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Colírio: veja opções lubrificante, anestésico e mais

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 15/03/2019Última atualização: 16/09/2021
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 15/03/2019Última atualização: 16/09/2021
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Se um pequeno cisco, quando entra no olho, já gera bastante incômodo, imagine quando há alguma condição mais prolongada afetando a visão, como irritação ou ressecamento.

Não é difícil sofrer com esses sintomas, pois a poeira, a poluição, o uso de produtos estéticos e até o uso de lentes de contato pode causar vermelhidão, coceira e aquela sensação persistente de olhos secos.

Mas, além disso, há condições mais graves e que necessitam de cuidados específicos, como alergias oculares, infecções ou doenças degenerativas da visão.

Esses casos têm uma coisa em comum: possivelmente vão fazer com que o paciente tenha que carregar um pequeno frasco de colírio.

Mas não se engane, pois os usos e indicações são bem diferentes.

O que são colírios?

Colírios são soluções para serem aplicadas nos olhos, a fim de tratar ou aliviar algum sintoma ou condição que possa acometer a estrutura ocular.

Segundo Dra. Liliane Back Ferré, médica oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, “todo e qualquer colírio instilado nos olhos ou pálpebras é considerado medicamento”, ainda que tenha diferentes finalidades.

Eles vão agir de forma local, na superfície ou no interior dos olhos, tendo absorção bastante rápida. No geral, o colírio permanece em contato com o olho por, no máximo, 5 minutos.

Apesar de todos os colírios serem destinados à aplicação ocular, não é possível generalizar, pois cada um tem uma finalidade específica — pode ser apenas para lubrificar os olhos, mas pode ser para tratar condições graves, como o glaucoma.

Por isso, o cuidado com o uso do produto é fundamental.

E não tem jeito: a necessidade, frequência de uso e escolha do produto (devido ao princípio ativo) só podem ser determinadas pelo oftalmologista.

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Tipos: colírio não é tudo igual!

Os frascos até podem ser parecidos, mas as indicações são bastante diversas — da lubrificação à ação antibactericida. Segundo a farmacêutica e Doutora em Farmacologia Francielle Tatiana Mathias, são utilizados conforme a doença ou problema oftálmico.

Por isso, eles não são todos iguais e somente o oftalmologista pode indicar o colírio certo. Conheça cada tipo:

Lágrimas artificiais ou lubrificantes

São substâncias bastante próximas à composição das lágrimas naturais, produzidas pelo organismo. Em geral, servem para umidificar, lubrificar e proteger os olhos.

Podem ser indicados para pessoas que usam lentes de contato ou passam muitas horas na frente do computador, por exemplo. Isso porque tais fatores podem acentuar o ressecamento dos olhos.

Ou seja, as lágrimas artificiais são recomendadas para aliviar os sintomas do olho seco.

Em geral, não há efeitos colaterais devido ao uso prolongado, mas é sempre importante que o oftalmologista avalie a frequência necessária do uso.

Entre as marcas de lubrificantes oculares está o Systane UL, que age aliviando a hidratando a superfície ocular e devolvendo ou repondo substâncias lacrimais que possam estar faltando.

Além disso, os lubrificantes podem ser indicados para pessoas com alterações na produção de lágrimas, que é uma condição chamada de xeroftalmia, ou ainda em casos de ceratite ou conjuntivite alérgica.

Nesses casos, a indicação médica é fundamental.

Leia mais: Resenha Colírio Systane UL: para que serve, como funciona, é bom?

Vasoconstritor ou descongestionante ocular

Em geral, esse tipo de colírio é indicado para melhorar a vermelhidão dos olhos, decorrente da irritação, pois age constringindo os vasos sanguíneos, o que deixa os olhos mais brancos.

No geral, eles são seguros para usar e não há tantas contraindicações, como os corticoides, mas pessoas que usam lentes de contato ou são portadoras de alguma doença (como glaucoma ou diabetes) devem usar somente com receita médica.

