Atualmente, a doença de Alzheimer afeta aproximadamente 40 milhões de pessoas no mundo. Cientistas especulam que, até 2050, o número total de pessoas afetadas chegue a 150 milhões.

Por isso, se dê a chance de conhecer mais sobre essa patologia no texto a seguir.

Índice – neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:

  1. O que é a Doença de Alzheimer?
  2. “Mal de Alzheimer” ou “Doença de Alzheimer?
  3. Tipos
  4. Fases da doença de Alzheimer
  5. Como o Alzheimer foi descoberto?
  6. Causas
  7. Fatores de risco
  8. Sintomas
  9. Como é feito o diagnóstico?
  10. Diagnóstico precoce
  11. Tem cura?
  12. Qual o tratamento?
  13. Medicamentos
  14. Como conseguir os remédios de graça?
  15. Convivendo
  16. Prognóstico
  17. Complicações
  18. Como prevenir a Doença de Alzheimer?
  19. Como funciona a interdição do paciente com Alzheimer?
  20. Quais os direitos do portador de Alzheimer?
  21. O que fazer para conseguir isenção do imposto de renda?
  22. Perguntas frequentes

O que é a Doença de Alzheimer?

Também conhecida por “esclerose”, “caduquice” ou “mal de Alzheimer”, a Doença de Alzheimer é uma enfermidade incurável, de caráter neurodegenerativo, que se agrava ao longo do tempo.

A condição provoca a eliminação de células nervosas e a perda de tecido cerebral. Ao progredir, o cérebro do paciente encolhe de tamanho, o que afeta todas as suas funções.

No cérebro do paciente, há o encolhimento do córtex, o que danifica as regiões envolvidas com os pensamentos, planos e lembranças.

Há também o encolhimento do hipocampo, uma região do córtex que exerce um papel importante na formação de novas lembranças.

Dessa forma, o paciente apresenta uma perda cognitiva séria, sendo que os ventrículos, que são os espaços preenchidos por fluido dentro do cérebro, ficam maiores, já que o cérebro como um todo encolheu.


A doença tem início com demência (principal causa) e/ou perda das funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem) e afeta majoritariamente pessoas idosas.

Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.

Leia mais: Exame de sangue pode indicar riscos de Alzheimer 16 anos antes

Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), no Brasil há cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos e 6% desses sofrem de Alzheimer.

Nos EUA é a quarta doença que mais mata pessoas idosas entre 75 e 80 anos, perdendo apenas para o infarto, o derrame e o câncer.

A doença pode ser encontrada na Classificação Internacional de Doenças através dos códigos:

  • G30.0 – Doença de Alzheimer com início precoce;
  • G30.1 – Doença de Alzheimer com início tardio;
  • G30.8 – Outras formas de doença de Alzheimer;
  • G30.9 – Doença de Alzheimer não especificada.

“Mal de Alzheimer” ou “Doença de Alzheimer?

O termo considerado o mais correto é “Doença de Alzheimer”.

O outro termo “Mal de Alzheimer”, para pacientes e médicos, remete a uma condição negativa ou pejorativa. Ainda que estar doente não seja, nunca, agradável, o termo doença se associada a condições contornáveis, tratáveis ou, ao menos, sem tantos estigmas.

Atualmente, é preferível não usar “Mal de Alzheimer”.

Tipos

Esta doença pode ser classificada em dois tipos, que se diferenciam de acordo com a época da vida em que os sintomas começaram a se manifestar:

Início tardio

Diz respeito aos casos nos quais as pessoas manifestam os sintomas com 65 anos ou mais.

É o tipo mais frequente de Alzheimer e os riscos parecem ser maiores quando o paciente tem parentes de primeiro grau, como pai ou mãe, que já tiveram a doença.

O interessante, porém, é que mesmo se o pai e a mãe tiverem o gene do Alzheimer e o transmitirem para o filho, o paciente pode não desenvolver a doença.

Início precoce

O início precoce ocorre quando os primeiros sintomas da doença começam a se manifestar antes dos 65 anos.

Esse tipo de Alzheimer está diretamente relacionado a genes que sofreram mutações e causaram alterações nas proteínas beta-amiloide do cérebro, levando as pessoas a apresentar os sintomas mais cedo.

Essa é uma forma menos comum, porém mais grave, pois sua evolução é mais acelerada.

Fases da doença de Alzheimer

O Alzheimer é uma doença progressiva. Seus sintomas vão se manifestando com o tempo e, especialmente nos estágios iniciais, podem passar despercebidos pela família e pelo próprio paciente.

A velocidade com a qual a doença progride varia bastante. As mudanças estruturais no cérebro e a perda de neurônios começam, em média, de 15 a 20 anos antes de aparecerem os primeiros sintomas.

No geral, as pessoas com Alzheimer vivem 8 anos após o diagnóstico, mas existem muitos casos de pacientes que podem sobreviver por até 20 anos.

Toda essa variação acontece porque tudo depende de vários fatores, como a idade do paciente, quando recebeu o diagnóstico e a presença de outros problemas de saúde mais graves.

Ainda assim, a doença de Alzheimer pode ser categorizada dentro de algumas fases específicas. Segundo informativos da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), elas são bem características. Entenda:

Fase inicial

É difícil que os sintomas do estágio inicial sejam percebidos rapidamente, até porque muitos deles podem parecer, para família, para os amigos, para os médicos e até para o próprio paciente, como consequências da velhice.

As alterações cognitivas dessa fase podem começar 20 anos ou até mais antes do diagnóstico.

