A ansiedade é uma respostas normal do organismo e ocorre diversas vezes durante nossas atividades. Porém, quando ela se torna frequente e exagerada, prejudicando a realização de tarefas simples e causando sofrimento à pessoa, é possível que esteja havendo um transtorno de ansiedade.
Saiba o que é e quando é preciso fazer tratamento:
Índice - neste artigo você irá encontrar as seguintes informações:
A ansiedade é a expectativa de uma ameaça futura caracterizada pelo sentimento de desconforto, em conjunto com a preocupação excessiva e também do medo.
Ela pode ser leve ou grave e é bem difícil de controlar, pois atinge um alto grau de intensidade em poucos minutos. Além disso, pode durar muito tempo e, geralmente, está acompanhada de sintomas físicos.
Todas as pessoas, sejam elas crianças ou adultas, já se sentiram ansiosos em algum momento da vida. Isso é normal, entretanto, para algumas pessoas, esse sentimento é mais frequente e intenso, prejudicando suas atividades diárias.
A sensação da ansiedade pode impactar de uma forma tão negativa a vida de quem a possui, que a pessoa acaba deixando de fazer coisas simples do dia a dia, somente com o intuito de prevenir o desconforto que sente.
Existem vários tipos de transtorno de ansiedade, alguns deles são:
As pessoas que tem Agorafobia têm medo de certos lugares ou situações que possam fazer com que elas se sintam presas ou que não possam ser socorridas em casos de emergência, com sintomas de pânico bastante impactantes e constrangedores.
Esses sentimentos levam a ataques de pânico e, por isso, o paciente tende a evitar determinados lugares que se sente desconfortável.
As pessoas que sofrem de ansiedade generalizada estão constantemente preocupadas, até mesmo com atividades rotineiras ou que são consideradas "normais", fazendo com que isso reflita até mesmo em sintomas físicos, como dor de cabeça, dores no estômago e perturbações no sono.
É caracterizada pela ocorrência de crises repentinas e repetidas de ansiedade, medo ou terror em questão de poucos minutos, acompanhadas de sintomas físicos, como falta de ar, dor no peito e batimentos cardíacos rápidos ou irregulares.
As pessoas que sofrem desse tipo de ansiedade podem evitar situações em que os ataques já tenham ocorrido a fim de se sentirem melhores.
O mutismo seletivo está mais presente nas crianças e pode ser caracterizado como a incapacidade de falar em lugares e situações específicas, mesmo quando se é capaz, como na escola, em casa e em outras situações corriqueiras. Esse tipo de crise acaba interferindo na vida pessoal e social.
Esse tipo de ansiedade é caracterizado por um medo severo de algo. Quando se manifesta, um forte desejo de evitá-lo surge. Alguns exemplos de fobias específicas são: medo de aranhas (aracnofobia), medo de lugares fechados (claustrofobia) ou medo de palhaços (coulrofobia).
Cerca de 4% das crianças vivencia o transtorno de ansiedade de separação, que é marcada pela separação de seus pais ou responsáveis. Ainda que a maior prevalência seja na infância, durante a adolescência e a fase adulta também ocorrem casos, afetando aproximadamente 1,6% dos jovens e até 1,9% dos adultos.
Um exemplo nítido dessa separação é o primeiro dia na escolinha ou quando os pais voltam a trabalhar e passam longos períodos distante de seus filhos. Apesar do processo ser uma parte normal do desenvolvimento infantil, as crianças afetadas levam em torno de 18 meses para superá-lo.
Leia mais: Tripofobia: o que é, sintomas e causas
Não se sabe ainda quais são as reais causas da ansiedade. Entretanto, pode ser compreendida entre as experiências vividas pela pessoa e que acabam por ser traumáticas, além de características hereditárias ou, até mesmo, um efeito colateral de algum medicamento que é tomado diariamente.
Todavia, para algumas pessoas, a ansiedade pode estar ligada a fatores de problemas de saúde e pode ser o primeiro sinal de uma doença física, como por exemplo:
As pessoas que estão mais suscetíveis a sofrer de algum tipo de ansiedade são:
Os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa, entretanto, quando se entra em estado de alerta, causado pela ansiedade, o corpo reage de maneira bem específica para a ansiedade.