Porém, mesmo em quem não tem nenhum fator de risco, o uso frequente pode fazer com que a ação de constringir os vasos sanguíneos perca o efeito.

O que acontece com quem usa muito vasoconstritor, é uma vasodilatação de rebote. Você pinga o colírio, o vaso fica pequenininho, então quando o efeito passa, o vaso fica maior do que se você não tivesse usado. Daí você fica com aquela dependência, como acontece com os descongestionantes nasais", afirma o oftalmologista Dr. Michel Rubin.

Vale ressaltar também que os vasoconstritores tratam apenas o sintoma da vermelhidão. Ou seja, tratam a consequência e não a causa do problema.

Entre as opções, há Moura Brasil e Colírio Teuto.

Colírio com antibiótico

Esse medicamento precisa de receita, assim como qualquer outro antibiótico. Ele é indicado para tratar infecções por bactérias, em casos bastante específicos, como conjuntivite bacteriana, blefarites e ceratites.

Em geral, sua aplicação ocorre em intervalos de tempo programados, como a cada 4 horas.

Entre as opções, há o Zymar XD e Oflox.

Colírio com corticoide (anti-inflamatório)

Os medicamentos com corticoides são indicados para inflamações, promovendo ação anti-inflamatória contra condições como uveítes e conjuntivite viral.

A quantidade e a frequência do uso devem ser orientadas pelo médico, dependendo da condição do paciente.

Apesar de serem bastante funcionais na amenização dos sintomas, como irritação e vermelhidão, os corticoides devem ser usados por tempo limitado e apenas sob orientação médica.

Entre as opções, há o Maxidex e Decadron.

Antialérgico

Formulados com substâncias anti-histamínicas, os colírios para alergia reduzem a coceira, vermelhidão e lacrimejamento decorrentes de reações alérgicas.

Eles agem controlando a ação da histamina (substância liberada em reações alérgicas) e são indicados, por exemplo, para melhorar o desconforto ou irritação causada pela conjuntivite alérgica.

Entre as opções, podem estar o Zaditen e Cromolerg.

Leia mais: Quais são as opções de colírios antialérgicos?

Anestésico

O colírio anestésico é indicado para auxiliar na redução das dores locais, reduzindo a sensibilidade.

Apesar de sua aplicação e absorção ser igual aos demais tipos — ficando pouco tempo em contato com a estrutura ocular —, sua ação tende a ser mais prolongada.

Geralmente é utilizado em procedimentos médicos, como cirurgias ou exames.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

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Olhos secos e vermelhos: lubrificantes ou descongestionantes?

Muitas condições podem deixar os olhos irritados, secos e vermelhos. Algumas horas no ar condicionado ou a mudança climática pode afetar a estrutura ocular.

Muitas vezes, quem sofre com isso recorre aos colírios dispostos nas prateleiras da farmácia para reduzir a aparência irritada e avermelhada dos olhos.

Mas sem uma consulta médica, não é difícil confundir os colírios descongestionantes com os lubrificantes.

Apesar de ambos poderem reduzir a vermelhidão, o mecanismo de ação é bem diferente — e as indicações também.

O lubrificante é semelhante à lágrima natural, por isso, vai hidratar a região e aliviar a vermelhidão causada pela irritação.

O produto age eliminando a causa do problema, que é a falta de lubrificação, por isso, aqueles outros sintomas de incômodo e dificuldade em piscar são melhorados também.

Já os descongestionantes promovem uma ação vasoconstritora. Ou seja, reduzem a dilatação dos vasos sanguíneos e aliviam a vermelhidão.

Mas, por geralmente não terem capacidade lubrificante, não vão resolver a causa do problema, apenas mascarar os sintomas.

Além disso, os lubrificantes podem, em geral, ser usados com lentes de contato e de modo prolongado, sendo bem tolerados pela maioria dos pacientes.

No entanto, os descongestionantes não podem ser aplicados sobre as lentes de contato, seu uso deve ser limitado e os efeitos colaterais são mais comuns, podendo gerar mais irritação ocular.

