Saúde

O que é Doença de Lyme, sintomas, tratamento, tem cura?

Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 02/07/2019
Publicado em: 30/06/2017Última atualização: 02/07/2019
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O que é doença de Lyme?

A doença de Lyme, chamada também de borreliose, é uma zoonose causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, que é transmitida pelo carrapato Ixodes ricinus. Suas principais características são sintomas parecidos com os da gripe que podem evoluir para complicações mais graves, como artrite.

No Brasil, a bactéria responsável pela doença sofreu adaptações e reside no carrapato-estrela (Amblyomma cajennense). A doença, nesse caso, é conhecida como borreliose humana brasileira, e provoca mais casos de retorno dos sintomas, complicações neurológicas e autoimunes.

A condição é, também, chamada de “a grande imitadora”, pois imita diversos sintomas de doenças comuns. Entre eles, estão sintomas comuns da gripe, que evoluem para sintomas de artrite e algumas condições neurológicas.

Por ser uma zoonose, ela pode afetar, também, animais e, por isso, é necessário atenção redobrada com animais de estimação, que podem trazer carrapatos para dentro de casa.

Origem do nome

A doença de Lyme ganhou esse nome após um surto na cidade de Lyme, em Connecticut, nos Estados Unidos, em 1975. Durante esse tempo, diversas mães estavam preocupadas, pois seus filhos estavam sendo diagnosticados com artrite reumatóide, doença que tipicamente acomete pessoas mais velhas.

Esse surto de sintomas reumatoides (relacionados às articulações) eventualmente fez com que pesquisadores encontrassem a causa da doença: uma bactéria. A doença foi, então, batizada como “doença de Lyme”, por ser o local de origem do primeiro surto conhecido.

Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:

  1. O que é doença de Lyme?
  2. Evolução da doença
  3. Causas e transmissão
  4. Quais são os sintomas?
  5. Como é feito o diagnóstico da doença de Lyme?
  6. Doença de Lyme tem cura? Qual o tratamento?
  7. Medicamentos para a doença de Lyme
  8. Complicações
  9. Convivendo
  10. Como prevenir a doença de Lyme?
  11. Como remover um carrapato corretamente?
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Evolução da doença

A doença de Lyme costuma evoluir progressivamente, com fases bem características, que demonstram o quanto a bactéria se espalhou pelo corpo.

Etapa precoce localizada

Num primeiro momento, a doença se encontra na etapa precoce localizada, na qual uma grande mancha vermelha (denominada eritema migratório) aparece na pele, no local da picada do carrapato. Essa mancha pode chegar até 15cm de diâmetro, com uma zona clara no centro. Muitas vezes, ela é descrita como uma mancha em forma de alvo.

O período de incubação da bactéria dura entre 3 a 32 dias, nos quais a doença pode ou não manifestar seus sintomas iniciais.

Etapa de disseminação prematura

Depois disso, a bactéria se espalha pelo corpo, iniciando a etapa de disseminação prematura. Nesse momento, diversos sintomas podem se manifestar, sendo muito parecidos com sintomas comuns de uma gripe ou resfriado. Por isso, muitas pessoas acabam não indo ao médico e permitem que a doença continue evoluindo. Após essa etapa, os sintomas somem por um período de tempo, que pode ser semanas, meses ou anos.

Etapa tardia

Passado esse período silencioso, começa a etapa tardia, na qual se manifestam sintomas mais graves e que podem se tornar complicações crônicas para os pacientes. É nessa etapa que a maior parte das pessoas procura ajuda médica, e muitas vezes sofre um diagnóstico errado, por conta das manifestações comuns a outras doenças. Em alguns casos, essa etapa inicia o que é conhecido como doença de Lyme crônica.
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Causas e transmissão

A borreliose é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida através da picada de algumas espécies de carrapatos que se alimentam de sangue humano. Entretanto, o carrapato só consegue transmitir a bactéria se ficar mais de 24 horas agarrado na pessoa.

