Se as mulheres passam pela menopausa, os homens passam pela andropausa, uma condição caracterizada pela baixa da testosterona na corrente sanguínea.
Diferente do que ocorre com as mulheres, que obrigatoriamente vão passar pela fase da falência dos ovários e consequente interrupção dos hormônios progesterona e estrogênio, não são todos os homens que desenvolvem andropausa.
Segundo o urologista Aguinaldo Nardi, do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP, ao contrário do que o nome sugere, não existe uma pausa, mas sim uma diminuição na produção e consequentemente circulação do hormônio testosterona no organismo masculino à partir dos 40 anos.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia afirma que cerca de 15% dos homens entre 50 e 60 anos possuem Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino. As chances de se desenvolver a doença aumenta com a idade, sendo 50% para maiores de 80 anos.
No Brasil o termo mais utilizado para se referir à doença é DAEM: Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino.
Índice — neste artigo você encontrará as seguintes informações:
Testosterona é o principal hormônio masculino. Sendo produzida majoritariamente nos testículos, ela é responsável por agregar características masculinas ao indivíduo, como: crescimento da próstata, pelos, cabelos, massa muscular, massa óssea e engrossamento de voz. Além de diminuir o estresse, melhora a forma física e garante diversos outros benefícios ao indivíduo.
A produção dos hormônios é comandada pelo eixo hipotálamo-hipófise, que liga o sistema nervoso central às glândulas endócrinas. Quando há alguma deficiência nesse eixo, algumas glândulas param de exercer sua função, fazendo com que o nível de testosterona caia.
Atrofia testicular gerada a partir de cirurgias ou medicamentos antiandrogênicos pode ser uma das causas da andropausa.
A principal causa do déficit de testosterona é o envelhecimento, pois com o passar dos anos o organismo vai entrando em declínio, fazendo com que algumas funções diminuam ou cessem. Este decréscimo é feito de maneira lenta e gradual a partir dos 30 anos.
Existem especialistas que não acreditam na DAEM como uma doença física, e sim psicológica, sendo decorrente de uma depressão.
Isso ocorre pois, além dos sintomas serem parecidos, uma pesquisa realizada no National Institute of Health dos Estados Unidos relatou melhora no estado clínico de pacientes depressivos ao serem tratados com testosterona.
Há três tipos de andropausa:
A andropausa primária se caracteriza pela anormalidade dos testículos. Eles passam por uma redução de tamanho, o que ocasiona na queda de produção de testosterona.
O tipo secundário é a deficiência na hipófise ou hipotálamo, ambas glândulas importantes para a produção de testosterona. A hipófise e o hipotálamo estão localizados no cérebro, sendo responsáveis pela produção de hormônios. Junto com os testículos, elas transformam o colesterol em testosterona.
Este é o tipo mais raro, pois além da alteração de tamanho ocorre também a deficiência no eixo hipotálamo-hipófise.
A partir dos 40 anos, todos os homens estão propensos a manifestar andropausa, entretanto as chances são ainda maiores para os:
É importante estar atento aos exames clínicos, já que muitos dos sintomas são semelhantes aos de outras doenças e ao simples envelhecimento.
Os sintomas mais comuns são:
O diagnóstico da andropausa deve ser feito por um endocrinologista, através da observação dos sintomas e exame de sangue.
No exame sanguíneo, serão avaliados os níveis de testosterona total no sangue, sendo de 300 a 1200ng/dL consideradas normais (valores referência). Abaixo de 300, o diagnóstico pode ser de andropausa. Para descartar outras possibilidades, o médico pode solicitar exames complementares, como prolactina e gonadotrofinas:
Prolactina, popularmente conhecido como hormônio do leite, é um importante hormônio do organismo humano. Está presente em homens e mulheres e é responsável, por estimular a produção do leite materno, auxiliar no sistema imunológico, formar vasos sanguíneos e etc.
Além destas finalidades, a prolactina também é o hormônio regulador das funções sexuais. Por isso, quando ela está alta, os níveis de testosterona caem.
No caso de andropausa, o exame de prolactina é solicitado quando o homem apresenta apenas diminuição do desejo sexual ou infertilidade.
Esse exame é realizado para identificar a existência de possíveis tumores de células germinativas nos testículos.
