Comum em regiões de Mata Atlântica, especialmente nos estados da região Sudeste e no Paraná, a febre maculosa é uma doença causada por espécies específicas de carrapatos.
A manifestação da doença pode ser leve ou grave e a boa recuperação do (a) paciente depende única e exclusivamente de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
A seguir, você irá conferir informações importantes, como o que causa e como acontece a transmissão, bem como algumas dicas sobre como preveni-la ou detectar os primeiros sintomas da doença. Confira!
Índice – Neste artigo você vai encontrar:
- O que é e o que causa a febre maculosa?
- Como a transmissão acontece?
- Sintomas de febre maculosa
- Como é feito o diagnóstico?
- Tem cura? Quais são os tratamentos?
- Como prevenir?
O que é e o que causa a febre maculosa?
A febre maculosa é uma doença aguda transmitida pela picada de algumas espécies de carrapatos infectados por bactérias da cepa Rickettsia. As espécies portadoras desse microrganismo, geralmente estrela e micuim, são comuns em animais de grande porte como cavalos, bois e capivaras.
Contudo, apesar de raro, é possível que outras espécies, como a que encontramos em animais domésticos como cães e gatos, também estejam contaminados pelo parasita.
Como a transmissão acontece?
A transmissão acontece por meio da saliva expelida pela picada do carrapato contaminado e não é repassada de uma pessoa para a outra. A doença permanece ativa por toda a vida do parasita, que dura entre 18 e 36 meses.
Para que haja transmissão da febre maculosa, é preciso que o parasita se fixe na pele do hospedeiro por, no mínimo, 4 horas. Após esse período, a bactéria Rickettsia percorre a corrente sanguínea e desencadeia uma série de sintomas que demandam intervenção clínica o mais rápido possível para evitar a progressão da condição.
Vale lembrar que carrapatos são comuns em regiões com mata ou em espaços com gramas altas.
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Sintomas de febre maculosa
Em humanos, os sintomas tendem a aparecer no período de incubação da doença, que varia entre 2 e 14 dias. Contudo, são muito parecidos com a manifestação de diversas outras infecções, como dengue, sarampo e rubéola, o que dificulta o diagnóstico da maioria dos (as) pacientes.
O surgimento de manchas avermelhadas, salientes e que não coçam em regiões como pés (sola e tornozelos), palma das mãos e pulsos, são muito característicos da condição, o que pode facilitar o diagnóstico.
Entre os sintomas iniciais mais comuns relatados estão:
- Febre acima de 39°;
- Calafrios;
- Manchas avermelhadas, salientes e que não coçam pelo corpo;
- Dor no corpo e de cabeça;
- Perda de apetite;
- Fadiga;
- Náuseas e vômitos;
- Icterícia (pele e olhos amarelados);
- Diarreia e dores abdominais.
Além disso, entre os sintomas mais relatados em fase avançada da infecção, quando o tratamento adequado não é iniciado rapidamente, estão:
- Paralisia dos membros;
- Parada respiratória;
- Confusão mental;
- Aumento do tamanho do baço;
- Convulsões;
- Encefalite;
- Comprometimentos das funções do sistema nervoso central, rins e pulmões;
- Lesões vasculares;
- Hemorragias;
- Coma;
- Morte do (a) paciente.
É importante consultar um (a) profissional já na manifestação dos primeiros sintomas. O diagnóstico precoce é decisivo para que o (a) paciente não desenvolva um quadro grave e, consequentemente, venha a falecer.
A febre maculosa pode deixar sequelas no (a) paciente acometido (a) pela doença mesmo após a cura. Surdez, necrose da pele e paralisia de alguns membros são as mais recorrentes em casos graves.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito a partir do relato dos sintomas do (a) paciente e confirmado por meio de alguns exames laboratoriais sorológicos, entre eles estão:
Reação de imunofluorescência indireta (RIFI)
Neste exame é possível detectar a quantidade de anticorpos produzidos pelo organismo após a contaminação.
Imunohistoquímica
Biópsia, ou seja, coleta de amostras de tecidos e de pequenas lesões na pele.