Nos Estados Unidos e na Europa, a principal espécie transmissora da doença de Lyme é o Ixodes ricinus, popularmente conhecido como o “carrapato do veado”, por sua predileção por esses animais. Já no Brasil, as espécies que transmitem a doença são Amblyomma cajennense e Rhipicephalus sanguineus.

Como ocorre a transmissão?

Originalmente, o carrapato não carrega a Borrelia burgdorferi, mas a adquire ao picar e se alimentar do sangue de algum animal portador da bactéria. Assim, ele se torna um hóspede, que transmite a bactéria para os outros animais (e humanos) dos quais se alimenta.

Não existem evidências de que a transmissão possa se dar de humano para humano, exceto em casos de mulheres grávidas que podem acabar passando a bactéria para seus bebês. Entretanto, não há provas de que o bactéria seja transmitida através do leite materno.

Fatores e grupos de risco

Pela doença ser transmitida por carrapatos, o maior fator de risco é o contato com a natureza ou com animais, especialmente com roupas e calçados não adequados. Com isso, pode-se dizer que os principais grupos de risco são:

  • Crianças: Por ficarem mais perto do chão (onde os carrapatos se encontram) devido à sua baixa estatura e gostarem de ficar perto de animais de estimação, que podem trazer os hospedeiros para dentro de casa;
  • Pessoas que fazem trilha: Por viverem sempre ao ar livre;
  • Jardineiros e pessoas que trabalham ao ar livre: Devido ao seu constante contato com a natureza.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da doença de Lyme se dividem ao longo das 3 fases da doença. Entenda:

Etapa precoce localizada

O principal sintoma dessa fase é o eritema migratório (mancha vermelha), embora nem sempre ele esteja presente. Muitas pessoas não percebem a mancha, enquanto outras sofrem com manchas enormes que não necessariamente coçam ou doem, mas podem ser quentes ao toque.

O eritema pode se manifestar no local da picada, assim como migrar para outras partes do corpo, além da possibilidade de haver mais de um mancha por vez.

Sua aparência se assemelha a um alvo, com um centro vermelho e anéis avermelhados em volta. Algumas vezes, pode parecer apenas uma grande mancha avermelhada. Outras, apresenta-se com formato irregular. Há casos em que se parece com uma ferida com crostas. Além disso, o eritema pode, também, aparentar uma picada de aranha ou lesões de dermatofitoses.

Essa mancha tende a aumentar de tamanho com o tempo, até desaparecer após cerca de 4 semanas. Em alguns casos, ela pode reaparecer, mesmo depois de ter sumido completamente.

Etapa de disseminação prematura

Nessa fase, após a incubação da bactéria, começam os principais sintomas. São eles:

  • Cansaço;
  • Arrepios;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Rigidez no pescoço;
  • Dores musculares;
  • Dores nas articulações;
  • Eritema migratório em outras partes do corpo;
  • Dor nas costas;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Dor de garganta;
  • Linfonodos inchados.
Alguns desses sintomas podem desaparecer e reaparecer, mas sensação de mal-estar e cansaço perduram. Em algumas pessoas, pode haver o desenvolvimento de complicações mais graves, que podem afetar o sistema nervoso e o coração.

Etapa tardia (crônica)

Quando não tratada, a infecção pode levar a uma etapa tardia, na qual os sintomas se tornam complicações graves. Mais da metade das pessoas desenvolvem artrite em decorrência da doença e os inchaços e dores se repetem nas grandes articulações, em especial a do joelho. Pode haver o desenvolvimento de cistos atrás do joelho que, ao se romperem, causam ainda mais dor.

Outras pessoas podem desenvolver sintomas de mau funcionamento cognitivo, tendo a memória, padrões de sono, humor e fala afetados. Há o risco de paralisia no nervo da face (paralisia de Bell), assim como meningite (inflamação na meninge, tecido que reveste e protege o cérebro). Arritmias e outros problemas cardíacos também são comuns.

Essa etapa pode durar anos e, por isso, também é conhecida como crônica.

