O ômega 3 é um ácido graxo essencial muito importante para o funcionamento do organismo. Por não ser produzido de forma natural pelo corpo, deve ser consumido sob a forma de gorduras.
Existem, de modo geral, 3 tipos de ômega 3: o DHA, o EPA e o ALA. O DHA e o EPA podem ser encontrados, principalmente, em peixes de águas frias e profundas que se alimentam de animais marinhos. O ALA, por sua vez, é encontrado em leguminosas, oleaginosas e outros alimentos.
Diversos são os benefícios do ômega 3 para o organismo. Ele é um aliado durante a gestação, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, tratar os sintomas da artrite reumatoide, prevenir a diabetes e pode ser um aliado no tratamento de depressão e outros transtornos psiquiátricos.
Ainda não se sabe a real eficácia dessa substância no tratamento dos transtornos psiquiátricos, apesar de alguns pesquisadores defenderem o seu uso para o tratamento de tais problemas.
Provavelmente, o ômega 3 é uma das substâncias mais estudadas dos últimos anos, contando com quase 30 mil artigos científicos ao seu respeito. Todos os seus benefícios e malefícios ainda não foram descobertos, pois as pesquisas são recentes, sendo que se fortaleceram dos anos 90 para cá.
O consumo de ômega 3 nas sociedades ocidentais é muito baixo quando comparado ao das populações ancestrais. Por isso, existe uma grande preocupação em aumentar os níveis de consumo dessa substância.
Ainda assim, é preciso ficar atento ao consumo de ômega 3, pois o uso excessivo dessa substância pode trazer uma série de problemas, especialmente para pacientes com hemofilia e pessoas alérgicas a peixe.
No Brasil, não existem muitas fontes naturais de ômega 3. Os peixes produzidos em território nacional normalmente são criados em cativeiro e não possuem a dieta adequada para se tornarem reservatórios dessa substância. Por isso, é recomendado que seja feita a suplementação através de cápsulas.
Entretanto, muitas vezes, as cápsulas brasileiras podem apresentar altas quantidades de mercúrio, que é tóxico para o organismo e pode trazer consequências severas e até mesmo levar à morte.
Portanto, antes de fazer uso dessa substância, converse com seu médico e seu nutricionista para avaliar as possibilidades, riscos e benefícios que o ômega 3 pode te trazer.
Confira mais informações no texto abaixo, e boa leitura!
Índice - neste artigo você vai encontrar as seguintes informações
Os ácidos graxos são um tipo de gordura presente em diversos tipos de alimentos. Eles podem ser classificados como Saturado, Monoinsaturados e Poli-insaturados.
Saturados são os ácidos graxos presentes em carnes e laticínios. Seu consumo excessivo pode acarretar em problemas de circulação, como aumento do colesterol nos sangue. Os ácidos graxos monoinsaturados, por outro lado, se encontram principalmente nos vegetais e podem trazer alguns benefícios, como diminuir os riscos da hipertensão arterial.
Já os ácidos graxos poli-insaturados são chamados de essenciais, pois eles não podem ser produzidos diretamente pelo organismo, devendo ser obtidos através de fontes externas, isto é, da alimentação.
Os ácidos graxos essenciais são muito importantes para o organismo, pois podem ser usados como energia pelas células do nosso organismo. Além disso, atuam como agentes coagulantes e, já que possuem ação antioxidante, ajudam a manter a elasticidade da pele e combater seu envelhecimento precoce.
Eles podem ser modificados dentro do organismo para produzir substâncias que controlam processos inflamatórios, o humor e para compor o tecido adiposo. Além disso, eles influenciam na sinalização celular e tem ação direta no DNA, ativando ou inibindo a transcrição de certos fatores.
Vê-se, então, que os ácidos graxos essenciais não recebem essa denominação por acaso.
De modo geral, existem 3 tipos de ômega 3: o ácido alfa-linolênico (ALA), o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexaenoico (DHA).
O EPA e o DHA são encontrados mais comumente em peixes e frutos do mar e, ao que indicam os estudos, possuem mais benefícios para a saúde do que o ALA, que é mais encontrado em alimentos à base de plantas, como a linhaça, nozes e óleo de soja. Entenda a diferença:
O EPA possui ação anti-inflamatória, pois auxilia as reações enzimáticas responsáveis pela produção de substâncias essenciais para o combate à inflamações que neutralizam a atividade pró-inflamatória.
