Saúde

Amigdalite (bacteriana, viral, aguda, crônica): o que é?

Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 22/09/2020
Publicado em: 29/06/2017Última atualização: 22/09/2020
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O que é amigdalite?

A amigdalite, também conhecida por tonsilite, é a infecção das amígdalas, que pode ser causada por diversas outras infecções. As amígdalas são tecidos linfoides, ou seja, fazem parte do sistema imunológico, auxiliando na proteção do corpo. Elas estão localizadas na região anterior da garganta.

Ao todo, são quatro amígdalas. Contudo, a olho nu, só se consegue enxergar duas: as palatinas, que ficam próximas ao céu da boca, na entrada da garganta. Por isso, grande parte das pessoas consideram que somente possuem duas amígdalas.

A função desses linfoides é proteger o organismo, evitando, assim, que outros tipos de infecções aconteçam. Porém, por ser um dos primeiros órgãos a entrar em contato com agentes patógenos, eles ficam infectados com frequência.Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), na maioria das vezes, a doença atinge as crianças. Em grande parte dos casos, a amigdalite é ocasionada por vírus, porém pode ter como causa bactérias e outras fontes desconhecidas.

Índice — neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:

  1. O que é amigdalite
  2. Tipos
  3. Causas
  4. Grupos de risco
  5. Sintomas da Amigdalite
  6. Amigdalite é contagioso?
  7. Diagnóstico
  8. Tratamento para Amigdalite
  9. Complicações
  10. Prevenção
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Tipos

Por ser um tipo de infecção com muitas causas e sintomas incômodos (como dor de garganta e dificuldade em respirar), a amigdalite pode ser dividida em 4 tipos distintos:

  • Amigdalite bacteriana: quando causada por bactérias;
  • Amigdalite viral: quando causada por vírus;
  • Amigdalite aguda: tem duração de até 3 meses, sendo uma das infecções das vias aéreas de maior frequência;
  • Amigdalite crônica: quando a infecção dura mais de 3 meses ou é recorrente.
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Causas

A amigdalite pode ser bacteriana, viral ou, ainda, nenhuma das duas. São desconhecidos os fatores que desenvolvem a doença sem uma causa específica. Entenda:

Amigdalite viral

Os vírus são a causa mais comum dentre os casos de amigdalite. Ela pode ser causada pelos seguintes agentes virais:

  • Adenovirus: causa mais comum de grande parte dos resfriados;
  • Rhinovirus: causa mais comum de infecções virais em humanos;
  • Influenza: vírus causador da gripe;
  • Coronavirus: são conhecidas 6 estirpes desse vírus, sendo uma delas causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave;
  • Vírus EpsteinBarr: causador da mononucleose infecciosa (ou Doença do Beijo);
  • Vírus sincicial respiratório: causador frequente de várias infecções do trato respiratório;
  • Citomegalovírus: vírus pertencentes a família do herpes-vírus, que causam a herpes labial ou genital.

Amigdalite bacteriana

A bactéria que causa amigdalite mais comumente é a Streptococcus pyogenes, pertencente ao grupo A dos estreptococos. Porém, a doença também pode ser causada pelas seguintes bactérias:

  • Staphylococcus aureus;
  • Mycoplasma pneumoniae;
  • Chlamydia pneumoniae;
  • Bordetella pertussis;
  • Fusobacterium sp.;
  • Neisseria gonorrhoeae.

Fatores de risco

Existem dois fatores de risco que aumentam a possibilidade de alguém desenvolver amigdalite. São eles:

Pouca idade

A doença atinge as crianças com maior frequência. Entretanto, as que tem menos de 2 anos de idade raramente são afetadas. As amigdalites causadas por bactérias geralmente ocorrem entre as idades de 5 a 15 anos, já as amigdalites virais são comuns em crianças mais novas que 5 anos.

