O terror noturno é um tipo de parassonia (distúrbio do sono) muito parecido com o sonambulismo. A pessoa tem diversos episódios em que se contorce na cama, grita e chora de maneira incontrolável, sendo que ela não se lembra de nada no dia seguinte.
Durante um episódio, a pessoa geme, fica com uma expressão de pavor no rosto, se remexe na cama, se senta, grita, abre os olhos, corre pela casa e chora de maneira inconsolável.
Esses episódios duram por volta de 5 minutos e acabam de forma natural, por conta própria. Não há nada que terceiros possam fazer para amenizar a situação.
Esse distúrbio é muito mais comum em crianças. Os adultos, durante um episódio, tendem a ser mais agressivos e, ao contrário das crianças, muitas vezes lembram de pequenos trechos do que aconteceu durante a noite.
Assim como outras parassonias, como na paralisia noturna, a pessoa acometida pelo terror noturno pode ter visões. Há relatos de pessoas que viram animais e outros seres durante os episódios, mas é importante lembrar que essas visões não são reais e sim causadas pelo problema.
O terror noturno costuma apavorar mais os pais e quem está ao redor do que a pessoa que está tendo o episódio em si, pois ela não se lembra do ocorrido. Essa parassonia não traz muitas complicações e é praticamente inofensiva.
Suas causas ainda são um mistério, mas sabe-se que o problema assola os seres humanos desde a Grécia antiga.
Assim como o sonambulismo, nas crianças, os episódios de terror noturno tendem a desaparecer à medida em que elas crescem. Entretanto, muitas vezes é necessário tomar alguns cuidados para que a pessoa que está tendo um episódio não se machuque.
Pode se encontrado na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) através do código F51.4.
Índice - neste artigo você vai encontrar as seguintes informações:
As causas do terror noturno ainda são desconhecidas, mas pesquisadores especulam que ansiedade extrema, estresse e conflitos intensos, conscientes ou inconscientes, facilitam o surgimento de ataques.
No caso do terror noturno em crianças, grupo em que há a maior incidência desse fenômeno, a hipótese mais aceita é de que os episódios estão relacionados com o desenvolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC).
Os especialistas argumentam que é como se o cérebro ainda não estivesse suficientemente maduro para realizar a transição entre o sono e o despertar corretamente. Por isso, a criança ficaria em uma espécie de “limbo” entre os estágios de sono e vigília.
Essa tese ainda não foi comprovada cientificamente, mas, com base nela, os pesquisadores assumem também que problemas no SNC possam ocasionar esse transtorno.
O que se sabe até o momento é que, nos adultos, os episódios de terror noturno são mais comuns em pessoas ansiosas ou depressivas. Essa teoria leva em conta o papel contra-produtivo do cortisol (“hormônio do estresse”, produzido nos casos de ansiedade) nos momentos de sono.
Determinar quais os fatores de risco para que episódios de terror noturno se manifestem é uma tarefa complicada. Isso se deve ao fato de ainda não termos uma resposta para o que causa o terror noturno.
Ainda assim, é possível delinear alguns fatores que podem aumentar a susceptibilidade à ocorrência de ataques. Dentre eles se encontram:
Nos últimos anos, se constatou que pessoas que possuem algum transtorno de ansiedade, depressão ou ansiedade aliada à depressão são mais susceptíveis a ter episódios de terror noturno.
No caso da ansiedade, isso talvez aconteça em decorrência da grande quantidade de cortisol (“hormônio do estresse”) liberado pelo paciente ansioso durante o dia, fazendo com que suas atividades noturnas sejam atrapalhadas pelo excesso dessa substância no organismo na hora de dormir.
A depressão, por outro lado, faz com que os seus pacientes apresentem uma diminuição na produção de certos neurotransmissores importantes para o bem estar, como é o caso da serotonina.
O que acontece, segundo especialistas, nos casos de depressão e ansiedade crônicas, é que o paciente já possui uma tendência cognitiva negativa, isto é, tende a enxergar as coisas mais pelo lado ruim do que pelo lado bom.
Não se sabe ao certo, ainda, o porquê da depressão, em muitos casos, surgir aliada à transtornos de ansiedade, mas existem algumas hipóteses.
