A ansiedade pode trazer diversos problemas para o bem-estar das pessoas. Quando necessário, buscar ajuda especializada é a melhor opção para que ela não afeta mais a rotina.
Apesar de muita gente pensar nos medicamentos para ansiedade como uma primeira opção, a terapia é geralmente a alternativa mais eficaz — não havendo contraindicação necessário, usada em combinação com os remédios.
Índice — neste artigo você vai encontrar:
- Como o psicólogo trata a ansiedade?
- Como é uma terapia para ansiedade e estresse?
- Como controlar a ansiedade?
- Psicólogo pode passar remédio para ansiedade?
Como o psicólogo trata a ansiedade?
O psicólogo trata a ansiedade por meio de técnicas para lidar com os sintomas ansiosos, bem como através da identificação de situações que desencadeiam a ansiedade, chamadas de “gatilho”.
A partir da identificação dos gatilhos que uma pessoa pode ter, é possível trabalhar para que essas situações não mais causem esses sentimentos de ansiedade. A maneira que esse trabalho é feito depende da abordagem que cada psicólogo(a) segue.
Quem segue a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode tentar fazer uma reestruturação cognitiva. Essa técnica consiste em compreender como as cognições do paciente contribuem para o surgimento de sintomas ansiosos, auxiliando na mudança de tais cognições. Em resumo, a TCC ataca a raiz do problema.
Já um(a) terapeuta analista do comportamento tende a ajudar com técnicas que lidam diretamente com os sintomas ansiosos diante das situações desencadeadoras.
Ou seja, se uma pessoa tem fobia de elevadores, a análise do comportamento vai ensinar a controlar a ansiedade em situações que envolvem elevadores. O foco não é mais na cognição do indivíduo, mas sim na situação causadora da ansiedade.
Outras abordagens, como a gestalt-terapia, podem trabalhar na ressignificação das situações gatilho e dos próprios sintomas ansiosos, trazendo uma maior consciência do momento presente e eliminando a sensação de ameaça que permeia a ansiedade.
Como é uma terapia para ansiedade e estresse?
A terapia para ansiedade e estresse é focada na identificação e no manejo de situações que desencadeiam os sintomas ansiosos e estressores.
Sendo assim, na primeira consulta, o terapeuta irá pedir dados da queixa do paciente, bem como sua história de vida para tentar identificar quais momentos foram relevantes para o desenvolvimento do problema atual.
Em seguida, o terapeuta irá trabalhar técnicas para lidar com a ansiedade e com o estresse no momento em que eles se manifestam. São ensinadas técnicas de relaxamento, enfrentamento das situações gatilho, entre outros.
Uma técnica muito usada, especialmente na terapia da análise do comportamento, é a dessensibilização sistemática.
Ela se resume em uma aproximação gradual do estímulo fóbico (da situação que causa ansiedade) em combinação com técnicas que relaxamento, o que promove uma associação entre o estímulo fóbico e a sensação de relaxamento, evitando uma resposta ansiosa.
Outras abordagens, como o terapia cognitivo-comportamental, podem acessar os aspectos cognitivos da ansiedade e do estresse, ajudando o paciente a encarar as situações de uma forma mais adaptativa, evitando o desencadeamento de sintomas ansiosos e do estresse.
Embora não haja o costume de usar técnicas para lidar com a ansiedade, a psicanálise também pode ajudar o paciente a compreender as origens dela, o que em alguns casos pode ser eficaz para amenizar os sintomas.
Em geral, a terapia cognitivo-comportamental é a que mais possui evidências científicas de sua eficácia para a ansiedade, junto com a análise do comportamento. Essas duas terapias podem ser de breve duração, dependendo da evolução do paciente, e portanto são as mais procuradas no tratamento de transtornos ansiosos.
Cada paciente recebe alta da terapia quando aprende a controlar sua ansiedade diante das situações gatilho. Isso é importante para que o paciente não se habitue à esquiva.
Frequentemente, pessoas com ansiedade sabem quais são seus gatilhos e passam a evitá-los a qualquer custo. A isso dá-se o nome de comportamento de esquiva. Em alguns casos, esses comportamento não é um problema, mas em outros pode ser significativamente prejudicial.
Pessoas com fobia de elevadores, por exemplo, podem ter problemas com a acessibilidade em prédios com muitos andares, o que pode impactar a vida profissional, acadêmica e até mesmo doméstica. Neste sentido, o comportamento de esquiva deve ser extinto, e a pessoa precisa superar sua fobia.
Como controlar a ansiedade?
Além da terapia, o paciente também pode fazer outras coisas para controlar a ansiedade.
Uma das técnicas que pode ser usada a qualquer momento é a respiração diafragmática, que envolve respirar profunda e lentamente. Essa técnica ajuda a acalmar, sendo útil tanto para o início de uma crise ansiosa quanto para lidar com o estresse e a raiva.
Práticas integrativas, também conhecidas como terapias alternativas, podem ajudar desde que estejam associadas à terapia convencional. Dentre as práticas integrativas mais conhecidas estão a yoga, acupuntura e a meditação.
A realização de exercícios físicos com frequência ajuda no controle da ansiedade, pois há a liberação de hormônios que melhoram o bem-estar geral do indivíduo. Evitar alimentos ansiogênicos, como o café e o açúcar, também pode ajudar a manter a ansiedade controlada.
Leia mais: Quais calmantes naturais são indicados para ansiedade?
Psicólogo pode passar remédio para ansiedade?
Não, o psicólogo ou psicóloga não pode receitar remédios para ansiedade, pois não são médicos(as). Apenas médicos e cirurgiões-dentista possuem autoridade para receitar medicamentos.
Contudo, o psicólogo pode fazer uma avaliação do estado do paciente e encaminhar para um(a) psiquiatra se julgar necessário. O psiquiatra sim é o médico responsável por receitar medicamentos para tratar transtornos mentais.
Embora o(a) psicólogo possa fazer o encaminhamento, fica a critério do paciente aceitar as recomendações. Entretanto, o(a) paciente deve ter em mente que, se o(a) psicólogo faz o encaminhamento, é porque acredita que a terapia junto com o tratamento farmacológico seria mais eficaz do que apenas a terapia psicológica.
Vale lembrar que nem todos os casos de ansiedade precisam de um tratamento conjunto, ou seja, nem todos precisam de psicoterapia e medicamentos. Existem casos que podem ser tratados apenas com psicoterapia.
O contrário, no entanto, não é muito recomendável. Fazer apenas o tratamento farmacológico pode ajudar a diminuir os sintomas da ansiedade, mas apenas enquanto o medicamento faz efeito.
Com a psicoterapia, o paciente aprende a lidar com a ansiedade, de modo que, ao final do tratamento, é provável que ele não mais precise de medicação. A psicoterapia ajuda a lidar com os gatilhos de crises, enquanto a medicação apenas atenua os sintomas da ansiedade.
Quando o paciente aprende a lidar com os gatilhos, é provável que ele não precise mais da medicação, pois tais situações já não lhe causam mais tanta ansiedade.
Sendo assim, o tratamento para ansiedade apenas com psicoterapia é eficaz, mas o contrário — apenas tratamento farmacológico — é só paliativo e o paciente tende a voltar à estaca zero ao interromper a medicação.
A terapia para ansiedade traz inúmeros benefícios para o bem-estar e saúde mental. Há diferentes abordagens, mas todas auxiliam na recuperação da tranquilidade e na manutenção da rotina saudável!
Acompanhe o Minuto Saudável para ver mais dicas.