Frequente exposição a germes

Por estarem em constante contato com colegas e, consequentemente, com diversos agentes patológicos, crianças no período escolar podem adquirir amigdalite mais facilmente.
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Sintomas da amigdalite

Além da dor de garganta, que é um sintoma característico da amigdalite, a doença ainda pode ser caracterizada por diversos outros, divididos em mais e menos comuns:

Sintomas mais comuns

  • Amígdalas inchadas e vermelhas;
  • Dor ao engolir;
  • Febre;
  • Tosse;
  •  Dor de cabeça;
  • Cansaço;
  • Calafrios;
  • Mal estar;
  • Manchas brancas com pus nas amígdalas;
  • Inchaço dos gânglios localizados no pescoço;
  • Dor nas orelhas e/ou no pescoço;
  • Perda de peso;
  • Dificuldade na ingestão de alimentos e/ou líquidos;
  • Dificuldade para dormir.

Sintomas menos comuns

  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga;
  • Dor de estômago;
  • Língua “peluda”;
  • Mau hálito;
  • Alterações na voz;
  • Dificuldade em abrir a boca;
  • Perda de apetite;
  • Ansiedade e/ou medo de sufocar.

Amigdalite é contagiosa?

Sim, a amigdalite é uma doença contagiosa, ainda mais quando ela é do tipo viral. A transmissão é feita pelo contato com a saliva do paciente infectado. Para que a transmissão do agente patológico seja evitada, aconselha-se tomar as seguintes precauções:

  • Sempre cobrir a boca (com um lenço ou o antebraço) quando for tossir;
  • Lavar bem as mãos antes de manusear algo ou após usar o banheiro;
  • Não compartilhar itens de uso pessoal, como copos, talheres, toalhas, etc.

Diagnóstico

Primeiramente, é preciso ressaltar que, ao sinal de qualquer dor e/ou inflamação, a visita ao médico se faz necessária. No caso da amigdalite, quando sintomas como a dor de garganta começam a incomodar o paciente, o ideal é ir em busca de um diagnóstico com um médico otorrinolaringologista.

Uma vez no consultório médico, o diagnóstico pode ser dividido em 3 fases:

Clínica

O especialista irá analisar o relato dos sintomas que você apresentar e/ou descrever com base em:

  • Uso de um instrumento luminoso para verificar a garganta do paciente;
  • Checar a possibilidade do paciente ter escarlatina, uma possível causa para a dor de garganta;
  • Apalpar suavemente o pescoço do paciente para ver se tem gânglios inchados;
  • Ouvir a respiração através de um estetoscópio;
  • Verificar se há alargamento do baço (um dos sintomas da mononucleose, uma doença que pode causar, também, inchaço nas amígdalas).

Análise de tecido

Para um tratamento correto, é necessário que o diagnóstico seja preciso. Para isso, pode-se realizar uma análise de uma amostra do tecido das amígdalas, que irá identificar se a infecção está sendo causada por bactérias ou vírus.

Exame de análise de células

O médico poderá, ainda, solicitar um exame de sangue a fim de analisar as células do organismo do paciente. O resultado do exame pode identificar se ele possui faringite estreptocócica ou não. Em caso negativo, esse exame pode auxiliar, então, na determinação da causa da amigdalite.

Tratamento para amigdalite

Sendo a amigdalite viral ou bacteriana, os cuidados primários para a doença são os mesmos para todos os pacientes. Contudo, quando a causa é uma infecção bacteriana, antibióticos podem ser receitados para que o agente causador seja eliminado do organismo com maior eficácia.

Ao seguir esses cuidados da maneira correta, os sintomas costumam desaparecer em 2 ou 3 dias.

Cuidados primários

Dentre os cuidados básicos que você deverá seguir, pode-se destacar 6:

  • Descanso: durante o repouso, o seu corpo foca toda a sua energia em combater a infecção;
  • Líquidos: ao beber bastante líquido, a sua garganta evita de ficar seca e se tornar ainda mais desconfortável;
  • Solução com água e sal: fazer gargarejo com uma solução feita de água e sal pode ajudar a melhorar o desconforto;
  • Umidade: umidificadores de ar podem remover a irritação que o ar seco provoca;
  • Evitar agentes irritantes: afastar-se de substâncias tóxicas, como a fumaça do cigarro, pode auxiliar na recuperação.

