A tireoide é uma das glândulas mais importantes do organismo, sendo responsável por secretar os hormônios T3 e T4 (triiodotironina e tiroxina), que participam de diversos processos em nosso corpo.
Infelizmente, algumas doenças e condições específicas podem prejudicar a produção ou secreção correta desses hormônios, fazendo com que sejam liberados em excesso ou escassez.
Quando acontece uma liberação em excesso, caracteriza-se como um quadro de hipertireoidismo, doença que acelera o metabolismo e causa diversos sintomas.
Continue a leitura do texto a seguir para saber sobre essa condição!
Entenda também a diferença entre a baixa produção (hipotireoidismo) e hipertireoidismo.
Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:
O hipertireoidismo é uma doença em que a glândula tireoide libera os hormônios T3 e T4 em excesso, o que acaba interferindo no funcionamento de diversas funções do organismo, como o metabolismo.
O paciente, nessa condição, pode apresentar sintomas como sudorese, alteração nos batimentos cardíacos, perda de peso repentina, irritabilidade e nervosismo.
Pode ser desencadeada por uma série de fatores, podendo ser provocada por uma resposta autoimune do organismo, excesso de iodo, ingestão inadequada de hormônios tireoidianos (tratamento do hipotireoidismo), cirurgias na tireoide, presença de nódulos, alterações hormonais da gravidez, entre outros.
É mais prevalente nas mulheres, entre os 20 e 50 anos, mas também pode acometer os homens.
O prognóstico da doença, no entanto, depende muito da causa.
Na maioria dos casos, o tratamento medicamentoso é suficiente para controlar os níveis hormonais e promover a remissão dos sintomas. Em casos mais graves, terapias com iodo radioativo e cirurgia podem ser necessárias.
Infelizmente, na maioria dos casos, não existe uma forma de prevenção, mas é possível levar uma vida confortável com o diagnóstico precoce e tratamento adequado.
O médico responsável por fazer o diagnóstico e acompanhar os pacientes, nessa doença, é o endocrinologista.
Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), o hipertireoidismo é encontrado pelo código E05.
A tireoide é uma das glândulas do nosso corpo. É constantemente comparada ao formato de uma borboleta e que está localizada na garganta (região do pomo de Adão ou gogó).Com peso aproximado de 15g a 25g, é uma das maiores e mais importantes glândulas do corpo humano.
Podemos dizer que todas o organismo, para funcionar perfeitamente, precisa que as glândulas funcionem de forma harmônica entre si.
No caso da tireoide, o funcionamento depende também da hipófise, uma outra glândula localizada na região cerebral.
É a hipófise que produz o hormônio que estimula a produção da tireoide, o TSH (thyroid-stimulating hormone ou hormônio estimulante da tireoide, em português).
Quando a hipófise libera TSH, a tireoide produz os hormônios triiodotironina e tiroxina (T3 e T4), que interferem em funções do nosso organismo como nossa capacidade de concentração, ciclos menstruais, batimentos cardíacos, funcionamento do intestino, tônus muscular, humor e respiração, por exemplo.
Quando, por algum motivo, a tireoide ou a hipófise não funcionam corretamente, a liberação desses hormônios fica prejudicada. Com isso, doenças como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo podem se desenvolver.
Muitas pessoas confundem essas doenças, mas elas são condições opostas no funcionamento da tireoide e a maior diferença é na dosagem dos hormônios.
Enquanto no hipotireoidismo a secreção de T3 e T4 é insuficiente, no hipertireoidismo é em excesso. Assim, causam sintomas e complicações diferentes.
No hipotireoidismo, por exemplo, o organismo desacelera, pois o metabolismo não consegue funcionar corretamente com doses tão baixas de hormônios tireoidianos.
Por isso, nesses casos, os pacientes ficam mais cansados, apresentam fraqueza, sensibilidade ao frio, ganho de peso e intestino preso, ficando vulneráveis até mesmo a doenças como a depressão.
Já no hipertireoidismo, o metabolismo fica muito acelerado. Por isso, as pessoas podem ter uma perda de peso relevante sem motivo aparente, ficam mais intolerantes ao calor, o intestino fica mais funcional, apresentam suor excessivo, ficam mais irritados e ansiosos, entre outros sintomas.