Leia mais: O que é fadiga ocular?

Quais as apresentações do colírio?

Apesar das soluções serem mais comuns, existem outras apresentações. Segundo a farmacêutica e Doutora em Farmacologia Francielle Tatiana Mathias, as apresentações são definidas de acordo com a função e a necessidade de ação do medicamento (por exemplo, ficar mais tempo em contato com os olhos).

Conheça mais:

Soluções oculares

Soluções aquosas são produtos com aspecto homogêneo, ou seja, se misturam de modo que todas as substâncias estão diluídas uniformemente. São produzidos em água, com apresentação transparente e bastante fluida.

As soluções são as mais comuns — representam a maioria dos colírios encontrados nas prateleiras das farmácias.

Elas são facilmente aplicadas e geram menos, ou nenhum, desconforto em comparação às pomadas, por exemplo.

Algumas opções bastante associadas às soluções são as lubrificantes, que, dependendo da necessidade do paciente, podem ser usadas com maior frequência.

Suspensões

Suspensões podem ser medicamentos aquosos ou oleosos que possuem partículas que não se diluem à solução.

Se você deixar o colírio parado por algum tempo, é possível ver que se formam fases ou separação no conteúdo, por isso, é necessário agitar bem antes de usar.

A opção oleosa tem a vantagem de ser mais lentamente absorvida. Ou seja, isso faz com que a biodisponibilidade, ou o tempo de contato com o colírio, seja maior, podendo reduzir a necessidade de reaplicação.

Emulsões

São líquidos que contêm partes que não se diluem no líquido. Podem ser componentes oleosos, por exemplo. É importante agitar bem o produto antes de aplicar.

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Para que serve um colírio?

A ação do medicamento e os efeitos colaterais dependem bastante do tipo de colírio.

Por exemplo, os antibióticos vão ter mecanismos de ação e reação bastante diferentes daqueles que são apenas lubrificantes.

Mas, em comum, eles podem gerar sintomas que melhoram o conforto visual, como:

Alivia o desconforto ocular

Os componentes dos colírios são capazes de serem depositados na superfície dos olhos sem causar grande desconforto ou, quando algum incômodo (geralmente leve) ocorre, ele é rapidamente dispersado.

Como os colírios agem diminuindo o atrito entre o globo ocular e as mucosas, aquela sensação de que há alguma sujeira ou cisco nos olhos é amenizada.

Melhora o ressecamento (olho seco)

O filme lacrimal, também chamado de lágrima, é um líquido produzido para lubrificar e proteger os olhos. Mais do que evitar o atrito entre a pálpebra e a superfície do olho, o filme lacrimal leva nutrientes e protege a região de contaminação, como bactérias.

Por isso, alterações na produção de lágrima, o uso de lentes de contato ou ficar muito tempo no ar condicionado podem aumentar o ressecamento dos olhos — condição que pode ser aliviada com o uso dos lubrificantes oculares.

Os colírios melhoram a lubrificação, pois contêm componentes específicos que são semelhantes às lágrimas naturais.

Assim, eles equilibram e oferecem aos olhos as substâncias necessárias para a hidratação, e agem protegendo as mucosas, hidratando e aliviando irritações causadas sobretudo pela poluição, poeira ou outros agentes irritativos, que podem causar ressecamento.

Leia mais: Enxaqueca e olho seco: eles podem ter relação

Reduz a irritação e vermelhidão

A falta de hidratação lacrimal pode gerar irritação e vermelhidão, deixando os olhos ardidos e com coceira.

Em alguns casos, a vermelhidão é decorrente da irritação ocular devido à poeira ou sujeira.

Vale destacar que colírios lubrificantes podem reduzir a vermelhidão por mecanismos diferentes dos medicamentos vasoconstritores, pois não afetam a dilatação dos vasos sanguíneos.

Reduz a sensação de cansaço

Muitas vezes, o cansaço é resultado do olho ressecado ou irritado.