Alguns sintomas, embora não se manifestem na pele, são sentidos psicologicamente, como:
Embora grande parte dos sintomas da ansiedade sejam psicológicos, é possível apresentar alguns sintomas físicos mínimos, que podem passar despercebidos, são eles:
A ansiedade pode ser difícil de diagnosticar e, em alguns casos, pode até mesmo ser difícil de diferenciá-la de outros transtornos psicológicos, como a depressão.
Por isso, procure sempre um médico psiquiatra, ou um terapeuta, se sentir que a ansiedade está atrapalhando sua rotina diária e causando-lhe sofrimento. O especialista irá procurar, antes de tudo, entender a origem das crises.
Alguns critérios do diagnóstico são:
A ansiedade não tem cura, porém com tratamento e medicação adequados, é possível obter um controle dos sintomas e conviver bem com a condição.
O tratamento para a ansiedade, nervosismo e outros sintomas relacionados pode ser feito de duas maneiras:
Pode ser também que o profissional que for lhe atender resolva te medicar e, ainda, continuar com a psicoterapia, para a obtenção de melhores resultados.
A terapia é um recurso importante na melhoria do paciente com ansiedade. O tipo deve sempre ser indicado pelo profissional de saúde mental, que leva em consideração os aspectos de cada paciente.
Nesse sentido, vale ressaltar que cada terapia trabalha com recursos distintos, havendo também maior efetividade (evidência de melhoria) em determinados tipos.
Esta abordagem estimula que o paciente se expresse sem censura e faça associações livres entre pensamentos, fantasias, emoções e sonhos. O analista faz o papel de um ouvinte atento e, de tempos em tempos, interrompe o paciente para que ele reflita sobre os significados que podem estar ocultos em suas falas, como uma maneira de desvendar o inconsciente.
Enquanto a psicanálise é mais retrospectiva, a junguiana procura trabalhar de maneira mais prospectiva, vislumbrando o futuro. Nesse tipo de terapia, o paciente buscará superar seus conflitos e, para acessar seu inconsciente, o terapeuta utiliza os sonhos do paciente. Ele também usa o chamado "inconsciente coletivo", que são imagens, pensamentos e experiências comuns a todos, que interferem na saúde emocional.
O método utilizado é a tática livre de associação, para fazer com que o paciente reflita sobre seus problemas, entretanto, existem maiores interrupções do terapeuta. O analista pode quebrar a continuidade da sessão no momento que julgar importante, ainda que seja de forma brusca, e pedir para o paciente pensar sobre o que falou.
Neste método, além de analisar o que o paciente pensa e faz, a terapia ainda avalia o papel do sistema nervoso central em problemas que são, aparentemente, apenas psicológicos.
Neste método, os terapeutas trabalham com a ideia de que os sentimentos reprimidos, como medo, angústia, raiva ou outros, são refletidos no corpo em forma de problemas físicos.
Este método se baseia na percepção de que os estímulos do ambiente podem modelar nosso comportamento. Por isso, o terapeuta propõe estratégias comportamentais que podem gerar mudanças na vida do paciente.
Neste método, acredita-se que a maneira como as pessoas interpretam suas experiências determina como elas se sentem e se comportam. Utiliza estratégias para corrigir distorções de pensamentos, como ter uma visão muito negativa de si mesmo.
A abordagem é a que, atualmente, apresenta mais evidências científicas para o tratamento da ansiedade.
Os pacientes são analisados em relação ao meio em que vivem, amigos, família, trabalho e suas atitudes nesse meio. O terapeuta ouve o cliente, mas presta atenção em gestos, posturas, tom de voz e expressões faciais.
Este método é muito utilizado em grupos de pessoas e é realizado a partir de um tema a ser trabalhado em que os participantes encenam seus problemas. Logo após, o grupo discute e avalia como cada um se sentiu. Acredita-se que externando as emoções, seja mais fácil de enxergá-las.