O hipertireoidismo pode ocorrer como consequência de outros distúrbios do sistema endócrino. Uma das principais causas é a doença de Graves, responsável pela maior parte dos casos dessa condição.
No entanto, inflamação na tireoide, medicamentos e nódulos também podem provocar essa variação na dosagem de hormônios.
Entenda um pouco mais sobre essas causas:
A doença de Graves é uma doença autoimune em que os anticorpos do paciente atacam as células da tireoide, fazendo com que a produção de hormônios T3 e T4 seja excessiva.
Essa é a principal causa do hipertireoidismo, sendo uma condição sem formas de prevenção e mais comuns nas mulheres. Pode manifestar-se nos pacientes de qualquer faixa etária, mas é mais frequente entre 20 e 50 anos.
Um fator de risco para essa doença é o histórico familiar. Por isso, pessoas que possuem familiares com a doença devem ser orientados a realizar exames periódicos para verificar o funcionamento da tireoide e realizar dosagens hormonais através de exames laboratoriais.
O bócio é uma condição em que a glândula tireoidiana apresenta um crescimento anormal, que pode, em alguns casos, ser perceptível na frente do pescoço (formando um papo ou inchaço).Em alguns casos, é causado pela presença de nódulos (bócio nodular), mas pode ser também devido à doença de Graves, por medicamentos, infecções e carência de iodo.
Quando a pessoa nasce com essa disfunção na tireoide, caracteriza-se como um quadro de bócio congênito.
A tireoidite é uma condição causada por diferentes tipos de inflamação na glândula da tireoide. Alguns tipos de tireoidite incluem a subaguda (tireoidite de Quervain), pós-parto, tireoidite de Hashimoto e fibrótica.
Nesses casos, a inflamação pode provocar tanto o hipotireoidismo como o hipertireoidismo.
Também conhecida por tireoidite de Quervain, essa é uma inflamação na tireoide sem causa bem definida, mas com provável relação com as infecções virais na região.
Por ser uma condição subaguda, caracteriza como uma inflamação que se manifesta dentro de poucos dias, provocando um aumento da glândula (bócio) e, consequentemente, sintomas como dores e desconforto durante a deglutição.
A tireoidite pós-parto é uma inflamação resultado de uma resposta autoimune, que pode ocorrer nas gestantes dentro do primeiro ano após o parto. Pode ocorrer com maior prevalência em mulheres que possuem outras doenças autoimunes, como diabetes mellitus tipo 1.
A tireoidite de Hashimoto é uma doença também autoimune e um dos tipos de tireoidites. No entanto, diferente dos outros, é uma das principais causas do hipertireoidismo
Também chamada de tireoidite de Riedel, a tireoidite fibrótica é uma inflamação crônica que ocorre por uma reação autoimune do organismo. Ao se espalhar pelos tecidos próximos da região da tireoide, acaba formando um bócio mais denso e endurecido.
Na maior parte dos casos, provoca o hipotireoidismo, mas também pode acabar despertando uma produção excessiva dos hormônios.
Alguns medicamentos, até mesmo suplementos, que contêm hormônios tireoidianos na composição podem desencadear uma desordem na tireoide.
Eles são um dos fatores capazes de causar hipertireoidismo quando são usados de forma inadequada. No tratamento do hipotireoidismo, por exemplo, que é feito com reposição hormonal, o uso inadequado dessa medicação pode causar o hipertireoidismo.
O surgimento de tumores benignos nas glândulas da hipófise ou da tireoide também pode causar o hipertireoidismo.
Uma compressão causada por esses tumores pode gerar a elevação da produção dos hormônios T3 e T4.
Tumores em outras partes do organismo, como ovário e testículo, também podem causar alguma desordem na tireoide por aumentarem a produção do hCG, um hormônio estimulado também durante a gestação.
O hCG, assim como o TSH, também aumenta a secreção dos hormônios T3 e T4.
Nesses casos, a hipófise (ou glândula pituitária) libera em maiores quantidades o TSH, hormônio estimulante da tireoide. Essa liberação pode ocorrer por diversos motivos, como a presença de um tumor na hipófise.