Biologia Molecular
Coleta de sangue e tecidos para detectar o material genético da bactéria Rickettsia.
Hemograma
Exame comumente realizado para observar possíveis alterações sanguíneas.
Enzimas
Útil para detectar o tamanho das enzimas que, diante de uma infecção, tendem a sofrer alterações significativas.
O tratamento deve ser iniciado pelo(a) médico(a) antes mesmo do resultado dos exames pois, como vimos anteriormente, um tratamento precoce, já na manifestação dos primeiros sintomas, pode impedir progressão e morte do (a) paciente.
Febre maculosa tem cura? Quais são os tratamentos?
A febre maculosa possui cura sim, desde que tratada de forma precoce e adequada, até o terceiro dia da manifestação dos primeiros sinais. Em estágios avançados, em que há demora de intervenção médica ou tratamento específico, a resposta do organismo a medicamentos é muito baixa, pois há um grande comprometimento de diversos órgãos e suas funções.
O tratamento consiste, basicamente, no uso de analgésicos (aliviam a dor), antitérmicos (estabilizam a temperatura corporal) e de antibióticos específicos, que possuem ação sobre a cepa Rickettsia, até o terceiro dia de sintomas. A medicação deve ser utilizada conforme as instruções médicas, mas tende a ser administrada entre 10 e 14 dias dependendo da evolução do (a) paciente.
Por uma doença com baixa incidência no Brasil, ainda há pouca informação e instrução sobre como prevenir e lidar com o problema. Em casos não tratados e avançados, a taxa de mortalidade é de 80%.
Existe uma vacina específica para a febre maculosa brasileira, mas sua proteção é parcial. Ela é comumente recomendada em casos de surtos ou quando a pessoa mora em regiões de risco, com mata. É possível encontrá-la em postos de saúde (SUS) e em centros de imunização particulares.
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Como prevenir a febre maculosa?
A febre maculosa pode ser prevenida de diversas maneiras. Confira na listinha abaixo como:
- Utilize roupas claras, compridas e sapatos fechados caso planeje fazer algum passeio em áreas de mata ou quando precisar fazer a limpeza do seu jardim;
- Utilize repelente nessas duas situações, pois existem produtos que são capazes de repelir esse tipo de parasita e outros insetos. Você pode encontrar diversas opções na plataforma Consulta Remédios;
- Caso algum animal seu esteja com carrapato, leve-o até um (a) veterinário (a). Pois o manejo e extração errada do parasita podem ser perigosos tanto para você quanto para o bichinho;
- Se você percebeu que foi picado (a) por um carrapato, independentemente da espécie, procure um (a) médico (a) o quanto antes. Como vimos anteriormente, o parasita leva até 4 horas para começar a contaminar o sangue;
- Vacine-se contra a febre maculosa caso haja orientação da prefeitura da sua cidade ou do (a) seu (a) médico (a).
O indicado é que você mesmo (a), assim que perceber que foi picado (a), remova o carrapato com a ajuda de uma pinça. Deixe o acessório rente à pele e remova o parasita por inteiro, não apenas a parte exposta e que podemos enxergar. Após a remoção, descarte adequadamente a pinça, higienize bem as mãos e a região acometida com água, sabão e álcool 70% e procure ajuda médica urgentemente.
Apesar de pouco comum, a febre maculosa é uma doença que, se não bem diagnosticada e descoberta precocemente, pode levar à morte do (a) paciente. A informação adequada é essencial para que as pessoas saibam procurar ajuda médica no tempo certo em casos como esse.
Para mais informações sobre doenças e tratamentos, acesse as categorias Saúde e Remédios do Minuto Saudável!
Fontes consultadas:
- Febre Maculosa — Dráuzio Varella;
- Febre Maculosa: causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção — Ministério da Saúde;
- Febre Maculosa Brasileira — Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde;
- Conheça os sinais e sintomas da Febre Maculosa e saiba como prevenir — Ministério da Saúde;
- Febre Maculosa — Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo.