Saúde

Quais são as linhas da psicologia? Como escolher a minha?

Por Redação Minuto SaudávelPublicado em: 23/08/2020Última atualização: 18/11/2021
Por Redação Minuto Saudável
Publicado em: 23/08/2020Última atualização: 18/11/2021
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Fazer um tratamento psicológico pode ser uma ótima maneira de lidar com a vida — independentemente se há algum transtorno ou problema na saúde mental. Porém, nem sempre é simples escolher entre as diversas linhas da psicologia. Por isso, vale conhecer um pouco sobre cada uma e suas especificidades.

A psicologia é um campo amplo e com diferentes abordagens. Isso significa que não há uma mais adequada ou mais efetiva — o ideal é que cada pessoa conheça, entenda que existem diferentes abordagens e busque aquela com a qual se sente mais confortável.

Por isso, a seguir você entende um pouco melhor sobre as linhas da psicologia e como escolher a mais adequada para você.

Psicanálise

Talvez uma das mais famosas linhas da psicologia, a psicanálise foi desenvolvida por Sigmund Freud ao final do século XIX. Para Freud, o ser humano é guiado por pulsões inatas que muitas vezes vão contra as regras da sociedade, de modo a causar grande angústia.

É uma abordagem que trabalha com o inconsciente e as coisas que lá ficam: memórias traumáticas, desejos reprimidos, mecanismos de defesa, entre outros. É uma das primeiras linhas da psicologia e, por isso, uma das mais aclamadas e controversas.

O tratamento na psicanálise busca trazer os conflitos inconscientes para o consciente e olhar para eles de forma a não causar mais tanta angústia no(a) paciente. Qualquer pessoa pode se beneficiar da psicanálise, uma vez que ela é uma ótima ferramenta de autoconhecimento.

De todas as linhas da psicologia, a psicanálise é a única que não exige uma graduação em psicologia para ser exercida. Contudo, é necessário que profissionais passem pelo processo de análise em instituições oficiais para se formarem como psicanalistas.

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Psicologia analítica (junguiana)

A psicologia analítica surgiu da psicanálise, mas diverge dela em diversos pontos. Postulada por Carl Gustav Jung, a psicologia analítica trabalha com conceitos como inconsciente coletivo, individuação e arquétipos, dando bastante ênfase nos sonhos de pacientes.

Para terapeutas junguianos, os sonhos são uma maneira do inconsciente se comunicar com o consciente, mostrando claramente os conflitos que a pessoa vive — por isso, são uma ferramenta de análise muito importante no processo terapêutico.

A arte também teria este mesmo papel e, nesta abordagem, é utilizada frequentemente técnicas artísticas, como desenhos, pinturas, esculturas, caixa de areia, entre outras.

Leia também: Arteterapia: o que é e quais os benefícios de fazer? | MS (minutosaudavel.com.br)

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Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

Proposta por Aaron Beck, a TCC é uma terapia que trabalha com a estruturação cognitiva, ou seja, ela identifica e modifica padrões de pensamento, conhecidos como “pensamentos disfuncionais”, que podem ser prejudiciais para pacientes.

Esses pensamentos disfuncionais são a base para uma série de transtornos mentais, como a depressão e a ansiedade.

Utilizando técnicas bem delimitadas, terapeutas ajudam pacientes a identificar os pensamentos disfuncionais e desafiá-los, tendo em vista que, muitas vezes, esses pensamentos não estão de acordo com a realidade, sendo altamente distorcidos.

Em suma, a terapia cognitivo-comportamental auxilia na construção de uma visão mais realista da vida, ajudando a remover as distorções cognitivas que aparecem e prejudicam nossos pensamentos.

Análise do comportamento (behaviorismo)

O foco da análise do comportamento é o comportamento humano e suas variáveis. Esse tipo de terapia busca a modificação dos chamados comportamentos-problema, ou seja, comportamentos que uma pessoa pode ter que não são saudáveis ou são prejudiciais para sua vida.

Para isso, o (a) terapeuta irá analisar todas as questões relacionadas ao comportamento-problema, como os antecedentes e as consequências diretas deles.

A partir disso, irá traçar um plano de ação para que o comportamento-problema não ocorra, trabalhando com seus antecedentes, ou não seja reforçado pelas consequências.

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Gestalt-terapia

Trazendo a psicologia da gestalt para dentro do consultório, a Gestalt-terapia busca compreender o ser humano como um todo, seguindo a máxima de que “o todo é diferente da soma de suas partes”.

Por isso, há um enfoque na busca pela congruência entre o pensar, sentir e agir. Trabalhando com conceitos como figura e fundo, aqui e agora, a Gestalt-terapia tem como objetivo aumentar a consciência do indivíduo em relação às suas próprias necessidades e o que fazer para atendê-las.