O hipertireoidismo subclínico é a condição em que a concentração de TSH no sangue é baixa e os níveis de T3 e T4 são normais. Por isso, esses pacientes não costumam apresentar sintomas ou, quando apresentam, são mais leves.
É uma condição muito mais rara do que o hipotireoidismo subclínico.
Nesses casos, o tratamento pode ser diferente do que é feito nos pacientes com um hipertireodismo mais grave.
A necessidade de uma medicação deve ser discutida com o endocrinologista, sendo necessário o acompanhamento de forma periódica para avaliar as concentrações desses hormônios no sangue.
Existem grupos que estão mais propensos ao hipertireoidismo, mesmo esta sendo uma doença que pode acometer qualquer pessoa.
O hipertireoidismo é uma doença muito mais prevalente em mulheres do que nos homens. Sendo que a doença de Graves, condição autoimune, ocorre em 7 mulheres para cada homem.
Além disso, a gestação também se torna um risco maior de desenvolvimento de alguma desordem na tireoide, devido a flutuação dos níveis hormonais deste período.
Entre as causas do hipertireoidismo, a principal é a doença de Graves, uma doença autoimune. Um dos fatores de risco para essa condição é o histórico familiar, o que acaba sendo, consequentemente, um risco para o hipertireoidismo também.
Como visto, o hipertireoidismo é bem mais comum nas mulheres, mas também pode afetar os homens.
Um dos fatores que contribuem para essa diferença no número de casos entre os gêneros se dá, especialmente, pelo fato da doença de Graves — principal causa da desordem — ser 5% mais comum no sexo feminino.
Além disso, o período gestacional também pode acabar provocando alterações nas dosagens hormonais, o que favorece o número maior de casos de hipertireoidismo nas mulheres.
Nos homens, o hipertireoidismo pode provocar a ginecomastia, condição em que ocorre um crescimento das mamas como consequência do excesso de hormônios no organismo.
No entanto, não é tão comum. Acontece em um terço dos pacientes, podendo ser um dos primeiros sintomas.
O tratamento primário deve ser o de regularizar o hipertireoidismo, para estabilizar os níveis hormonais.
Para a ginecomastia, pode acontecer uma regressão natural do crescimento das mamas com o tratamento do hipertireoidismo. Em alguns casos, podem ser necessárias intervenções cirúrgicas para retirada dos tecidos.
Durante a gestação, principalmente nos primeiros 3 meses, o organismo da mulher faz com que ocorra um maior estímulo da tireoide. Isso ocorre pois é liberado um número maior de hormônios de hCG (gonadotrofina coriônica humana), que, assim como o TSH, também estimula a glândula a secretar T3 e T4 em doses maiores.
Na maioria das gestações não acontece esse estímulo por hCG ou acontece por um período de tempo muito curto e imperceptível.
Mas, às vezes, o hipertireoidismo pode desenvolver-se. Nesses casos, a gestante pode apresentar sintomas como perda de peso, taquicardia, pressão alta, tremores nas pálpebras e alargamento da tireoide (bócio).
Para prevenir e tratar a condição, é indispensável o acompanhamento e diagnóstico das dosagens dos níveis de hormônios tireoidianos, especialmente diante de qualquer sintoma citado.
Não, o que acontece é geralmente o contrário.
As pessoas que possuem hipertireoidismo e que não estão em tratamento normalmente apresentam facilidade em perder peso, sem muitos esforços, devido ao aumento da velocidade do metabolismo — uma das principais características da doença.
No hipotireoidismo, geralmente ocorre o oposto, devido aos níveis altos de hormônios tireoidianos no organismo, que aceleram o funcionamento do metabolismo, exigindo maior gasto de energia e que, consequentemente, interferem no peso do paciente.
No hipotireoidismo, a insuficiência dos hormônios T3 e T4 provoca uma lentidão no metabolismo, o que facilita o ganho de peso.
Entretanto, é visto que, em alguns pacientes, especialmente nos mais jovens, é possível ocorrer ganho de peso com o hipertireoidismo. Nesses casos, o que interfere é o aumento considerável no apetite e não uma falha no funcionamento do metabolismo.
Mas, de modo geral, é mais característico o emagrecimento repentino como um sintoma e não o contrário.