Como a doença é gradual, é difícil ter certeza de quando, exatamente, o Alzheimer começa. Dentre os sintomas que podem ser apresentados pelo paciente, incluem-se:

  • Problemas com a fala (problemas de linguagem);
  • Perda significativa de memória — mais especificamente para coisas que acabaram de acontecer;
  • Não saber a hora ou o dia da semana;
  • Perder-se em locais familiares;
  • Ter dificuldade para tomar decisões;
  • Ficar inativo ou desmotivado;
  • Apresentar mudanças de humor, depressão e ansiedade;
  • Reagir com raiva incomum ou agressividade em determinadas ocasiões;
  • Apresentar perda de interesse por hobbies e outras atividades.

Fase intermediária

Conforme a doença progride, os sintomas e as limitações causadas pela enfermidade começam a ficar mais evidentes. Nessa fase, a expectativa de vida varia de 2 e 10 anos.

O paciente começa a apresentar mais dificuldades com a vida no dia a dia e pode:

  • Ter grandes problemas de memória, especialmente com eventos recentes e o nome de outras pessoas;
  • Ter dificuldade de viver sozinho;
  • Ficar incapaz de cozinhar, limpar ou fazer compras;
  • Tornar-se extremamente dependente de um membro familiar ou cuidador;
  • Necessitar de ajuda para higiene pessoal;
  • Apresentar dificuldade com a fala;
  • Se perder com facilidade, tanto em casa quanto fora dela;
  • Repetir perguntas muitas vezes e gritar;
  • Em alguns casos, é possível ter alucinações.

Fase avançada

O estágio avançado da doença de Alzheimer é o mais próximo da dependência total e da inatividade. Nessa fase, a expectativa de vida varia de 1 a 5 anos. Os distúrbios de memória são muito graves e o lado físico da doença se torna mais evidente. O paciente pode:

  • Ter dificuldades para comer;
  • Ficar incapacitado de se comunicar;
  • Não reconhecer parentes, amigos e objetos familiares;
  • Ter dificuldade de entender o que acontece ao seu redor;
  • Ser incapaz de encontrar seu caminho de volta para casa;
  • Ter dificuldades para caminhar;
  • Ter incontinência urinária ou fecal;
  • Manifestar comportamento inapropriado em público;
  • Necessitar de cadeira de rodas ou ficar acamado.

Como o Alzheimer foi descoberto?

Em 1907, o psiquiatra Alois Alzheimer descreveu o cérebro de uma mulher de 56 anos de idade com demência.

Cinco anos antes de sua morte, ela apresentou perda de memória progressiva e rapidamente, perdia-se em sua vizinhança e, eventualmente, em seu próprio apartamento, além de ter fantasias sobre ser assassinada.

Nessa época, a paciente já estava internada, estava desorientada e apresentava dificuldades com a linguagem (ler, escrever e denominar) além de não conseguir aprender nenhum material novo.

A autópsia dessa paciente revelou um cérebro com volume reduzido, porém sem grandes anormalidades. Exames laboratoriais feitos por Alzheimer demonstraram a presença do que foi chamado, à época, de “placas senis”.

Foi só quase 100 anos depois da descoberta, no final do século XX e início do XXI, que os cientistas começaram a entender o que exatamente acontecia no cérebro de um paciente com Alzheimer graças aos avanços da neurociência.

Dessa forma, apesar de ainda não se saber ao certo o que exatamente causa o Alzheimer, foi possível descobrir o que eram essas “placas senis” e como elas se formam no cérebro à medida que envelhecemos.

Causas

Todas as ações que tomamos no dia a dia, desde piscar, respirar até desenvolver tarefas complexas, como fazer um desenho realista de uma paisagem, envolvem a troca de informações entre neurônios.

Durante o processo de transmitir a informação, os neurônios liberam neurotransmissores, que são quem garante a comunicação entre essas células e, por consequência, todos os outros processos no nosso corpo.

O problema é que, além de liberar os neurotransmissores, durante a comunicação, os neurônios liberam um pequeno peptídeo chamado de beta-amiloide.

Normalmente, a beta-amiloide é retirada e metabolizada pela micróglia, a célula “faxineira”.

A principal hipótese levantada pela ciência é de que o Alzheimer começa a acontecer quando ocorre um acúmulo da beta-amiloide no cérebro.

Se esse peptídeo é liberado em excesso ou não é retirado corretamente, a comunicação entre os neurônios começa a ficar comprometida, pois as beta-amiloides se aglomeram, formando depósitos grudentos chamados de amiloides — justamente aquilo que Alois Alzheimer chamou de “placas senis”.

Conforme a doença progride, o esse acúmulo se intensifica, comprometendo mais regiões do cérebro, o que causa os sintomas de perda de memória, comprometimento das funções cognitivas e motoras, e todas as complicações da doença de Alzheimer.

Leia mais: Vírus da herpes pode ser uma das causas do Alzheimer

Fatores de risco

Existem diversos fatores de risco envolvendo o Alzheimer. Entenda:

Idade

A idade é, com certeza, o fator de risco mais conhecido para o desenvolvimento do Alzheimer. Após os 65 anos, o risco de se desenvolver a doença dobra a cada 5 anos.

Sexo

Por alguma razão, as mulheres parecem ter um risco maior de desenvolver a doença, contudo, esse risco pode estar relacionado ao fato das mulheres, em média, viverem mais tempo que os homens.

Tabagismo

Um artigo publicado em 2007 no periódico Breteler Neurology demonstrou que o tabagismo está diretamente associado ao risco de desenvolver demência ou a doença de Alzheimer na velhice por conta das propriedades mutagênicas do cigarro.

Em outras palavras, isso quer dizer que o hábito de fumar pode causar alterações genéticas que favorecem o desenvolvimento da doença.

Histórico familiar

Ter casos de Alzheimer na família pode ser considerado um fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer. Se os seus pais ou irmãos desenvolveram a doença, a probabilidade de você também desenvolvê-la é maior, apesar de não ser determinante.

Apesar de não se saber exatamente quais os mecanismos da doença, fatores hereditários, ambientais e de estilo de vida podem ter influência sobre o seu desenvolvimento.

