Comum em regiões de Mata Atlântica, especialmente nos estados da região Sudeste e no Paraná, a febre maculosa é uma doença causada por espécies específicas de carrapatos.
A manifestação da doença pode ser leve ou grave e a boa recuperação do(a) paciente depende única e exclusivamente de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.
A seguir, você irá conferir informações importantes, como o que causa e como acontece a transmissão, bem como algumas dicas sobre como preveni-la ou detectar os primeiros sintomas da doença. Confira!
A febre maculosa é uma doença aguda transmitida pela picada de algumas espécies de carrapatos infectados por bactérias da cepa Rickettsia. As espécies portadoras desse microrganismo, geralmente estrela e micuim, são comuns em animais de grande porte como cavalos, bois e capivaras.
Contudo, apesar de raro, é possível que outras espécies, como as que encontramos em animais domésticos como cães e gatos, também estejam contaminados pelo parasita.
A transmissão acontece por meio da saliva expelida pela picada do carrapato contaminado, portanto, não é transmitida de uma pessoa para a outra. A doença permanece ativa por toda a vida do carrapato, que dura entre 18 e 36 meses.
Para haver transmissão da febre maculosa, é preciso que o parasita se fixe na pele do hospedeiro por, no mínimo, 4 horas. Após esse período, a bactéria Rickettsia percorre a corrente sanguínea e provoca uma série de sintomas que demandam intervenção clínica o mais rápido possível para evitar a progressão da condição.
Vale lembrar que carrapatos são comuns em regiões com mata ou em espaços com gramas altas.
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Em humanos, os sintomas tendem a aparecer no período de incubação da doença, que varia entre 2 e 14 dias. Contudo, eles são muito parecidos com a manifestação de diversas outras infecções, como dengue, sarampo e rubéola, o que dificulta um diagnóstico rápido na maioria dos(as) pacientes.
O surgimento de manchas avermelhadas, salientes e que não coçam em regiões como pés (sola e tornozelos), palma das mãos e pulsos, são muito características da condição, o que pode facilitar o diagnóstico.
Entre os sintomas iniciais mais comuns relatados estão:
Além disso, entre os sintomas mais relatados em fase avançada da infecção, quando o tratamento adequado não é iniciado rapidamente, estão:
É importante consultar um(a) profissional já na manifestação dos primeiros sintomas. Isso porque o diagnóstico precoce é decisivo para que o(a) paciente não desenvolva um quadro grave e, consequentemente, faleça.
A febre maculosa pode deixar sequelas no(a) paciente infectado(a) pela doença mesmo após a cura. Surdez, necrose da pele e paralisia de alguns membros são as mais comuns em casos graves.
O diagnóstico pode ser feito a partir do relato dos sintomas do (a) paciente e confirmado por meio de alguns exames laboratoriais sorológicos, entre eles estão:
Neste exame, é possível detectar a quantidade de anticorpos produzidos pelo organismo após a contaminação.
Biópsia, ou seja, coleta de amostras de tecidos e de pequenas lesões na pele, também pode ser feita para confirmar ou descartar o diagnóstico.
Coleta de sangue e tecidos para detectar o material genético da bactéria Rickettsia são uma das formas de confirmar ou não a doença.
Exame que consiste na coleta de sangue geralmente realizado para observar possíveis alterações sanguíneas.
Útil para detectar o tamanho das enzimas que, diante de uma infecção, tendem a sofrer alterações significativas.
A febre maculosa possui cura sim, desde que tratada de forma precoce e adequada, até o terceiro dia da manifestação dos primeiros sinais. Em estágios avançados, em que há demora de intervenção médica ou tratamento específico, a resposta do organismo a medicamentos é muito baixa, pois há um grande comprometimento de diversos órgãos e suas funções.
O tratamento consiste, basicamente, no uso de analgésicos (aliviam a dor), antitérmicos (estabilizam a temperatura corporal) e de antibióticos específicos, que possuem ação sobre a cepa Rickettsia, até o terceiro dia de sintomas. A medicação deve ser utilizada conforme as instruções médicas, mas tende a ser administrada entre 10 e 14 dias dependendo da resposta do(a) paciente.
Apesar de ser uma doença com baixa incidência no Brasil, ainda há pouca informação e instrução sobre como prevenir e lidar com o problema. Em casos não tratados e avançados, a taxa de mortalidade é de 80%.
Existe uma vacina específica para a febre maculosa brasileira, mas sua proteção é parcial. Ela é comumente recomendada em casos de surtos ou quando a pessoa mora em regiões de risco, com mata. É possível encontrá-la em postos de saúde (SUS) e em centros de imunização particulares.
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A febre maculosa pode ser prevenida de diversas maneiras. Confira na listinha abaixo como:
O indicado é que você mesmo(a), assim que perceber que foi picado(a), remova o carrapato com a ajuda de uma pinça. Deixe o acessório rente à pele e remova o parasita por inteiro, não apenas a parte exposta e que podemos enxergar.
Após a remoção, descarte adequadamente a pinça, higienize bem as mãos e a região acometida com água, sabão e álcool 70% e procure ajuda médica urgentemente.
Apesar de pouco comum, a febre maculosa é uma doença que, se não bem diagnosticada e descoberta precocemente, pode levar à morte do(a) paciente. A informação adequada é essencial para que as pessoas saibam procurar ajuda médica no tempo certo em casos como esse.
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Rafaela Sarturi Sitiniki
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