Os hormônios tireoidianos em excesso provocam várias reações no organismo, resultando em sintomas que são típicos do hipertireoidismo. Nessa condição, o paciente apresenta um metabolismo acelerado, que desencadeia sintomas como taquicardia, suor em excesso, alterações no ciclo menstrual e irritabilidade.
Por secretar hormônios em níveis altos, o hipertireoidismo acelera o metabolismo do paciente e dessa forma promove a perda de peso, mesmo que a pessoa não altere a alimentação. Outros sintomas incluem:
Por ser uma doença que interfere nas doses hormonais, pode causar também alterações no período menstrual. No hipertireoidismo, as mulheres podem ter uma redução no fluxo e, em alguns casos, pode ocorrer uma pausa na menstruação.
A exoftalmia é uma inflamação que pode acometer os pacientes que possuem hipertireoidismo por causa da doença de Graves. Nessa condição, o paciente pode ficar com os olhos esbugalhados, consequência da inflamação que “empurra” os olhos mais pra frente.
Um dos sintomas do hipertireoidismo é a alteração que provoca no ritmo dos batimentos cardíacos. Nessa condição, diferente do que ocorre no hipotireoidismo, eles ficam mais acelerados. Sem tratamento, esse sintoma pode se agravar para problemas mais graves.
As pessoas nessa condição, por terem um metabolismo mais acelerado, podem emagrecer mesmo mantendo a mesma dieta. É considerado um sintoma clássico do hipertireoidismo.
Ao mesmo tempo que pode ocorrer uma perda de peso sem explicação aparente, o paciente com hipertireoidismo pode sofrer também com um aumento expressivo no apetite. Em alguns casos, esse apetite maior pode causar ganho de peso, mas não é o mais comum.
A ginecomastia é uma condição em que ocorre um crescimento anormal das mamas nos homens, por um excesso de tecido na região. No hipertiroidismo, isso acontece devido à desregulagem hormonal que acontece no organismo.
Além de todos os sintomas físicos, os pacientes com hipertireoidismo também podem sofrer com algumas variações emocionais. Com condição não tratada, podem ficar mais irritados, nervosos e ansiosos devido aos hormônios.
O hipertireoidismo pode também interferir na sensibilidade do paciente ao calor, provocar maior sudorese, cãibras, fadiga e evacuações mais frequentes
O diagnóstico do hipertireoidismo é realizado normalmente por um médico endocrinologista, que avalia os sintomas e solicita exames de sangue para avaliação da dosagem de hormônios T3, T4 e TSH.
Quando há sintomas mais clássicos da doença, como perda repentina de peso, intolerância ao calor, intestino funcionando de forma mais acelerada, tremores e palpitações, por exemplo, o diagnóstico pode ser mais fácil.
No entanto, nem sempre é assim, já que o paciente pode apresentar sintomas pouco específicos e que não indicam que possa se tratar de uma variação nos níveis hormonais.
Por isso, é importante que o endocrinologista faça um exame físico eficiente, para investigar esses sintomas.
No exame físico, que ocorre normalmente no primeiro contato com o médico, o especialista ouve as queixas do paciente e avalia os sintomas apresentados por ele.
Nesse momento, é importante que o paciente conte se possui também outras condições clínicas, se toma alguma medicação e também que relate sobre seus hábitos de sono e alimentares, pois são fatores que podem estar associados à doença.
Em alguns casos, é possível verificar se há inchaço no pescoço, que pode indicar que a tireoide está em um tamanho anormal, um dos possíveis sinais da doença.
Na consulta com o endocrinologista, os seguintes exames podem ser feitos ou solicitados.
O exame de sangue realizado para rastrear o hipertireoidismo pode ser feito com três finalidades principais: para a dosagem do TSH, do T3 e do T4.A partir do resultado desses níveis hormonais, é possível confirmar o diagnóstico da doença.
Em alguns casos, pode ser solicitado um teste de absorção de iodo radioativo, exame também chamado de cintilografia da tireoide. Ele não é exatamente um teste de diagnóstico do hipertireoidismo, mas ajuda a descartar outras doenças.
Nesse exame, o paciente ingere uma pequena quantidade de iodo radioativo, que é absorvida pela tireoide. A partir disso, é possível obter imagens da tireoide através de um equipamento que se chama gama câmara.