Como os depressivos e ansiosos passam por muitas oscilações de humor, eles podem entrar no que os especialistas chamam de círculo vicioso do humor.
Nesses casos, o paciente pensa negativamente, seus neurônios se acostumam a fazer conexões que proporcionam pensamentos pessimistas e, por consequência, mais pensamentos negativos tendem a ocorrer.
Quando a regulação dos níveis de neurotransmissores, como a dopamina, noradrenalina e a serotonina, e hormônios, como o cortisol, se encontra desbalanceada, o paciente possui mais chances de desenvolver algum tipo de parassonia (distúrbios do sono), como o terror noturno.
Os especialistas ainda especulam, com base em evidências, que episódios frequentes de terror noturno podem ser um indicador de que o paciente venha a desenvolver um transtorno ansioso no futuro.
Portanto, apesar de não se saber ao certo o que veio primeiro, a ansiedade e a depressão ou o terror noturno, é possível afirmar com certo grau de certeza que existe uma correlação grande entre os dois.
Existe uma prevalência superior de episódios de terror noturno em crianças. Diz-se que entre 10% a 15% das crianças entre 3 e 8 anos de idade têm pelo menos 1 episódio de terror noturno por ano.
Nos adolescentes, esses índices caem para 5% a 10% e nos adultos é de 1% a 5%, não havendo diferença significativa entre homens e mulheres.
Existe uma relação ainda pouco entendida entre o estresse e episódios de terror noturno. Muitas vezes, o fenômeno ocorre depois de um dia conflituoso e conturbado. Eventos em que há a predominância de sensações de insegurança e desamparo também podem ser um gatilho para episódios.
A síndrome das pernas inquietas é uma sensação de desconforto, não dolorosa, que vem acompanhada de uma irresistível vontade de mexer os membros inferiores. O paciente que sofre desse problema normalmente relata sentir “agonia” nas pernas, “coceira” nos ossos, alfinetadas ou a sensação de insetos caminhando pelas pernas.
Esses sintomas tendem a aparecer ou piorar somente quando o indivíduo se encontra em repouso, tentando descansar, desaparecendo assim que ele se movimenta. Eles pioram excessivamente durante a noite, especialmente quando a pessoa se deita.
É possível enxergar movimentos involuntários dos dedos ou dos pés quando o indivíduo está sentado ou deitado e muitas vezes essa inquietação pode ser interpretada erroneamente como nervosismo.
Por conta dessa série de sintomas, a pessoa com a síndrome apresenta dificuldade para dormir e permanecer dormindo. Cerca de 80% das pessoas que sofrem dessa condição têm movimentos involuntários periódicos durante a noite. Quando estão dormindo, esses “puxões” acontecem múltiplas vezes, com intervalos de 20 a 30 segundos entre si.
Isso faz com que as pessoas sintam-se cansadas e sonolentas durante o dia, aumentando a irritabilidade, o estresse, os sintomas depressivos e a dificuldade de concentração e memória.
São esses sintomas e complicações que podem fazer com que uma pessoa com a síndrome das pernas inquietas venham a desenvolver terror noturno.
Contudo, é bastante importante que não se confunda esse distúrbio com certos movimentos rítmicos e repetitivos que aparecem quando estamos distraídos ou ansiosos.
Existem pessoas que balançam as pernas quando leem, escrevem ou veem televisão, mas isso não tem nada a ver com a síndrome das pernas inquietas. Eles nada mais são do que simples cacoetes que desaparecem assim que a pessoa se dá conta deles.
Nos últimos anos, os cientistas observaram uma correlação bastante curiosa entre a enxaqueca e distúrbios do sono. Eles notaram que o ritmo circadiano (o ciclo biológico, correspondente a mais ou menos 24 horas) de uma pessoa que sofre desse problema difere bastante das que não sofrem.
Para se ter uma ideia, estudos recentes comprovaram que 8,3% das crianças e adolescentes que sofrem de enxaqueca apresentam também alterações no padrão do sono, enquanto isso acontece em apenas 2,35% das crianças sem esse problema.
Isso traz sérias consequências para a vida de uma pessoa, pois, além de sofrer com as dores de cabeça, a pessoa pode se sentir mais cansada, depressiva, ansiosa e ter dificuldade de lidar com situações estressantes, além de diminuir sua produtividade no dia a dia.