Um dos principais benefícios desse tipo de ômega 3 está no auxílio da saúde do coração e da circulação sanguínea, pois ela ajuda a evitar a formação de trombos (coágulos) no sangue, diminuindo, assim, o risco de trombose e acidente vascular cerebral (AVC).
Pessoas que sofrem de celulite, obesidade, lúpus e artrite reumatoide, por exemplo, podem se beneficiar bastante pelo consumo de EPA.
Além de possuir ação antioxidante, o DHA é essencial para o desenvolvimento do feto. Auxilia na formação da retina (parte dos olhos responsável por transformar o estímulo luminoso em estímulo nervoso).
É o tipo de ácido graxo mais benéfico para a saúde do cérebro, pois favorece a cognição e as conexões entre os neurônios, beneficiando a memória, a atenção, o raciocínio, a imaginação, o juízo e diversos outros aspectos relacionados à mente humana.
Estudos indicam que a suplementação de DHA durante a vida adulta pode apoiar a memória de pessoas saudáveis com 55 anos ou mais. Outras pesquisas ainda ligam a ingestão de DHA ao aumento da produção de substâncias anti-inflamatórias e neuroprotetoras que impedem a formação de substâncias deletérias do cérebro.
Isso é um forte indício que de o DHA pode ser um grande aliado na prevenção de doenças neurodegenerativas, como o mal de Alzheimer.
De origem vegetal, o ALA pode ser convertido em DHA ou EPA depois de ingerido. O corpo humano é capaz de produzir enzimas que fazem essa transformação, porém, a atividade delas fica diminuída por fatores como tabagismo, consumo de álcool, diabetes, estresse, ingestão elevada de gorduras trans e, principalmente, pelo envelhecimento.
Por isso, é essencial não só ter cuidado com as gorduras ingeridas, mas também com os hábitos de vida como a prática de esportes, gestão do estresse, qualidade de vida e alimentação equilibrada.
O ALA pode ser encontrado com facilidade nos seguintes alimentos:
O ômega 6 é outro ácido graxo essencial para a manutenção da saúde. Eles são considerados antagonistas do ômega 3, por isso, seu consumo excessivo pode impedir que o corpo desfrute dos benefícios do ômega 3.
Ele está presente, principalmente, em óleos vegetais, como o óleo de girassol, milho e gergelim. Se ingerido nas proporções certas, ele ajuda a combater o estresse, controlar a pressão arterial e proteger o coração e a pele.
Entretanto, quando em excesso, o ômega 6 pode acabar exercendo ação inflamatória, algo que ninguém quer pra si mesmo. Por isso, é importante manter um equilíbrio entre a ingestão de ômega 3 e 6.
Pesquisas recentes apontam que as dietas ocidentais têm, uma proporção de ômega 6 por ômega 3 equivalente a 15:1, o que está longe do ideal, que seria de mais ou menos 4g de ômega 6 por 1g de ômega 3 por dia.
Entretanto, as opiniões dos especialistas divergem quanto a proporção ideal. Isso faz com que o mais recomendado seja buscar uma recomendação individual de consumo para cada um desses ácidos graxos. Caso queira saber a sua proporção ideal, consulte um especialista.
Como dito anteriormente, existem 3 tipos de ômega 3. Cada um deles pode ser encontrado em fontes alimentares diferentes, sendo que o EPA e DHA são encontrados com mais facilidade em peixes e frutos do mar.
Entretanto, não são somente esses alimentos que contém quantidades significativas de ômega 3. Confira:
Os alimentos mais ricos em EPA e DHA provém do mar. Então peixes, algas e crustáceos são as maiores fontes desse alimento. Por isso é que os suplementos de ômega 3 normalmente são feitos com óleo de peixe, que deve ser evitado por pessoas alérgicas à esses animais.
Podemos citar alguns alimentos ricos nessas substâncias, como:
Como dito anteriormente, o ALA, diferentemente do DHA e o EPA, não possui tantos benefícios para a saúde, mas pode, entretanto, ser transformado nessas substâncias através da ação de enzimas naturais do corpo humano.
Como não provém de animais, é a dieta recomendada para veganos, vegetarianos e pessoas com alergia à frutos do mar. Alguns dos alimentos ricos em ALA são:
Um dos principais e mais conhecidos benefícios do ômega 3 está na gravidez. Quando a gestante faz o uso acompanhado dessa substância, as chances de um melhor desenvolvimento do seu bebê melhoram.