Pode ser feito para descartar a hipótese de se tratar de um caso de câncer da tireoide, já que o exame identifica possíveis nódulos malignos. Quando o exame aponta a presença de algum nódulo assim, o médico pode solicitar uma biópsia.
O ultrassom, um exame de imagem comum, pode ser feito para que o médico consiga visualizar melhor o tamanho e formato da tireoide, avaliando se está dentro do esperado ou se é possível identificar algum nódulo.
Também pode ser feito para identificar se esses nódulos são de massa sólida ou cística.
Depende. Em alguns casos o hipertireoidismo pode ter cura, como no caso de um hipertireoidismo provocado por inflamações, tumores, medicamentos ou alimentação rica em iodo. Nesses casos, apesar da remissão, há chances de recidivas.
Contudo, quando se trata de um caso de hipertireoidismo por doença de Graves, não há cura. Felizmente, nessas condições, os pacientes podem contar com tratamento para tornar a doença controlada.
O tratamento do hipertireoidismo consiste no uso de medicamentos, na administração de iodo radioativo ou, em casos mais graves, em cirurgia.
O tratamento medicamentoso do hipertireoidismo é feito com medicamentos antitireoidianos e betabloqueadores, que inibem a produção de hormônios tireoidianos em excesso.
O iodo, ou iodeto de potássio, é uma substância química presente na alimentação humana. Consumimos ele através da alimentação, utilizando o sal de cozinha. Em pequenas quantidades, é capaz de ajudar a manter o funcionamento da tireoide.
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O iodo radioativo, por sua vez, é uma substância usada na medicina para ajudar no diagnóstico e tratamento de problemas da tireoide, sendo comum em pacientes que apresentam tumores tireoidianos, já que esse tipo de iodo é capaz de destruir células cancerígenas.
Existem, portanto, 2 tipos de radiação emitidos por esse iodo, sendo a radiação gama (semelhante aos raios X) e radiação beta, usada nos pacientes que ainda possuem células cancerígenas mesmo após cirurgia para retirada de tumores.
No caso do hipertireoidismo, pode ser usado também como tratamento quando a causa da doença se dá pela presença de um tumor.
Porém, pode ser indicado também para pacientes com a doença de Graves ou em outras condições que, por motivos que podem variar, não conseguiram controlar a produção dos hormônios com medicamentos.
Em alguns casos, quando o tratamento medicamentoso não é suficiente para controlar o hipertireoidismo, pode ser necessário que o paciente tenha que passar por algum procedimento cirúrgico chamado tireoidectomia.
Nessa cirurgia, pode ser necessária a retirada total ou parcial da glândula tireoide.
Após a cirurgia, o tratamento desses pacientes continua através do uso de hormônios tireoidianos, para prevenir o efeito contrário: o hipotireoidismo.
O tratamento medicamentoso do hipertireoidismo é feito a partir de dois tipos principais de medicamentos: os antitireoidianos e os betabloqueadores. Eles possuem uma ação no organismo de inibição dessa produção em excesso dos hormônios.
Esses medicamentos são responsáveis por frear a ação da tireoide quando ela está hiperativa, isto é, secretando em doses elevadas os hormônios T3 e T4.Com a medicação, os sintomas começam a ser controlados, mas não é tão imediato. Pode levar algumas semanas ou meses até que as doses hormonais estejam totalmente sob controle.
Esse tratamento, em alguns casos, não é para toda a vida. Há pacientes que permanecem em terapia medicamentosa por um ano, em média, e conseguem ter controle total da doença. Outros, contudo, podem ter recaídas, o que exige o uso da medicação novamente.
O uso deve ser feito somente com a orientação do endocrinologista, que deve fazer um acompanhamento, pois os remédios podem provocar efeitos colaterais graves à saúde do fígado, por exemplo.
Outras reações que podem ocorrer em pessoas alérgicas incluem urticária, dor nas articulações, febre e erupções na pele.
Alguns exemplos de antitireoidianos incluem o Tapazol e Propilracil.
Os betabloqueadores (cloridrato de propranolol) são normalmente usados para o tratamento de outras doenças, como a hipertensão.