São essas alterações no ciclo circadiano que podem levar a pessoa a desenvolver distúrbios do sono, como o terror noturno.
Assim como nos outros casos, manter-se muito tempo sem dormir pode alterar o ciclo circadiano, levando a alterações e distúrbios do sono.
A apneia obstrutiva do sono é uma parada respiratória que ocorre quando há um colabamento (obstrução) das paredes da faringe. Esse distúrbio ocorre principalmente quando a pessoa está dormindo e roncando.
Quando a apneia acontece, a pessoa deixa de respirar e para de roncar por conta do bloqueio da passagem de ar pela faringe. Nos adultos, ocorre a suspensão da respiração por mais ou menos 10 segundos, em média, sendo que esses episódios ocorrem por volta de 5 ou mais vezes a cada hora.
Além de trazer consequências como diminuir a oxigenação do sangue (o que pode levar a problemas vasculares no futuro), a apneia pode fazer com que hajam alterações no ciclo do sono, o que pode levar a distúrbios como o terror noturno.
Existem casos bastante raros em que crianças sofrem de 2 ou 3 episódios de terror noturno por noite. Isso se deve à uma combinação de sintomas bastante peculiar e geralmente acontece depois de uma noite em que ocorreu privação do sono.
Durante o dia, a criança pode apresentar febre alta, sonolência e irritação, fazendo com que, à noite, os episódios aconteçam. Esse tipo de caso é mais raro, porém mais grave e deve-se procurar ajuda médica caso algo assim venha a ocorrer.
Constatou-se que crianças cujos pais possuem distúrbios do sono como falar ao dormir ou sonambulismo são mais propensas a ter episódios de terror noturno.
Leia mais: Quais são as causas e sintomas de Paralisia do Sono?
Os sintomas de terror noturno são típicos e facilmente identificáveis. Na maior parte das vezes, ao se observar um paciente que está passando por um episódio de terror noturno, pode-se ter a impressão de que alguma anomalia grave está acontecendo.
Por causa disso, diversos são os relatos de mães que se desesperam ao ver o filho ter um episódio de terror noturno, apesar do transtorno não trazer danos ao aprendizado e ao desenvolvimento normal da criança.
Mesmo assim, observar uma pessoa passando por um episódio pode ser alarmante, já que, durante o episódio, o indivíduo começa a se contorcer com intensidade na cama, gemer e apresentar outros sintomas como:
Além disso, outros sintomas mais subjetivos e sutis podem ser também percebidos. Apesar de não serem tão inquietantes quanto os outros, são sinais de que a pessoa provavelmente está passando por episódios de terror noturno. São eles:
Na maior parte das vezes, as pessoas que passam pelos episódios de terror noturno não se lembram do que aconteceu durante a noite. Por mais que apresentem comportamento agressivo, isso não é culpa da pessoa em si, mas do transtorno, que faz com que ela fique apavorada e tente se defender de situações de risco imaginárias.
O ritmo circadiano nada mais é do que o ciclo de 24 horas no qual se completam as atividades do ciclo biológico dos seres vivos. Também conhecido como ciclo circadiano, seu nome problema do latim “circa diem”, que significa “cerca de 1 dia”.
Ele tem como função principal regular o “relógio biológico” dos seres vivos, controlando funções como o sono e o apetite. No nosso cérebro, existe uma espécie de “marca-passo interno”. Ele se localiza em um local chamado de núcleo supraquiasmático, que fica no hipotálamo, região que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino.
Durante as 24 horas de funcionamento do organismo, cada órgão do corpo atinge seu pico de funcionamento, o que garante uma espécie de auto-limpeza do corpo. Dessa maneira, o ciclo circadiano age, garantindo que o organismo esteja sempre bem regulado.
Uma má regulação do organismo faz com que todo o corpo não funcione direito, e isso inclui tanto funções como a digestão, quanto o sono.
Não, terrores noturnos e pesadelos não são a mesma coisa. Ambos possuem semelhanças, é verdade, mas são duas coisas diferentes.
