Saúde

Alzheimer: causas, tratamentos e sintomas

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 04/02/2019Última atualização: 01/06/2023
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 04/02/2019Última atualização: 01/06/2023
Pessoa idosa sentada apoiando as mãos no rosto e na cabeça.Pessoa idosa sentada apoiando as mãos no rosto e na cabeça.
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A descoberta da doença de Alzheimer (DA) ocorreu no ano de 1906 pelo médico Alois Alzheimer, o que deu origem a pesquisas atuais sobre a doença. No final do século XX e início do XXI, os cientistas começaram a compreender o que acontece no cérebro de um paciente com essa condição graças aos avanços da neurociência.

A DA, como também é chamada, é entendida como uma perda progressiva e irreversível das funções mentais causada pela degeneração do cérebro. Isso ocorre devido à perda de células nervosas, resultando no acúmulo da proteína beta-amiloide.

Atualmente, a doença de Alzheimer afeta aproximadamente 40 milhões de pessoas em todo o mundo. Cientistas especulam que, até 2050, o número total de pessoas afetadas chegará a 150 milhões.

Para saber mais sobre a doença Alzheimer, suas causas, fatores de risco e tipos, continue acompanhando o artigo!

Índice — Neste artigo, você encontrará as seguintes informações:

  1. Causas
  2. Fatores de risco
  3. Tipos
  4. Fases da doença de Alzheimer
  5. Sintomas
  6. Como prevenir
  7. Diagnóstico
  8. Tem cura?
  9. Tratamento
  10. Convivendo

Causas

As causas exatas ainda são desconhecidas, porém, estima-se que cerca de 5 a 15% dos casos envolvam pessoas com histórico familiar, sugerindo assim uma possível relação com anormalidades genéticas hereditárias. Além disso, há fatores ambientais que podem influenciar no desenvolvimento dessa condição.

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Fatores de risco

Existem diversos fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Entre elas estão:

  • Idade, pois após os 65 anos o risco de desenvolver a doença dobra a cada 5 anos;
  • Tabagismo, que aumenta o risco de demência e de DA;
  • Histórico familiar, especialmente de primeiro grau;
  • A presença do gene APOE4, que aumenta o acúmulo de beta-amiloide no cérebro;
  • Distúrbios do sono;
  • Diabetes;
  • Colesterol alto;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Obesidade.
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Classificação

A doença pode ser classificada de acordo com o início dos sintomas, como descrito abaixo:

Início tardio

O início dos sintomas ocorre após os 65 anos e é o tipo mais comum entre os pacientes. Geralmente é mais grave em pacientes com parentes de primeiro grau que já tiveram a doença.

Início precoce

O início precoce ocorre quando os primeiros sintomas da doença começam a se manifestar antes dos 65 anos. Esse tipo está diretamente relacionado à mutação de genes e é menos comum, porém, mais grave, devido à sua evolução mais acelerada.

Leia maisDemência frontotemporal: o que causa, fases e tratamento 

Fases da doença de Alzheimer

Os sintomas se manifestam com o tempo e, geralmente, nos estágios iniciais, podem passar despercebidos pela família e pelo próprio paciente.

Em média, as pessoas com Alzheimer vivem de 8 a 12 anos após o diagnóstico. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), os sintomas da doença são bem característicos e podem ser divididos em três fases:

Fase inicial

Nessa fase, o(a) paciente pode apresentar algumas dificuldades, tais como:

  • Problema com a fala;
  • Perda significativa de memória — mais especificamente para coisas que acabaram de acontecer;
  • Não há noção de hora ou dia da semana;
  • Perdem-se em locais familiares;
  • Dificuldade para tomar decisões;
  • Inativo(a) ou desmotivado(a);
  • Apresentam mudanças de humor;
  • Depressãoansiedade;
  • Perda de interesse por hobbies e outras atividades.

