A Actinomicose (CID 10 - A42) é uma infecção crônica e rara que pode atingir diversas partes do corpo como o rosto, a boca, o tórax, o abdome e o útero. A condição tem maior prevalência entre os homens e causa a formação de abscessos, fístulas e tecido cicatricial.
Continue acompanhando o artigo para mais informações sobre a condição, como o que causa, como ocorre a transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento.
A infecção rara Actinomicose tem como agente etiológico diversas espécies do gênero de bactéria Actinomyces, em especial, a Actinomyces israelii. As bactérias desse gênero não necessitam de ar para sobreviver (anaeróbicas) e costumam ser encontradas nos espaços entre os dentes e a gengiva, nas amígdalas e nas mucosas do intestino e da vagina.
Basicamente, a infecção ocorre quando há uma abertura ou rompimento na superfície dos tecidos em que as bactérias se encontram, que possibilita que atinjam tecidos mais profundos e sem proteção contra elas.
Além disso, a condição possui diversas formas que acometem diferentes partes do corpo. Descubra mais sobre cada uma delas a seguir:
O tipo cervicofacial atinge o rosto, a boca e o pescoço e costuma ser consequência de doenças periodontais. Os inchaços que se formam nessas regiões podem conter e secretar pus.
Além disso, a infecção pode se multiplicar e atingir outras regiões como a bochecha, a língua, a garganta, os ossos do rosto e do pescoço e, por vezes, o cérebro ou as meninges.
Como o nome sugere, o tipo torácico atinge o tórax e é consequência da aspiração de secreções orais contaminadas. Além disso, nesse tipo é possível que aconteça a formação de abscessos nos pulmões que se proliferam pela pleura (membrana dos pulmões) e causam pleurite (irritação) e empiema (acúmulo de líquido infectado).
A actinomicose abdominal ocorre quando a bactéria Actinomyces alcança os intestinos, o apêndice e o peritônio (membrana dos órgãos abdominais). Esse processo ocorre devido a traumas ou rompimentos na mucosa.
Também conhecida como pélvica, a actinomicose uterina, ocorre quando a bactéria atinge e se propaga pelo útero. Esse tipo da condição é consequência de possíveis complicações com o dispositivo intra-uterino (DIU) e há a formação de abcessos, tecido cicatricial e, em alguns casos, fístulas nos ovários, trompas de falópio, bexiga e ureteres.
Em casos raros, as bactérias se proliferam pela corrente sanguínea e atingem outros órgãos como, o cérebro, os pulmões, o fígado, a coluna vertebral, os rins e o coração. Ademais, nas mulheres podem também se espalhar pelos órgãos do sistema reprodutor.
A condição não pode ser transmitida de pessoa para pessoa e é desencadeada por consequência de diversos fatores de acordo com a forma e locais atingidos. Ademais, a infecção ocorre quando as bactérias atingem tecidos do organismo que não possuem proteção contra elas.
Os sintomas da condição variam de acordo com a região acometida:
As bactérias do gênero Actinomyces também podem atingir e consequentemente causar a actinomicose em animais, apesar de ser mais comum entre bovinos e suínos, também pode acometer cães e gatos.
Além disso, assim como nos humanos, a infecção pode atingir diversas partes do corpo do animal, mas costuma ser mais comum na região da mandíbula.
O diagnóstico é feito a partir de exames de cultura e o tratamento tem como objetivo destruir a bactéria para evitar a sua propagação pelo organismo.
O diagnóstico da actinomicose é feito a partir de exames laboratoriais de cultura de escarros, tecidos ou pus para a identificação da bactéria Actinomyces. Além disso, o exame solicitado para a cultura de escarro costuma ser a endoscopia, enquanto para a cultura de pus é introduzida uma agulha no abscesso ou tecido.
Ademais, alguns casos necessitam de exames de diagnóstico por imagem como o ultrassom e a tomografia computadorizada para que o (a) médico (a) possa verificar a localização, o número e o tamanho dos abscessos.
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O tratamento para a condição varia de acordo com a região acometida e o quadro de saúde do (a) paciente. Em grande parte dos casos, é feito de forma medicamentosa com antibióticos como a penicilina e a tetraciclina. Além disso, o tratamento medicamentoso deve se manter por um longo período de tempo que pode variar entre 8 semanas e 1 ano.
É importante ressaltar que os medicamentos só devem ser utilizados mediante prescrição e acompanhamento médico. A automedicação pode trazer malefícios à saúde.
Ademais, entre as outras possíveis formas de tratamento estão:
Algumas medidas podem ser tomadas como forma de prevenir a actinomicose, entre elas estão:
Sim, a actinomicose tem cura quando é feito o diagnóstico rápido e o tratamento adequado para a condição.
Sem o diagnóstico e tratamento médico adequado, a condição pode se espalhar por outras partes do corpo e atingir os ossos, a espinha dorsal e, em casos raros, as meninges, podendo acarretar em meningite.
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Ao aparecimento de quaisquer sintomas da condição, procure auxílio médico imediatamente!
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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