Sobretudo quem passa muitas horas no ar-condicionado ou na frente do computador pode sofrer com essa sensação, pois a tendência é que a pessoa pisque menos ao longo do dia, o que afeta a lubrificação e disposição de lágrimas no globo ocular.

Por isso, a hidratação pode aliviar o cansaço ocular também.

Quando usar colírio?

Os colírios podem ser indicados para diversas condições, que vão desde a manutenção da hidratação ocular até o tratamento de doenças, como glaucoma.

Apesar de, muitas vezes, os colírios serem facilmente encontrados e adquiridos em farmácias, é importante que sejam usados sempre com a orientação de um especialista, pois podem camuflar os sintomas de doenças e atrasar o diagnóstico.

Isso porque, por exemplo, a vermelhidão e coceira podem ser resultado apenas da poluição, mas também podem ser indícios de uma infecção.

Com o uso irregular de colírios descongestionantes, os sintomas mais evidentes são amenizados e o diagnóstico pode demorar.

Síndrome do olho seco

A redução na produção adequada de lágrimas pode afetar a lubrificação e saúde dos olhos e está relacionada a diversas causas, como permanência em ambientes com ar condicionado ou mudanças decorrentes da idade.

Essa condição, chamada de síndrome do olho seco, acarreta em irritações, vermelhidão, sensação incômoda ao piscar e até sensibilidade à luz.

A condição pode ser amenizada com colírios lubrificantes.

Catarata

A catarata é uma condição progressiva que acomete o cristalino (camada do olho). Aos poucos, a região vai ficando opaca e, com isso, a visão é prejudicada, podendo resultar em um dano completo à estrutura (o que gera a cegueira).

Em geral, a condição necessita de cirurgia, sendo que após o procedimento, o uso de colírios é bastante importante.

Entre as opções há Pirenoxina, que é indicada para evitar a progressão da doença e também após o procedimento cirúrgico.

Glaucoma

A condição é caracterizada pela degeneração progressiva da estrutura ocular, causando a perda da visão.

Como não é possível recuperar ou reverter os danos causados à visão, o tratamento consiste em parar a progressão da doença.

Entre as substâncias que podem ser indicadas estão Dextrotartarato de Brimonidina e Maleato de Timolol, que agem reduzindo a pressão intraocular.

Leia mais: Glaucoma: o que é, sintomas e tratamento

Ceratite

A ceratite é uma inflamação da córnea (estrutura ocular). É geralmente relacionada a bactérias ou vírus e pode ser tratado com o uso de colírios lubrificantes e, se indicado, antibactericidas.

Podem ser indicados medicamentos à base de Dexametasona.

Conjuntivite alérgica

A conjuntivite alérgica é uma reação ocular bastante comum, geralmente de incidência sazonal. Ou seja, pessoas sensíveis podem apresentar os sintomas na alteração das estações devido à alteração de clima ou umidade do ar.

Entre as opções há a associação das substâncias Cloridrato de Epinastina e o Fumarato de Cetotifeno.

Conjuntivite infecciosa

As conjuntivites também podem ter origem bacteriana ou viral, consideradas infecciosas.

Os colírios antibióticos são necessários somente nos casos de conjuntivite bacteriana, enquanto a viral é tratada com colírios lubrificantes e anti-inflamatórios não esteroides e os corticoides.

Entre as substâncias para conjuntivites alérgicas ou virais está o corticoide dexametasona, enquanto para a bacteriana há o antibiótico cloranfenicol.

Uveíte

A uveíte é uma inflamação da úvea, capaz de causar vermelhidão, sensibilidade à luz, dor e alterações da visão.

Em geral, o tratamento consiste em colírios à base de corticoides, como dexametasona, que podem estar associados ao uso de antibióticos ou antivirais.

Entre as opções está, por exemplo, a Ciclosporina e a associação de Tobramicina + Dexametasona.

