O número de casos de febre amarela no Brasil é consideravelmente baixo. São, segundo o Ministério da Saúde, no máximo 85 diagnósticos por ano, considerando os últimos 15 anos.
No entanto, a doença compreende um quadro perigoso, com risco à vida se as corretas intervenções não forem feitas.
Apesar de haver vacina disponível no calendário de vacinação, nem sempre as estimativas de imunização são atingidas. Por isso, é importante que as informações sobre a doença sejam reforçadas.
Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
A febre amarela é uma infecção viral grave, semelhante à gripe, transmitida normalmente pelo mosquito do Aedes aegypti. Caracteriza-se por febre alta e icterícia (amarelão no corpo), razão pela qual a doença é chamada dessa maneira.
É considerada uma zoonose (doenças que afetam humanos e animais), visto que afeta também alguns outros primatas.
Nem sempre os infectados pelo vírus desenvolvem a doença, podendo apresentar sintomas fracos que passam em poucos dias.
Contudo, aqueles que desenvolvem a condição podem apresentar, de maneira repentina, sintomas como febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos.
Quando transmitido aos seres humanos, o vírus da febre amarela pode danificar o fígado e outros órgãos internos, além de ser potencialmente fatal. A doença ocorre principalmente em áreas do sul da África e América do Sul, afetando os viajantes e residentes.
Alguns estudos têm demonstrado que a doença é mais comum nos meses de dezembro a maio. Como essa é a estação das chuvas, há um aumento das populações de mosquitos, o que favorece a circulação do vírus.
Em 2018, o número de casos de febre amarela cresceu mais de 400% em São Paulo, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. Dos 537 casos registrados no estado, 185 evoluíram para óbito.
No primeiro semestre de 2017, o Brasil teve um surto de febre amarela e, a partir de outubro daquele ano, a cidade de São Paulo teve diversos parques fechados após a confirmação de casos de macacos infectados, que poderiam iniciar um novo ciclo de transmissão da doença.
Em abril de 2018, esses parques foram reabertos, pois o risco havia diminuído, entretanto, já se considera que a doença “veio para ficar”, pois são registrados casos de febre amarela durante todo o ano no Brasil.
Mas em 2019, a doença se manifestou já nos primeiros dias do ano. No paraná, um homem, que não havia recebido a vacina, foi diagnosticado como o 1º caso da infecção do estado desde 2015.
O estado de São Paulo, até 22 de janeiro, registrou 12 casos confirmados e 6 mortes desde o começo do ano.
A partir das novas ocorrências, as Secretarias de Saúde alertam sobre os cuidados com a vacinação e informam sobre a intensificação da vistoria em ruas, casas e espaços que possam acumular água parada, o que facilita a proliferação do mosquito transmissor.
A febre amarela pode ser dividida de acordo com o mosquito e área de transmissão:
Na área urbana, o principal transmissor da febre amarela é o Aedes aegypti, vetor responsável por diversas outras doenças endêmicas, como dengue, chikungunya e zika.
Já nas áreas rurais, a febre amarela é transmitida pelos mosquitos das espécies Haemagogus e Sabethes, que estão presentes nas matas e beiras dos rios. Acredita-se que os casos registrados em outros primatas venham desses mosquitos, mas humanos também podem ser picados por eles.
A febre amarela tem duas fases que podem ser consideradas a forma leve (aguda) e a forma (tóxica).
Cerca de 90% dos diagnósticos são do tipo agudo e não representam riscos à vida. Mas os outros 10% dos pacientes, segundo estimativas, desenvolvem a forma tóxica, que é potencialmente fatal.
A fase aguda é o estágio inicial da doença, apresentam sintomas como febre, dores e e indisposição, que se manifestam de forma súbita. Em até 4 dias, em média, o paciente apresenta melhoras completas do quadro.
Cerca de 10% dos pacientes, após a fase aguda, têm apenas um período ou estágio de remissão sintomática. Ocorre a diminuição dos sintomas e uma sensação de melhoria, que dura algumas horas (em geral, entre 24 e 48 horas).