Além disso, o consumo de ômega 3 reduz as chances de um parto prematuro e pode deixar os bebês mais fortes. Um estudo realizado no Centro Médico da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, revelou que o ômega 3 possui esses efeitos benéficos para os bebês.
Para chegar a essa conclusão, o estudo acompanharam 300 futuras mães, escolhidas aleatoriamente. Metade recebeu suplementação de ômega 3 no final da gravidez enquanto a outra metade recebeu placebo.
Durante as observações, foi descoberto que as mães que receberam a suplementação tiveram uma gestação mais longa, acima de 34 semanas, resultando numa menor incidência de partos prematuros. Além disso, os recém nascidos que receberam suplementação nasceram mais fortes e com peso maior quando comparado aos que receberam placebo.
Apesar de não ter sido verificado nenhuma contraindicação, os pesquisadores ressaltam que mais estudos devem ser feitos antes de se divulgar resultados conclusivos.
Outros benefícios conhecidos do ômega 3 durante a gravidez são a regulação de atividades fisiológicas, como a produção de substâncias essenciais durante a gravidez que regulam o funcionamento de órgãos como os rins e ajudam em outros fenômenos fisiológicos, como a coagulação sanguínea.
Por causa da sua ação anti-inflamatória, o consumo de ômega 3 durante a gravidez pode ajudar a gestante a evitar uma série de doenças, especialmente as relacionadas a inflamação. Sua ação antioxidante também é importantíssima para garantir uma gestação saudável.
Além disso, o ômega 3 ainda foi relacionado em diversas pesquisas ao bom desenvolvimento neurológico e óptico do bebê. Especialmente os ácidos graxos EPA e DHA ajudam no desenvolvimento saudável do sistema cognitivo e visual, ajudando na formação do cérebro e da retina.
Durante a amamentação, diversos nutrientes passam da mãe para o filho. Por isso, caso a mãe tenha uma dieta rica em ômega 3, vai passar esses benefícios para o seu filho.
Como dito anteriormente, o ômega 3 está intimamente relacionado à uma melhora no desenvolvimento das funções visuais. Quando a criança ainda é um bebê é que as funções visuais vão se desenvolver de forma mais complexa. Então, não é uma má ideia fazer o uso de suplementos durante esse período.
Entretanto, nunca faça o uso de ômega 3 sem antes consultar o seu médico. Apesar dos seus benefícios, o consumo em excesso dessa substância pode comprometer algumas funções e até mesmo atrapalhar o desenvolvimento do bebê.
Os inúmeros estudos feitos em cima do ômega 3 tornaram a substância reconhecidamente eficaz para beneficiar a saúde do coração, isto é, é uma substância cardioprotetora.
É considerado assim porque, principalmente o EPA, regula a atividade das plaquetas sanguíneas, evitando coágulos no sangue, que podem levar a um AVC ou a um infarto. Ele ainda reduz os níveis de triglicerídeos e o DHA ajuda a evitar arritmias cardíacas, estabilizando a atividade do coração.
Isso é embasado cientificamente. Um estudo realizado na Dinamarca, por exemplo, do Staten Serum Institut de Copenhagen, e publicado na Associação Americana do Coração, demonstrou que o risco de mulheres em idade reprodutiva terem distúrbios cardiovasculares é muito menor em quem consome peixes com altas concentrações de ômega 3.
Outra pesquisa feita pelo Physician's Health Study, dos Estados Unidos, demonstrou que homens com maiores níveis de ômega 3 no sangue tinham chances menores se serem acometidos ataques cardíacos, diminuindo os riscos de morte súbita.
Além disso, o ômega 3 é responsável por diminuir o colesterol, pois provoca um aumento nos níveis de HDL (colesterol “bom”) e diminui a concentração de LDL (colesterol “ruim”). Isso ajuda a regular a pressão arterial e evitar a formação de placas de gordura na parede das artérias.
Por isso, pessoas que apresentam índices de triglicerídios altos, isto é, acima de 500mg/dL, podem fazer a suplementação diária de ômega 3, ingerindo por volta de 2 a 4g por dia. Vale lembrar que, nesses casos, ele tem papel de coadjuvante na tarefa de baixar os índices. E lembre-se: antes de iniciar o uso sempre procure um médico ou nutricionista.