Genética

O gene APO4 é um gene que aumenta a presença de beta-amiloide no cérebro, entretanto, você pode herdar uma cópia deste gene tanto da sua mãe quanto do seu pai e ainda assim não desenvolver a doença de Alzheimer.

Ou seja, apesar de ser um fator de risco, a genética, por si própria, não é um fator determinante para o desenvolvimento de Alzheimer.

Sono irregular

O sono é um momento de “limpeza” do cérebro. Quando dormimos, as células gliais (um tipo de célula neuronal) “lavam” o líquido cefalorraquidiano pelo cérebro, limpando o lixo metabólico que se acumulou durante as sinapses.

Uma única noite passada em claro pode levar a um aumento da beta-amiloide. O pior é que isso atrapalha o sono, que aumenta a presença de beta-amiloide em um círculo vicioso que acelera a degradação das células cerebrais.

Leia mais: Distúrbios do sono aumentam as chances de ter Alzheimer

Problemas cardiovasculares

Estudos publicados no Journal of Internal Medicine demonstraram que pelo menos 80% das pessoas com Alzheimer também apresentam problemas cardiovasculares.

Diabetes tipo 2

A diabetes tipo 2 é um dos fatores de risco mais conhecidos para o desenvolvimento de Alzheimer. Os estudos ainda demonstram que o declínio cognitivo dos pacientes com Alzheimer era maior nas pessoas com diabetes tipo 2.

Colesterol alto

Um estudo publicado na Nature Neuroscience demonstrou que o aumento de colesterol afeta a retirada da beta-amiloide, o que aumenta os riscos para o desenvolvimento de Alzheimer.

Traumas na cabeça

Pessoas que tiveram um traumatismo craniano moderado ou grave, como uma pancada na cabeça ou ferimento no crânio, que cause amnésia ou perda de consciência por mais de 30 minutos, têm um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer.

Lutadores profissionais, por exemplo, que se expõem bastante a pancadas na cabeça, possuem uma maior chance de desenvolver demências e deficiências na capacidade de pensar.

Isso porque, a cada impacto, o cérebro balança dentro do crânio, batendo no osso e fazendo microlesões que, por sua vez, podem aumentar o acúmulo de amiloide no cérebro.

Obesidade

A obesidade é um fator de risco para diabetes, doenças cardiovasculares, bem como para o colesterol alto. Dessa forma, se apresenta como um forte fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer.

Sintomas e sinais

Os sintomas do Alzheimer começam com o paciente perdendo algumas funções intelectuais, reduzindo suas capacidades de trabalho e de relação social. Esses sintomas começam a interferir tanto no comportamento quanto na personalidade da pessoa.

Veja os principais sintomas da doença de Alzheimer:

Perda de memória

A perda de memória é o sintoma mais conhecido do Alzheimer. Conforme ela persiste e piora, começa a afetar as capacidades do paciente em casa e no trabalho. Nesse sentido, pessoas com Alzheimer podem:

  • Afirmar e perguntar a mesma coisa repetidamente, sem perceber que já fizeram a pergunta ou afirmação antes;
  • Esquecer conversas, compromissos ou eventos;
  • Perderem-se em lugares familiares;
  • Eventualmente, esquecer os nomes de membros da família e objetos do cotidiano;
  • Ter dificuldade em encontrar as palavras certas para identificar objetos, expressar pensamentos ou participar de conversas.

Dificuldade de pensar e raciocinar

A doença de Alzheimer causa dificuldade de concentração, especialmente com números. Os pacientes também apresentam dificuldade em multitarefa e no gerenciamento das finanças.

Conforme essas dificuldades progridem, o suporte familiar se faz necessário.

Dificuldade em tarefas familiares

Atividades da rotina que exigem etapas sequenciais, como planejar e cozinhar uma refeição, e até mesmo tomar banho podem se tornar mais difíceis conforme a doença progride.

Eventualmente, as pessoas com a doença de Alzheimer podem esquecer de executar tarefas básicas como comer ou se vestir.

Mudanças de personalidade e comportamento

As alterações cerebrais provocadas pelo acúmulo de amiloide no cérebro podem afetar a maneira como o paciente age e se sente. Por esse motivo, pessoas com Alzheimer podem apresentar:

  • Depressão;
  • Apatia;
  • Retraimento social;
  • Mudanças de humor;
  • Desconfiança dos outros;
  • Irritabilidade e agressividade;
  • Mudanças no hábito do sono;
  • Perda das inibições;
  • Delírios, como acreditar que algo foi roubado.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da doença de Alzheimer é um tanto complicado até para o médico, pois especialmente os sintomas iniciais podem ser confundidos com sintomas normais do envelhecimento.

O especialista mais recomendados para realizar o diagnóstico e acompanhar o paciente é o geriatra, psiquiatra geriátrico ou neurologista.

A doença só pode ser confirmada de fato através de um exame microscópico do tecido cerebral. Como a extração de um pedaço do tecido cerebral é uma operação muito arriscada, esse exame só é feito depois da morte do paciente, visando confirmar a suspeita.

Isso faz com que o diagnóstico da doença seja clínico, isto é, tudo vai depender da avaliação do médico, a partir de alguns exames, testes e da história do paciente.

Para ajudar na sua investigação, o médico pode pedir exames de sangue e de imagem, como tomografia e ressonância magnética. Eles são feitos, em sua grande maioria, não para confirmar o diagnóstico, mas para eliminar hipóteses de outras doenças.

Há uma avaliação aprofundada das funções cerebrais, além de uma avaliação neuropsicológica que envolve o uso de testes para que se verifique o funcionamento cognitivo do paciente.

Ao associar os resultados dos exames ao histórico médico e à história de vida do paciente, bem como aos relatos dos familiares, é possível chegar a um diagnóstico mais preciso.

Todo esse cuidado deve ser tomado porque a doença de Alzheimer não pode ser considerada como a principal hipótese para qualquer quadro demencial.

