A dieta cetogênica é uma entre as muitas dietas que de tempos em tempos entram na moda. Muitas vezes, são modelos de alimentação, com várias restrições, que prometem uma perda de peso acelerada e nem sempre de forma muito saudável.
É o caso da cetogênica, que propõe uma redução expressiva de determinados alimentos, como carboidratos.
Para quem só quer perder peso, pode não ser o tipo de dieta mais recomendado pelos especialistas. No entanto, pode ser uma forma de alimentação indicada para pacientes em condições de saúde mais específicas, proporcionando benefícios que outras dietas não oferecem da mesma forma.
No texto a seguir explicamos o que pode e o que não pode ser ingerido na dieta cetogênica e quando ela é indicada. Confira!
A dieta cetogênica é uma forma de alimentação bastante restritiva, com uma redução bem mais expressiva na quantidade de carboidratos do que a própria low carb. Com pouco carboidrato e maior consumo de gorduras, ela induz o organismo ao processo de cetogênese, por isso o nome.
A cetogênese nada mais é do que o processo em que o organismo entra ao reagir à falta de carboidratos. Isso porque precisa encontrar uma nova fonte de energia para o organismo.
Normalmente, através dos carboidratos, essa fonte de energia é a glicose.
Na dieta cetogênica, pobre nesse macronutriente e rica em gorduras e proteínas, o organismo começa a produzir corpos cetônicos que funcionam como combustível no lugar da glicose.
Para gerar esses corpos cetônicos (tais como acetoacetato, ácido beta hidroxibutírico, acetona), o organismo utiliza da própria reserva de gordura.
A dieta cetogênica tem sua origem bíblica há mais de 2.000 d.C. com a função de tratar pacientes com epilepsia no controle das crises, por ajudar a regular as funções cerebrais.
Atualmente, muitas pessoas enxergam nesse modelo alimentar mais uma forma de emagrecimento, por ajudar a acelerar a queima de gordura.
Para quem tem apenas o objetivo de emagrecer, a dieta pode não ser o modelo alimentar mais indicado. Por ser muito restrito, nem todas as pessoas se adequam.
No início, pode ser bastante difícil se acostumar às restrições, além de levar à vários prejuízos da saúde por se tratar de uma dietoterapia específica para tratamento de patologias neurais.
O organismo leva um tempo até se habituar a esse processo de cetose, e durante esse tempo, sofre. Com a falta de glicose, o cérebro pode entender que há algo de errado com o organismo e sintomas como cansaço, mau humor e fraqueza podem ser manifestados durante os primeiros dias.
A dieta cetogênica, sempre foi bastante difundida como método efetivo de controle das crises epilépticas, quando havia poucas opções de tratamentos medicamentosos. Os principais, até então, eram os remédios fenobarbital e brometos.
Essa dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos pode ajudar no controle das crises de epilepsia por deixar o cérebro melhor alimentado de ácidos graxos essenciais como os ômegas, havendo uma maior preservação dos neurônios e prevenindo algumas doenças degenerativas.
Com o passar dos anos, com mais estudos e inovações farmacológicas, mais medicamentos para o controle das crises de epilepsia surgiram, sendo a dieta cetogênica ainda utilizada como dietoterapia.
No entanto, esse modelo de alimentação também é ainda muitas vezes utilizado em casos em que o paciente não apresenta uma boa resposta aos medicamentos (conhecidas por epilepsias intratáveis de difícil controle medicamentoso e com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor).
É importante reforçar que a dieta cetogênica não deve ser feita sem o acompanhamento profissional. Por isso, para começar a fazê-la é preciso procurar um médico e nutricionista que possam orientar melhor sobre essa mudança alimentar.
É mais seguro dessa forma pelo fato dos especialistas avaliarem vários fatores que podem influenciar no resultado da dieta, como idade, peso, sexo, altura, sedentarismo e outras condições clínicas, tais como doenças crônicas, por exemplo.
Após essas avaliações, é possível ter uma ideia sobre a quantidade de calorias e carboidratos necessários para cada pessoa.
Apesar dos profissionais ajudarem no cardápio, não há uma definição do que deve ser ingerido obrigatoriamente. Cada pessoa pode montar as refeições de acordo com os gostos pessoais. Além disso, não existe um modelo único de dieta cetogênica, ela pode ter variações.
O modelo clássico da dieta cetogênica consiste no consumo de 1000 a 1600 calorias por dia, mas varia muito para cada pessoa de acordo com peso, idade e sexo. O consumo de carboidratos é muito baixo, representando de 4% a 10% das calorias diárias ingeridas.
Já a quantidade de gorduras é alta, sendo entre 60% a 70% das calorias diárias ingeridas. O restante das calorias necessárias devem ser de origem proteica.
Há também variações dessa dieta cetogênica clássica em que o consumo de calorias é menor (800 calorias, aproximadamente) e o controle do cardápio é mais rigoroso. A pessoa na dieta clássica geralmente deve realizar 6 refeições ao dia.