Nos pacientes com hipertireoidismo, eles são usados para alívio dos sintomas, não tendo ação sobre o funcionamento da tireoide.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Receber o diagnóstico de alguma doença não é fácil. Com a condição, muitas dúvidas sobre como será o dia a dia dali pra frente surgem. É assim também com quem tem o hipertireoidismo.
Apesar de ser uma doença com tratamento e, em alguns casos, com remissão completa, algumas mudanças também podem ser necessárias e adaptações ou hábitos saudáveis podem ser feitos para ajudar no tratamento:
Pacientes nessa condição devem manter uma dieta equilibrada e saudável, buscando alimentos nutritivos e que façam bem para o funcionamento da tireoide, como algas marinhas, quinoa, óleo de peixe, castanha-do-Pará, leites, ovos, carne vermelha.
O hipertireoidismo pode provocar uma maior fragilidade óssea, por interferir na absorção de cálcio e vitamina D. Nesses casos, o médico pode orientar o paciente a tomar também suplementos.
Praticar atividades físicas é sempre válido. Além de todos os benefício, manter uma rotina de exercícios é importante para fortalecer os músculos e o sistema cardiovascular.
O prognóstico do hipertireoidismo depende da causa. De modo geral, os pacientes conseguem tratar a condição e levar uma vida sem grandes dificuldades ou limitações. Para isso, podem precisar de medicação para o resto da vida.
Sem tratamento, o hipertireoidismo causado por doença de Graves, por exemplo, pode causar sérios riscos à saúde, piorando com o tempo.
Sim, o hipertireoidismo quando não tratado pode se agravar ao ponto de levar o paciente à morte, devido a uma série de complicações que pode desencadear.
As principais complicações incluem problemas como:
Alguns pacientes que possuem a doença de Graves desenvolvem problemas oculares, condição chamada de oftalmopatia de Graves.
Nesse caso, podem apresentar os olhos mais esbugalhados, inchados ou vermelhos. Também podem ter maior sensibilidade à luz (fotofobia), visão duplicada e turva.
A quantidade de hormônios secretados no hipertireoidismo interfere na quantidade de cálcio e outros minerais importantes para a saúde óssea. Dessa forma, os pacientes que não recebem tratamento adequado possuem um risco maior de desenvolver a osteoporose.
Os hormônios T3 e T4 podem afetar o ritmo cardíaco, devido ao metabolismo mais acelerado.
Com essa variação cardíaca, o paciente fica mais vulnerável a doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca, que pode levá-lo à morte.
Mulheres com hipertireoidismo possuem um risco maior de sofrer aborto espontâneo do que as gestantes que não apresentam essa doença.
Nesta condição, o paciente tem um aumento repentino dos sintomas, em que se tornam mais graves, acompanhado de febre, batimentos cardíacos acelerados e, em alguns casos, delírios.
Quando ocorre, é necessário ajuda médica urgente, pois o paciente pode sofrer sequelas graves, correndo risco de morte.
O hipertireoidismo, na maior parte dos casos, não é uma doença que possui prevenção, como quando é causada pela doença de Graves, ao se desenvolver na gestação ou por um tumor, por exemplo.
Em alguns casos, certos cuidados podem ser tomados para tentar prevenir a doença, como quando é causado por medicamentos ou por excesso de iodo.
Nessas situações, o hipertireoidismo pode ser prevenido através da alimentação, sendo cerca de 150 microgramas de iodo o suficiente para preservar o funcionamento da tireoide.
Para isso, é recomendado o consumo de alimentos como salmão, pescada, bacalhau e frutos do mar.
Também é aconselhável evitar o excesso de alimentos como couve, repolho e nabo, pois eles possuem uma substância chamada tiocianato, que podem interferir no funcionamento da tireoide.
Assim como o hipotireoidismo, o hipertireoidismo também é uma desordem da tireoide bastante comum e que pode causar complicações graves. Por isso, é indispensável manter uma rotina de exames para medir os níveis de hormônios secretados pela glândula.
Obrigada pela leitura e continue acompanhando nossos artigos sobre saúde e bem-estar!
Publicado originalmente em: 29/06/2017 | Última atualização: 26/03/2019
Rafaela Sarturi Sitiniki
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