Existem outras doenças, como a doença vascular cerebral, e medicamentos que podem prejudicar a cognição também, causando sintomas parecidos com a doença de Alzheimer.

Diagnóstico precoce

O Alzheimer pode ser identificado antes da presença de quadros de demência. Nessa fase, o paciente recebe o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve devido à doença de Alzheimer.

Essa hipótese normalmente é levantada quando se identificam alterações cognitivas relatadas pelo próprio paciente ou por pessoas próximas.

Problemas leves para executar tarefas complexas anteriormente habituais, como pagar contas, preparar uma refeição ou fazer compras são indícios desse quadro.

Nesses casos, o paciente pode demorar mais para executar atividades, ser menos eficiente e cometer mais erros, apesar de conseguir manter sua independência com o mínimo de assistência.

Infelizmente, não é possível saber com certeza se esses quadros evoluirão para a demência.

Por essa razão, é importante ressaltar que o paciente e o familiar devem procurar um profissional qualificado para fazer uma avaliação cuidadosa, que descarte toda e qualquer outra suspeita que possa passar despercebida.

Novas tecnologias, baseadas na análise de biomarcadores de beta-amiloide (as placas senis) e de proteína tau (os emaranhados neurofibrilares) estão sendo estudadas para auxiliar no diagnóstico da doença de Alzheimer.

Essas análises, entretanto, ainda não são indicadas para a prática clínica, pois não foram testadas o suficiente.

Tem cura?

Não. Infelizmente, a ciência ainda não descobriu uma cura para o Alzheimer.

Contudo, nos últimos 20 anos, avanços significativos foram alcançados na neurociência, deixando o entendimento da doença e a sua possível cura cada vez mais próximos.

Qual o tratamento?

O tratamento da doença de Alzheimer inclui o uso de medicamentos que melhoram os sintomas específicos, como as alucinações e anormalidades do sono.

Fora do tratamento medicamentoso, é possível buscar por terapias alternativas que melhorem a qualidade de vida do paciente com Alzheimer. Dentre elas, podemos citar:

Terapia de validação

A terapia de validação defende que, ao invés de tentar trazer o paciente com demência para a realidade objetiva, é muito mais proveitoso entrar na realidade do paciente.

Dessa forma, a empatia é desenvolvida com o paciente, de forma que se constrói confiança e uma sensação de segurança, o que, por sua vez, reduz o estresse e a ansiedade causada pela doença.

Muitos familiares e cuidadores relatam benefícios para si próprios, assim como para o paciente, devido a uma redução no número de conflitos.

Essa terapia se baseia na ideia de que a pessoa, caso tenha experienciado uma perda severa da memória a curto prazo e já não consiga utilizar o pensamento ou compreender o presente, tem mais propensão a reviver o passado.

Para a pessoa com Alzheimer, essa pode ser uma forma de resolver conflitos não terminados, aliviar experiências traumáticas do passado ou afastar-se do presente, de onde já não tem mais controle.

Alguns pacientes costumam oscilar entre momentos em que estão no presente e outros em que estão no passado. Apesar de possuir relatos positivos, muitos familiares e cuidadores expressam preocupação de que a validação envolve mentir sobre a realidade para a pessoa com demência.

Contudo, uma descrição mais precisa dessa abordagem é a de que evita desafiar a realidade na qual o paciente com Alzheimer está vivendo.

Um exemplo: se o paciente com demência acredita estar esperando que os filhos retornem da escola, apesar deles já estarem na meia-idade, os familiares e cuidadores que utilizam dessa terapia não discutem o ponto de vista da pessoa, nem esperam que o paciente tenha consciência do seu comportamento.

Ao invés de confrontar o paciente informando que os filhos já são adultos e não vão à escola, os familiares concordam e podem tentar levá-lo a praticar outra atividade, como comer, ver televisão ou tricotar, fazendo com que ele se esqueça da ideia de que está esperando os filhos.

Ou seja, em vez de corrigir aquilo que a pessoa acredita, a abordagem de validação propõe o reconhecimento e empatia com os sentimentos por trás do comportamento expresso.

Musicoterapia

A música pode ser uma grande aliada para se comunicar e trazer mais qualidade de vida para a pessoa com Alzheimer. É frequente que o paciente ainda consiga apreciar canções e sons familiares antigos mesmo depois de já terem perdido diversas capacidades.

Isso acontece porque a música ativa diversas áreas do cérebro, em especial aquelas relacionadas à memória, o que faz com que um simples trecho de uma música possa desencadear lembranças e sentimentos antigos.

A grande vantagem da música é que não requer uma atenção prolongada e que pode, também, desencadear reminiscência, que é quando o paciente tem uma melhora dos sintomas e consegue se lembrar de coisas que não lembrava mais.

Conhecer o que a pessoa gosta e não gosta musicalmente é vital para o sucesso dessa abordagem.

Dessa forma, a música pode ser utilizada tanto como uma terapia formal, quanto como uma simples forma de diversão, auxiliando no controle de comportamentos difíceis e acalmando o paciente.

Contar com a ajuda de musicoterapeutas também é uma opção, já que eles possuem um extenso treino na utilização da música em pessoas com demência e em lidar com comportamentos complexos.

Veja um exemplo de como a música pode ajudar um paciente com Alzheimer a se reconectar com o passado, com suas memórias e consigo mesmo:

Reminiscência

A reminiscência é uma maneira de rever acontecimentos passados e é uma atividade que pode ser muito positiva e gratificante.

Mesmo que a pessoa com a doença de Alzheimer não consiga participar verbalmente, ela pode ainda sentir prazer em estar envolvida nas reflexões sobre o seu passado. Quando ela está aborrecida, a reminiscência pode ser um meio de distração.