Em seguida, o paciente volta a piorar. O período é chamado de fase de intoxicação, em que o vírus se aloja nos órgãos, causando danos aos sistemas do corpo.
Os sintomas, nessa fase, são mais acentuados e surgem outros que não estavam presentes na fase aguda, como hemorragias (principalmente as gastrointestinais), alteração da cor e da quantidade de urina (oligúria), além de insuficiência de múltiplos órgãos.
Nesses casos, entre 20% e 50% podem falecer, segundo o Ministério da Saúde.
A febre amarela é causada por um vírus da família Flavivírus, que é transmitido através da picada dos mosquitos Aedes aegypti (o mesmo que transmite doenças como dengue, chikungunya e zika), Sabethes e os pertencentes à espécie Haemagogus, como o Haemagogus janthinomys e o Haemagogus leucocelaenus.
Não existem evidências de que o Aedes albopictus seja capaz de transmitir o vírus da febre amarela e, até hoje, ainda não foi encontrado um representante sequer desta espécie que tenha sido infectado pelo vírus na natureza. Contudo, o mosquito se mostrou suscetível à infecção no laboratório.
Por isso, a proliferação desse tipo de mosquito é preocupante, ainda mais por conta da sua capacidade de adaptação a diversos ambientes (urbanos, rurais, entre outros), que pode transformá-lo em uma ponte entre os ciclos de transmissão silvestres e urbanos.
O período de incubação do vírus é de 3 a 7 dias após a picada.
A transmissão da febre amarela se dá pela picada de um mosquito fêmea infectado. O vírus pode infectar seres humanos, alguns primatas (macacos) e várias espécies de mosquitos, mas a contaminação só pode ser feita a partir da picada.
Ou seja, a transmissão pode ser feita via macaco-mosquito-pessoa ou pessoa-mosquito-pessoa, mas nunca entre duas pessoas ou diretamente de macacos para humanos.
Quando um mosquito pica um ser humano ou um macaco infectado, o vírus entra em sua corrente sanguínea e circula por ela antes de se estabelecer nas glândulas salivares. Ao morder outro macaco ou ser humano, o mosquito transmite o vírus, que entra na corrente sanguínea do hospedeiro, infectando-o.
Os mosquitos se reproduzem mais em florestas tropicais, ambientes úmidos e semi-úmidos, bem como em torno de águas paradas. O contato entre hospedeiros em potencial e mosquitos infectados, particularmente em áreas onde as pessoas não tomam vacinas para a febre, pode criar epidemias em pequena escala.
Como o principal mosquito transmissor da febre amarela silvestre não consegue voar para longe e chegar nas cidades, a doença só consegue iniciar o ciclo urbano quando um ser humano vai para uma mata, é picado e infectado e, ao voltar para a cidade, é picado pelo Aedes aegypti, que adquire o vírus e o transmite para outras pessoas.
O nome que se dá ao agente causador de uma doença é “agente etiológico”. No caso da febre amarela, é um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) do mesmo grupo do vírus da dengue. Ele pertence ao gênero Flavivirus, da família Flaviviridae.
No Brasil, os principais vetores da doença são o Aedes aegypti, Sabethes e os pertencentes à espécie Haemagogus.
Por ser uma zoonose, ou seja, uma doença que afeta humanos e outros animais, muitas pessoas acreditam que a transmissão da febre amarela se dá diretamente entre macacos e humanos. Contudo, essa não é a verdade.
Em março de 2017, o Ministério da Saúde lançou a campanha “A Culpa não é do Macaco”, alertando a população para não maltratar ou matar esses animais. Isso porque eles têm um papel muito importante no combate à doença: eles nos alertam quando o vírus está sendo transmitido em algum lugar.