O consumo de ômega 3 contribuiu para o alívio dos sintomas de artrite reumatóide. Isso acontece por causa da sua ação anti-inflamatória, fazendo com que ele funcione como um bloqueador de enzimas que produzem os processos inflamatórios.
Vale ressaltar que o uso do composto não vai curar a doença, mas somente ajudar a aliviar seus sintomas, especialmente quando for usado em conjunto de outros medicamentos para o tratamento da doença.
Existe uma correlação entre o consumo de ômega 3 e a prevenção da diabetes.
Um estudo feito na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, revela que os níveis de ômega 3 no sangue estão relacionados a uma menor incidência de diabetes. A pesquisa revelou que há um aumento à sensibilidade de insulina pelo organismo quando os níveis de ômega 3 estão altos.
Além disso, portadores de diabetes possuem uma susceptibilidade maior à processos inflamatórios. Como o ômega 3 possui ação anti-inflamatória, ele pode ser um aliado para tratar dessas complicações.
Vale ressaltar que essas propriedades anti-inflamatórias só vão ser eficazes se o consumo de ômega 3 estiver nas proporções corretas com o de ômega 6 (veja mais no tópico “Ômega 3 e 6: qual a diferença e qual a proporção correta?”).
A relação entre o ômega 3 e a depressão ainda é pouco conhecida. Muitos pesquisadores têm se debruçado sobre o assunto para tentar descobrir a real correlação entre a substância e a desordem psiquiátrica.
O que se sabe de fato até o momento, é que populações que consomem mais peixes de águas profundas, frias e que não são criados em cativeiro possuem um menor índice de depressão de modo geral, o que faz com que alguns pesquisadores acreditem que o consumo dessa substância esteja relacionado à prevenção do aparecimento da doença.
Um estudo feito 2003 e publicado no American Journal of Psychiatry avaliou os efeitos do ômega 3 sobre a desordem psiquiátrica em 36 pacientes depressivos. Para metade dos pacientes foi oferecido cápsulas com doses de DHA, enquanto para a outra metade foi oferecido placebo.
A melhora dos efeitos da depressão ocorreu em aproximadamente 25% dos pacientes dos dois grupos, mostrando que o tanto o placebo quanto o tratamento com DHA possuem resultados similares. A conclusão é de que não existe nenhuma correlação significativa entre o consumo de DHA e efeitos positivos sobre os sintomas da depressão.
Já uma revisão de artigos publicada também no American Journal of Psychiatry encontrou uma relação significativa entre o consumo de EPA e DHA com a depressão. Segundo os dados levantados, as substâncias têm efeito positivo sobre os sintomas do transtorno, mas o artigo conclui que mais estudos devem ser feitos levando em consideração fatores individuais que não puderam ser medidos na revisão.
Por causa disso, podemos concluir que a relação entre o consumo de ômega 3 e a depressão ainda não é completamente compreendida pela ciência (leia mais no tópico “Ômega 3 é efetivo no tratamento de desordens psiquiátricas?”).
Isso não quer dizer que você não deva fazer uso do ômega 3, mas o lembrete é válido, já que muitos divulgadores dizem com plena certeza que é eficaz no tratamento quando não se sabe exatamente a eficácia das substâncias.
Se você sofre de depressão, consulte um psiquiatra antes de tomar qualquer medida. Ele é o profissional adequado e recomendado para tratar os sintomas da doença.
O ômega 3 também pode ser um grande aliado para ajudar pacientes com epilepsia a diminuir a frequência de suas crises.
Uma pesquisa feita com pacientes com epilepsia refratária, uma variação da doença que não responde bem ao uso de medicamentos, mostrou que os indivíduos que tomaram 3g de ômega 3 por dia tiveram uma redução de 34% na frequência de suas crises epilépticas.
Por conta do seu papel antioxidante, o consumo de ômega 3 pode trazer benefícios para o esportista e até mesmo melhorar o desempenho como um todo.
Isso porque o corpo produz altas quantidades de radicais livres durante a prática de exercícios e compostos com funções antioxidantes são capazes de neutralizar os radicais livres, impedindo sua ação no organismo.
Em condições normais, os radicais livres são importantes para o funcionamento do corpo, entretanto, quando em excesso, podem causar problemas e até mesmo levar à morte celular.