O espermograma é realizado para analisar a aptidão em se reproduzir do homem e as condições da próstata. O exame é feito porque a testosterona é fundamental na produção de espermatozoides, e resultados alterados podem indicar problemas nesse hormônio.
Sendo a doença causada pela diminuição da produção de testosterona, muita gente acredita que basta repor isso quimicamente para se livrar da doença. Infelizmente não é bem assim: a andropausa é incurável.
Ao realizar o tratamento adequado, o paciente diminui os efeitos da doença, mas não se cura dela, pois o envelhecimento reduz cada vez mais os níveis do hormônio.
O tratamento da andropausa é a reposição hormonal, que irá acompanhar o homem até o fim da vida, já que se trata de uma doença sem cura. Essa reposição pode ser feita através de:
Esta é uma forma indolor e menos invasiva de receber a testosterona. O adesivo é colado na pele dos braços, coxas, abdômen ou nas costas. O hormônio entra lentamente no organismo ao longo do dia.
Esta opção requer um pouco mais de cuidado, já que a solução em gel pode ser transmitida de uma pessoa para a outra. Neste caso, se seu médico lhe indicar este tratamento lembre-se sempre de lavar as mãos corretamente após a aplicação. O método de aplicação é feito diretamente na pele.
Consumidos oralmente após as refeições, os comprimidos servem como doses diárias de testosterona. Não são todos os homens que podem tomá-los, pois possuem diversas contraindicações para portadores de doenças hepáticas, cardíacas, renais ou com altos níveis de cálcio no sangue.
Muito populares no Brasil, as injeções são aplicadas de uma a duas vezes por mês. Assim como os comprimidos, elas possuem contra indicações para os homens com estágios avançados de doenças cardíacas, renais ou com muito cálcio no sangue.
A boa notícia para aqueles que desejam receber o tratamento via injeção, mas estão no grupo de contra indicações, é que não são todas as injeções que possuem o princípio ativo que afeta as outras funções.
Basta evitar as injeções que contenham cipionato de testosterona e enantato de testosterona.
Em adição ao uso de medicamentos, muitos homens recorrem aos tratamentos naturais para aliviar os sintomas da andropausa.
Contudo, esses métodos ditos como naturais não são cientificamente comprovados e estão sujeitos à riscos como efeitos colaterais indesejáveis.
Alguns remédios naturais comumente usados são:
Para repor a testosterona naturalmente, uma boa opção pode ser o chá de Tribulus terrestris. Bebendo de duas à três xícaras do chá por dia, o nível de testosterona no sangue aumenta, ele também auxilia na impotência sexual.
A catuaba é utilizada não para reposição hormonal, e sim como afrodisíaco. A árvore cresce principalmente na floresta Amazônica, e os primeiros a usufruírem das suas capacidades foram os índios Tupi.
A planta aumenta o fluxo sanguíneo na região da genitália, o que a torna mais sensível a estímulos e amplia a libido.
Utilizada para manter os níveis de testosterona e disfunção erétil, a Marapuama ainda está sobre estudos, em breve espera-se novas perspectivas sobre a planta.
Não é à toa que a planta possui este nome. Desenvolve-se entre 4 e 5 mil metros de altitude, nos Andes Centrais do Peru, onde a temperatura chega a marcar cerca de 25 graus negativos. É utilizada por homens e mulheres, quando o assunto é aumento no desejo sexual e controle e prevenção da osteoporose.
Conhecida como Ginseng coreana, chinesa ou Ginseng asiática, muito já se ouviu falar sobre as propriedades desta erva. Os orientais acreditam que ela possui propriedades anti-envelhecimento, imunológicas, estimulador mental e principalmente físico.
É preciso lembrar que toda situação deve ser avaliada por um médico, pois cada indivíduo possui uma necessidade específica. Estes são os medicamentos comumente receitados:
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Os sintomas podem variar de caso para caso, por isso muitos homens passam por este problema de forma negligente. Para um prognóstico favorável é necessário um diagnóstico rápido e eficiente.
O acompanhamento médico garantirá ao máximo uma maior qualidade de vida, mas é necessário lembrar que cada situação exige uma orientação médica específica.
A melhor maneira de conviver com a andropausa é estar sempre bem informado, já que diferente das mulheres, os homens nunca sabem se vão ou não passar pela andropausa.