A primeira e principal diferença entre os dois está no momento em que eles ocorrem. Enquanto os pesadelos acontecem durante um momento do sono denominado REM, o terror noturno acontece quando a pessoa ainda nem atingiu essa fase do sono.
Mas o que seria o REM? É bem simples. REM é uma sigla que vem do inglês e significa Rapid Eyes Moviment, ou, em tradução livre, Movimento Rápido dos Olhos. É durante essa fase que os sonhos mais vívidos acontecem.
Quando nos encontramos no estágio do sono REM, os olhos se movimentam rapidamente e a atividade cerebral é similar àquela que se passa nas horas em que se está acordado. No entanto, todo o restante da atividade muscular do corpo fica bloqueada neste período. Esse estágio normalmente acontece no fim da madrugada, quando já estamos dormindo há muitas horas seguidas.
Esse processo acontece várias vezes durante o sono e, por isso, podemos dizer que temos vários sonhos, apesar de na maior parte das vezes só nos ser possível lembrar de um deles, em especial, o último da noite.
Especialistas na ciência do sono argumentam que esse processo é muito importante para que nosso cérebro possa descartar e selecionar as memórias, especialmente àquelas que vivemos durante o dia ou nas últimas semanas e meses.
Por isso, um sonho pode ser um reflexo fiel ou, na maioria dos casos, simbólico, do que ocupa a nossa mente, de forma consciente ou inconsciente, como nossas ambições, desejos e conquistas ou, no caso dos pesadelos, dos nossos medos, aflições e tragédias.
O terror noturno, por outro lado, acontece nos primeiros momentos da noite, entre 15 minutos ou 2 horas depois de começar a dormir, quando a pessoa ainda não atingiu o estágio REM.
Além disso, diferente dos pesadelos, em que as pessoas se lembram mais ou menos do que se passou durante o sonho, na maior parte dos casos de terror noturno, a pessoa não tem a mínima ideia do que aconteceu durante a noite.
Nos pesadelos, a pessoa tende a acordar por conta própria, com medo e também é facilmente acordada por outros. No terror noturno não. Nele, começam manifestações comportamentais de extremo medo, caracterizado por um semblante de terror acompanhado de choros, gritos e gemidos incapazes de ser interrompidos por terceiros.
Quando o terror noturno ocorre, é comum, inclusive, que a pessoa se debata, sente-se ou até mesmo fuja da cama ou do quarto. Em casos extremos, ela pode apresentar comportamento destrutivo e de agressão dirigida a objetos, a si mesmo ou outras pessoas.
Os episódios de terror noturno duram cerca de 1 a 10 minutos e culminam num despertar intenso e abrupto acompanhado de um grito de pânico e respiração rápida.
Outra diferença se encontra nos sinais físicos. Nos episódios de terror noturno, eles são muito mais evidentes e extremos do que os de um pesadelo comum. São comuns sintomas como aumento das taxas respiratórias, sudorese e dilatação da pupila.
O diagnóstico pode tanto ser simples quanto exigir um grau investigativo maior. Quando há a suspeita, normalmente o médico vai fazer um exame físico, onde vai analisar aspectos físicos.
Além disso, o médico vai fazer uma série de perguntas para averiguar o que aconteceu nos eventos, além do histórico do paciente, de casos de sonambulismo ou outros distúrbios do sono na família. Pode acontecer dele perguntar para pessoas próximas, como o parceiro(a) com quem você divide a cama, para saber mais detalhes.
Para casos mais difíceis de se diagnosticar, o médico ainda pode pedir outro exame. Entenda:
A polissonografia, também conhecida como “exame do sono”, é realizada para detectar possíveis alterações no sono de adultos ou crianças.
Ao contrário do que muitos pensam, trata-se de um exame fácil de fazer. Nele, sensores são colocados sobre a pele com o uso de esparadrapos antialérgicos logo antes do paciente dormir.
Durante a noite, então, esses aparelhos registram as ondas cerebrais, o nível de oxigênio no sangue, a frequência cardíaca e respiratória, além do movimento dos olhos e das pernas durante o período em que paciente se encontra dormindo.
Em alguns casos, é bastante desconfortável por causa de todos os sensores colocados no corpo, além de ser habitualmente realizado em um ambiente diferente ao que o paciente está acostumado a dormir. Porém, ele é muito eficaz, pois todas as informações coletadas permitem uma organização de dados e a análise do sono em tempo real.