Terçol

O terçol é caracterizado por uma saliência, semelhante a um caroço, que surge rente à pálpebra.

A condição é resultado da inflamação de glândulas localizadas na região, podendo causar dor, vermelhidão e calor no local.

Em geral, a condição não dura muitos dias e tende a melhorar sozinha, mas quando dura muito tempo, pode ser indicado o uso de medicamentos oculares, como pomadas à base de Dexametasona.

Para onde vai o colírio depois de aplicado?

Logo após ser pingado nos olhos, uma parte do medicamento é absorvida pela estrutura ocular (córnea, conjuntiva e esclerótica). No entanto, a outra parte é encaminhada, pelos canais lacrimais, até chegar à garganta e vias de passagem de ar.

Como as pálpebras empurram o medicamento para o canto dos olhos, ele penetra no ponto lacrimal (aquele cantinho dos olhos) e escorre pelo nariz, descendo pela garganta.

Ou seja, é por isso que, às vezes, quando pingamos colírio também sentimos o gosto do medicamento.

Em geral, ocorre a absorção do medicamento pela circulação sistêmica, fazendo-o cair na corrente sanguínea, presente na mucosa nasal.

Como usar?

Quem usa colírios, sobretudo os lubrificantes, geralmente precisa aplicá-los várias vezes ao dia.

Por isso, saber o modo correto de usar e conhecer alguns cuidados importantes para evitar riscos de contaminação é bastante importante.

Para aplicar corretamente, é importante estar com as mãos limpas e secas. Ao manusear, evite tocar na ponta do gotejador para evitar contaminações.

Antes de aplicar, leia sempre a bula e verifique a necessidade de agitar o produto.

Além disso, pessoas que usam lentes de contato precisam verificar com o oftalmologista a necessidade de retirar as lentes antes da aplicação.

  1. Incline levemente a cabeça para trás;
  2. Puxe a pálpebra de baixo com os dedos para que se forme uma pequena bolsa;
  3. Aplique uma gota na bolsa da pálpebra;
  4. Solte a pálpebra e feche os olhos;
  5. Aperte o canto interno dos olhos (rente ao nariz), segurando por alguns segundos, para que o produto seja absorvido.

Para a aplicação, evite encostar o frasco nos olhos, cílios ou pálpebras. Às vezes é difícil pingar algo nos olhos, por isso, colocar o líquidos na bolsa da pálpebra e olhar para cima pode facilitar na correta colocação do medicamento.

Lembre-se de fechar bem a embalagem para evitar contaminações.

Quais os riscos de emprestar colírios?

Quem usa lentes de contato deve usar colírio?

As lentes são boas opções para quem quer dispensar os óculos. Podem ser bastante úteis e facilitar a vida de quem não quer ter que lidar com a armação.

Porém, o uso pode acarretar em necessidades e cuidados específicos, como o uso de colírios ou soluções que mantenham a lubrificação dos olhos.

Sobretudo quem passa muitas horas com a lente pode sofrer com a sensação de olhos secos, cansados e ardidos.

Além de estar atento ao uso da lente — não dormir com elas e, se possível, alternar com o uso dos óculos —, alguns colírios podem ser aliados para manter a lubrificação ocular e evitar que, no fim do dia, os olhos estejam cansados.

Ou seja, sim, quem usa lentes pode usar colírios. Mas antes de ir à farmácia, é preciso ter orientação médica pois são apenas alguns produtos específicos que podem ser pingados.

Segundo o oftalmologista, Dr. Michel Rubin, “procura-se usar colírios sem conservantes ou com conservante que não vai agredir a lente de contato. Com esses colírios adequados não é necessário remover a lente”.

Em geral, são aqueles que lubrificam os olhos, semelhantes às lágrimas naturais, podendo ser usados ao longo do dia, junto às lentes.

Aqueles outros medicamentos, que agem como tratamentos, não devem ser pingados quando as lentes estão colocadas, pois podem danificar o produto ou, ainda, afetar a ação medicamentosa.

