Repare. Somente nos últimos 10 minutos, quantas vezes você checou seu celular para ver se tinham novas notificações das redes sociais?

Com o celular sempre as mãos, estamos constantemente conectados, normalmente dividindo nossa atenção em mais de uma plataforma.

Bombardeados de fotos, notícias, comentários, mensagens, stories e vídeos, estamos cada vez mais ansiosos e com a sensação de não estarmos dando conta de consumir tudo isso, como se estivéssemos perdendo algo.

Desse comportamento, surge um problema que afeta não só nossa vida social e o modo como nos apresentamos, mas também fere a nossa saúde mental.

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Para compreender de que forma as mídias sociais podem interferir em nossas emoções, especialmente entre os adolescentes, um novo estudo foi realizado e publicado na revista científica The Lancet.

A pesquisa se baseou em dados coletados de 10.904 adolescentes de 14 anos e descobriu, a partir de métodos variados, que é o público feminino o que maior apresenta sintomas de depressão associado às mídias sociais.

Para as meninas que passam 5 horas ou mais diariamente conectadas às tecnologias, o risco de sofrer com os transtornos é de 50% — em meninos que ficam online durante a mesma quantidade de tempo, a porcentagem cai para 35%.


Segundo a pesquisa, os adolescentes que passam maior tempo do dia conectados, além de apresentarem os sintomas da depressão, possuem também maior relação com problemas de autoestima, assédio online, insônia e problemas de imagem corporal.

FOMO: o medo de ficar de fora

O medo de ficar de fora, ou FOMO (Fear of missing out), é uma expressão usada para descrever o desejo constante de se manter conectado às mídias sociais para não perder o que os outros podem estar fazendo.

Associado a esse desejo, é comum que os usuários apresentem arrependimento e tristeza ao sentirem que estão perdendo o evento que não puderam ir, o show que não conseguiram comprar o ingresso e todos os eventos sociais que estão acompanhando apenas pela tela do celular.

Tudo isso gera maior ansiedade e frustração.

Apesar de ser descrita como um fenômeno relativamente recente e não ser considerada uma doença ou transtorno, a FOMO é um risco para a saúde mental de jovens.

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Uso consciente e saudável das mídias sociais

É difícil estabelecer quantas horas por dia gastas em mídias sociais seria o ideal. Porém, algumas mudanças de hábito podem ajudar as pessoas a terem uma relação mais saudável com essas tecnologias, sem ser necessário deixar de usá-las e sem as tornar um vício.

Veja algumas dicas:

  • Desative notificações sonoras em seu celular;
  • Monitore o tempo de uso nas redes sociais;
  • Durma sem o celular por perto, deixando em outro cômodo da casa. Para quem o usa como despertador e tem dificuldade em deixá-lo longe, talvez seja necessário usar diferentes tipos de alarmes para não perder a hora, como um aparelho despertador convencional;
  • Avise que ficará offline por um momento, para evitar notificações a todo momento;
  • Analise padrões e perceba em quais situações você sente a necessidade de estar sempre conectado, assim será possível contornar esse hábito;
  • Busque realizar atividades sem telefone, como atividades físicas, cinema, yoga, sair com amigos etc.;
  • Separe um momento do dia como “hora da checagem” ao invés de verificar o tempo todo se há novas mensagens, como ao ir tomar um café ou dando uma pausa no trabalho ou estudo;
  • Encontre outras atividades que te deem prazer em seu tempo livre, como ler, fazer passeios ao ar livre;
  • Selecione melhor a quantidade e o tipo de conteúdo que consome, assim você passará menos tempo online para verificar as atualizações de seus contatos e terá consumido só os assuntos que realmente são úteis e te interessam.

De olho nos sintomas da depressão

A depressão é um transtorno mental que manifesta sintomas físicos e psicológicos em quem sofre com a condição.

Entre os sintomas físicos, normalmente mais perceptíveis, estão perda ou ganho de peso repentina, fadiga e sono irregular.

Mas, os sintomas psicológicos são os que podem passar mais despercebidos e requerem um olhar atento de quem convive com pessoas nessa situação.

É importante notar se a pessoa apresenta sinais como humor deprimido, desinteresse, sentimento de culpa ou inutilidade, prejuízo na concentração e pensamentos suicidas, para que seja possível orientá-la a procurar ajuda de um profissional.

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As mídias sociais são ferramentas que somam ao nosso cotidiano vários pontos positivos. Elas facilitam a interação e troca de informação, sendo uma forma de entretenimento e conhecimento.

Mas, elas também podem ser perigosas quando utilizadas em excesso, como o estudo apresentado apontou.

Por isso, é essencial que as pessoas tenham uma consciência maior sobre os riscos desse uso exagerado e que tenham acesso e conhecimento às formas de prevenção e tratamento dos sintomas da depressão e outros transtornos mentais.

Cuidar da saúde mental é indispensável! Por isso, ao se identificar com os sintomas, busque ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

Obrigada pela leitura e não esqueça de compartilhar essas informações com seus amigos e familiares!

Fonte consultada

Social Media Use and Adolescent Mental Health: Findings From the UK Millennium Cohort Study – The Lancet


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