Através desse exame, o médico vai saber diagnosticar qualquer parassonia, incluindo o terror noturno, com mais certeza, o que vai servir de guia para que ele faça o tratamento forma mais eficaz possível.
Na maior parte dos casos, que ocorrem em crianças, o terror noturno tende a desaparecer por conta própria conforme as crianças vão crescendo. Em adultos, por outro lado, esse problema pode perdurar por algum tempo.
O problema é que não se sabe ao certo o que causa o terror noturno, então as opções de tratamento também são meio vagas e não é possível afirmar com certeza que essa condição tem cura.
Enquanto alguns pacientes irão ter episódios isolados, outros vão ser obrigados a conviver com a doença pelo resto da vida. Portanto, a maioria dos médicos e terapeutas que vão tratar desse problema sugerem tratamentos alternativos como yoga e meditação.
Como dito anteriormente, na maioria dos casos não é necessário que se faça tratamento. Entretanto, existem muitas pessoas que são afetadas de maneira crônica pela doença.
Além disso, como vimos no tópico “Ansiedade e depressão”, o terror noturno pode ser um indício de que o paciente virá a sofrer de transtornos ansiosos. Por isso, buscar ajuda é bastante necessário.
Os casos em que o tratamento é necessário são aqueles em que existe o potencial do paciente machucar a si mesmo ou outros, no caso do distúrbio causar transtornos para as relações familiares ou nos casos em que ele resulta em situações embaraçosas, que deixam o paciente desconfortável com a situação.
As opções de tratamento incluem:
No tópico “Fatores de risco”, vimos que o terror noturno pode ser causado por diversas condições, como estresse, ansiedade, depressão e algumas síndromes. Por isso, nesses casos, busca-se tratar esses sintomas em busca de encontrar uma melhora.
Portanto, podemos dizer que os tratamentos mais medicamentosos e clínicos vão buscar tratar das seguintes patologias:
Nos casos de ansiedade e depressão, medicamentos benzodiazepínicos e alguns antidepressivos podem ser utilizados.
Se a possível causa para os episódios de terror noturno for o estresse, técnicas para aliviar esse sintoma podem ser recomendadas. São especialmente indicadas, nesses casos, técnicas de terapia cognitivo-comportamental. Outros tratamentos podem incluir:
Esse tratamento envolve acordar o paciente que sofre de terror noturno por volta de 15 minutos antes dos momentos em que ele normalmente apresenta o episódio. Logo em seguida, a pessoa volta a dormir.
Não existem medicamentos específicos para tratar terror noturno, porém, nos casos em que o terror noturno afeta o dia dos pacientes, alguns remédios em baixa dose para ansiedade, como o clonazepam, e antidepressivos tricíclicos, como a doxepina, podem ser receitados para os adultos e, muito raramente, para as crianças.
Esses medicamentos não visam combater o terror noturno em si, mas sim os outros fatores que, além dos próprios sintomas e complicações, podem estar sendo responsáveis pela incidência dos episódios.
Atenção!
NUNCA se automedique ou interrompa o uso de um medicamento sem antes consultar um médico. Somente ele poderá dizer qual medicamento, dosagem e duração do tratamento é o mais indicado para o seu caso em específico. As informações contidas neste site têm apenas a intenção de informar, não pretendendo, de forma alguma, substituir as orientações de um especialista ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento. Siga sempre as instruções da bula e, se os sintomas persistirem, procure orientação médica ou farmacêutica.
Uma dica interessante tanto para crianças quanto para adultos que sofrem com episódios de terror noturno é a de manter-se atento à regularidade dos horários de dormir e despertar. É muito importante que se evite a privação de sono para que se garanta um ciclo circadiano regulado.
Os distúrbios do sono, de modo geral, tendem a diminuir de frequência conforme a melhora na regularidade dos horários de dormir e acordar. Além disso, o consumo de alimentos gordurosos, carnes, café, laticínios e outros alimentos de difícil ingestão deve ser evitado no período noturno.