Como e onde armazenar o colírio?

Respeitar o prazo de validade é importante para que os colírios não tragam riscos à saúde. Mas, além disso, os medicamentos devem sempre ser armazenados em locais protegidos do sol, da umidade e sempre na embalagem original.

Preço dos colírios mais populares

Encontrados em farmácias físicas e online, os colírios possuem faixas de preço de acordo com a finalidade, apresentação e marca.

Para encontrar as melhores ofertas, você pode usar o comparador de preços Consulta Remédios.

Entre as opções mais populares estão:

Systane UL

O medicamento é do tipo colírio lubrificante, reduzindo o desconforto, melhorando a hidratação e mantendo a lubrificação necessária. Sua indicação é para alívio dos sintomas de olho seco.

Pode ser encontrado, em média, entre R$20 e R$30.

Moura Brasil

O colírio age como amenizador de irritações, sendo do tipo vasoconstritor (descongestionante). A indicação é para irritações causadas por agentes externos, como poeira e fumaça.

Em média, o preço varia entre R$10 e R$18.

Decadron

O colírio é um anti-inflamatório corticoide, à base de dexametasona, indicado ao combate de reações inflamatórias como ceratite ou conjuntivite.

A faixa de preço fica entre R$9 e R$12.

Tobrex

O medicamento é um agente antibiótico, que age no combate às infecções bactericidas.

É possível encontrar a versão Tobrex solução oftalmológica, na faixa de preço de R$25.

Maxitrol

O colírio é uma associação de antibiótico com corticoide, sendo indicado para condições inflamatórias acompanhadas ou com risco de infecção bactericida.

Pode ser encontrado na versão Maxitrol suspensão, na faixa de R$15.

Cilodex

Encontrado na versão Cilodex suspensão e Cilodex pomada, o colírio tem ação antibiótica e anti-inflamatória à base de corticoides.

Ambos ficam na média de R$32.

Still

O colírio tem ação anti-inflamatória, mas sem o uso de corticoides. À base de diclofenaco sódico, o medicamento pode ser encontrado por cerca de R$11.

Efeitos colaterais

Em geral, os colírios lubrificantes não apresentam muitos efeitos indesejáveis ou adversos. A não ser que a pessoa seja sensível ou alérgica aos componentes da fórmula, o uso é bem tolerado, desde que feito sob orientação médica.

Em alguns casos, pode ocorrer coceira ou irritação, deixando os olhos vermelhos e a visão embaçada. Nesses casos, o uso deve ser suspendido e o médico deve ser informado.

Menos frequente, também pode ocorrer a intensificação do lacrimejamento devido à irritação.

Quais os riscos dos colírios antialérgicos?

Assim como outros medicamentos anti-histamínicos, os colírios podem causar sonolência, lentidão dos reflexos, irritação, edemas (inchaço) nas pálpebras, além de poder acentuar o ressecamento.

Quais os riscos dos colírios vasoconstritores?

Esse tipo de medicamento está associado ao surgimento de alterações cardíacas, elevação da pressão arterial, aceleração da catarata ou, até mesmo, precipitações patologias oculares mais graves como o glaucoma devido à presença de corticoides, como aponta a oftalmologista Liliane Back Ferré.

No decorrer do tempo, podem ocorrer danos permanentes ao nervo óptico, levando à redução ou perda de visão.

Sintomas adversos comuns podem incluir vermelhidão ocular, coceira, dores de cabeça, visão turva e náuseas.

Além disso, o uso prolongado pode fazer com que os efeitos sejam, gradualmente, reduzidos, diminuindo a ação das substâncias no organismo.

Quais os riscos dos colírios antibióticos?

Além das alergias e sensibilidades, que podem agravar a irritação e sensibilidade ocular, os colírios antibióticos podem causar a queda da imunidade ou criar resistência do agente infeccioso, fazendo com que futuras infecções bacterianas sejam combatidas com mais dificuldade.

Quais os riscos das lágrimas artificiais?

