Encontrar produtos de beleza, higiene pessoal e cuidados com a pele é um desafio durante a gestação, mas com a chegada das estações mais quentes (dependendo da região, o ano inteiro) aumenta ainda o desafio do repelente para grávidas.
Isso porque, mesmo sendo muito importantes na gestação para proteger a mãe e o bebê de doenças, como dengue e zika, grande parte dos produtos possuem restrições para esse grupo. Mas vale sempre alinhar diretamente com o (a) médico (a) obstetra que acompanha seu pré-natal.
Índice - neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
Como o próprio nome sugere, os repelentes atuam para repelir insetos e mosquitos, criando uma barreira de proteção na pele. Para entender melhor sobre, leia também: Repelentes: tipos, como usar, indicações e qual é o melhor? | MS.
Atualmente, há diversos tipos de repelentes tanto para uso tópico (aplicar na pele), quanto para o ambiente e há, basicamente, três princípios ativos: Dietiltoluamida (DEET), Icaridina e IR3535.
Sim, as grávidas podem (e devem) usar repelente. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não há contraindicações para gestantes, desde que os produtos estejam registrados no órgão e que as instruções de uso sejam seguidas corretamente.
Os repelentes à base de DEET são os mais recomendados para grávidas, pois a substância não prejudica nem o feto, nem a mãe, além de proteger contra moscas, larvas, pulgas e carrapatos. Mas repelentes com concentrações adequadas de Icaridina também podem ser boas opções para gestantes.
Antes de começar a se proteger contra os mosquitos, leia as instruções de uso contidos na embalagem, nela, são estabelecidas a quantidade e frequência de administração do produto. Outros cuidados de aplicação devem ser adotados:
O mau uso de repelentes pode ocasionar intoxicação e reações alérgicas, que varia de acordo com a sensibilidade de cada um, concentração, tipo de repelente e se a pele está lesionada, o que permite a entrada de substâncias.
O DEET, por exemplo, pode ocasionar irritação na pele em pessoas não tolerantes à sua composição e nas que tiveram contato com o produto por um período prolongado. Em casos incomuns, algumas declarações informaram que o DEET provocou distúrbios no sistema nervoso central (confusão ou convulsões). A icaridina pode irritar os olhos e a pele.
Em casos de reações alérgicas, lave a região. Se o problema persistir, consulte o pronto atendimento médico com a embalagem do produto em mãos.
Para proteger a si mesma e ao bebê de doenças transmitidas por mosquitos, as futuras mamães possuem muitas opções no mercado. Porém, antes de comprar, é importante consultar seu médico. Confira algumas opções:
O preço do repelente varia de acordo com sua tipologia, podendo ser encontrados em redes de farmácias e supermercados, a partir de R$7.
Na plataforma Consulta Remédios, é possível encontrar diversas opções de repelentes em farmácias online de todo o país e inclusive comprar e receber onde você estiver.
Além disso, os repelentes são distribuídos gratuitamente em Unidades Básicas de Saúde para grávidas em situações de vulnerabilidade — desde que residam em locais endêmicos, sejam usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), apresentem contraindicações à vacina da febre amarela — e cadastradas no programa Bolsa Família.
Mosquitos que transmitem doenças, como o Aedes aegypti, Haemagogus e Sabethes, exigem que a pessoa contaminada tenha acompanhamento médico e tratamento específico. No período gestacional, as defesas do organismo da mulher tendem a enfraquecer, agravando os sintomas e podendo afetar também o desenvolvimento do bebê.
O Aedes aegypti é responsável por transmitir doenças virais como Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela urbana, todas prejudiciais para o feto e a mãe.
Existem quatro tipos de vírus da dengue e os sintomas iniciam de 4 a 10 dias depois da picada por um mosquito infectado, sendo que a pessoa pode sentir:
Nas futuras mamães, a doença pode desencadear complicações como hemorragia, convulsões e insuficiência hepática (suspensão da função do fígado), podendo levar ao óbito.
Na maioria dos casos, o bebê não corre riscos. Porém, em situações mais agravadas, podem ocorrer partos prematuros e irregularidades fetais. A amamentação é permitida, pois o leite materno contém anticorpos que defendem a criança do vírus.
A Chikungunya é uma doença causada pelo vírus CHIKV, do grupo Togaviridae. Além do Aedes aegypti, ela também pode ser transmitida pelo Aedes albopictus. Os sintomas manifestam-se de 2 a 12 dias após a picada, com duração de uma semana, podendo aumentar para três semanas. Em 30% das ocorrências, as pessoas não os apresentam.
Os indícios são parecidos com os da dengue, mas neste caso as dores nas articulações são contínuas:
Normalmente, a doença não traz riscos para o bebê, mas há casos de aborto espontâneo em situações de contração no início da gestação. Alguns apontamentos sugerem que a criança pode ser contaminada em contato com o sangue da mãe durante o parto (normal ou cesárea).
Os recém-nascidos portadores desse vírus podem sofrer complicações, como infecção grave, dificuldade em se alimentar, inchaço, doenças de pele ou convulsões. Não é possível ter Chikungunya mais de uma vez. A partir do primeiro contágio, a pessoa fica imune pelo resto da vida.
O Zika Vírus (ZKV) surgiu no Brasil em 2015 e foi nomeado devido ao local de origem onde foi constatado pela primeira vez, na floresta Zika, em Uganda no ano de 1947.