Sintomas nas crianças

Existem dois fatores que fazem com que a doença de Lyme seja pouco reconhecível em crianças: o fato de que elas não sabem expressar exatamente o que sentem e os sintomas inespecíficos que a doença causa.

Por conta desses sintomas, os pais podem se confundir e não perceber que a criança está doente de fato, pensando ser apenas um mal estar comum da idade. Eles podem achar que a criança está querendo atenção ou não quer ir para a escola, e o fato de que algumas funções cognitivas podem ser afetadas ajudam para que os pais pensem que isso é culpa do mau rendimento escolar.

Muitas vezes, a única maneira de perceber que a criança pode estar mal é observar mudanças em seu comportamento. Alguns sinais que os pais devem observar são:

  • Problemas relacionados à fadiga: Cansaço severo que não é aliviado após o descanso, insônia e irritabilidade;
  • Mal-estar: Cefaleia (dor de cabeça), náusea, dor abdominal, febre, calafrios, dores nas articulações e tontura;
  • Prejuízo em processos cognitivos: Concentração prejudicada, problemas com a memória a curto-prazo, dificuldade em manter a atenção, tomar decisões, pensar e se expressar, ler e escrever, confusão, mudanças repentinas de humor e sensibilidade aumentada a sons e luzes.

Nos casos de mães afetadas com a doença, sinais de que a bactéria pode ter sido passada à criança são:

  • Febres frequentes;
  • Incidência maior de infecções na garganta e no ouvido;
  • Incidência maior de pneumonia;
  • Irritabilidade;
  • Dores nos músculos e articulações;
  • Mau desenvolvimento muscular;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Traqueomalácia (flacidez na cartilagem da traqueia);
  • Catarata e outros problemas oftalmológicos;
  • Atraso no desenvolvimento cognitivo;
  • Dificuldades de aprendizagem;
  • Manifestações psiquiátricas.

Sintomas nos animais

Os animais também podem sofrer com a doença de Lyme e, por isso, donos de pets como cachorros e gatos devem levar o animal a um veterinário quando ele:

  • Hesita em subir em locais altos como camas, sofás, cadeiras e escadas — sinal de dor e fraqueza muscular;
  • Permanece deitado e dormindo por muito mais tempo do que o normal e não mostra excitação ao ser chamado para passear — sinal de que pode estar sofrendo com a fadiga;
  • Anda mancando ou sem precisão, por conta das dores;
  • Apresenta vômito, febre, falta de apetite e inchaço nos gânglios linfáticos.
Esses sintomas tendem a aparecer de forma cíclica, ou seja, o animal pode apresentá-los e melhorar repentinamente, até que, após um tempo, piora novamente. Caso o dono não o leve para ser tratado por um veterinário, os sintomas pioram gradativamente, podendo levar ao óbito por paralisia e asfixia.
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Como é feito o diagnóstico da doença de Lyme?

O diagnóstico da doença de Lyme é feito, principalmente, baseado nos sintomas e no histórico de exposição a áreas e animais que poderiam ter carrapatos. Isso porque os principais exames usados para tentar diagnosticar a doença são imprecisos e, por isso, um resultado negativo não significa, necessariamente, que a possibilidade da doença deve ser descartada.

Em geral, os exames são feitos em pares, porque quando um falha, o outro confirma. Mesmo assim, existem muitas pessoas com diagnóstico errado, uma vez que a doença tem sintomas muito parecidos com outras.

Os principais exames para diagnóstico da doença de Lyme são:

ELISA (Ensaio de imunoabsorção enzimática)

Este exame permite a detecção de anticorpos específicos, ou seja, permite que o médico saiba que o sistema imunológico do paciente está produzindo anticorpos contra a Borrelia burgdorferi. Em geral, esse exame é feito com uma amostra de sangue do paciente, que é enviada ao laboratório por análise.

As desvantagens desse exame é que pacientes que já tiveram a doença de Lyme e já foram curados ainda apresentam os anticorpos, o que pode conferir um resultado falso positivo.