A duração da dieta cetogênica pode variar muito de acordo com o propósito de cada pessoa, mas ela não é um tipo de alimentação recomendada para ser feita de forma ininterrupta.
Normalmente, é feita em um tempo mínimo de 2 a 3 semanas, se estendendo em casos mais específicos até 6 meses.
Uma média de tempo da dieta cetogênica deve ser de 40 dias, com o acompanhamento nutricional.
Por estar constantemente recebendo carboidratos, o organismo acaba se acostumando com esse tipo de fonte de energia.
O cérebro é um dos órgãos mais habituados a esse tipo de combustível, pois extrai dele a glicose para funcionar perfeitamente.
Ao ser privado de receber esses carboidratos, o organismo começa a produzir os corpos cetônicos para substituir esse combustível para o organismo.
Mas para que o órgão se adapte a essa nova fonte de energia, leva um certo tempo. Esse período de adaptação pode variar bastante para cada pessoa, variando entre 3 a 10 dias.
Nesse tempo, a pessoa pode apresentar alguns efeitos colaterais, pois a falta de glicose no cérebro pode causar sintomas cansaço, fraqueza e mau humor.
Na dieta cetogênica, a alimentação consiste no consumo de proteínas e gorduras, além de algumas frutas, legumes e verduras. Confira os principais alimentos que podem ser incluídos no cardápio:
Não são todas as frutas que estão liberadas na dieta cetogênica, por estes serem alimentos ricos em carboidratos. Por isso, o consumo é mais limitado às frutas que são fonte de gorduras boas, como o coco e o abacate.
Outras frutas que não estão proibidas na dieta, que possuem um baixo teor de carboidratos líquidos, são:
Além de carboidratos como pão, arroz, macarrão, cereais e amido de milho, há também outras restrições, tais como:
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Não existe cardápio obrigatório a ser seguido na dieta cetogênica. Para entender quais são as melhores opções para cada caso, o ideal é conversar com um nutricionista.
No entanto, conhecer um modelo simples de cardápio para 7 dias pode ajudar no dia a dia de quem já pratica a dieta e precisa de dicas do que comer para ser mais saudável.
Abaixo há opções de cardápio para uma semana, considerando três refeições principais. Confira:
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Sim. A dieta cetogênica interfere no peso por reduzir drasticamente a ingestão de alimentos ricos em carboidratos e por mudar a forma como o organismo precisa buscar novas fontes de energia.
Normalmente, o corpo gasta como fonte de energia os carboidratos. Sem essa fonte, ele precisa utilizar as reservas de gordura para ter combustível e funcionar perfeitamente.
Com o corpo forçado a queimar as gorduras, há um emagrecimento. No entanto, apesar de interferir no peso, no começo da dieta a pessoa pode apresentar sintomas como enjoos, náuseas e fraquezas.
Isso porque os corpos cetônicos podem causar esse efeito colateral.
Apesar de proporcionar um emagrecimento, a dieta cetogênica não é a melhor forma de emagrecimento saudável. Há outros modelos que podem proporcionar uma perda de peso de forma mais lenta e com menos restrições. O ideal é conversar com um(a) nutricionista antes de começar qualquer dieta.
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Depende. Quando feita com indicação e acompanhamento nutricional, a dieta cetogênica é segura. No entanto, assim como qualquer alimentação muito restrita, pode causar efeitos colaterais e até mesmo desencadear outras patologias. Se a pessoa já apresentar alguma complicação de saúde, é ainda mais necessário o acompanhamento profissional.
Pessoas com mais de 65 anos, que possuem problemas cardíacos, renais ou que estão em tratamento com medicamentos específicos, como cortisona, não devem realizar a dieta cetogênica.
Alguns efeitos colaterais que podem ocorrer incluem prisão de ventre, náuseas, vômito e diarreia.
Em longo prazo, se o consumo dos alimentos ricos em gorduras não for moderado, a dieta pode influenciar no aumento de colesterol e triglicérides no sangue e aumentar o risco de cancer.
É possível ocorrer complicações renais e acúmulo de gordura no fígado.
A dieta cetogênica consiste basicamente no consumo maior de alimentos ricos em gordura e proteína. Sendo mais restrita ainda que a low carb ou a dieta Dukan, esse modelo de alimentação permite uma quantidade muito baixa de carboidratos no cardápio.
É assim que induz o emagrecimento ou atua no controle de crises epiléticas, por forçar o organismo a utilizar as reservas de gordura como fonte de energia.
Para saber se é seguro e se essa dieta é realmente uma boa opção para sua saúde, converse com um nutricionista para que ele possa avaliar os benefícios. Para continuar se informando sobre alimentação e bem-estar, continue conferindo os artigos do Minuto Saudável!
Esp. Angela Federau
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