Por essa razão, é recomendável que pessoas que façam prática esportiva intensa façam alguma suplementação alimentar com antioxidantes.
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda o consumo de 1000mg a 3000mg de ômega por dia. Para se obter esses resultados, existem, basicamente, duas formas possíveis: através da suplementação ou através da dieta.
Na dieta, basta que se consuma alimentos reconhecidamente ricos na substância, como peixes de águas frias, alguns tipos de crustáceos, oleaginosas, como o amendoim e nozes, e alguns tipos de verdura (ver capítulo “Alimentos ricos em ômega 3”).
Entretanto, para os brasileiros, consumir alimentos ricos em ômega 3, especialmente aqueles com alta concentração de DHA e EPA, como os peixes, pode ser uma tarefa difícil, já que os animais vendidos nos mercado brasileiro normalmente são criados em cativeiro e se alimentam de ração.
Para que um peixe apresente altos índices de ômega 3 no seu organismo, é necessário que ele consuma animais menores ricos dessa molécula, como o krill e algumas espécies de algas. Isso, infelizmente, não acontece com animais criados em cativeiro, o que torna a obtenção natural de ômega 3 numa tarefa difícil para os brasileiros.
Há, porém, uma alternativa: as cápsulas de suplemento. Feitas com óleo de peixe, esses suplementos podem servir de alternativa para quem não consegue adquirir as quantidades do ácido graxo de forma natural.
Todavia, é necessário se manter atento à qualidade do produto, pois muitos dos suplementos vendidos no Brasil podem conter uma quantidade alta de mercúrio e outros componentes que podem ser prejudiciais à saúde.
Para saber se o ômega 3 se encontra livre desses componentes, é fácil. Suplementos de qualidade imprimem essa informação no rótulo da embalagem, de forma bem destacada, para ser de fácil identificação.
Outra dica bastante valiosa na hora de escolher o seu suplemento é estar atento ao rótulo do produto, pois a concentração de DHA e EPA varia conforme a procedência.
Existem diversas composições de ômega 3. A mais encontrada é 18/12, com 18% de EPA e 12% de DHA, mas, além dessa, também é possível encontrar produtos com outras dosagens, como 33/22, 40/20, dentre outras.
Quanto maior forem as composições, mais caro será o produto. Entretanto, assim como preço sobe, os benefícios para a saúde também sobem.
É bastante propício e benéfico para a saúde e para um melhor aproveitamento dos benefícios do ômega 3 combinar seu consumo com suplementos de vitamina E, uma verdadeira aliada dos ácidos graxos.
Isso acontece porque os ácidos graxos oxidam com muita facilidade dentro do organismo, o que faz com que suas propriedades benéficas sejam perdidas de forma rápida. A vitamina E, por ser um potente antioxidante, pode garantir maior durabilidade aos ácidos graxos e potencializar os efeitos benéficos deles dentro do organismo!
Como dito anteriormente, o ômega 3 se encontra numa variedade de alimentos, então não necessariamente você precisa fazer a suplementação. Se sua dieta for bem equilibrada e controlada, é possível obter quantidades significativas de ômega 3 naturalmente.
Desta forma, se atentar aos alimentos ricos nesse ácido graxo é uma das alternativas. Então mercados, lojas de verduras e frutos do mar podem ser uma boa opção, desde que, no caso da compra de peixes, você se assegure que o animal não foi criado em cativeiro.
Como essa tarefa pode ser muito difícil para a maioria das pessoas, já que demanda uma boa quantidade de tempo, o uso de suplementações não deve ser ignorado.
Esses suplementos podem ser encontrados em mercados, lojas de suplementos ou então em qualquer farmácia, física ou online.
Especialmente se consumido em excesso, o ômega 3 pode trazer alguns problemas para saúde. Não somente porque, como dito anteriormente, pode acontecer infecções por metais pesados, mas também porque pode favorecer processos hemorrágicos, elevar o colesterol e até mesmo aumentar as chances de adquirir câncer de próstata. Entenda:
O ômega 3 possui propriedades anticoagulantes que podem resultar em episódios hemorrágicos. Por isso, como você verá mais adiante, no tópico “Contraindicações”, pacientes com hemofilia, principalmente, devem evitar o consumo do produto.
Apesar de ter o potencial de aumentar os níveis de colesterol “bom” (HDL) e reduzir os níveis de triglicérides no organismo, o excesso de ômega 3 no sangue pode causar um aumento nos níveis de colesterol.