Western Blot

O Western Blot é um método da biologia molecular que detecta anticorpos para as proteínas da bactéria causadora da doença. É pedido, geralmente, após um resultado positivo do ELISA, que, por ser altamente sensível, pode ser um falso-positivo. Quando ambos os exames confirmam as presenças dos anticorpos, pode-se estabelecer um diagnóstico.

Proteína-C reativa

O exame da proteína-C reativa detecta o DNA da bactéria no sangue do paciente, comprovando a presença da infecção pelo microrganismo. A maior desvantagem desse exame é que a bactéria é escassa no sangue e nem sempre está presente na amostra coletada, caracterizando um falso negativo.

Os testes de cultura, nos quais a bactéria é cultivada em laboratório, não são muito úteis no caso da Borrelia burgdorferi, pois ela não consegue se manter no ambiente in vitro.

Diagnósticos diferenciais

Por ser uma doença que imita muitos sintomas, é comum que o paciente seja erroneamente diagnosticado com as seguintes condições:

  • Artrite reumatóide;
  • Esclerose múltipla;
  • Febre reumática;
  • Fibromialgia;
  • Reumatismo.

Doença de Lyme tem cura? Qual o tratamento?

Felizmente, a doença de Lyme tem cura, porém pode deixar sequelas para toda a vida, especialmente se o tratamento não for seguido de forma correta ou tenha se iniciado muito tarde.

O tratamento tem por base o uso de antibióticos para eliminar a bactéria, assim como anti-inflamatórios não-esteroides para controlar as inflamações nas articulações (artrite).

Quando um paciente é diagnosticado com borreliose, existem duas formas de se pensar o tratamento: enquanto a Infectious Diseases Society of America (IDSA) recomenda o uso de antibióticos por um curto período de tempo, a International Lyme and Associated Diseases Society (ILADS) aconselha uma análise de questões individuais, como a severidade dos sintomas, presença de coinfecções (infecções que ocorrem simultaneamente) e resposta do paciente ao tratamento.

Embora não exista um consenso sobre o tratamento ideal, muitas vezes a duração da medicação com antibióticos varia entre 2 e 4 semanas. Há a suspeita de que os sintomas crônicos da doença ocorrem porque esse tempo de tratamento é insuficiente e, por isso, alguns médicos podem recomendar tratamentos mais extensos, semelhantes àqueles para doenças persistentes, como a tuberculose. De qualquer maneira, a medicação não deve ser interrompida logo que o paciente se sentir melhor, pois isso pode fazer com que a bactéria ganhe resistência e a doença volte ainda mais forte.

Sobre os medicamentos disponíveis, deve-se manter em mente que, apesar de não se tratar de uma doença rara, a indústria farmacêutica ainda se encontra em estado emergente em relação à doença de Lyme.

É importante notar que, não havendo consenso sobre o tratamento, o paciente deve se informar sobre a doença e analisar as opções disponíveis com um médico, a fim de encontrar a melhor abordagem para cada caso. Não existe um antibiótico ou combinação de medicações específicas para tratar a doença de Lyme e há casos de reincidência de sintomas (fase crônica) com todos os tipos de tratamento.

Medicamentos para a doença de Lyme

Os medicamentos podem ser administrados por via oral e, em casos específicos, pode ser necessária a internação para que o paciente tome a medicação por via endovenosa.

Profilaxia

Quando a picada de um carrapato é relatada antes mesmo do paciente manifestar sintomas, alguns médicos podem recomendar uma dose de doxiciclina para evitar a proliferação da bactéria. Em alguns casos, médicos podem estender esse tratamento profilático, receitando doses do antibiótico durante cerca de 20 dias.

Tratamento do eritema migratório

Ao ser constatado um eritema migratório, alguns médicos podem receitar antibióticos como azitromicina, cefuroxima, doxiciclina e amoxicilina durante 20 dias. Entretanto, nem sempre esse método é eficaz e cabe ao paciente, juntamente com o médico, avaliar essa opção. Isso porque esse tratamento, se bem sucedido, pode evitar o uso prolongado de antibióticos posteriormente — o que poderia trazer várias reações adversas —, porém há pacientes que preferem correr esse risco do que falha no tratamento.

