Comum em regiões de Mata Atlântica, especialmente nos estados da região Sudeste e no Paraná, a febre maculosa é uma doença causada por espécies específicas de carrapatos.

A manifestação da doença pode ser leve ou grave e a boa recuperação do (a) paciente depende única e exclusivamente de um diagnóstico precoce e tratamento adequado.

A seguir, você irá conferir informações importantes, como o que causa e como acontece a transmissão, bem como algumas dicas sobre como preveni-la ou detectar os primeiros sintomas da doença. Confira!

Índice – Neste artigo você vai encontrar:

  1. O que é e o que causa a febre maculosa?
  2. Como a transmissão acontece?
  3. Sintomas de febre maculosa
  4. Como é feito o diagnóstico?
  5. Tem cura? Quais são os tratamentos?
  6. Como prevenir?

O que é e o que causa a febre maculosa?

A febre maculosa é uma doença aguda transmitida pela picada de algumas espécies de carrapatos infectados por bactérias da cepa Rickettsia. As espécies portadoras desse microrganismo, geralmente estrela e micuim, são comuns em animais de grande porte como cavalos, bois e capivaras. 

Contudo, apesar de raro, é possível que outras espécies, como a que encontramos em animais domésticos como cães e gatos, também estejam contaminados pelo parasita.

Como a transmissão acontece?

A transmissão acontece por meio da saliva expelida pela picada do carrapato contaminado e não é repassada de uma pessoa para a outra. A doença permanece ativa por toda a vida do parasita, que dura entre 18 e 36 meses. 

Para que haja transmissão da febre maculosa, é preciso que o parasita se fixe na pele do hospedeiro por, no mínimo, 4 horas. Após esse período, a bactéria Rickettsia percorre a corrente sanguínea e desencadeia uma série de sintomas que demandam intervenção clínica o mais rápido possível para evitar a progressão da condição.


Vale lembrar que carrapatos são comuns em regiões com mata ou em espaços com gramas altas.

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A febre maculosa é uma das doenças causadas pelos carrapatos das espécies estrela e micuim.

Sintomas de febre maculosa

Em humanos, os sintomas tendem a aparecer no período de incubação da doença, que varia entre 2 e 14 dias. Contudo, são muito parecidos com a manifestação de diversas outras infecções, como dengue, sarampo e rubéola, o que dificulta o diagnóstico da maioria dos (as) pacientes. 

O surgimento de manchas avermelhadas, salientes e que não coçam em regiões como pés (sola e tornozelos), palma das mãos e pulsos, são muito característicos da condição, o que pode facilitar o diagnóstico.

Entre os sintomas iniciais mais comuns relatados estão:

  • Febre acima de 39°;
  • Calafrios;
  • Manchas avermelhadas, salientes e que não coçam pelo corpo;
  • Dor no corpo e de cabeça;
  • Perda de apetite;
  • Fadiga;
  • Náuseas e vômitos;
  • Icterícia (pele e olhos amarelados);
  • Diarreia e dores abdominais.

Além disso, entre os sintomas mais relatados em fase avançada da infecção, quando o tratamento adequado não é iniciado rapidamente, estão:

  • Paralisia dos membros;
  • Parada respiratória;
  • Confusão mental;
  • Aumento do tamanho do baço;
  • Convulsões;
  • Encefalite;
  • Comprometimentos das funções do sistema nervoso central, rins e pulmões;
  • Lesões vasculares;
  • Hemorragias;
  • Coma;
  • Morte do (a) paciente.

É importante consultar um (a) profissional já na manifestação dos primeiros sintomas. O diagnóstico precoce é decisivo para que o (a) paciente não desenvolva um quadro grave e, consequentemente, venha a falecer.

A febre maculosa pode deixar sequelas no (a) paciente acometido (a) pela doença mesmo após a cura. Surdez, necrose da pele e paralisia de alguns membros são as mais recorrentes em casos graves.