Contudo, mesmo que o hábito de rever o passado possa fornecer um sentimento de paz e felicidade, ele também pode avivar memórias tristes e dolorosas.

Por essa razão, é importante estar atento às reações do paciente, caso isso aconteça. Se a pessoa estiver em grande sofrimento, então será melhor usar outras formas de distração para reduzir a ansiedade.

Livro da vida

Fazer uma história cronológica do paciente com Alzheimer pode ajudar à reminiscência e fornecer informações às pessoas que interagem com ela.

O “livro da vida” é uma espécie de diário visual, semelhante a um álbum de fotografias familiar, no qual também podem ser incluídas cartas, cartões postais, certificados e outras recordações.

Um álbum de fotografias grande dura indefinidamente e aguenta bastante utilização.

No caso do livro da vida, todas as fotos devem ser identificadas, de forma que a pessoa com demência evite se perguntar quem é esta ou aquela pessoa.

O melhor a se fazer é limitar o número de informações por página a um único tópico, tendo, no máximo, de 2 a 3 itens em cada página.

Medicamentos

Não existem medicamentos que impeçam a progressão da doença de Alzheimer. Os medicamentos utilizados nesses casos buscam atacar sintomas secundários, como problemas de comportamento ou motores que o paciente venha a adquirir.

Segundo um levantamento feito pela clínica Cleveland, nos Estados Unidos, 99% dos medicamentos testados entre 2002 e 2012 contra o Alzheimer não trouxeram nenhum resultado positivo.

Toda essa dificuldade ocorre por conta do fato dos cientistas não saberem o que exatamente deve ser combatido.

Outro motivo para falta de remédios eficazes é o fato de que, nos estágios mais graves, mesmo que as amiloides sejam removidas, o dano causado aos neurônios do cérebro não pode ser revertido.

Somado a isso ao fato do diagnóstico ser normalmente tardio, a eficácia dos tratamentos medicamentosos tende a ser menor e não ajudar tanto a combater a progressão da doença.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde, através do Programa de Medicamentos Excepcionais, oferece de graça como tratamento para Alzheimer os seguintes medicamentos:

Esses medicamentos não impedem a evolução da doença, mas têm utilidade nos estágios iniciais, podendo amenizar ou retardar os efeitos do Alzheimer.

Mesmo assim, o tratamento pode trazer melhorias no comportamento e em outros aspectos da vida. Entenda:

Comportamento

Especialmente os pacientes mais idosos acabam manifestando sintomas como confusão agressividade e depressão. Para controlar esses problemas, remédios calmantes e neurolépticos podem ser indicados, entre eles:

Específicos

Buscando tratar a perda de memória, alguns medicamentos visam corrigir o desequilíbrio químico do cérebro, como:

Tais medicamentos normalmente funcionam melhor nos períodos iniciais da doença até a sua fase intermediária. Seus efeitos, por outro lado, podem ser temporários, já que a doença de Alzheimer progride independente do uso desses medicamentos.

Outro problema é o fato desses medicamentos possuírem diversos efeitos colaterais (especialmente gástricos), o que pode inviabilizar o uso.

O fato é que só uma parcela dos idosos apresenta melhora efetiva dos sintomas com o uso dessas substâncias anticolinesterásicas.

O medicamento Memantina (Ebix ou Alois), é uma exceção, pois atua de maneira diferente no organismo. Ele é mais utilizado nas fases intermediárias e avançadas do Alzheimer, melhorando, em alguns casos, a dependência do paciente para as tarefas do dia a dia.

Outros que podem ser indicados para o tratamento da doença de Alzheimer são:

  • Emama;
  • Eranz;
  • Exelon;
  • Memantina.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Como conseguir os remédios de graça?

Segundo a ABRAz, para requerer os medicamentos aprovados para a distribuição gratuita, é necessário apresentar uma série de documentos. Entenda:

Documentos emitidos pelo médico

O médico responsável deve emitir os seguintes documentos para que o paciente tenha acesso à medicação gratuita pelo Sistema Único de Saúde:

  • Laudo de solicitação/autorização do medicamento (3 vias);
  • Formulário 13 preenchido corretamente e sem rasuras;
  • Termo de consentimento informado (2 vias), preenchido e assinado pelo médico responsável;
  • Exame do mini-ensaio mental (teste específico para rastrear perdas cognitivas) realizado pelo paciente, analisado e assinado pelo médico;
  • Receita de controle especial (2 vias) contendo as seguintes informações:
    • Nome do princípio ativo, genérico ou substância principal do medicamento com a quantidade numérica mensal;
    • Dosagem medicamentosa, carimbo, assinatura e data.

Documentos do paciente

O paciente também deve apresentar alguns documentos para conseguir os remédios. São eles:

  • Cópia simples comum do RG (obrigatório) e do CPF (opcional);
  • Cópia simples de comprovante de residência;
  • Cópia simples do Cartão Nacional de Saúde/SUS;
  • Número de telefone, próprio ou para recados.

Locais de retirada

Na maior parte dos estados brasileiros, os locais para a retirada dos medicamentos são informados pelos próprios postos de saúde onde o paciente é atendido.

Quando estiver nos postos de saúde, pergunte aos profissionais responsáveis o endereço exato do local da retirada.

Convivendo

Conviver com a doença de Alzheimer é um grande desafio tanto para o paciente, quanto para os seus familiares e cuidadores. Por essa razão, fizemos algumas dicas para o portador da doença e para as pessoas em volta. Confira:

Para o portador da doença de Alzheimer

Receber a notícia de que se tem a doença de Alzheimer pode ser uma tarefa difícil. Para conviver melhor com a doença, trouxemos algumas dicas. Confira:

Saiba: você não vai morrer amanhã

Não é porque você foi diagnosticado com Alzheimer que a sua vida acabou. Ainda há um caminho a ser trilhado e diversos momentos a serem divididos com familiares e amigos próximos. Se agarre a eles e viva esses momentos com intensidade.