Tratamento prolongado

Caso o tratamento de 20 dias não tenha dado certo — ou o paciente tenha optado por não realizar esse tratamento —, alguns médicos recomendam continuação do tratamento, com o uso prolongado de antibióticos. Nesse caso, as doses podem ser ajustadas e, levando em consideração todos os fatores possíveis (coinfecções, severidade dos sintomas, idade etc.), o tratamento pode ser replanejado para se adequar ao estado do paciente. Considera-se, no tratamento prolongado, o uso de tetraciclina.

O tratamento prolongado pode ser feito, também, em pacientes que mostraram melhora com o tratamento de poucos dias, pois isso evitaria a possibilidade de reincidência dos sintomas. Enquanto alguns pacientes optam por essa opção, outros podem preferir não fazer o uso de antibióticos “desnecessariamente”, uma vez que seus sintomas já foram resolvidos com o tratamento de curta duração. Por isso, há quem rejeite o tratamento prolongado.

Atenção!

NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.

Repetição do tratamento

Quando o paciente demonstra sintomas após o tratamento (caracterizando a doença de Lyme crônica), alguns profissionais da saúde podem aconselhar o paciente a retomar o tratamento. Essa repetição pode trazer melhoras significativas à qualidade de vida do paciente, embora nem sempre seja capaz de prevenir novas reincidências.

Para que o médico possa recomendar novamente o tratamento, ele deve avaliar fatores como a severidade dos sintomas, tempo de duração e impacto na qualidade de vida do paciente.

Complicações

Quando não tratada, a doença de Lyme pode se tornar crônica, ou seja, seus sintomas podem voltar a se manifestar de maneira recorrente. A essa condição se dá o nome de “síndrome pós-tratamento da doença de Lyme”.

Algumas outras complicações que podem surgir em decorrência da doença são:

  • Fadiga: A fadiga (cansaço extremo) provocado pela borreliose pode durar por anos após a resolução do quadro;
  • Artrite: Em algumas pessoas, a artrite (inflamação das articulações) reaparece mesmo depois da cura;
  • Problemas cognitivos: Algumas pessoas continuam a ter problemas com a memória e outros processos cognitivos, além de dores de cabeça;
  • Paralisia de Bell: Quando a bactéria atinge o nervo da face, o paciente pode ficar com parte do rosto paralisado. Essa condição causa dormência em um lado do rosto e o paciente pode ter a visão e a audição piorada;
  • Problemas cardíacos: Em casos raros, a doença de Lyme danifica o coração, que pode sofrer com arritmia e até mesmo batimentos lentos;
  • Depressão, ansiedade e estresse: Devido às limitações e dores crônicas causadas pela doença, é comum que pacientes com borreliose desenvolvem problemas psicológicos, como depressão, ansiedade e estresse.

Convivendo

A qualidade de vida dos pacientes que tiveram doença de Lyme, em especial aqueles que acabaram desenvolvendo a forma crônica da doença, pode ser tão ruim quanto a de um paciente com doenças crônicas limitantes. Por isso, a convivência com a borreliose não é simples.

Algumas medidas a serem tomadas para melhorar esse período são:

  • Faça o tratamento corretamente: Tomar os medicamentos nos horários certos e seguir a agenda que o médico receitou é de extrema importância, para que o tratamento tenha a eficácia esperada;
  • Busque ajuda: Ao ser acometido por sentimentos de tristeza ou ansiedade, busque ajuda profissional. Ter uma doença limitante pode ser devastador, mas é preciso manter-se motivado a batalhar contra a condição e melhorar;
  • Junte-se a um grupo de apoio: Lembre-se que você não está sozinho e que outras pessoas também lidam com a mesma doença. Participar de um grupo de apoio ajuda a trocar ideias, informações e soluções para um dia a dia melhor mesmo com a doença;
  • Não se esforce demais: Se você sente dor, não se force a fazer mais do que consegue. Peça ajuda às pessoas próximas para realizar tarefas do dia a dia.

