpa da vítima, mas que algo precisa ser mudado nas atitudes da pessoa que está na posição de abusador.

Fortaleça-se

Peça ajuda e busque a companhia de pessoas que lhe fazem bem. Superar um relacionamento abusivo não é fácil, por isso se una as pessoas que você confia para conversar sobre o que está acontecendo e para se fortalecer nesse momento. 

Não tenha vergonha de resgatar relacionamentos que abandonou por conta da relação abusiva. Afinal de contas, o afastamento social ocorreu justamente por causa do parceiro e isso você pode explicar para as pessoas nas quais confia.

Terapia

O acompanhamento de um psicólogo pode ser bastante positivo nesse processo onde a vítima procura sair do relacionamento abusivo. Em um momento vulnerável como este, apenas o apoio de pessoas amigas pode não ser o suficiente para que ela consiga passar por essa fase.

Além disso, os abusos sofridos pela vítima podem levá-la ao um quadro depressivo ou de ansiedade, que precisam ser acompanhados por um profissional que saiba dar os cuidados específicos para a saúde mental do paciente.

Converse com pessoas que passaram pelo mesmo

Conhecer e ouvir alguém que passou pelo mesmo problema e conseguiu superar um relacionamento abusivo pode ser um dos passos mais importantes para conseguir deixar para trás essa relação.

Reconhecer em outra pessoa os mesmos sofrimentos que está sentindo e ver que mesmo com o término tudo ficará bem pode ser um dos impulsos para que a vítima consiga agir e sair do relacionamento abusivo.

Infelizmente não é difícil encontrar pessoas que já passaram por isso, pois é muito mais comum do que se pensa. Portanto, busque essas pessoas, ouça o que elas têm a dizer e peça ajuda para encontrar a melhor solução para o seu caso.

Se empodere

Não deixe que as chantagens emocionais do seu parceiro abusivo te façam desistir de sua felicidade e amor próprio. Não acredite que sem ele ficará sozinho para sempre.

Busque realizar as atividades que te fazem bem e que você pode ter deixado de lado por causa do relacionamento. Saia com seus amigos e familiares para se divertir e acredite que o sofrimento do rompimento vai passar, por mais difícil que esteja agora.

Enquanto isso, busque fortalecer sua autoestima e não deixe que essa experiência ruim te afete ainda mais.

Leia também: Terapia para autoestima: como ela pode ajudar no bem-estar?

Como ajudar alguém que está em um relacionamento abusivo?

Uma questão muito presente quando o assunto são relações abusivas é de quando e até que ponto quem está olhando de fora pode se intrometer para tentar ajudar.

Sempre ouvimos coisas como “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”, mas quando falamos isso simplificamos uma situação que pode ser bem mais grave do que se pensa, com agressões físicas e psicológicas que podem levar a vítima a ter sequelas graves.

Portanto, se você conhece alguém que está numa situação abusiva, não espere que ela perceba por conta própria. Nem sempre isso acontece. O abusador pode envolvê-la de tal maneira que ela normaliza todas as agressões e ainda se culpa por isso.

Algumas coisas podem sim ser feitas por quem está acompanhando de fora a relação:

Ofereça ajuda

Empatia é fundamental para quem está próximo dessas pessoas, portanto, ofereça sua ajuda. Isso significa estar presente na vida da pessoa mesmo que ela não aceite quando você diz que ela está em um relacionamento abusivo. Cada pessoa leva um tempo para compreender.

Se mostre disponível para sair com ela, diga que ela pode contar com sua ajuda, sendo esta ajuda um ombro amigo para chorar ou até mesmo para oferecer abrigo, pois muitas pessoas são dependentes do abusador financeiramente e as coisas podem ficar mais complicadas.

Também é possível denunciar violência doméstica em diversos canais, como a Polícia Militar, pelo número 190.

Seja paciente e não julgue

Entenda que as pessoas levam um tempo diferente para entender quando estão em um relacionamento abusivo e é muito mais fácil para quem está de fora do relacionamento perceber, pois a vítima está envolvida emocionalmente com seu parceiro.

Não diga coisas como “está com ele porque quer”, “se quisesse mesmo, já tinha terminado”. Não julgue a posição da vítima em relação ao abusador. Seja apenas presente e amigo e ofereça ajuda para o que ela precisar.

Coloque essa pessoa em contato com outras que passaram pelo mesmo

Apresente ou mostre casos de pessoas que passaram pelo mesmo problema ao (a) seu (a) amigo (a) que está em um relacionamento abusivo. Ouvir de outras pessoas que viveram o mesmo pode ajudar.

Não a (o) culpe por estar em um relacionamento abusivo

Por fim, nunca culpe a vítima. Não diga que ela está nesse relacionamento porque quer ou porque ela merece. Por mais próximo da pessoa que você seja, você não tem total conhecimento sobre o que acontece entre ela e o abusador. Nesse momento, a vítima precisa de ajuda, acolhimento e empatia.

A intenção desse artigo é que mais pessoas possam refletir sobre seus relacionamentos, conseguir diferenciar relacionamentos saudáveis de nocivos, identificar passos importantes para interromper relacionamentos não saudáveis e saber ajudar alguém que está passando por isso. 

Se você acredita que está em um relacionamento abusivo, peça ajuda! Não desista de ser feliz e saiba que você merece estar em um relacionamento saudável. O amor deve ser compartilhado e não aprisionado em atitudes nocivas como as listadas nesse artigo.