Manter uma rotina médica atualizada, também faz parte do processo de adaptação.
Cada homem com andropausa encara a doença de um jeito, entretanto é recomendável o acompanhamento psicológico, pois é necessário ter paciência e saber lidar com o declínio de algumas funções do corpo conforme a idade avança.
O aborrecimento mais relatado é a ejaculação precoce e a disfunção erétil. É importante conversar com sua parceira à respeito disso e lembrá-la que não é algo optativo e sim biológico. Aqui vemos novamente a importância de um acompanhamento psicológico.
Segundo especialistas, não existe a cura efetiva da andropausa, então o tratamento visa amenizar seus efeitos. A reposição hormonal oferece risco apenas para portadores de cânceres, pois beneficia a sua evolução.
Sem tratamento o portador da andropausa pode ser afetado principalmente por:
A falta de testosterona leva à impotência sexual que, quando ocasionada por andropausa, pode ser curada. As maneiras de realizar o tratamento variam desde medicamentos para reposição hormonal até a colocação de uma prótese.
Tema de constante tabu em consultórios, a ejaculação precoce é a liberação de esperma antes da finalização do ato sexual.
Mais do que um indicativo de envelhecimento, a perda de memória pode ser ocasionada pela andropausa, visto que a testosterona influencia na cognição.
A próstata é um órgão no qual parte do esperma é produzido, e fica localizada na parte baixa do abdômen e à frente do reto. Sendo a testosterona seu principal influenciador, problemas com esse hormônio podem auxiliar no desenvolvimento de um tumor.
Insônia e irritabilidade são inconvenientes que podem ocorrer em qualquer idade, mas são ainda mais severos para os indivíduos com andropausa.
A queda da libido é a falta de vontade de fazer sexo. Como a vontade de fazer sexo está intimamente ligada à testosterona, a falta desse hormônio leva inevitavelmente à queda da libido.
Como lido anteriormente, a testosterona é responsável pelo crescimento dos músculos, logo, se sua produção cai os músculos tendem a diminuir.
Hereditariedade e andropausa são os principais motivos de queda de cabelo a partir da meia idade.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), entre 40 a 70 anos, a densidade óssea dos homens diminui em 15%, o problema se acentua em homens com andropausa.
Como em toda doença, é necessário evitar situações que possam agravar o estágio da doença. Como a principal causa da andropausa é a idade, não há muito o que se fazer a respeito. No entanto, algumas dicas para evitar a andropausa são:
Vícios são altamentes prejudiciais à saúde, ou seja, o primeiro passo para uma qualidade de vida é acabar com vícios, como: Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e alimentação irregular.
Levar uma vida saudável e praticar esportes ajuda a prevenir inúmeras doenças e com a andropausa não seria diferente. Outros bons hábitos aliados à prática de esportes são:
Alimentação balanceada faz bem em todas as etapas da vida. Ao entrar na meia idade, isso se torna ainda mais evidente. Um ótimo exemplo do que comer são os ovos e frutos do mar, pois são ricos em ômega 3 e vitamina D. Esses nutrientes são excelentes agentes a favor do combate a osteoporose, uma das complicações da andropausa.
Além de manter a pele hidratada, o que já é uma vantagem para os homens vaidosos, beber pelo menos dois litros de água aumenta a resistência física, melhora a digestão e controla a pressão sanguínea.
Tomar sol todos os dias já é suficiente para garantir a quantidade certa de vitamina D. Além do combate à osteoporose, ela auxilia na absorção de cálcio para o intestino e rins.
Tão importante quanto cuidar do corpo é cuidar da mente. Como a andropausa é gradual, pode por vezes ser confundida com crise de meia idade ou depressão.
Isso ocorre por causa de alguns sintomas serem semelhantes. É bom ressaltar, também, que homens com depressão estão mais propensos a manifestar a doença.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) afirma que a maioria dos homens sequer ouviram falar sobre Andropausa. Caso você suspeite da doença, procure avaliação médica especializada.
Rafaela Sarturi Sitiniki
Compartilhe
Somos uma empresa do grupo Consulta Remédios. No Minuto Saudável você encontra tudo sobre saúde e bem-estar: doenças, sintomas, tratamentos, medicamentos, alimentação, exercícios e muito mais. Tenha acesso a informações claras e confiáveis para uma vida mais saudável e equilibrada.