Fase intermediária

O(a) paciente começa a apresentar mais dificuldades com a vida no dia a dia e pode:

  • Ter grandes problemas de memória, especialmente com eventos recentes e o nome de outras pessoas;
  • Ter dificuldade de viver sozinho;
  • Ficar incapaz de cozinhar, limpar ou fazer compras;
  • Tornar-se extremamente dependente de um membro familiar ou cuidador;
  • Necessitar de ajuda para higiene pessoal;
  • Apresentar dificuldade com a fala;
  • Se perder com facilidade, tanto em casa quanto fora dela;
  • Repetir perguntas muitas vezes e gritar;
  • Em alguns casos, é possível ter alucinações.

Fase avançada

O estágio avançado da doença é o mais próximo da dependência total e da inatividade. Nessa fase, a expectativa de vida varia de 1 a 5 anos. Os distúrbios de memória são muito graves e o lado físico da doença se torna mais evidente. Os sinais e sintomas são:

  • Ter dificuldades para comer;
  • Ficar incapacitado de se comunicar;
  • Não reconhecer parentes, amigos e objetos familiares;
  • Ter dificuldade de entender o que acontece ao seu redor;
  • Ser incapaz de encontrar seu caminho de volta para casa;
  • Ter dificuldades para caminhar;
  • Ter incontinência urinária ou fecal;
  • Manifestar comportamento inapropriado em público;
  • Necessitar de cadeira de rodas ou ficar acamado.
Pessoa idosa segurando peças de um quebra-cabeça.
Com o passar do tempo, os sintomas de Alzheimer tendem a se agravarem.
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Sintomas 

Os principais sintomas do Alzheimer são:

  • Perda de memória;
  • Dificuldade de pensar e raciocinar;
  • Dificuldade de realizar atividades do dia a dia;
  • Mudança de comportamento (irritabilidade e falar coisas inadequadas);
  • Personalidade é afetada;
  • Depressão;
  • Apatia;
  • Retraimento social;
  • Mudanças de humor;
  • Desconfiança dos outros;
  • Agressividade;
  • Mudanças no hábito do sono;
  • Perda das inibições;
  • Delírios, como acreditar que algo foi roubado.

Diagnóstico

Para diagnosticar a doença de Alzheimer, é necessário acompanhamento com especialidades como geriatra, psiquiatra geriátrico ou neurologista. A partir disso, é realizada uma avaliação aprofundada das funções cerebrais, além de uma avaliação neuropsicológica que envolve testes para verificar o funcionamento cognitivo do(a) paciente.

Ao associar os resultados dos exames ao histórico médico, a história de vida do paciente e aos relatos dos familiares, é possível chegar a um diagnóstico mais preciso.

No entanto, a confirmação da doença só pode ser feita por um exame microscópico do tecido cerebral, sendo uma operação muito arriscada e só é realizada após a morte do(a) paciente para confirmar a suspeita.

Tem cura?

Não, nfelizmente, ainda não há cura para o Alzheimer. Contudo, é possível adotar hábitos de vida que contribuem para a prevenção da doença.

Como prevenir

Confira abaixo alguns hábitos que podem ajudar na prevenção do Alzheimer:

Tratamento

O tratamento inclui medidas gerais de segurança e apoio, como um ambiente seguro e com boa iluminação para ajudar na orientação do(a) paciente. Também é importante ter uma rotina bem estruturada, com tarefas de higiene pessoal, alimentação e sono para lembrar de suas atividades diárias.

Além disso, terapias que auxiliam o(a) paciente a construir confiança e segurança, reduzindo o estresse e a ansiedade causados pela doença, podem beneficiar cuidadores, pacientes e familiares.

Essas terapias baseiam-se na ideia de que uma pessoa com DA, caso tenha sofrido uma perda severa da memória de curto prazo e já não consiga utilizar o pensamento ou compreender o presente, tem mais propensão a reviver o passado.