Em geral, há dois fatores para serem considerados como perigosos.

O primeiro se refere às alergias aos componentes. Assim, quando há sensibilidade, pode ocorrer vermelhidão ou desconforto ao aplicar o produto.

Porém, outro fator importante e que merece bastante atenção é a possibilidade de mascarar o problema ocular.

Quando colírios são usados sem prescrição médica, eles podem minimizar os sintomas, fazendo com que os diagnósticos sejam tardios.

Dicas e tratamentos associados

Seja para otimizar a ação do colírio ou para melhorar o conforto quando a visão está cansada (e não há indicação médica para o uso do medicamento), algumas opções podem ser bastante eficientes.

Medidas simples que auxiliam a evitar infecções, reduzir os riscos de alergias e irritações nos olhos podem ser adotadas e melhorar a saúde dos olhos.

Remova a maquiagem

Quem usa maquiagem ou produtos cosméticos, sobretudo na região dos olhos, pode ter mais propensão a sofrer com irritação ocular.

E não precisa ser exatamente o lápis de olhos, passado na linha d'água ou rente aos cílios. Qualquer produto que esteja próximo à pálpebra pode gerar sensibilidade.

Por isso, antes de dormir, é ideal limpar bem a pele e a região dos cílios.

O uso de produtos adequados, como adstringentes, sabonetes demaquilantes ou neutros, além de lenços específicos para a limpeza, como o Systane Lid Wipes, são boas opções.

Não coce ou leve as mãos sujas aos olhos

A coceira surge e é quase inevitável levar a mãos aos olhos. Porém, uma série de microrganismos podem invadir a região ocular e causar irritações.

Às vezes, não precisa ser necessariamente um agente infeccioso, mas apenas um produto — como creme ou álcool em gel — os responsáveis pela irritação.

Faça compressas

Olhos irritados podem ser melhorados com a aplicação de compressas frias. O ideal é não usar nenhuma substância química, somente água filtrada.

É possível aplicar com algodão ou pano limpo, deixando a compressa agir por alguns minutos.

Evite compartilhar objetos

Maquiagens, toalhas de rosto, pincéis e os próprios colírios não devem ser compartilhados, pois podem favorecer a transmissão de agentes infecciosos.

Colírio para cachorro

Os olhos são regiões sensíveis até para os bichinhos. Assim como nós, eles também sofrem com a poluição, tempo seco ou alterações na produção lacrimal.

Além disso, há aqueles casos em que o cachorro foi afetado por alguma infecção ou alergia, sendo necessário usar medicamentos como antibióticos ou corticoides.

Existe uma série de colírios feitos especialmente para cuidar da saúde dos olhos dos pets, então é sempre importante consultar o veterinário para verificar a necessidade e a melhor opção.

Mas é necessário lembrar que, mesmo após o diagnóstico e a compra do medicamento, o problema pode não estar resolvido. Isso porque aplicar um colírio no cachorro pode ser uma tarefa um pouco mai complicada.

Mas algumas dicas pode facilitar, deixando o dono e o pet mais confortáveis:

  • Higienize as mãos;
  • Deixe próximo todos os materiais e produtos necessários (colírio, algodão, toalha);
  • Abrace ou envolve o cão, de modo que ele não possa sair;
  • Seguro o cabeça ou posicione as mãos por baixo do focinho, mantendo a cabeça imóvel;
  • Puxe com cuidado a pálpebra inferior, de modo que forme um pequena bolsa;
  • Deposite as gotas na bolsa e solte o cão.

Perguntas frequentes

Posso comprar colírio sem prescrição médica?

Em alguns casos, pode ser perigoso comprar colírio sem a indicação do médico. Saiba por que:

Posso usar dois colírios juntos?

Se o oftalmologista receitou, pode. O ideal é sempre conversar com o especialista para verificar quais os melhores horários para pingar cada um.