Cirurgia

A cirurgia para a remoção das amígdalas, também conhecida por amigdalectomia, é sempre uma ótima opção para os pacientes que se enquadram em algum desses critérios abaixo:

  • Dor de garganta causada por amigdalite;
  • Episódios de dor de garganta que fazem com que ela pare de funcionar normalmente;
  • 7 ou mais dores de garganta, tratadas corretamente, no último ano;
  • 5 ou mais dores de garganta, em cada ano, nos últimos dois anos;
  • 3 ou mais dores de garganta, em cada ano, nos últimos três anos.
O procedimento cirúrgico é realizado sob anestesia e dura entre 30 a 45 minutos. Ele é feito com mais frequência em crianças e o paciente recebe alta no próprio dia ou, no máximo, no dia seguinte.

Recuperação da cirurgia

Após receber alta, o paciente deverá ficar em casa por 7 a 10 dias, a fim de se recuperar totalmente da cirurgia. É normal a ocorrência de uma dor de garganta de intensidade variável durante esse tempo. Algumas crianças sentem, ainda, dores nas orelhas, mandíbula e pescoço.

Para aliviar essas dores, o médico responsável pelo caso pode indicar medicamentos analgésicos ou anti-inflamatórios.

Durante esse período de recuperação, os cuidados básicos para auxiliar em todo o processo são descanso suficiente e a ingestão de muito líquido. Quadros febris são recorrentes nessa fase, mas se for constatado que a febre está acima de 38ºC, o médico deverá ser consultado imediatamente.

Medicamentos para amigdalite

Alguns medicamentos podem ser prescritos pelo médico nessa fase dos cuidados primários. Eles auxiliam no combate à dor e febre causados pela doença e estão listados abaixo:

Antibióticos para amigdalite bacteriana

Como já explicado, em caso de amigdalite bacteriana, medicamentos antibióticos serão prescritos e deverão ser tomados por, no mínimo, 7 dias, ou pelo tempo que for prescrito.

Dentre esses antibióticos estão:

Atenção! 

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Complicações

Normalmente, nos casos de amigdalite, é comum um abscesso se desenvolver lateralmente às amígdalas, caracterizado por acúmulo de pus. Esse abscesso recebe o nome de abscesso peritonsilar.

Além dessa complicação, para quem sofre de amigdalite do tipo crônico, é comum sofrer com problemas como roncos, respiração pela boca, problemas no sono e apneia do sono obstrutiva. Todos eles são causados pelo aumento exacerbado (hipertrofia) das amígdalas.

Há, ainda, algumas outras complicações desenvolvidas por conta da evolução da doença. São elas:
  • Dificuldade para respirar, por conta da obstrução das vias respiratórias;
  • Desidratação, por conta da dificuldade em ingerir líquidos;
  • Faringite bacteriana.
Em casos extremamente raros, consequências mais sérias também podem acontecer caso o paciente não tome os antibióticos prescritos corretamente. Dentre elas encontram-se:
  • Febre reumática: inflamação que afeta o coração, as juntas e outros tecidos do organismo;
  • Glomerulonefrite: inflamação nos rins que dificulta a remoção de resíduos e excesso de fluidos do sangue.

Prevenção

Pelo fato das amígdalas serem uma primeira defesa contra diversas infecções, não há uma maneira concreta de prevenir a amigdalite. Entretanto, há algumas medidas que podem ser tomadas para que ela seja menos frequente. São elas:
  • Ingerir alimentos que possuem vitaminas, como frutas, verduras, legumes e peixes;
  • Evitar situações que impliquem muito na mudança de temperatura do corpo, como beber água muito gelada, andar descalço e se molhar na chuva;
  • Evitar cigarros, pois pessoas fumantes são mais propensas a adquirir a doença;
  • Evitar lugares com ar condicionado, pois o mesmo resseca a mucosa e diminui a resistência das amígdalas.

A amigdalite é uma doença muito comum e, muito provavelmente, as dores de garganta recorrentes de seu filho podem indicar um quadro típico dela. Compartilhe o texto com seus amigos e familiares e nos ajude a espalhar essas informações para a maior quantidade de pessoas possível!
Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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