A dinâmica em grupo pode seguir algumas abordagens, como a do psicodrama ou a da Terapia cognitivo comportamental (TCC), por isso, não há um método único de se trabalhar.
É utilizada para tratar um grupo de pessoas com um problema em comum, por exemplo, a ansiedade social. Apesar de ter um melhor custo benefício, é necessário estar motivado para uma progressão.
EMDR, em inglês, significa Eye Movement Desensitization and Reprocessing (Dessensibilização e Reprocessamento através de movimentos oculares em português).
A EMDR tem como objetivo trabalhar memórias e registros traumáticos, como forma de aliviar os sentimentos associados, melhorando a vida e o bem-estar do paciente.
A abordagem apresenta ótimos resultados no tratamento de transtornos pós-traumáticos e, mais recentemente, tem apresentado significativos avanços para pacientes com ansiedade, fobias, dependência químicas e depressão, por exemplo.
Em síntese, o paciente inicia a sessão focando em um evento ou lembrança que lhe aflija.
Junto com a aplicação de estímulos e simulação dos movimento oculares e estímulos bilaterais específicos (dos hemisferios cerebrais), a EMDR auxilia o cérebro a processar essas memórias ou eventos, através do Processamento Adaptativo de Informação. Ou seja, o paciente situa os acontecimentos e assimila sentimentos mais positivos a eles
A ideia dessa simulação é a de que o cérebro consegue reconstruir os caminhos das memórias ruins e eventos traumáticos que são processados e superados.
Em geral, as terapias comportamentais trabalham a partir das respostas ou comportamentos do paciente perante estímulos do meio e situações que vivenciam. A abordagem considera que os comportamentos são ações ou respostas aprendidas (ou condicionadas), fazendo com que elas possam ser reorganizadas, reformuladas e adequadas de modo a causar menos sofrimento ao paciente. Entre as técnicas da abordagem há:
O profissional busca a sucessão de ocorrências, em que os estímulos e o comportamento desencadeiam nas consequências.
O paciente é gradualmente exposto aos meios os atos que lhe afligem, seguidos de técnicas de relaxamento e processamento emocional. Assim como uma adaptação progressiva, os sentimentos associados, por exemplo, às aranhas (aracnofobia) vão sendo minimizados.
Chamada também de terceira geração da Terapia Comportamental, as terapias contextuais dão atenção ao contexto em que a pessoa está inserida e à função do comportamento do paciente.
Entre as abordagens, destaca-se:
Utiliza recursos que trabalham com a crítica e análise funcional das ações e respostas do paciente. Os conceitos e sentimentos positivos são estimulados, privilegiando a associação dele ao invés dos negativos. Ou seja, ocorre uma substituição de comportamentos e sentimentos ruins pelos bons.
A estratégia terapêutica consiste em 3 premissas: aceitação plena do momento atual, atenção absoluta e ação não-julgadora. É basicamente um modo de focar as atenções, de maneira consciente e plena, nas ações e vivências presentes.
O recurso pode fazer fazer de outras terapias contextuais, pois sua base é trabalhar os fatos da vida de forma menos danosa ao emocional do paciente.
Os medicamentos comumente utilizados para o tratamento de ansiedade são:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas nesse site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Existem, ainda, alguns recursos naturais que podem auxiliar no controle da ansiedade ou promovendo bem-estar ao paciente. Porém, é sempre importante reforçar que eles devem ser usados de forma complementar, nunca substituindo o tratamento ou acompanhamento médico. Como por exemplo:
Tomar um banho quente e receber uma massagem relaxante também pode ajudar com ação calmante na hora das crises!
Além do método de tratamento convencional, é possível realizar pequenas tarefas diárias que podem ajudar a conviver de uma forma mais fácil com a ansiedade:
Procure pesquisar e aprender o máximo que puder sobre sua condição, além de saber e quais são os tratamentos disponíveis para que você possa tomar decisões de qual caminho seguir.
Siga sempre os cuidados e orientações do seu psicólogo ou psiquiatra e tome a medicação regularmente. Isso ajudará a manter a ansiedade controlada.
