Papanicolau, também conhecido como esfregaço cervicovaginal, é um exame de prevenção ao câncer no colo do útero. Seu principal objetivo detectar células cancerosas no colo do útero. O exame deve ser realizado em todas as mulheres de 21 a 65 anos, pelo menos uma vez no ano.
Além do câncer no colo do útero, o exame pode também determinar níveis hormonais, diagnosticar inflamações ou infecções vaginais e doenças sexualmente transmissíveis como HPV, gardnerella, tricomoníase, candidíase, gonorreia, sífilis, clamídia, entre outras.
O exame preventivo de câncer de colo uterino também é chamado de esfregaço cervicovaginal ou colpocitologia oncótica, e o nome Papanicolau foi dado em homenagem ao médico grego Geórgios Papanicolau (1883-1962). O médico, considerado o pai da citopatologia, ciência que estuda as disfunções através de exames microscópicos e avaliação das células, criou o método em 1940.
Por se tratar de um exame de análise do colo do útero, o exame é indicado exclusivamente para mulheres. Ele deve ser realizado entre 21 e 65 anos de idade, desde que estejam no período fértil e tenham vida sexualmente ativa.
Quando necessário, o esfregaço cervicovaginal pode também ser realizado em mulheres virgens. Nesse caso, é utilizado o virgoscópio, um espéculo (instrumento que dilata a cavidade vaginal, também conhecido como “bico de pato”) de tamanho especial e um cotonete no lugar da espátula.
A frequência de realização do exame é determinada pelo ginecologista e depende dos resultados anteriores. São as sociedades ginecológicas de cada país que decidem o tempo entre a realização de um exame e outro. No Brasil, ele é realizado uma vez por ano. Quando dois casos seguidos com intervalo de um ano forem negativos, os próximos preventivos podem ser realizados a cada três anos.
Caso haja anormalidade no resultado do exame, ele terá que ser realizado novamente seis meses depois.
A época a ser realizada é uma semana antes ou dez dias depois do fluxo menstrual acabar, pois a descamação do útero prejudica os resultados.
Três dias antes do exame, deve-se evitar relações sexuais, mesmo com camisinha, duchas vaginais, exames ginecológicos com toque, uso de cremes e medicações vaginais.
As gestantes podem realizar o exame preventivo, pois ele não interfere na gravidez e pode ser solicitado caso o médico considere necessário.
Inicialmente, o ginecologista realiza uma vulvoscopia (exame visual da vulva) com a ajuda de um colposcópio, que aumenta o tamanho da vulva de 10 a 40 vezes, para identificar a presença de possíveis infecções, doenças autoimunes ou doenças sexualmente transmissíveis.
Em seguida, ele introduz o espéculo para visualizar melhor o colo do útero e insere uma espátula especial com uma escovinha na extremidade na entrada da vagina. Esse processo normalmente é indolor, mas pode causar um leve incômodo que é menor de acordo com o relaxamento da mulher.
Assim, é realizada a coleta do material uterino para análise através da raspagem das células do colo do útero. O material é colocado em uma lâmina e levado para laboratório, para ser examinado em um microscópio por um médico citologista e, se houver alguma alteração na avaliação inicial, é posteriormente estudado por um médico citopatologista.
O exame não costuma doer, o que pode ocorrer é um pequeno incômodo durante sua realização por conta da introdução do espéculo e da espátula.
O resultado do Papanicolau pode levar de 3 a 14 dias para ficar pronto. Até pouco tempo atrás, os laudos eram divididos em classes e para saber se haviam alterações ou não era preciso conhecer a classificação histológica das lesões, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outra classificação inventada para enfatizar a variedade de anormalidades de lesões e para ajudar a padronizar o tratamento é o NIC, neoplasia intraepitelial cervical. Entretanto, o NIC deixou de ser indicado nos laudos de Papanicolau desde 2001, sendo usado hoje apenas para indicar os resultados de biópsia. Já o sistema Bethesda serve para informar os resultados do exame citológico. Mesmo tendo relação entre si, são resultados de exames diferentes, podendo não corresponder. Esses resultados devem ser informados para a patologista quer realizar a biópsia.