Como prevenir a doença de Lyme?

Por ser uma doença transmitida por carrapatos, para prevení-la, basta evitar a exposição aos hospedeiros. Por isso, algumas dicas são:

  • Utilize roupas compridas, que não deixem nada exposto, durante passeios em parques, bosques e outros locais em contato com a natureza;
  • Para melhorar a visualização dos carrapatos, utilize roupas claras;
  • Faça uso de repelente com DEET, substância que, além de espantar insetos e mosquitos, também repele carrapatos;
  • Após passeios em meio à natureza, verifique todas as roupas e examine seu corpo minuciosamente a procura de carrapatos. Isso ajuda pois o carrapato precisa passar mais de 24 horas agarrado para transmitir a bactéria causadora da doença;
  • Verifique a presença de carrapatos nos animais domésticos;
  • Ao encontrar um carrapato, remova-o corretamente, sem esmagá-lo ou puxá-lo desajeitadamente;
  • Controle a entrada de animais considerados pragas em casa, como ratos. Além da borreliose, eles podem ajudar na transmissão de outras doenças.

Prevenção em animais

Para alguns animais, é mais difícil prevenir a doença, uma vez que vivem em contato com a natureza e podem facilmente contrair carrapatos. Por isso, algumas dicas que os donos podem seguir são:

  • Colocar uma coleira anti-carrapato no animal;
  • Passar repelentes próprios para animais ao levá-lo para passear;
  • Dar banhos com carrapaticidas após passeios e outras atividades ao ar livre.

Vacinação

Em 1998, uma vacina para humanos chamada LYMErix, formulada pelo laboratório GSK (GlaxoSmithKline) foi aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos. Clinicamente, a vacina foi capaz de prevenir a doença de Lyme em 76% dos adultos e 100% das crianças, com poucas reações adversas.

A vacina não foi muito bem introduzida no mercado devido ao seu alto custo inicial e ao fato de que os convênios não pagariam por elas. Além disso, vários pacientes que utilizaram a vacina desenvolveram reações autoimunes e abriram processos judiciais contra o laboratório. O FDA e outros órgãos governamentais investigaram as queixas, porém não encontraram evidências científicas de que tais reações teriam sido causadas pela LYMErix.

Devido à pressão da mídia e da população, a vacina foi retirada do mercado em 2002, mesmo sem provas de que ela teria sido a causa das reações relatadas.

Apesar de tudo isso, o desenvolvimento de vacinas para cachorros não parou e, hoje, nos Estados Unidos, existem três tipos de vacinas que podem ser dadas ao animal com risco de ser infectado. Essas vacinas são:

  • LymeVax, por Fort Dodge Laboratories;
  • Galaxy Lyme, por Intervet-Schering-Plough;
  • Canine Recombinant Lyme, por Merial.

Como remover um carrapato corretamente?

Não é preciso muito esforço para remover o carrapato corretamente. Para isso, você só precisa de uma pinça de pontas finas.

  1. Com a pinça, agarre o carrapato o mais perto da pele possível;
  2. Puxe o carrapato para fora mantendo um ângulo reto, sem torcer a pinça, de forma firme;
  3. Faça assepsia (desinfecção) do local da mordida e lave as mãos;
  4. Se preferir, salve o carrapato para exames, em um pote ou saco plástico.

A doença de Lyme é dolorosa e limitante, mas possui cura com o tratamento adequado. Para que mais pessoas tenham essas informações em mãos, compartilhe esse texto com seus amigos! Se houver qualquer dúvida, pergunte que nós respondemos.

Referências

https://www.lymedisease.org/

Imagem do profissional Rafaela Sarturi Sitiniki
Este artigo foi escrito por:

Rafaela Sarturi Sitiniki

CRF/PR: 37364Farmacêutica generalista graduada pela Faculdade ParananseLeia mais artigos de Rafaela
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