Para o(a) paciente, isso pode ser uma forma de resolver conflitos não resolvidos, aliviar experiências traumáticas do passado ou afastar-se do presente, onde já não tem mais controle. Alguns pacientes podem oscilar entre momentos em que estão no presente e outros em que estão no passado.

Apesar de haver relatos positivos, muitos familiares e cuidadores expressam preocupação de que a validação envolva mentir sobre a realidade para a pessoa com demência. Contudo, uma descrição mais precisa dessa abordagem é que ela evita desafiar a realidade na qual o paciente com Alzheimer está vivendo.

No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, oferece gratuitamente medicamentos que ajudam a retardar os sintomas nos estágios iniciais da doença, como a Galantamina e a Donepezila.

Em pacientes com confusão mental, agressividade e depressão, os médicos podem prescrever alguns medicamentos, como o Haldol e a Risperidona.

Convivendo

Conviver com a doença de Alzheimer é um grande desafio para o(a) paciente e para seus familiares e cuidadores. Conforme a doença progride, fica cada vez mais difícil para o(a) paciente se divertir e passar o tempo, especialmente se os hobbies forem tarefas mentais, como ler e escrever. Portanto, é recomendado realizar atividades como ouvir e cantar músicas.

Além disso, é necessário criar rotinas de higiene, preferencialmente em horários fixos. Também é importante que esses momentos sejam de relaxamento e promovam autonomia no(a) paciente. Para isso, é necessário que o banheiro seja seguro, com barras de segurança e assentos higiênicos.

É possível que o paciente com Alzheimer não seja capaz de se vestir por conta própria ou mesmo que perca o discernimento para fazer escolhas apropriadas de roupas. Independentemente de qual for a situação, a intervenção do(a) cuidador(a) pode ser importante para auxiliar o paciente diante de qualquer eventual incapacidade.

Também é recomendável que a família esteja por perto, monitorando sua rotina e verificando a presença de riscos, pois esses pacientes podem ter problemas de equilíbrio e coordenação motora, aumentando os riscos de quedas e fraturas.

Com o tempo, o paciente pode esquecer como se mastiga ou engole, aumentando o risco de inalar alimentos e bebidas e desenvolver pneumonia, por exemplo.

Como funciona a interdição do paciente com Alzheimer?

Para a interdição acontecer, é necessária a avaliação do(a) paciente por um perito médico, que irá atestar a sua capacidade de discernimento. O laudo emitido pelo(a) especialista(a) será encaminhado para o juiz, que pode decidir pela intervenção ou não.

Portanto, a interdição do paciente com a doença de Alzheimer é realizada por processo judicial, sendo necessária a atuação de um advogado. Em casos específicos, o Ministério Público pode atuar, sendo desnecessária a representação por advogado.

O(a) paciente pode ser levado até a presença do juiz (quando houver a possibilidade) para o magistrado poder conhecê-lo. Dependendo da decisão, o representante do paciente com Alzheimer é nomeado curador e passa a exercer todos os atos da vida civil do(a) paciente, administrando os bens, assinando documentos e tudo que se relaciona à vida cidadã.

É importante destacar que pessoas diagnosticadas com Alzheimer não são invalidadas por conta da doença, mas sim pode ter limitações em relação à sua capacidade de discernimento e autonomia. Em casos de necessidade de assistência permanente, o(a) paciente pode receber um acréscimo de 25% ao valor de sua aposentadoria para auxiliar nas despesas com cuidados.


doença de Alzheimer é uma perda progressiva e irreversível causada pela degeneração do cérebro, após a perda de células nervosas.

Se você ou alguém que você conhece apresenta esses sinais, procure ajuda psiquiátrica ou psicológica!

Para mais conteúdos sobre saúde do cérebro, continue acompanhando o site e redes sociais do Minuto Saudável!


Imagem do profissional Thayna Rose
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Este artigo foi escrito por:

Esp. Thayna Rose

CRP: CRP/PR 08/28789Bacharel em Psicologia com especialização em Neuropsicologia.Leia mais artigos de Esp. Thayna
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