Novas pesquisas indicam que, em breve, possa haver um modo eficaz de prevenir a doença febre reumática, também conhecida como reumatismo infeccioso — condição causada por uma bactéria do tipo estreptococo.
A vacina está em fase de testes e traz expectativas otimistas aos profissionais de saúde e pesquisadores.
Desenvolvido por pesquisadores do Instituto do Coração (INCOR) do estado de São Paulo, o estudo demorou 30 anos para chegar nesse estágio e, agora, está prestes a ser testada em humanos, já que o imunizante mostrou resultados positivos em animais.
Ainda é necessário autorização para esse procedimento, mas os pesquisadores esperam realizar ainda esse ano, já que a vacina está pronta para esse próximo passo.
Entenda a doença
A febre reumática se desenvolve no corpo do paciente após a infecção pela bactéria Streptococcus pyogenes, que causa doenças como faringite, amigdalite ou escarlatina.
Comum na infância e adolescência, as infecções levam o corpo a produzir uma grande quantidade de anticorpos.
Dependendo da predisposição genética (característica do paciente que pode influenciar o desenvolvimento da febre reumática) os anticorpos passam a atacar algumas partes do corpo.
As principais estruturas afetadas são as articulações e as válvulas cardíacas, evoluindo para uma doença no coração, como: insuficiência cardíaca, arritmia, pericardite e endocardite (doenças e alterações do coração).
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Como a vacina pode prevenir febre reumática?
A vacina que está sendo desenvolvida em São Paulo tem um índice alto de anticorpos que agem atacando somente a bactéria causadora da infecção. Assim, as células do corpo permanecem ilesas.
Em todos os testes feitos com animais, os resultados foram positivos e nenhum desenvolveu lesão cardíaca, comum no decorrer da febre reumática.
Mas ainda é preciso os demais testes em humanos, para verificar se a eficiência é a mesma.
Contudo, os resultados já são promissores para a luta contra a doença.
A febre reumática é uma doença autoimune que atinge sobretudo crianças e jovens, e pode ter complicações na fase adulta.
Com a vacina, a condição — que pode ser grave — tem novas perspectivas.
Fontes: INCOR-USP