É o que aconteceu em São Paulo, com a morte dos macacos nos parques da capital paulista. Sabendo que essas mortes se tratavam de febre amarela, as autoridades puderam tomar medidas de prevenção, fechando os parques para evitar que qualquer pessoa fosse picada por algum mosquito infectado.
Levando em conta que a transmissão da febre amarela entre os macacos se dá, principalmente, pelo Haemagogus, é improvável que a doença chegue na cidade inteira, pois essa espécie tem uma autonomia de voo reduzida. Ainda assim, é melhor prevenir para que os mosquitos da espécie Aedes aegypti não sejam infectados.
Resumindo, os macacos são como sentinelas para essa doença, visto que a infecção desses animais perto de áreas urbanas é um sinal de que a doença está chegando na cidade.
Ao avistar um primata morto ou doente, o indivíduo deve ligar para o número 136, para notificar o Serviço de Saúde do município ou estado onde encontrou o macaco. Em seguida, o serviço de saúde avalia alguns pontos antes de prosseguir com a identificação da doença. Para isso, eles precisam checar se:
Caso haja motivos para suspeitar de febre amarela, o serviço de saúde começa uma investigação que consiste em coletar uma amostra do sangue do animal e enviar para análise, em busca do vírus.
Se o resultado for positivo, o serviço de saúde pode, então, tomar medidas para prevenir que a doença chegue à população humana.
Algumas pessoas estão mais suscetíveis a ser infectadas e desenvolver a febre amarela. São elas:
Pessoas que nunca se vacinaram, ou que nunca entraram em contato com a doença, podem estar correndo o risco de se infectar com o vírus caso residam ou viajem para regiões onde a doença é potencialmente ativa, como sul da África ou América do Sul.
Idosos com idade igual ou superior a 60 anos que nunca tomaram a vacina, devem consultar um especialista antes, pois é necessário avaliar o custo-benefício da medicação.
Pacientes que são soropositivos (HIV) e imunodeprimidos devem evitar viagens para lugares onde a doença é potencialmente ativa. Se houver mesmo a necessidade, deve-se consultar um médico infectologista para avaliar a situação.
Alguns outros potenciais fatores devem ser considerados quanto a reurbanização da febre amarela no Brasil, tais como:
Um dos grandes fatores de risco é a expansão territorial da infestação do Aedes aegypti, já detectado em todos os estados brasileiros. Existem muitas áreas infestadas por Aedes aegypti e Aedes albopictus e que estão próximas às áreas de circulação do vírus da febre amarela.
Muitas áreas urbanas estão infestadas pelos mosquitos e são próximas de áreas de risco para febre amarela silvestre, aumentando as chances de espalhar a doença ainda mais.
Outro fator importante é o intenso processo de migração no meio rural-urbano, levando à possibilidade de importação do vírus da doença dos ambientes silvestres para os urbanos.
Há uma chance maior de ser infectado em áreas onde a cobertura de vacinas é baixa e ocorre uma grande circulação do vírus.
Os locais onde há maiores chances de ser infectado com o vírus da febre amarela estão localizados, majoritariamente, na África, América do Sul e Central:
A maioria dos casos de febre amarela acontecem na África sub-saariana. Os países onde há maior probabilidade de contração da doença são:
Na América Central, a ilha de Trinidad em Trinidad e Tobago possui um risco elevado de transmissão da febre amarela.
Já na América do Sul, o vírus da febre amarela se encontra presente na:
Alguns estados brasileiros já contavam com a vacinação da febre amarela devido aos riscos da doença. Desde 1997, o Ministério da Saúde trabalha na extensão gradual da cobertura, visando ofertar a vacinação a todo o país.
No entanto, os estados que são classificados como áreas de risco são:
Algumas vezes, o paciente pode não manifestar sintomas (assintomático), mas quando se manifestam, ocorrem de forma súbita e podem durar entre 2 e 4 dias, geralmente. Os sintomas característicos da doença são:
A febre surge de maneira súbita e intensa, normalmente acima de 39ºC, que pode ser acompanhada de calafrios.