Psicologia corporal (reichiana)

Uma abordagem relativamente desconhecida, a psicologia corporal tem enfoque em como os traumas e conflitos psicológicos ficam registrados no corpo.

Sendo assim, trabalha-se com a fala do paciente em conjunto com um trabalho no corpo por meio de técnicas como exercícios de relaxamento, respiração e massagens, para que tais traumas e conflitos sejam trabalhados também.

Apesar de ser uma terapia na qual o corpo tem uma grande relevância, não deixa de ser uma terapia na qual a palavra do (a) paciente tem muita importância. Por isso, não se trata de sessões de massagem apenas, mas sim uma exploração da psique — e suas características individuais — através do corpo.

Terapia sistêmica

A terapia sistêmica é muito conhecida por trabalhar com casais e famílias. Isso porque essa abordagem foca muito no sistema em que a pessoa está incluída, pois considera que ele ajuda na manutenção dos sintomas da pessoa.

Essa terapia trabalha muito com as dinâmicas familiares e as influências que elas têm, não apenas em suas relações interpessoais, como também em todas as esferas de sua vida.

Psicodrama 

Uma abordagem criada por J.L. Moreno, que trabalha com dramatizações tendo como o intuito permitir ao paciente re-olhar situações que foram vivenciadas de uma outra perspectiva, estimulando e ampliando a percepção de si e dos outros.

Tem como base a criatividade e espontaneidade e resgatar o sujeito, que em meio à vivências vai perdendo a possibilidade de explorar vários olhares sobre uma mesma situação. 

Pode ser feita de forma grupal e de forma individual e todos podem se beneficiar dessa abordagem, assim como das demais. 

Abordagem centrada na pessoa (humanista)

Existem diversas abordagens humanistas, mas a mais conhecida é a Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), postulada por Carl Rogers. Em síntese, ela acredita que todas as pessoas têm em si o que é necessário para melhorar a si mesmas, precisando apenas de um ambiente propício para isso — o que se chama “tendência atualizante”.

Infelizmente, no dia a dia, vivemos cercados (as) por situações em que não podemos fazer o melhor que conseguimos, pois somos limitados (as) pelas outras pessoas, pelas normas da sociedade, entre outros.

No entanto, ao estar em um ambiente no qual há empatia, escuta e aceitação, somos capazes de escolher o que acreditamos ser o melhor para nós.

Por isso, a ACP é uma terapia não-diretiva, ou seja, terapeutas priorizam a experiência emocional do sujeito para uma maior compreensão, não indicam como as sessões vão acontecer e exploram o que o paciente acha que seria mais apropriado para a situação.

Como escolher a linha adequada para o meu tratamento?

Há diversas linhas da psicologia possíveis para o tratamento psicoterapêutico

Cada pessoa responde ao processo terapêutico de forma diferente e, portanto, não existe um método padronizado de escolha da abordagem para o tratamento. Tem pessoas que irão se identificar mais com uma abordagem do que com outra. Entretanto, o ideal é não desistir de buscar ajuda psicoterapêutica por não se identificar com uma abordagem ou um (a) profissional.

Algumas pesquisas mostram recomendações para determinados casos. Por exemplo, a terapia cognitivo-comportamental é a que apresenta um maior número de publicações científicas mostrando sua efetividade a curto prazo em uma grande variedade de transtornos. 

O que não quer dizer que essa abordagem é definitivamente mais efetiva que as outras, mas que os resultados são visualizados mais cedo em decorrência do tratamento. Contudo, nem todas as pessoas se adaptam bem a ela pelo seu formato, em que as sessões são estruturadas e muitas vezes podem ter um número de atendimentos definidos logo no início.

Em outras abordagens, como a psicanálise e a abordagem centrada na pessoa, não há essa estrutura de número de sessões, o que pode ser mais efetivo para algumas pessoas. 

Todas as abordagens podem auxiliar o paciente independentemente do transtorno, trazendo insights relevantes e estimulando o autoconhecimento. 

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A psicoterapia pode trazer inúmeros benefícios para a saúde mental e bem-estar como um todo. Por isso, vale a pena conhecer mais sobre as diferentes linhas da psicologia, para buscar aquela que mais faz sentido para si.

O Minuto Saudável tem mais dicas de saúde mental, então, siga acompanhando nossos conteúdos por aqui!

Imagem do profissional Cassiele Azevedo
Este artigo foi escrito por:

Esp. Cassiele Azevedo

CRP: 08/25957CompletarLeia mais artigos de Esp. Cassiele
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