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito a partir do relato dos sintomas do (a) paciente e confirmado por meio de alguns exames laboratoriais sorológicos, entre eles estão:

Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) 

Neste exame é possível detectar a quantidade de anticorpos produzidos pelo organismo após a contaminação.

Imunohistoquímica

Biópsia, ou seja, coleta de amostras de tecidos e de pequenas lesões na pele.

Biologia Molecular

Coleta de sangue e tecidos para detectar o material genético da bactéria Rickettsia. 

Hemograma

Exame comumente realizado para observar possíveis alterações sanguíneas.

Enzimas

Útil para detectar o tamanho das enzimas que, diante de uma infecção, tendem a sofrer alterações significativas.

O tratamento deve ser iniciado pelo(a) médico(a) antes mesmo do resultado dos exames pois, como vimos anteriormente, um tratamento precoce, já na manifestação dos primeiros sintomas, pode impedir progressão e morte do (a) paciente.

Febre maculosa tem cura? Quais são os tratamentos?

A febre maculosa possui cura sim, desde que tratada de forma precoce e adequada, até o terceiro dia da manifestação dos primeiros sinais. Em estágios avançados, em que há demora de intervenção médica ou tratamento específico, a resposta do organismo a medicamentos é muito baixa, pois há um grande comprometimento de diversos órgãos e suas funções.

O tratamento consiste, basicamente, no uso de analgésicos (aliviam a dor), antitérmicos (estabilizam a temperatura corporal) e de antibióticos específicos, que possuem ação sobre a cepa Rickettsia, até o terceiro dia de sintomas. A medicação deve ser utilizada conforme as instruções médicas, mas tende a ser administrada entre 10 e 14 dias dependendo da evolução do (a) paciente.

Por uma doença com baixa incidência no Brasil, ainda há pouca informação e instrução sobre como prevenir e lidar com o problema. Em casos não tratados e avançados, a taxa de mortalidade é de 80%.

Existe uma vacina específica para a febre maculosa brasileira, mas sua proteção é parcial. Ela é comumente recomendada em casos de surtos ou quando a pessoa mora em regiões de risco, com mata. É possível encontrá-la em postos de saúde (SUS) e em centros de imunização particulares.

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Como prevenir a febre maculosa?

A febre maculosa pode ser prevenida de diversas maneiras. Confira na listinha abaixo como:

  • Utilize roupas claras, compridas e sapatos fechados caso planeje fazer algum passeio em áreas de mata ou quando precisar fazer a limpeza do seu jardim;
  • Utilize repelente nessas duas situações, pois existem produtos que são capazes de repelir esse tipo de parasita e outros insetos. Você pode encontrar diversas opções na plataforma Consulta Remédios;
  • Caso algum animal seu esteja com carrapato, leve-o até um (a) veterinário (a). Pois o manejo e extração errada do parasita podem ser perigosos tanto para você quanto para o bichinho;
  • Se você percebeu que foi picado (a) por um carrapato, independentemente da espécie, procure um (a) médico (a) o quanto antes. Como vimos anteriormente, o parasita leva até 4 horas para começar a contaminar o sangue;
  • Vacine-se contra a febre maculosa caso haja orientação da prefeitura da sua cidade ou do (a) seu (a) médico (a).

O indicado é que você mesmo (a), assim que perceber que foi picado (a), remova o carrapato com a ajuda de uma pinça. Deixe o acessório rente à pele e remova o parasita por inteiro, não apenas a parte exposta e que podemos enxergar. Após a remoção, descarte adequadamente a pinça, higienize bem as mãos e a região acometida com água, sabão e álcool 70% e procure ajuda médica urgentemente.

A melhor forma de prevenir febre maculosa é usando roupas claras e compridas em lugares de mata ou com grama alta.

Apesar de pouco comum, a febre maculosa é uma doença que, se não bem diagnosticada e descoberta precocemente, pode levar à morte do (a) paciente. A informação adequada é essencial para que as pessoas saibam procurar ajuda médica no tempo certo em casos como esse.

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Fontes consultadas:


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