Você não vai perder sua memória emocional

Sim! Mesmo nos estágios avançados da doença você ainda vai poder sentir afeto, amor e carinho. Bem como ainda vai se emocionar ouvindo músicas e em outras situações.

Por mais que você não lembre do que você comeu no almoço, ainda vai se lembrar de como aquela refeição fez com que você se sentisse.

Se prepare para o desenvolvimento da doença

Conforme a doença progride, fica cada vez mais difícil para os portadores da doença conseguirem se divertir e passar o tempo, especialmente se os hobbies forem tarefas mais mentais, como ler e escrever.

Dessa forma, é preciso encontrar alguma outra atividade motora, que você possa desenvolver com as suas mãos, como desenhar, tocar algum instrumento ou fazer origami.

A doença de Alzheimer ataca a principalmente a cognição, o que torna o hábito de assistir televisão ou ler um livro menos atrativo, ao passo que habilidades manuais não se perdem com tanta facilidade.

Se preparando desse jeito, quando a doença se desenvolver, você vai ter um passatempo interessante para fazer durante bastante tempo.

Guarde recordações e as identifique

A perda da memória é o sintoma mais conhecido do Alzheimer.

Uma boa dica para preparar o terreno para o momento em que a fase da demência começar, é fazer álbuns de recordação em que você identifica todas as pessoas envolvidas e conta as histórias por trás das recordações, sejam elas fotos, cartas, postais, etc.

Para o familiar cuidador ou cuidador

A seguir, há dicas para as pessoas que vão atuar no suporte do paciente com Alzheimer. Confira:

Higiene pessoal

Muitos pacientes com Alzheimer podem evitar ou mesmo se recusar a tomar banho ou fazer a higiene bucal. Esses hábitos precisam ser preservados para garantir o bem-estar e qualidade de vida.

Por isso, nos casos de falta de higiene, é necessário um esforço em busca de estratégias que favoreçam a limpeza. Confira algumas dicas:

  • Crie rotinas de higiene, preferencialmente em um horário fixo. Se o paciente se recusar a tomar banho naquele momento, aguarde um pouco mais;
  • Tente fazer com que a hora do banho seja uma hora de relaxamento;
  • Confira se o paciente prefere o chuveiro, a ducha manual ou banheira. Se houver preferências, tente utilizá-las;
  • As banheiras devem ser utilizadas sob supervisão e somente por pacientes com boa desenvoltura motora;
  • Simplifique o banho o máximo possível, deixando-o breve;
  • Permita que o paciente banhe a si mesmo com a maior autonomia possível. Antes de fazer por ele, monitore suas ações e dê instruções verbalmente de forma objetiva. O cuidador familiar pode apenas ajudar nas ações ao invés de cumprir todas integralmente;
  • Verifique se o paciente está fazendo o uso adequado da escova dental, das próteses dentárias e produtos utilizados na higienização.
  • Repare se o paciente fica embaraçado ou envergonhado ao receber ajuda de um cuidador do sexo oposto e, nesse caso, procure ajuda de um cuidador do mesmo sexo;
  • Garanta um banheiro seguro, utilizando barras de segurança e assentos higiênicos. Tente tornar esse ambiente agradável, usando produtos interessantes e que chamem a atenção do paciente, como sabonetes especiais e hidratantes.

Vestuário

É possível que o paciente de Alzheimer não seja capaz de se vestir por conta própria, ou mesmo que perca o discernimento para fazer escolhas apropriadas de roupas.

Independente de qual for a situação, a intervenção do cuidador pode ser importante para auxiliar o paciente diante de qualquer eventual incapacidade.

Coisas que você pode fazer para melhorar a vida do paciente são:

  • Selecionar previamente 2 mudas de roupa e permitir que o paciente escolha. Garanta que as combinações sejam oportunas para a situação social e adequadas para a estação do ano e a temperatura do ambiente;
  • Deixe as roupas na ordem de colocação, para que o paciente, se possível, possa vestir-se sozinho. Se ele não conseguir, auxilie-o, dando instruções por etapas (peça a peça) e, se a dificuldade se mostrar persistente, ajude-o solicitando ao máximo sua participação, para garantir autonomia ao paciente;
  • Se o paciente tiver preferência por determinada roupa e insistir e reutilizá-la, procure providenciar outras do mesmo modelo, para que ele se sinta confortável e a roupa possa ser devidamente lavada;
  • Evite sapatos com solado de couro e chinelos, pois é mais fácil se envolver em acidentes com esses calçados. O paciente de Alzheimer deve utilizar sapatos que ficam presos aos pés e que possuam solado antiderrapante.

Riscos em casa

O ambiente onde o portador de Alzheimer vive pode oferecer riscos mesmo em situações que sempre fizeram parte dos hábitos do paciente.

As pessoas com Alzheimer e que moram sozinhas estão mais propensas a situações de risco, pois esquecimentos e acidentes podem demorar a ser percebidos — o paciente pode tentar cozinhar e esquecer o fogão ligado, por exemplo.

Por essa razão, é recomendável que a família esteja por perto monitorando sua rotina e verificando a presença de riscos. Confira algumas dicas:

  • Instale barras de segurança e redes de proteção nas janelas, retire os tapetes, deixe os caminhos livres de obstáculos e use piso antiderrapante;
  • Coloque trava de gás e fogão com travamento automatizado;
  • Mantenha medicamentos ou produtos tóxicos longe do alcance do idoso;
  • Monitore a temperatura da água do chuveiro, da torneira e do bidê para evitar queimaduras em momentos de higiene;
  • Controle o uso de ferro de passar roupa e monitore de perto as práticas culinárias;
  • Monitore o uso de lâminas e de utensílios de cozinha que possam gerar cortes;
  • Evite ambientes com escadas.