Quando for necessário o uso conjunto, como aponta a Doutora em Farmacologia Francielle Tatiana Mathias, deve-se respeitar um intervalo entre cada medicamento, que pode ser de aproximadamente 5 a 15 minutos, ou conforme orientação médica.

Colírios podem trazer riscos à visão?

Sim. Assim como outros medicamentos, o uso inadequado ou sem necessidades dos colírios pode afetar a saúde ocular.

De acordo com Dra. Liliane Back Ferré, oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, usados de forma irregular, eles podem levar a danos irreversíveis à visão.

Entre as condições, podem ocorrer danos à córnea com o uso irregular de alguns colírios com corticoides, ou ainda resistência bacteriana, nos casos de antibiótico.

A Doutora em Farmacologia, Francielle Tatiana Mathias, ainda destaca que até aqueles produtos que podem ser adquiridos sem prescrição médica precisam ser usados com cautela, pois pode haver sensibilidade aos componentes ou efeitos colaterais.

Posso guardar e usar o mesmo colírio?

Apesar dos antibióticos necessitarem de receita, há quem ache que vale a pena guardar o medicamento caso ocorra outra infecção futuramente.

Porém, há riscos associados à ação e que não devem ser ignorados.

Primeiro, somente um profissional pode avaliar a condição e diagnosticar a infecção por bactérias.

Apesar de, muitas vezes, os sintomas serem semelhantes, nem sempre as condições são tratadas da mesma forma ou com os mesmos medicamentos.

Outro fator de risco, é que o colírio aberto pode ser infectado por agentes externos ou, até mesmo, contaminado pela própria bactéria causadora da doença. Isso faz com que a utilização do produto coloque em risco a saúde ocular.

Por fim, a falta de cuidado no armazenamento e o prazo de validade podem ser afetados, alterando o produto. Por isso, o ideal é nunca armazenar os colírios para futuras infecções ou necessidades.

Se for necessário, é preciso consultar um médico e seguir a orientação.

Solução para lente de contato é colírio?

Não. Eles são ideais para higienizar e armazenar as lentes, evitando o ressecamento e a contaminação delas.

Existem também diversas opções, que podem ser indicadas apenas para evitar o ressecamento do produto, além de limpar e remover lipídeos e proteínas. Dentre as soluções estão: Opti-Free RepleniSH, Opti-Free Puremoist, Opti-Free Express e Clear Care.

Esses produtos não são formulados para serem aplicados nos olhos, como aponta Dra. Liliane Back Ferré.

Eles “contém compostos desenvolvidos especificamente para limpeza do material que é feito a lente de contato, e não para superfície ocular. O uso pode alterar o equilíbrio da lágrima e prejudicar os olhos ou até a visão”, diz.


O uso de colírios pode ser bastante benéfico à saúde dos olhos desde que as recomendações de uso sejam sempre orientadas pelo profissional.

Muitas vezes, se usados indiscriminadamente, podem trazer riscos ao paciente. Por isso, a orientação médica é fundamental.

Leia mais dicas e informações no Minuto Saudável!

Fontes consultadas

  • Dra. Francielle Tatiana Mathias (CRF/PR 24612), farmacêutica generalista (CRF/PR 24612) com mestrado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual do Centro-Oeste e doutorado em Farmacologia pela Universidade Federal do Paraná;
  • Dra. Liliane Back Ferré (CRM/PR 26678), médica oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná. Especialista em Córnea, Lentes de contato e Catarata, com ênfase em atuação no Segmento Anterior.
  • Dr. Michel Rubin (CRM/PR 31939), graduado em Medicina pela PUC-PR. Residência Médica em Oftalmologia pela Santa Casa de São Paulo e Universidade da Califórnia de San Francisco. Especialista em Catarata, Glaucoma e Cirurgia Refrativa. Diretor Clínico da CEVIPA Oftalmologia.
Imagem do profissional Francielle Mathias
Este artigo foi escrito por:

Dra. Francielle Mathias

CRF/PR: 24612CompletarLeia mais artigos de Dra. Francielle
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