As dores de cabeça são intensas e bastante incômodas, que podem estar acompanhadas de alta sensibilidade à luz.
Junto delas, podem ocorrer dores musculares por todo o corpo, mas especialmente nas costas e nos joelhos.
A febre amarela pode causas desconforto estomacal de intensidades variadas. As náuseas são bastante comuns e podem ocorrer vômitos frequentes.
Em geral, o paciente sente redução do apetite que pode ser provocada ou intensificada pelos enjoos, náuseas e vômitos.
O paciente pode apresentar fadiga, cansaço extremo, fraqueza muscular e tontura. As condições são agravadas sobretudo quando ocorrem vômitos, pois o organismo fica ainda mais debilitado.
Podem surgir áreas avermelhadas na pele ou mucosas, sobretudo do rosto. A língua e os olhos também podem ser afetados.
Os sangramentos ocorrem, geralmente, nos quadros graves da doença, após o estágio de remissão e nova manifestação (fase tóxica).
A segunda fase da doença, fase tóxica, é marcada pela coloração amarela da pele, olhos e mucosas, devido à hiperbilirrubinemia, que é a alta concentração de bilirrubinas no sangue.
O excesso da substância é decorrente da elevada destruição da hemoglobina (células vermelhas do sangue), ação decorrente da disfunção hepática.
O nome da doença, inclusive, é baseado nesse sintoma.
Fazer o diagnóstico da febre amarela com base nos sintomas iniciais pode ser difícil, porque ela pode ser facilmente confundida com outras doenças, como a malária, dengue hemorrágica, hepatite e leptospirose.
Contudo, em meio a surtos ou quando há sinais de alerta como a morte dos macacos nos parques de São Paulo, a suspeita é rapidamente levantada e, com isso, o diagnóstico é mais rápido.
Para diagnosticar a condição, o médico (que pode ser um clínico geral, médico de viagem, médico de emergência ou infectologista) possivelmente perguntará sobre o histórico de viagens e irá pedir uma coleta de sangue.
O exame de sangue pode mostrar uma redução no número de glóbulos brancos que combatem a infecção, sendo um sinal da doença porque o vírus da febre amarela afeta a medula óssea.
Outros testes feitos para o diagnóstico da febre amarela são:
Na sorologia por ELISA, o soro sanguíneo é analisado em busca de anticorpos e antígenos. Quando uma pessoa é infectada por um vírus, seu corpo começa a produzir anticorpos específicos para aquele vírus.
Com isso, os médicos podem detectar o anticorpo específico para o vírus da febre amarela, possibilitando o diagnóstico.
A reação em cadeia polimerase é um exame feito para identificar o microrganismo causador da doença. Para isso, ele utiliza a amostra de sangue do paciente e copia o DNA do microrganismo, que é multiplicado diversas vezes até que o vírus possa ser identificado.
Sim, a febre amarela tem cura. Alguns dias após a infecção, o próprio sistema imunológico se encarrega de expulsar o vírus. Em alguns casos, a doença evolui para a fase tóxica, que também tem cura, mas sua taxa de mortalidade é alta.
Como o sistema imune tem uma “memória”, o indivíduo que já teve a doença fica imunizado pelo resto da vida, pois o organismo já possui anticorpos contra esse vírus, garantindo proteção vitalícia.
Não existem medicamentos disponíveis para destruir o vírus. Por isso, o tratamento consiste principalmente em cuidados e amenização dos sintomas decorrentes da infecção.
Isso inclui fornecimento de fluidos e oxigênio, manutenção da pressão arterial, substituição da perda de sangue, fornecimento de diálise para a insuficiência renal e tratamento adequado para quaisquer outras infecções que possam se desenvolver.
Um dos procedimentos para tratar a febre amarela é a transfusão sanguínea, especialmente nos casos em que há perda excessiva de sangue.
Algumas pessoas podem receber transfusões de plasma para substituir as proteínas do sangue que melhoram a coagulação.