Risco financeiro

Com o tempo, o paciente com Alzheimer vai perdendo a sua capacidade de lidar com o dinheiro, fazer contas e ter noção de valor. Por isso, essas pessoas correm maior risco de sofrer assaltos, fazer grandes doações e perder dinheiro.

O uso de cartões magnéticos e senhas para operações bancárias pode ser um verdadeiro complicador no gerenciamento das finanças, pois é comum que o paciente perca a senhas e peça ajuda a estranhos, o que o deixa mais vulnerável a ações de má fé.

Quando o paciente faz uso inadequado dos recursos e se expõe a riscos, é preciso buscar alternativas seguras de transição de responsabilidades. Confira algumas dicas:

  • Verifique se as contas estão sendo pagas corretamente e se houve mudanças significativas no padrão de gastos;
  • Evite que o paciente tenha grandes quantidades de dinheiro em espécie;
  • Coloque contas em débito automático;
  • Se for possível, é interessante que um familiar de confiança tenha uma conta conjunta ao paciente;
  • Conte para o gerente do banco sobre a situação e peça para que, caso alguma movimentação estranha ocorra, a família seja avisada;
  • Nos estágios mais avançados da doença, é possível fazer interdição judicial, situação na qual uma pessoa próxima agirá em nome do paciente, é nomeada pelo judiciário.

Prognóstico

O prognóstico da doença de Alzheimer, por enquanto, não é muito otimista, pois a cura para a doença ainda não foi descoberta. Mesmo assim, existem tratamentos e eles são focados na melhora das funções cognitivas.

O seu objetivo é retardar a progressão da doença e ajudar a controlar a agitação, a confusão e outros sintomas, melhorando a qualidade de vida do paciente. Com educação, tratamento e apoio, é possível lidar muito bem com um diagnóstico da doença de Alzheimer.

Complicações

A progressão da doença de Alzheimer pode trazer diversas complicações para o paciente. Entenda:

Inquietação e agitação

A doença de Alzheimer pode fazer com que os pacientes apresentem períodos de agitação intensa e ansiedade. Isso ocorre, porque a capacidade de raciocinar e entender certas situações também é prejudicada, o que deixa o paciente confuso e agitado.

Algumas pessoas com a doença de Alzheimer também ficam agitadas quando se encontram fisicamente desconfortáveis. A agitação pode aumentar se ela não puder falar ou expressar como se sente.

Problemas de bexiga e intestino

Problemas na bexiga e no intestino são outras complicações da doença de Alzheimer. Conforme ela progride, o paciente pode não reconhecer mais as sensações de precisar usar o banheiro, além de ser incapazes de responder rapidamente aos impulsos.

Tudo isso pode ser resultado da mobilidade ou habilidades de comunicação limitadas. O paciente também pode ficar confuso e usar o banheiro em lugares inadequados, mas as pessoas ao seu redor podem o ajudar com isso.

Depressão

Algumas pessoas com a doença de Alzheimer podem ter depressão, por não saber lidar com as perdas cognitivas. Os sintomas podem incluir:

  • Problemas para dormir;
  • Mudanças de humor;
  • Reclusão social;
  • Dificuldade de concentração.

Como os sintomas da depressão podem ser muito semelhantes ao da doença de Alzheimer em si, identificar que o problema emocional está acontecendo pode ser um desafio. Nesses casos, consultar um psiquiatra geriátrico é sempre uma boa opção.

Quedas

A doença de Alzheimer pode afetar o equilíbrio e a coordenação motora. Os riscos de queda aumentam à medida que a doença se agrava, o que pode levar a fraturas ósseas.

Infecções

A doença de Alzheimer pode fazer com o que o paciente perca o controle das funções normais do corpo, o que faz com que eles se esqueçam de mastigar ou engolir. Se isso acontecer, eles têm um risco maior de inalar alimentos e bebidas.

Isso pode causar aspiração pulmonar e pneumonia, que podem ser fatais.

Vagar sem rumo

Pessoas com doença de Alzheimer podem sentir inquietação e insônia devido à ruptura em seus padrões normais de sono. Como resultado, eles podem sair de casa acreditando que estão fazendo uma missão ou indo trabalhar.

O problema é que alguns pacientes saem de casa à noite, quando todos estão dormindo e podem não lembrar o caminho de volta.

Desnutrição e desidratação

É importante que o paciente com Alzheimer coma e beba líquidos o suficiente. No entanto, isso pode ser difícil, pois eles podem se recusar a comer ou beber conforme a doença progride.

Além disso, eles podem se tornar incapazes de consumir alimentos e bebidas por causa da dificuldade em engolir.

Como prevenir a Doença de Alzheimer?

Ainda não se sabe as causas da doença de Alzheimer, entretanto, diversos são os fatores de risco que podem ser prevenidos. Confira alguns:

Pare de fumar

Se você fuma, pare. O tabagismo já foi associado a um maior risco de desenvolvimento de Alzheimer.

Exercite o cérebro

É muito importante manter o cérebro ativo. A inatividade cognitiva aumenta em 19% as chances de se desenvolver Alzheimer.

Além disso, há muitos exercícios que você pode fazer. Ler e aumentar o repertório cultural é somente um. Também é possível se engajar em jogos de que envolvam a memória e o raciocínio lógico, como palavras-cruzadas e jogos de tabuleiro.

Dê atenção ao sono

Um dos fatores de risco para o Alzheimer é um sono desregulado. Se a pessoa não dorme no mínimo 6 horas seguidas todos os dias,  sempre vai dormir em horários diferentes ou fica acordada até tarde muitos dias seguidos, está aumentado os riscos de desenvolver Alzheimer.

Isso porque a produção de amiloide está diretamente relacionada ao sono. É nessa fase que as células do cérebro limpam a amiloide da região e, se isso for prejudicado por noites mal dormidas, o risco de Alzheimer aumenta.