Um estudo feito em Campinas, São Paulo, feito em coelhos, mostra um aumento de colesterol nesses animais.
Por possuir propriedades anti-inflamatórias, algumas pessoas acreditam que o ômega 3 pode ser um aliado no combate ao câncer. O problema é que essa hipótese ainda não possui nenhuma sustentação científica contundente e assumir que o produto possui propriedades anticancerígenas pode ser muito perigoso.
Por exemplo, há alguns anos, descobriu-se que a deficiência de ácido fólico fazia aumentar as chances de câncer. Entretanto, estudos recentes têm mostrado que a suplementação dessa substância pode gerar tumores ainda mais agressivos do que os causados pela deficiência.
Pode ser que a mesma coisa aconteça com o ômega 3. O que causa a confusão é que alguns trabalhos têm apontado que o ômega 3 poderia ajudar a tornar os tumores mais sensíveis às terapias utilizadas no combate ao câncer, isto é, o ômega 3 melhoraria a eficácia dos medicamentos usados no tratamento dos tumores.
Entretanto, ainda não é possível ter uma conclusão clara sobre o assunto, já que existem diversos tipos de câncer e cada um se manifesta de uma forma.
Só para fornecer um exemplo: um estudo recente publicado no Journal of the National Cancer Institute, demonstra que o excesso de ômega 3 no sangue pode levar a uma maior incidência de câncer de próstata.
Apesar dessa relação ainda não estar totalmente esclarecida e serem necessários mais estudos para comprovar a sua veracidade, isso já é um sinal para que a gente não tome conclusões precipitadas.
Para descobrirmos uma verdade científica, é necessário paciência, insistência e persistência. São anos de pesquisa e testes e repetições até que se chegue em um resultado.
Além dessas consequências, existem outros efeitos que o excesso de ômega 3 pode causar no organismo. Confira:
Por ser extraído principalmente de peixes, o ômega 3 é contraindicado para pessoas alérgicas a esse animal. Entretanto, ainda existem outras fontes ricas da substância que podem servir de alternativa, como certas sementes e leguminosas.
Apesar dessas alternativas não possuírem EPA e DHA, os tipos de ômega 3 mais benéficos, elas possuem o ALA, uma variação que ainda pode trazer diversos benefícios e aumentar a qualidade de vida.
O ácido graxo ainda é contraindicado para pessoas com problemas de coagulação, como hemofilia, pois há risco de hemorragia já que o seu consumo pode acabar fazendo com que o sangue se torne mais fluido.
Pessoas com próteses cardíacas também devem evitar o consumo de ômega 3. Gestantes devem ficar atentas às doses adequadas e recomendadas pelo médico, pois o excesso dessa substância no organismo pode trazer problemas para o desenvolvimento do feto durante a gravidez.
No caso de suplementação através de cápsulas, é necessário se manter atento ao tipo de de ômega 3 que você está consumindo. O que acontece, e muito, é que, no Brasil, muitas das cápsulas vendidas no mercado possuem altas concentrações de mercúrio, o que pode ser bastante prejudicial para a saúde.
A ingestão de mercúrio pode trazer sérios problemas para saúde, pois essa substância causa intoxicação e pode atingir diversos órgãos do corpo, o que pode acarretar em danos no cérebro, rins e pulmão, por exemplo.
O consumo de peixes e frutos do mar é, de longe, a maior causa de intoxicação por mercúrio. Peixes que se alimentam de outros peixes, como o atum, têm mais probabilidade de possuir altos níveis de mercúrio em seu organismo devido ao fato de estarem em camadas superiores da cadeia alimentar.
Entretanto, até mesmo plantas e animais de pequeno porte podem causar intoxicação por mercúrio, especialmente se foram expostos e contaminados pelo metal.
Os problemas relacionados à ingestão de mercúrio podem ser graves e inclusive levar à morte. Em grávidas, a intoxicação pode causar problemas ao feto e até mesmo interromper a gestação. Os principais sintomas da intoxicação por mercúrio incluem:
Os peixes com maiores níveis de mercúrio e que devem ser evitados por grávidas e lactantes são:
Por si só, o consumo de ômega 3 não emagrece. O que os estudos mostraram é que, quando aliado à exercícios físicos e uma dieta regular, o ômega 3 pode ajudar a combater processos inflamatórios e melhorar a circulação sanguínea, a saúde do coração e, consequentemente, o rendimento do exercício físico.