Em 80% dos casos não há presença de sintomas, mas quando se fazem presentes, os sinais mais comuns são:
Algumas pessoas podem apresentar também inchaço, dor de garganta, tosse e vômito, mas o problema desaparece sozinho em torno de 3 a 7 dias.
O vírus da Zika é muito temido por gestantes, pois ele pode causar microcefalia: má-formação congênita do cérebro que não se desenvolve de maneira normal, tornando a cabeça e o cérebro menores em comparação a outras crianças de mesma idade e sexo.
Em 2015, houve uma epidemia de microcefalia no nordeste do Brasil e o Ministério da Saúde (MS) atestou a ligação entre o vírus Zika e microcefalia. De acordo com a revista acadêmica Cell Host & Microbe, o vírus atinge células cerebrais, importantes na construção dos ossos e da cartilagem do crânio.
Não há registros de febre amarela urbana no Brasil desde 1942. O vírus e os sintomas são os mesmos da febre amarela silvestre, mudando apenas o vetor de transmissão.
Neste caso, o mosquito Aedes aegypti pica uma pessoa infectada e depois segue para outra pessoa saudável que esteja exposta.
Os primeiros sinais ocorrem de 3 a 6 dias após o contágio:
De acordo com o Ministério da Saúde, na maior parte dos casos, há melhora no estágio inicial da doença. No entanto, 15% dos pacientes não apresentam os sintomas nas primeiras horas ou durante um dia, evoluindo para o quadro mais grave da febre amarela, sendo que 20% a 50% dessas pessoas podem morrer.
Nestas situações, o paciente pode ter:
Apesar dos riscos, a vacina contra a febre amarela não é recomendada para gestantes, mas é possível realizar uma consulta médica e averiguar os prós e contras, de acordo com cada situação. A vacina é contraindicada para mulheres que estão amamentando bebês com menos de 6 meses e crianças com idade inferior a 9 meses.
Haemagogus e Sabethes são transmissores da febre amarela silvestre. Ambos são encontrados em áreas silvestres e de mata. A transmissão é feita pela picada do mosquito em macacos contaminados e, posteriormente, no ser humano.
Além do uso de repelentes para afastar insetos e mosquitos, é importante tomar precauções para evitar o surgimento do mesmo.
Não deixe água parada, pois este é o meio de reprodução do Aedes aegypti. Vasos de plantas e vasilhas de água para animais devem ser trocados com regularidade. Uma dica é colocar areia nos recipientes das plantas e estar atento ao acúmulo de água em pneus, canos ou calhas. Em caso de armazenamento de água da chuva, não deixe por mais de uma semana e não se esqueça de tampar o recipiente.
Roupas escuras chamam a atenção do mosquito, por isso, invista em roupas claras. Além disso, use calças e camisas de manga comprida quando for para regiões de maior incidência de mosquitos e insetos.
Algumas fragrâncias florais e adocicadas tendem a atrair mosquitos, então, o ideal é usar produtos sem cheiro. No entanto, alguns aromas como lavanda, citronela, capim-limão e cravo podem ajudar a afastá-los.
Colocar telas em portas e janelas, além de mosquiteiros na cama, impede que o mosquito entre no ambiente. Especialmente, pois não é recomendado dormir com nenhum repelente aplicado no corpo.
Se possível, não vá para regiões com surtos de doenças relacionadas à transmissão por mosquitos, por exemplo, febre amarela silvestre e Zika Vírus.
Há poucas pesquisas acerca do uso de repelentes durante a amamentação. Porém, deve-se avaliar as vantagens em aplicá-los, visto que as doenças transmitidas por mosquitos podem trazer sérios danos para o bebê e a mãe.
Os cuidados ao utilizar os produtos devem ser os mesmos seguidos durante a gestação. Porém, a mulher deve atentar-se para não passar o repelente no local dos mamilos, para que a criança não ingira o produto na sucção.
Quando aplicado, uma pequena parcela (cerca de menos de 10%) de DEET pode ser absorvida pelo corpo e cair na corrente sanguínea. De acordo com estudos, a absorção do DEET na pele se dá em maior quantidade quando a aplicação é feita em conjunto com o álcool ou quando o álcool é ingerido.
O componente pode ser detectado na corrente sanguínea até 12 horas após a administração. Dentro do organismo, o DEET é integrado pelo fígado e expelido através da urina em até 24 horas. Em casos de grande absorção, pode haver intoxicação.
Em contato com o solo, a substância pode ser fragmentada por bactérias e fungos. Na maior parte das vezes, o produto incorpora-se à superfície, mas pode migrar para outros solos. Na água, não dilui facilmente.
Devido a sua grande utilização, o DEET pode ser encontrado em águas residuais (água descartada pela indústria, comércio, residências e plantações) e nos meios de passagem, como esgotos e encanamentos.
No ar, como névoa ou vapor, ele é decomposto na atmosfera. O período para isto ocorrer está sujeito a temperatura, umidade e vento.
Os repelentes são grandes aliados no combate contra mosquitos transmissores de doenças e futuras mamães devem redobrar os cuidados, pois além de correrem mais riscos, os bebês também podem ser afetados. Então, consulte seu médico e veja qual repelente para grávidas é o mais indicado para você.
Dra. Francielle Mathias
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