Tenha uma dieta balanceada

Uma dieta balanceada pode reduzir os riscos de diversas doenças além do Alzheimer, como diabetes, colesterol alto e doenças cardiovasculares, todas as 3 ligadas diretamente a uma maior chance de desenvolvimento de Alzheimer.

Então avalie os benefícios. Ao fazer uma dieta balanceada, você não se protege somente do Alzheimer como de outras incontáveis doenças.

Pratique exercícios aeróbicos

A prática regular de exercícios aeróbicos pode diminuir a presença da amiloide no cérebro, o que, por sua vez, acaba afetando o desenvolvimento da doença.

Leia mais: Exercício físico pode prevenir Alzheimer e melhorar memória

Como funciona a interdição do paciente com Alzheimer?

Para que a interdição aconteça, é necessária a avaliação do paciente por um perito médico, que irá atestar a sua capacidade de discernimento. O laudo emitido pelo especialista será encaminhado para o juiz, que pode decidir pela intervenção ou não.

A interdição do paciente com a doença de Alzheimer é feita através de processo judicial, sendo necessária a atuação de um advogado. Em casos específicos o Ministério Público pode atuar, sendo desnecessária a representação por advogado.

O paciente deve ser levado até a presença do juiz (quando houver a possibilidade) para que o magistrado possa conhecê-lo.

Dependendo da decisão do juiz, o representante do paciente com Alzheimer é nomeado curador e passa a exercer todos os atos da vida civil do paciente, administrando os bens, assinando documentos e tudo que se relaciona à vida cidadã do enfermo.

O paciente invalidado por conta da doença de Alzheimer recebe um acréscimo de 25% ao valor de sua aposentadoria quando precisar da assistência permanente de alguém.

Quais os direitos do portador de Alzheimer?

Desde 2002, o Brasil possui uma portaria que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) o Programa de Assistência aos portadores da Doença de Alzheimer.

O programa funciona através dos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientações aos familiares, e atendentes dos portadores de Alzheimer.

Essa portaria estabelece que o paciente tem direito a:

  • Consultas para diagnóstico;
  • Atendimento na rede pública;
  • Atendimento em hospital-dia;
  • Atendimento hospitalar;
  • Visita domiciliar de profissionais de saúde;
  • Tratamento acompanhado por equipe multidisciplinar;
  • Programas de orientação e treinamento para familiares;
  • Isenção do imposto de renda;
  • Medicação gratuita.

O envelhecimento da população brasileira é um fenômeno recente, pois, até os anos 50, a expectativa de vida da população era de aproximadamente 40 anos. Atualmente é de 71 anos.

Estimativas do Ministério da Saúde indicam que 73% das pessoas com mais de 60 anos dependem exclusivamente do SUS.

O atendimento aos pacientes que sofrem do Mal de Alzheimer acontece não só nos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, mas também nas unidades ambulatoriais de saúde.

O que fazer para conseguir isenção do imposto de renda?

Para conseguir isenção do imposto de renda, o paciente com Alzheimer também deve apresentar uma série de documentos. Segundo o site da ABRAz, é necessário:

Requerimento ou carta de solicitação

É necessário redigir uma carta contendo o pedido de isenção do imposto de renda e as informações que identifiquem o paciente. A carta deve ser entregue em um posto de atendimento do INSS.

Laudo médico

Para que a isenção seja concedida, é necessário comprovar a enfermidade. Simples atestados médicos ou declarações não são o suficiente nesses casos.

Por isso, o paciente deve apresentar laudo médico pericial detalhado, em um modelo fornecido pela Receita Federal, emitido por serviço clínico oficial, constando como doença a designação “Alienação Mental” e o código correspondente (CID).

Caso o laudo médico apresentado tenha sido feito por um médico particular, o paciente ainda deve se submeter à perícia médica com vínculo oficial como, por exemplo, um perito do INSS.

Perguntas frequentes

O Alzheimer é uma doença feminina?

Não. O Alzheimer pode afetar homens e mulheres, entretanto, tem uma prevalência maior nas mulheres.

Uma das hipóteses é que mulheres têm expectativa de vida maior e, quanto mais tempo a pessoa vive, maiores as chances de desenvolver Alzheimer.

O Alzheimer pode atingir pessoas mais novas?

Sim! Existem formas de Alzheimer precoce que atingem os pacientes antes dos 65 anos. Essas formas, entretanto, são bem raras.

Existe alguma vacina contra o Alzheimer?

Não. Essa abordagem, entretanto, vem sendo investigada por cientistas e pode ser que dê frutos. A ideia é usar uma vacina que estimule o sistema imune a detectar, reconhecer e combater a formação de placa amiloide.

Alzheimer é hereditário?

Depende. Os riscos de você desenvolver Alzheimer são maiores se seus parentes próximos, como pais ou irmãos, tiverem a doença.

Entretanto, mesmo que um paciente seja filho de um pai e mãe com Alzheimer, isso não significa que ele vá desenvolver a doença.

Os cientistas acreditam que existem mais fatores ambientais e comportamentais, como o tabagismo e escolhas de estilo de vida, que podem aumentar a propensão ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Qual o tempo de vida de uma pessoa com Alzheimer?

Depende de quando a doença foi descoberta e do grau dos danos. Enquanto a duração da doença pode passar os 20 anos, a média de vida varia de 4 a 8 anos após o diagnóstico.


Você aprendeu mais sobre o Alzheimer hoje. Estando ou não em risco de desenvolver a doença, é bom conhecê-la, pois as estimativas apontam que no futuro teremos milhões de casos.

Tem ou teve alguém na família que teve Alzheimer? Conte para nós!

Publicado originalmente em: 30/06/2017 | Última atualização: 04/02/2019

Fontes consultadas


Minuto Saudável: Somos um time de especialistas em conteúdo para marketing digital, dispostos a falar sobre saúde, beleza e bem-estar de maneira clara e responsável.