Classes | OMS | NIC | Bethesda | |
l | Normal | Normal | Dentro dos limites normais | |
ll | Alterações celulares benignas, normalmente causadas por inflamação | Inflamação | Alterações celulares benignas | |
lll | Presença de células anormais | Leve | NIC 1 | SIL baixo grau (displasia com baixo risco de ser câncer, normalmente causada pelo HPV; tende a deaparecer após 1 a 2 anos) |
Moderada | NIC 2 | SIL alto grau (displasia com alto risco de ser câncer, ou de fato ser câncer já estabelecido) | ||
Severa | NIC 3 | SIL alto grau | ||
lV | Carcinoma in situ | NIC 3 | SIL alto grau | |
V | Carciona invasor | Carcinoma invasor | Carcinoma invasor |
Legenda:
SIL lesões intraepiteliais
Atualmente, é mais comum que os laudos se apresentem de uma maneira mais descritiva, e eles podem indicar:
Esse resultado precisa informar quais as células retiradas para amostra, qual tecido deu origem a elas e se ele foi suficiente para a avaliação. Em seguida deve haver uma descrição da flora microbiológica da região. Pode ser descrita a presença de uma infecção de acordo com a quantidade de leucócitos (células de defesa) encontrada. Nesse caso, o laudo também apresenta o nome do germe invasor.
Os casos mais comum quando o resultado do exame apresenta anormalidade são ASC-US e ASC-H. O ASCUS (células escamosas atípicas de significado indeterminado) indica uma alteração nas características normais das células escamosas, podendo ser provocado por inflamações, infecções ou atrofia vaginal durante a menopausa. Esta alteração muito raramente se torna uma lesão pré-maligna, na maioria das vezes é benigno e tende a desaparecer com o tempo. Existem duas maneiras de proceder frente a esse resultado: repetir o exame após seis meses ou averiguar a presença do vírus HPV.
Quando o laudo aponta ASC-H, a presença de anomalias malignas é certa. O risco de existirem lesões epiteliais de alto grau é grande, e será necessária uma colposcopia e a biópsia do útero.
O exame de Papanicolau é realizado principalmente para diagnosticar o câncer de colo de útero, doença que atinge cerca de 18 mil brasileiras por ano.
A fase inicial do câncer de colo de útero não apresenta sintomas, por isso é importante realizar a colpocitologia frequentemente. Em estágio mais avançado, os sintomas são sangramento ou corrimento vaginal, sangramento de contato (após a relação sexual), dor durante a relação sexual, distensão do abdômen, pulmões e outros órgãos. Você também pode apresentar perda de apetite, emagrecimento, fadiga, dor pélvica, dor lombar ou inchaço nas pernas.
O câncer de colo de útero possui fatores de risco que quando evitados, podem diminuir essas estatísticas. Confira as formas de prevenção:
O papiloma vírus humano (HPV) é um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões precursoras de câncer. Na maioria dos casos, as células infectadas pelo HPV se curam espontaneamente. Entretanto, quando o vírus consegue se espalhar, há uma chance muito grande dele produzir um câncer invasivo.
Mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero são causados pelo papiloma vírus humano. Isso acontece pois esse vírus causa alterações nas células da superfície do cérvix. Inicialmente, essas células tratam-se apenas de tumores benignos, mas se não forem tratadas, podem evoluir para um câncer.
No Brasil, a vacina contra o HPV é disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 26 anos e meninos de 12 a 13 anos, e também para homens com HIV entre 9 e 26 anos. No último caso, é necessária prescrição médica. A vacina é do tipo quadrivalente, ou seja, protege contra quatro variações do vírus, e deve ser tomada preferencialmente antes da primeira atividade sexual.
O teste de Papanicolau é apenas para rastreio, ou seja, quando levanta suspeitas, precisa de confirmação através de uma biópsia (procedimento cirúrgico que recolhe uma amostra do tecido lesionado para estudo em laboratório). No Brasil, o teste de Papanicolau é oferecido gratuitamente pelo SUS e também em todas as faculdades de medicinas do país.
Além de ser um exame barato (isso quando não é feito pelo SUS), o Papanicolau evita que o câncer de colo de útero seja descoberto em um estágio avançado, permitindo um tratamento mais rápido e aumentando as chances de recuperação. Mesmo assim, muitas mulheres se sentem envergonhadas e acabam não realizando o exame. Compartilhe este texto com seus familiares e amigos, para que cada vez mais mulheres saibam da importância de fazer o teste de Papanicolau.
Referênciashttps://www.orientacoesmedicas.com.br/exames-preventivos/o-que-e-papanicolau/https://pt.wikipedia.org/wiki/Teste_de_Papanicolauhttps://www.tuasaude.com/como-e-feito-o-exame-papanicolau/http://www.mulherconsciente.com.br/noticias/a-saude-da-mulher-e-a-importancia-do-exame-papanicolau/http://www.mdsaude.com/2014/09/exame-papanicolau.htmlhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/237_papanicolau.html
Rafaela Sarturi Sitiniki
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