Apesar de impressionar, o terror noturno não é um problema tão grave quanto pode fazer parecer. Portanto, vamos dividir este tópico com dicas de convivência tanto para os pais de crianças que sofrem com o problema quanto para as pessoas que tem de conviver com os episódios. Confira:
É bastante incômodo ter de ver sua criança convivendo com o terror noturno, especialmente nos casos em que ela se remexe toda e até chega a gritar. A vontade de proteger a criança tende a falar mais alto nesses momentos e você, como pai, só quer que aquilo pare.
Entretanto, é muito importante não se desesperar nesses momentos. Não se deve tentar acordar a criança durante um episódio. Esse ato aumenta a possibilidade dos eventos se tornarem mais frequentes e intensos.
O ideal é não intervir e deixar que o momento passe por conta própria. Os episódios tendem a durar somente alguns minutos. Portanto, por mais agoniantes que eles sejam, não há muito que você possa fazer para que ele cesse.
Deve-se tomar cuidado, porém, com crianças que também se levantam e caminham quando adormecidas. Nesses casos, deve-se tomar o cuidado para que não haja obstáculos ou objetos pontiagudos no quarto.
Outra dica importante é obstruir o acesso à escadas e janelas. O que se deve fazer, com certeza, nesses casos, é tomar medidas para evitar possíveis acidentes.
Conviver com o terror noturno não é fácil. Quando os episódios se tornam recorrentes e acontecem mais de uma vez por noite, a pessoa que sofre do problema pode apresentar sintomas de privação de sono, o que aumenta os seus níveis de estresse e irritabilidade durante o dia.
O que se pode fazer nesses casos é buscar algum tipo de tratamento. Como dito no tópico “Qual o tratamento”, existem muitas maneiras de diminuir a incidência de episódios e melhorar a qualidade de vida.
Algumas pessoas que sofrem do problema se lembram dos episódios e chegam a relatar que viram animais ou outros seres. É de extrema importância não se apavorar com essas essas visões, caso elas aconteçam. Tente manter em mente que elas nada mais são do que imagens feitas pela sua cabeça e não representam algo que realmente aconteceu.
Nos dias de hoje, muitas pessoas relatam experiências com seres sobrenaturais, espíritos ou extraterrestres. Isso é normal. Acontece devido à cultura de cada época, ao que assusta grande parte das pessoas.
O terror noturno não é algo novo. Há relatos desses casos desde a Grécia antiga e, nessas épocas, os seres que “visitavam” as pessoas durante os episódios eram visto com outros olhos, de acordo com a cultura da época.
Na idade média, por exemplo, as pessoas relatavam estar sendo perseguidas por demônios e outros tipos de assombração. Hoje em dia não é diferente. Os episódios continuam os mesmos. O que os diferencia é o tipo de “aparição”.
Para as pessoas que convivem com alguém que sofre com terror noturno, as dicas são as mesmas que para os pais. Não se apavorar, não tentar acordar a pessoa que está passando pelo episódio e tomar medidas para evitar acidentes.
Manter a calma e a cabeça no lugar, sempre pensando em explicações racionais, e tomar as medidas de precaução corretas são a melhor maneira de lidar com o problema.
O prognóstico para terror noturno é relativamente bom. Na maior parte das vezes, em adultos, tratam-se de casos isolados que, se recorrentes, tendem a desaparecer por conta própria dentro de algumas semanas.
Para as crianças, os episódios podem se estender ao longo dos anos, entretanto eles tendem a desaparecer assim que ela entra na adolescência.
As complicações relacionadas ao terror noturno envolvem, de modo geral, problemas relacionados à privação do sono.
Quando os episódios são recorrentes e acontecem mais de uma vez na noite, o indivíduo que sofre com o problema não consegue entrar no estágio REM do sono, o que acarreta numa noite mal dormida.
Nesses casos, a pessoa acorda cansada, sem a sensação de recuperação que vem depois de uma boa noite de sono, e apresenta uma série de complicações relacionadas à privação do sono e à desregulação do ciclo circadiano.
A privação do sono pode trazer complicações como:
Já um ciclo circadiano desregulado traz problemas para o organismo como um todo. Os órgãos não conseguem chegar ao seu pico de funcionamento, então aquele processo de “auto-limpeza” citado anteriormente no tópico “Ritmos Circadianos” não acontece.