A fim de evitar a desidratação, o paciente deve ingerir bastante líquidos. Contudo, quando isso não é possível por conta dos vômitos, uma solução intravenosa pode ser dada para manter a hidratação.
Quando o paciente apresenta falência renal, a diálise se faz necessária. Esse procedimento consiste em filtrar o sangue por máquinas, evitando que toxinas se acumulem na corrente sanguínea do indivíduo.
Para aliviar os sintomas da febre amarela, o médico pode indicar os seguintes medicamentos:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Juntamente com o tratamento clínico, existem alguns remédios naturais (fitoterapia) usados para aliviar os sintomas a febre amarela. São eles:
Atenção: É importante ressaltar que, antes de fazer qualquer tratamento, o paciente deverá consultar um médico.
Cerca de 15% dos pacientes evoluem, dentro de um período de 48 horas, para uma fase mais grave da doença, conhecida como fase tóxica.
Nessa etapa, uma série de complicações podem se desenvolver:
Com o avanço da doença, diversos órgãos podem sofrer hemorragias (sangramentos). Neste estágio, o paciente pode apresentar sangramentos no nariz e nas gengivas. Além disso, pode desenvolver coágulos espalhados pelo corpo, causando manchas azuis ou verdes por baixo da pele.
Os coágulos e a falta de sangue impedem a circulação sanguínea, levando à falência múltipla dos órgãos. Os principais órgãos atingidos são os rins, fígado e coração.
Hemorragias gastrointestinais levam à liberação de sangue no vômito e nas fezes.
Com as hemorragias e coágulos, a irrigação de sangue para o fígado e os rins fica prejudicada, o que pode levar à insuficiência nesses dois órgãos.
Quando há falta de sangue circulando nas veias e artérias — como acontece em caso de hemorragias —, o corpo pode sofrer um choque hipovolêmico, ou seja, um choque causado pelo baixo volume de sangue circulando pelos vasos sanguíneos.
Isso pode levar o coração a bater mais rapidamente, o que causa uma sobrecarga. Por isso, o choque hipovolêmico é uma condição altamente mortal, que deve ser tratada o mais rápido possível.
Lesões no fígado podem causar um aumento nos níveis de bilirrubina no sangue, conferindo uma coloração amarelada à pele e à esclera (parte branca do olho) do paciente. Este sintoma é chamado de icterícia.
A bilirrubina é um pigmento do suco biliar, uma substância do fígado que auxilia na digestão de gorduras.
Quando a doença causa danos cerebrais, o paciente pode apresentar sintomas como convulsões e delírios.
Devido aos danos cerebrais e a falta de irrigação sanguínea para esse órgão, o paciente pode perder a consciência e entrar em coma: um estado no qual ele não pode retornar ao estado alerta, mas ainda não é considerado uma morte cerebral.
A taxa de mortalidade na fase tóxica é bastante alta. Estima-se que entre 20% e 40% dos pacientes acabam não resistindo, sendo, em sua grande maioria, crianças e idosos.
A prevenção da febre amarela é realizada através de vacinação e combate ao mosquito. Algumas dicas para isso são:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a vacinação é considerada a principal e mais eficaz forma de combater a febre amarela. A vacina da febre amarela é constituída pelo vírus atenuado e, segundo a OMS, a imunidade é adquirida em 30 dias em 99% das pessoas vacinadas.
Em maio de 2013, a OMS anunciou que uma dose única da vacina garante a imunidade vitalícia. Portanto, não se considera necessária a aplicação da dose de reforço.
Contudo, no Brasil, o Ministério da Saúde optou por manter o esquema de aplicar duas doses da vacina até o início de 2017. Em Abril do mesmo ano, o país resolveu adotar a recomendação de dose única da OMS.
Vale lembrar que a vacina, em si, não mudou. Por isso, quem já tomou a vacina e está aguardando para tomar a segunda dose, não precisa mais se preocupar, pois já está imunizado.