Descubra o que desencadeia sua ansiedade e pratique atividades de enfrentamento para que você possa lidar melhor com as crises quando elas acontecerem.
Mantenha um diário com seus sentimentos e experiências. Isso pode ajudar você a se lembrar do que aconteceu durante a semana para que, assim, converse melhor com seu analista sobre o que pode desencadear as crises de ansiedade.
Grande parte das pessoas com problemas psicológicos tem como tendência se isolar do convívio social. Faça ao contrário: saia com amigos, familiares, obtenha apoio das pessoas que você gosta. Fazendo isso, pode ser mais fácil lidar com os problemas.
Gerir seu tempo de forma inteligente pode fazer com que você passe menos tempo ocioso, diminuindo as preocupações excessivas e, consequentemente, as crises de ansiedade.
Não deixe a ansiedade assumir o controle da sua vida. Se você se sentir oprimido, quebre a sua rotina fazendo uma caminhada ou conversando com alguém próximo, pois isso vai dirigir a sua mente para outro lugar e manter as preocupações distantes.
A criação de uma rotina de exercícios para ser seguida, pelo menos três vezes na semana, pode ajudar a diminuir a ansiedade e o estresse do dia a dia.
Esses produtos acabam aumentando a sensação de ansiedade, então opte por não consumi-los.
A cafeína é responsável por deixar as pessoas em estado de alerta, ligadas, e isso pode acabar piorando os sintomas da ansiedade.
A falta de uma noite bem dormida pode aumentar os sentimentos de inquietação e ansiedade, então procure dormir pelo menos 8 horas diárias.
Coma frutas e verduras regularmente, mantenha-se hidratado e procure comer proteínas magras - presentes no frango e no peixe.
Procure aulas de yoga, meditação, tenha um mantra diário consigo mesmo. Pequenas coisas podem promover o relaxamento e reduzir o sentimento de ansiedade.
Os smartphones estão cada vez mais presentes na vida das pessoas. Muitas atividades que eram necessárias um deslocamento, hoje podem facilmente serem realizadas por aplicativos baixados no celular.
Sabendo disso, por que não utilizá-los para ajudar no controle da ansiedade? A seguir, trazemos 4 aplicativos que podem te ajudar!
Este aplicativo te ajuda a entender o que te deixa mais ansioso e o que ajuda a melhorar. Também é possível criar metas diárias, escrever um diário de pensamentos e experimentar técnicas de relaxamento para a melhora da sua saúde no geral.
É gratuito e está disponível para iOS, Android e Web.
Este aplicativo tem como ideia central o modo como se vê a ansiedade. Ele não ajuda a evitá-la, mas sim a lidar com as crises e mantê-las sob controle através de exercícios, até para a respiração, como uma forma de tranquilizar-se.
Está disponível para iOS e Android e é gratuito.
O aplicativo se propõe a tornar a prática da meditação mais acessível, com 10 curtas meditações guiadas e uma página onde é possível você medir seu progresso. Além disso, oferece lembretes para ajudar você a se manter no caminho certo e calmo.
Está disponível para iOS e Android e não tem custo algum.
Esse aplicativo permite que você anote suas preocupações do momento e revise-as mais tarde, para que seja possível analisar se o resultado foi tão ruim comparado a preocupação que gerou.
Da próxima vez que você sentir uma crise de ansiedade se aproximando, o aplicativo irá gerar um relatório, como um lembrete de que o resultado real raramente foi tão ruim quanto a preocupação.
Está disponível para Android e iOS e tem o custo de R$ 1,99.
Embora a ansiedade não tenha cura, é possível prevenir seu aparecimento. Procure fazer exercícios físicos diariamente, não consumir alimentos e bebidas com cafeína em excesso e separar um período do dia para relaxar e respirar profundamente. Além disso, evite se preocupar excessivamente e antes da hora.
Muitas vezes não damos o devido valor para a nossa saúde mental e, com isso, desenvolvemos problemas graves. Se você conhece algum amigo ou familiar que sofre de ansiedade também, compartilhe esse artigo com ele!
Dr. Emerson Barbosa
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