O que foi identificado por pesquisas ao redor do mundo é que o consumo de ômega 3 ajuda a manter o peso, e não necessariamente diminuir as medidas.
Então, podemos concluir que, como o ômega 3 ajuda a melhorar aspectos cardíacos e circulatórios, ele melhora a qualidade de vida e dos exercícios, possibilitando uma rentabilidade maior das práticas esportivas e garantindo maior gasto energético.
Até o presente momento, é dessa forma e somente dessa forma que se pode afirmar que o ômega 3 ajuda na perda de peso. Portanto, não pense que somente consumir ômega 3 vai te ajudar a perder peso. É muito importante manter um estilo de vida saudável, com a prática de exercícios e alimentação balanceada.
Converse com seu médico e nutricionista para saber mais informações sobre os riscos e benefícios do consumo de ômega 3. Se for o caso, alie o consumo a um estilo de vida saudável. Aí sim os resultados serão satisfatórios!
Apesar das pesquisas indicarem que sim, ainda não se sabe a real eficácia do ômega 3 para o tratamento de desordens psiquiátricas.
Alguns estudos sugerem que o ômega 3 é eficiente para prevenir o aparecimento de desordens como a depressão, transtorno bipolar e ansiedade, entretanto, não há nenhum efeito comprovado de que essa substância tenha ação significativa no tratamento dessas doenças. Os resultados, infelizmente, ainda são, em sua maioria, inconclusivos.
Caso você possua alguma dessas desordens psiquiátricas, busque acompanhamento de um especialista da área. Nunca se automedique ou deixe de seguir as recomendações médicas. Problemas psiquiátricos são sérios e merecem atenção redobrada de seus pacientes.
Ainda assim, isso não quer dizer que você deva evitar o consumo de ômega 3. Ele possui diversos benefícios comprovados, como a melhora das condições cardiovasculares e ação anti-inflamatória, além de ser um aliado da dieta e dos exercícios para a redução do peso.
Portanto, ao se utilizar do ômega 3 para melhorar a prática de exercícios e a alimentação, você estará também melhorando a sua qualidade de vida, o que, de fato, pode ser um grande aliado no tratamento de doenças psiquiátricas.
Podemos concluir, então, que o ômega 3 por si só não necessariamente trata a depressão e outras desordens psiquiátricas, mas que, seu uso aliado à melhora da qualidade de vida pode ter efeitos positivos no tratamento dessas doenças.
No caso das pessoas que moram no Brasil, sim, é necessário fazer a suplementação de ômega 3. Isso porque a fauna brasileira de peixes crustáceos é muito diferente da fauna nórdica, por exemplo.
Enquanto nesses países os animais são reservatórios dessa substância, no Brasil o caso é diferente. Isso acontece por causa do tipo de alimentação dos peixes brasileiros, que não é propícia para que o animal se torne naturalmente um reservatório de ômega 3.
Além disso, apesar de sermos um país costeiro, a maior parte do peixe consumido no nosso país é criado em cativeiro, ou seja, é alimentada com ração, o que também não propicia que o animal se torne uma boa fonte de ômega 3.
Há quem diga que o ômega 3 atua melhorando o cérebro, já que pode ser utilizado pelo corpo na composição dos neurônios. Entretanto, apesar de existir uma grande variedade de relatos de casos clínicos mostrando o consumo de ômega 3 melhora funções cognitivas, ainda não existem estudos suficientes para suportar essa afirmação com relativo grau de certeza.
Isso acontece porque as características das pessoas que se voluntariam para participar dessas pesquisas variam muito entre si, tornando a obtenção de resultados confiáveis mais difícil.
Ainda serão necessário alguns anos de pesquisa até que tenhamos respostas efetivas para esta pergunta e, nesse meio tempo, tanto a população em geral, quanto os próprios pesquisadores anseiam por uma resposta definitiva.
O ômega 3 é uma substância que possui diversos benefícios para a saúde. Seu consumo em excesso, entretanto, pode causar alguns problemas para a saúde. Além disso, pessoas alérgicas e hemofílicas devem evitar seu consumo. Consulte um médico e calcule com ele os riscos e os benefícios do consumo desse produto!
Dúvidas? Sugestões? Coloque-as nos comentários! Ficaremos felizes em respondê-las!
Referências
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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