A vacina é administrada por via subcutânea e é distribuída gratuitamente nos postos de saúde. Atualmente, em vários estados brasileiros, essa vacina já faz parte do Calendário Nacional de Vacinação.
Crianças em áreas de risco, a partir dos 9 meses de idade, devem receber a primeira dose da vacina contra a febre amarela. A dose de reforço deve ser aplicada quando completarem 4 anos.
A vacina também está indicada para todas as pessoas, sejam elas adultas ou crianças, que residam nas proximidades de áreas que possam vir a ter epidemia da doença ou que pretendem viajar para esses lugares, dentro ou fora do Brasil.
Caso você tenha a intenção de viajar, a primeira dose da vacina deve ser aplicada com 10 dias de antecedência, para que o organismo tenha tempo de produzir os anticorpos necessários para combater o vírus.
Bebês com menos de 6 meses não devem tomar a vacina, pois são mais vulneráveis a possíveis complicações da dose, entre elas a encefalite viral.
Mulheres grávidas e lactantes também não devem tomar a vacina, pois não existem provas de que a infecção passe para o feto ou de que o vírus atenuado passe para o leite materno.
Também não devem tomar a vacina pessoas imunodeprimidas, portadoras de HIV, tumores malignos (incluindo leucemia e linfomas), que utilizam medicamentos derivados da cortisona, estão em tratamento de quimio ou radioterapia ou são portadoras de doenças que alteram o funcionamento do timo (órgão do sistema imunológico).
Alérgicos a alguma substância da vacina, como proteína de ovo, gelatina ou o antibiótico eritromicina, devem evitar a vacina.
Adultos com idade igual ou superior a 60 anos só podem tomar a vacina depois de consultar um especialista, que irá avaliar o custo-benefício da medicação. Nessa faixa de idade, os riscos de reações adversas aumentam.
Pessoas com HIV ou imunodeprimidas de maneira geral devem evitar viagens para locais onde o risco de febre amarela existe, porém, caso houver absoluta necessidade, esses pacientes devem procurar um médico especialista no assunto.
Entre 6 meses e 9 meses de idade incompletos a vacina está indicada somente em situação de emergência epidemiológica ou viagem para a área de risco.
9 meses até antes de completar 5 anos: 1 dose aos 9 meses de idade e 1 dose de reforço aos 4 anos*.
*Se a criança não for vacinada aos 9 meses, deve tomar a vacina e o reforço com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.
A vacinação é contraindicada. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica ou viagem para a área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício/risco da vacinação.
Para as crianças, a vacinação é contraindicada até os 6 meses de idade. Caso tenha recebido a vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso por 28 dias após a vacina
Devem conversar com um profissional de saúde e ficarem atentos aos alertas de órgãos de saúde sobre os riscos de surto.
Viagens internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional.
Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de 1ª vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica em caso de revacinação.
Nos casos em que a vacina contra a febre amarela não é aconselhável, o médico poderá transmitir uma carta de isenção.
A carta deverá ser escrita em papel timbrado e conter todos os detalhes práticos do porquê da vacina não ser recomendada a essa pessoa. Essa carta pode ser aceita por algumas autoridades responsáveis pela imigração.
A vacina é considerada extremamente segura. Uma dose única proporciona proteção vitalícia, entretanto, algumas reações adversas podem aparecer. São elas:
Caso você tome a vacina e tenha reações adversas, consulte seu médico, mas lembre-se que as reações não são a doença. Ou seja, a vacina não causa febre amarela.
A febre amarela é conhecida por ser uma doença altamente perigosa e, caso não seja tratada da maneira correta, pode ser fatal! Esse artigo vai te ajudar a entender os riscos da doença e a maneira de se prevenir. Compartilhe com seus amigos para que eles também entendam!
Publicado originalmente em: 17/11/2017 | Última atualização: 30/01/2019
Rafaela Sarturi Sitiniki
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