À longo prazo, isso pode desencadear problemas no coração, hipertensão arterial, alterações metabólicas, obesidade, aumento da propensão à diabetes e diminuição da imunidade.
Não há exatamente uma prevenção ao terror noturno, entretanto, é possível prestar atenção aos fatores de risco e tentar fazer o possível para diminuí-los. Confira algumas dicas que podem ajudar:
O terror noturno já foi muito relacionado aos níveis de estresse elevados na vida da criança. Portanto, uma boa maneira de tentar fazer com que os episódios cessem é buscando maneiras de diminuí-los.
Ao contrário do que muitos pensam, o estresse não ocorre somente quando criança é exposta a situações necessariamente ruins. Na realidade, qualquer evento muito excitante pode desencadear o estresse infantil, fazendo com que, muitas vezes, a criança passe por malcriada ou birrenta, quando na verdade só não sabe como lidar com as situações.
Veja o que você pode fazer:
É muito importante para o desenvolvimento infantil ter horários regulares de sono. Uma maneira de proporcionar isso é criando rotinas que ajustem o sono da criança. Por exemplo, evitando que ela durma demais durante o dia e privilegiando atividades relaxantes próximas à hora de dormir.
Quando a criança vai dormir muito tarde, há mais chances de ter episódios de terror noturno. Portanto, não tem conversa nem trato: a hora de dormir é sagrada e deve ser respeitada.
Não! Seja a pessoa criança ou adulto, você não deve tentar acordá-la, pois isso aumenta as chances de ataques acontecerem novamente no futuro com mais intensidade. O tempo de duração média de um episódio é de 5 minutos.
Não tente acalmá-la de forma forçosa. Se a criança buscar por seu abraço, abrace-a de volta, porém, se ela estiver muito agitada, por mais difícil que seja, deixe-a lidar com o problema.
Caso você tente acalmá-la de forma brusca e até mesmo force contato físico, é capaz do episódio se estender por mais tempo.
O que você pode fazer nesses momentos é deixar que a crise passe por conta própria. Nos casos em que a pessoa se levanta da cama e anda por aí, tente deixar o local ao seu redor seguro, no intuito de evitar acidentes. Ou seja:
Seguindo essas instruções, você evita que acidentes graves aconteçam. A pessoa que está passando por um terror noturno nem sabe o que está acontecendo e não tem consciência das suas ações. Portanto, mantenha a calma e faça o possível para que o episódio chegue ao fim naturalmente.
Por mais impressionantes que eles sejam, os terrores noturnos não fazem mal para a criança ou adulto que o vivencia. Na maior parte dos casos, as crianças e adultos nem lembram do episódio.
Caso o indivíduo se levante e ande pela casa, acidentes podem acontecer. A pessoa pode cair no chão e se acidentar de outras formas. Por isso que é tão importante, nesses casos, deixar o ambiente ao redor da pessoa seguro. Tomando as medidas necessárias, esse tipo de problema não deve acontecer.
Agora, algo que se fala pouco, especialmente em relação às crianças pequenas com terror noturno, é no impacto que o problema tem nos pais. Enquanto as crianças estão normais no dia seguinte, os pais muitas vezes podem se sentir exaustos, cansados e ter problemas durante o dia pelo fato de não terem conseguido dormir direito.
Muitos pais, inclusive, começam a apresentar mudanças no ciclo do sono por causa dos episódios, afinal, a condição impressiona e deixa os pais constantemente preocupados com a saúde e bem estar da criança.
Definitivamente não! O terror noturno é somente algo que acontece. Ainda não se sabe exatamente o porquê, mas, como vimos no tópico “Fatores de risco”, existem alguns indícios da razão pela qual os terrores noturnos acontecem e nenhuma delas está relacionada a alguma coisa que os pais fizeram ou deixaram de fazer.
Apesar de ser bastante impressionante, o terror noturno é uma condição praticamente inofensiva. O que se deve fazer sempre é tomar cuidado para que a pessoa que está sofrendo um episódio não se acidente.
E você? Já teve terror noturno? Seu filho já teve? Como lidou com a situação? Conte pra gente nos comentários!
Dr. Emerson Barbosa
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